29 de janeiro de 2018

Das Loucuras (a nova navalha de Occam)


Das Loucuras (a nova navalha de Occam)

Nunca entendi a razão de certos fatos...
Mas não se pode entender tudo da história.
Saber a verdade às vezes é arriscado,
Transborda a alma, sufoca e nos expõe à escória.

Canto, choro, falo alto e berro:
O arrogante prepotente e demente morreu;
Não ficará sabendo que o mundo permanece girando
E vida continua mesmo após seu enterro.

Estou sob a sua custódia; fingido, estou fatigado e rendido;
Chame-me de bandido, menino malandro, vazio e travesso...
Coloque-me do avesso e vê se não se esquece de revirar meus sentidos.

Quem viveu e vive verá que minha alma é exposta,
E a resposta é que o meu fim é o meu começo.
Andando e correndo, comendo e bebendo – assim se vive nessa joça.
E a pergunta é: depois da sobremesa poderemos pagar esse preço?

Sempre entendi a razão dos fatos ocultos...
É tão absurdo que chega a ser prosaico e excêntrico...
Minha vida não é mais um chiqueiro – coloquei fogo em tudo;
Mas salvei as galinhas e dei linha para a pipa do recomeço.

“O prazer é todo meu” – disse eu diante do espelho;
“Quer mais um drinque” – ótimo início para um tropeço.
Há um grande acordo, sai todo mundo isento, mas acorde primeiro;
Essa bala é suprassumo, faltou uma Coca-Cola com gelo.

André Anlub
(29/1/18)

27 de janeiro de 2018

Das Loucuras (da lama ao caos, à natureza sofrida, e no cais nada de vida)



Das Loucuras (da lama ao caos, à natureza sofrida, e no cais nada de vida)

O ás está na manga,
Mas ele manja no pé as melhores mangas.
Não precisa competir com irmãos;
Compete a ele decidir o que faz.
Os pés e o viver cheios de calos,
E a sua Caloi não roda mais;
A prancha de surf amarelou,
E ele amarelou para as grandes ondas.

É estranho e faz estrago,
Dá um trago para escrever a linha seguinte;
É loucura, pois o cura de fato,
O faz quase incolor, inodoro e insípido.
Dá palpite nos próprios atos,
E é fato que dá alpiste aos patos.
Joga falas no ralo,
Mas tira proveito dando ouvidos ao requinte.

Estado de lamento é a lama do momento,
É mosquito, é febre, é sofrimento...
É a mente emprestada,
É a empreitada sem cabimento:
Empresa que trouxe e traz tormento.

No vale tudo versus a Vale,
Não há limite de punição que se invente.
Vale a pena penar, lutar, abancar com afinco
E embarcar nesse barco...
Juntar-se à Mariana, ao Rio Doce,
Ao povo sofrido e ao meio-ambiente.
Um duelo doloroso, nada decente...
Com a faca nos olhos e nos dentes à Samarco.

André Anlub®
(27/1/18)



26 de janeiro de 2018

Das Loucuras (escuta, compreende, se identifica, mas não concorda)


Das Loucuras (escuta, compreende, se identifica, mas não concorda)

E o som está alto, incomodando a vizinhança,
São quatro da matina e a bebida ainda dança.
Conversa vai, convite fica, pipa sobe, papo vem,
O prato quente, a fumaça, a vodca gelada e necas zen.

Na rapaziada, quase ninguém deixa de falar (de coerente) nada;
Ele gargalha, fica triste, dá um palpite e pita quando convém...
Nem nada a favor da corrente, deixa-se levar aliviado e atolado;
Atrelada à sua perna a corrente, olha o céu e avista um solado.

Gargalo, dedo em riste, come alpiste e apronta nos hospícios...
É vadio que não é velado, nem vendido, quiçá valorizado;
É viajado, avantajado, mas nada vencido tampouco avoado.
Amigos são queridos; ócios são quitados;
Ações são assíduas; poesias são princípios.
  
Conhece um esnobe que considera diminuir todos a sua saída.
Nas suas idas e vindas – aos países ricos –, sempre questiona:
– Quem a tal alegria pensa que é para tentar entrar na minha vida?
E assim conjectura em seu meio:
É de alma, bem vazio; é de dinheiro, bem cheio.

