6 de fevereiro de 2018

O ser quase sábio


O Ser Quase Sábio

Dos três métodos para ter sabedoria
Como Confúcio dizia...
O primeiro é por reflexão
É o mais nobre
Esse para mim não existia.

O segundo é por imitação
É bem mais fácil
Mas digo não!

O terceiro é o meu jeito
É também o meu fardo
É por experiência
Com certeza o mais amargo

Sabedoria não nasce em árvore
E eu com meus poemas
Papéis, papiros e rabiscos
Bloquinhos, lápis, problemas
Tudo isso esquecido
Na imaginação de uma cena...

Fogão a lenha queimava
Era uma bela manhã
Café já pronto na mesa
O trem passava apressado
Cheiro de chá de hortelã

Um dia começa bem cedo
Pressa de uma nova jornada
A cada renovar de uma vida
Portas se abrem, saídas.

Espantam a depressão
Curam recentes feridas
Libertam almas caídas
Estende a palma da mão

Nela existe a resposta
O amor de um coração
Pode fazer sua aposta
Pois esse é o sim e o não da questão.

André Anlub®
(21/1/11)

4 de fevereiro de 2018

Ferve de fevereiro


Ferve de fevereiro

Aquele céu azul turquesa em desvario me olhou sem fim, 
Aquele pérfido desvio que abrolhou em mim;
Tal tiro de festim que acerta minhas árduas cobiças,
Meus veios, meus velhos/novos embustes e premissas.

Sou andarilho com zelo de outrora malandro sagaz,
Sou saga, lenda, mito ou talvez nem e nada disso;
Abdico da necessidade de expor o que fui ou sou; já expondo;
Paparico a dona rica do amigo, bom, antigo, verde e grená alambique.

Dito-lhe ao pé do ouvido:
“verde-bílis com preto, verde-bílis com branco, 
verde-bílis com verde-nilo, seu primo distante.”
- Li isso em algum lugar; 
Acho que poderíamos repintar e avivar os quatro cantos.

O céu agora nublado e um assanhado sanhaço cantando,
Como um tablado branco e você dançando seus passos;
Foram descentes decentes, goela abaixo, quatro copos “quentes”:
(quatro pingas, quatro santos, quatro amigos, quarenta e quatro anos);
Peça imaginária, som e luminária, alma incendiária e (pra rimar)...
Ela – metade marcante da minha faixa etária.

André Anlub
(4/2/15)

3 de fevereiro de 2018

Das Loucuras (o mar... não poderia deixar de falar!)


Das Loucuras (o mar... não poderia deixar de falar!)

Não tenho explosão de pitiatismo, mas pesa ficar longe dele;
Causa no peito um aperto, e apelo pelo pleito de estar bem ou mal.
Sinto um sacrifício bom e lícito quando finjo afogar-me – afundo nele...
E assim não mais inciso na alma a inópia pela falta de seu sal.

Nas lacunas entre as felicidades e as tristezas,
Com absoluta certeza, ele estava lá:
Mar esperando a Lua para saber como atuar.

Nos sorrisos abertos, nas lágrimas vertidas,
Nas noites divertidas, travesseiros ensopados,
E pardos não são só os gatos, à noite ele estava lá.

Mar de perfeitos sonhos, folclores, tesouros e viços;
Oceano dos nautas, vikings, corsários e navegadores fenícios.
Minha maré de amores lendários, imaginários, antigos;
Um beijo aos amores concretos, ambíguos, discretos e vivos...
Interminável poesia que em toda alma habita.

Falo bem claro que a paixão é antiga, desde pirralho maroto;
Tinha baldinho de baleia, castelos e corridas de tampinhas na areia;
Tinha futebol, frescobol, as corridas e o bronze no corpo...
Mas o verdadeiro motivo de ir à praia era definitivamente pegar onda.

Mar: exponho meu anseio em você...
Ondas: a reprodução do seu contorno.
Mar – me aguarde –, sei que há o doce desejo em viver...
Ondas: quero na tua tez ser adorno.

André Anlub®
(3/2/18)

Nuvens novas


Nuvens novas

Despontaram pela montanha: sonho, esperança, rebanho.
Olhos se encharcaram novamente: na boca seca os poemas saem fanhos;
As mãos alcançam o que outrora esteve atrás,
Afagam, resguardam – todavia – o que agora está à frente. 

Em demasia os novos elos da corrente: nascimentos, novas falas;
Almas virgens – desvirginadas; semente do afã que à mente abala.