Lembrando uma escrita antiga:
Assim nada feito: saída singela à francesa...
Comida à mesa, sem fome, olhos atentos à cegueira.
Sem eira nem beira, novamente entregue ao caminho...
Sem afã, à procura; abraços ao vento e lento redemoinho.*

André Anlub®
(26/1/18)
*fragmento de “À francesa”, do próprio autor

25 de janeiro de 2018

Vento, vela e alento


Poema em dueto de Larissa Vaz Fadel & André Anlub 
NOP - Nova Ordem da Poesia 
Foto: Larissa Vaz Fadel

"De volta a arte , a literatura , a poesia , a vida !🍷 E nada melhor do que comemorar com um dueto com meu Guimaraes Rosa Contemporâneo . Gratidão Amigo 🙏🏻"

VENTO , VELA E ALENTO

Os ventos balançam as folhas 
Tecem estações 
Sopram sentimentos 
Evocam revoadas

Danças, sonhos , outros horizontes 
Barquinho que já é distante 
Busca de novos tesouros 
Ouro, topázio, Diamante

Superação da dor 
Um candeeiro que não acende mais 
E outro significado 
Para tudo que ficou pra trás

O vento às vezes enverga 
Coisas que a gente nem enxerga

Mas há aquilo que mata 
Porque aos poucos maltrata 
Meu resto de solidão

As folhas se alegram
Às estações entregues 
Em sentimentos ao voo
Que por um instante nos levam

Tudo asseado e renovado
Nessa nossa maré de quietude
Fez da alma uma sã atitude
Fez do corpo um sol alado

O ressurgir da alacridade
Em pedras simples, sem raridade
Transforma o frio em calor
Transmuta a inércia em bondade

O vento às vezes recupera
Coisas que a gente nem espera

Pois há o que nos faz vivo
Dando luz, abrigo e alento
E ao nosso barco à deriva em tormento
Sopra às velas o leve vento.

24 de janeiro de 2018

Turbilhão do viver



Sinto uma enorme saudade que me aperta o peito feito um torno sem controle
Tento escrever algumas linhas no meu bloco, só saem rabiscos e o seu nome.

Turbilhão do viver

Tudo é paixão na terra de Alice
e quer um palpite?
- A mesmice rasteja no chão.

Tal qual chão quente e infrutífero
faz a vida um sonífero
e forra de interrogação.

Que chapeleiro ou não
tornar-se-ia importante
e levantaria num instante
o punho cerrado em ação?

É, é bem mais fácil o “aceite”
que sempre em quatro paredes
pendura quadros de enfeite
e convida pra comunhão.

Não, nem tudo é poema!
Seja lá qual for o terreno
branco, mulato ou moreno
a vara enverga com o vento
e se quebra num turbilhão.

André Anlub®
(24/2/14)

23 de janeiro de 2018


Das Loucuras (pequenas encrencas, grandes imbróglios)

Reivindicaram sem vontade, com a voz rouca, ou melhor, sem clamor;
Acharam a ideologia no lixão, quadrada, sem brilho e enferrujada.
Olharam com olhar distante, indiferente, sem aquele inerente calor;
São olhos de peixe na feira, zumbi de seriado, vaca pastando, nada com nada.

Já passaram os tempos difíceis, aviões em edifícios, aqueles tempos azedos...
Como diria Raul e como vovó já dizia: vão-se os anéis e ficam os dedos.
Coletes à prova de balas, reforços, esquadras... Tudo a ver...
Partiu: recriar o amor, voo ao alto, torpor, aconchego, zelo, ser mais Ser.

Junto com a igualdade fizeram (a) diferença; e fazem, e continuarão a fazer...
Opa... Mas nesse caso está valendo; é válido cada suor, cada furor, cada dor.
Explica-se: a postura frente ao homem, o respeito, o caráter, a humildade,
Tudo num liquidificador torna-se um detox, um suco verde, um suco de flor.

Há um novo programa na tevê, em outras mídias e tocando sua campainha...
Aquela diversão de auditório (com bundas rebolando e um jovem no comando),
Que passa na hora do seu coito semanal, da sesta da tarde ou na hora do almoço...
É irrelevante falar que ao assistir e acompanhar estará em péssima companhia. 

Nada como jogar xadrez expressando sinceridade (isso ninguém nega);
Deu empate, “quero a nega”, e vamos parar com essa cagação de regra.
O Rei reivindicou e vincou essa página – mas até a Rainha fez boicote pra ler;
É bom saber que sem o saber não somos nada – não pagaremos caro pra ver.

André Anlub®
(23/1/18)

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.