Atuação impecável, no futuro o tempo passado – o tempo presente;
Força corriqueira que desce em paralelo: corredeira;
Forca traiçoeira que sobe feito fumaça ao norte: morte.

Pela janela nuvens de chuva se viam e serviam de cenário,
O chá bem quente, a febre rente e ardente, 
O cheiro do campo descansa: quase um calvário.

No pensamento sucinto, incondicionais certezas invadem:
Há nuvens novas; há versos em pássaros; há fleuma na flor que nasce.

André Anlub®
(31/1/16)

2 de fevereiro de 2018

O louco, o felino e um filme


O louco, o felino e um filme

Fez lobotomia, portanto torna-se um nobre louco
que faz o lobo miar, mas é pirado e ainda acha pouco.
Não sabe o que pode acontecer no agora que advém a poesia
que mostra com maestria ao sair da boca do bicho-do-mato
e tornar-se canção majestosa, ilustrando o eco da vida.

E na selva se embrenha – anoitece
E um ponto vermelho – enlouquece.

Antigamente uma erva na mente e nos olhos cansados do felino
refletia a imaginação de um lobo velho e birrento.
Agora, não mais desconjuntado, dá-se calmo e cândido menino
que abre as verdadeiras asas da alma o limpamento.

E na selva se veste – amanhece
E um ponto de apoio – uns versos.

Cavalos selvagens pra domar ou deixa-los livres
no não padecer da escolha - parecer da escolta - poder da escuta.
No deflorar da coragem, segue acertado a passos firmes
como um filme que lhe foi caguetado ao ouvido.

André Anlub®
(2/2/14)

1 de fevereiro de 2018

Das Loucuras (amizade, paixão e outras frescuras)


Das Loucuras (amizade, paixão e outras frescuras)

É ate compreensível um amor não te aceitar
Pelos teus tropeços, teus maus trejeitos e defeitos...
Mas uma amizade sincera, honesta,
Verdadeiramente leal, não.

Já havia sido prometido (a fidelidade),
Mas quem prometeu deu calote (realidade).
O que foi esperado feneceu como a esperança (em vão):
Órfão, frágil e ainda filhote (não teve jeito).

Os dentes tratados e destravados,
Todos os fardos já devidamente carregados;
Os cadeados e suas chaves jogados fora
E os cães agora só latem para os gatos.

Chegou a “bóia” mais farta,
Tudo no mais fino trato.
Tem pato nadando no lago;
Tem pato no freezer, congelado.

Tudo num sonho acordado,
Dentro de um acordo velado.
A paz e a bagunça casadas;
A morte e a vida enamoradas.

Se a amizade e a paixão são frescuras,
É por estarem perdidas, cegas, obscuras;
Achadas e bem cuidadas, podem ser a cura...
Há de se ambicionar a procura (por que não?);
Há de se desbaratar a agrura (dar a mão).

André Anlub®
(1/2/18)

31 de janeiro de 2018

Das Loucuras (o último ultimato e não te mato no ato)



Das Loucuras (o último ultimato e não te mato no ato)

A ameaça já não faz pirraça,
A desgraça se auto enterrou.
O dia esqueceu-se das trevas
Num traz e leva do amor.

Tudo condiz com o que quer que seja...
Na geladeira o bolo lotado de cereja.
Nuvem carregada com chuva de cerveja
Em cima da cabeça daquele que deseja.

Em cada cano de carro, caminhão e trator,
A fumaça é tratada e transmuta em flor.
Em cada cena de teatro da esquina
O povo é plateia e a terra é coxia.
Os Andrades se abraçam com suas ideias,
O Manifesto beija firme a Paulicéia.

Uma prece, uma praça, o “da lata”, uma piscina.
Nem Polinésia, nem Policarpo, nem Poligamia,
Nem Corisco, nem carrascos, nem tranca na caixinha... 
Um rói unha, todos sem rinha, um remou até a “Cuxixina”.

Vertentes e verdades da empatia,
Limpos e puros as mentes e rios...
Pratos cheios e necrotérios vazios.
E a bondade pari mais uma filha.

O sabor veio à língua: à finura, a utopia; para um pio, a profecia.
Ventos que refrescam e frutas que alimentam,
Olhos que paqueram e genitores que aconselham...
Tudo e mais um pouco nesse sonho de cetim que se tinha.

André Anlub®
(31/1/18)

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.