10 de novembro de 2017

Das Loucuras (tente e teste sua constatação inconteste)


Das Loucuras (tente e teste sua constatação inconteste)

Sim, ninguém contesta, faça o teste:
Está escrito como tatuagem na testa...
E nem foi Nikola Tesla quem previu.

Não, e nem tão, pois todos prestam,
Está pichado no muro interno de um museu.
Esta fina fresta que nos realmente resta,
É algo paradisíaco e imagético do você e eu.

Mas do que falamos? É sobre buscar o amor certo?
A ação de obsessão em achar a perfeição,
A interjeição entre o estar a fim e o afim de montão:
Projeção imaginada ao longe que decepciona no perto.

As algemas polidas, metálicas (“mon amour”)...
Metalinguagem assumida,
Metáfora que mete fora o compasso.
Coisas que não se encaixam;
Caixotes vazios na espera do próximo passo...
Reparte do tempo, do verbo, coisas boas/ruins (“hors concours”).

Sim, novamente vamos por na massa as mãos;
Fazer o pão e come-lo rápido, faminto,
Pois geralmente com o tempo ele endurece.

Dá-nos solução! Além do que está escrito em negrito,
Vem a nós das letras vazias à solidão – “pseudogrito”.
O sentimento bem alto que cai; o afago de bocas emudece.

André Anlub (8/11/17)

É na ponta da flecha que se põe o queijo para assar
Manhã de 16/5/16


Já não era sem tempo. O espaço curto dentro do enorme absurdo que mostra os dentes. Absurdamente inquieto, tal tempo; equidistante momento, no outro lado do globo (no universo da mente), veio a saudade trajando um belo vestido meio marrom – com tom de lameira, e meio gelo – com tom de lamento (quase um Prada). Saudade que chicoteia... ratificando o clichê; saudade que deixa um sonho (alguém e você); saudade do que ainda não veio (o velho e seu barco), do que ainda não vê, verá, é sangue que ainda corre nas veias. Saudades que abraçam, abarcam, abusam e usam de suas rebeldias, seduções e poderes (como a loira peituda com uma camisa bem justa, uma estampa da Harley Davidson – sem sutiã –, molhada de chuva). Já nunca foi o que deveria; o andamento à revelia revela traços de largos e selvagens sorrisos... aqueles, que mostram todos os dentes – o sonho do dentista e o terror da “etiqueta”; estavam guardados nas gavetas, com cheirinho agridoce do misto de naftalina com dama-da-noite... mas veio à tona, tamanha insistência. Nesse domingo ensolarado, com leve garoa bem cedo, as ruas convidativas aos passos, as esquinas aos beijos, o café cheirando bem tenro, agarrada o viciado pela gola e o leva à cafeteria (antes que esfriem – o café e o flerte). Há discursos infindos sobre saudade; poderiam colocar a saudade no pão doce da padaria, no antigo namorado, na broa da avó e no conselho da tia (ou o inverso); a saudade que já não termina, só germina, só gerúndio, só “insacia” – causa arrepio, e sem mais um pio, arrepia a nostalgia. Já foi vista, certa vez, carregando nas costas uma trouxa de roupas saudosas, embrulhadas num pano de linho, amarrada na ponta de um bastão grande de madeira; ela estava pegando seu caminho... disse que não voltaria – e foi enfática. Ela foi indo com um sorriso amarelo e amarelando a paisagem... foi indo... com seus sapatos confortáveis, suas pernas bem fortes, os excessivos e volumosos cabelos ao vento, a juventude qual espinho... foi indo... de quando em vez olhava para trás e acenava um pouquinho... foi indo... chutando uma pedra, cantarolando um bolero, mordendo levemente os lábios, tirando uma meleca... foi indo... e sumiu. Dizem as más e as boas línguas que tão logo escureceu ela voltou ligeirinha... esqueceu-se de si mesma, lembrou-se que a tinha. 

André Anlub

8 de novembro de 2017

Das Loucuras (“...será que apenas os hermetismos pascoais...”)


Das Loucuras (“...será que apenas os hermetismos pascoais...”)

Quem nos salvará da nada tenra, turva treva?
Camuflada na relva
Ou no fundo do rio – mas tão evidente!
Tudo no controle quando se visa um abismo eminente.
Abracei a arte para ser salvo da morte – pois a morte nunca a leva.

Amanhã pela manhã tudo se renovará:
Novas ferrugens virão e todos verão.
É em inverno que o verão se tornará:
Infernos escuros, todos escusos ao o que há.
Às vezes o que resta na fina fresta é a esperança,
Mas não vamos de taxi, tampouco taxá-la de resto.

A desarmonia incomoda, está sempre na moda, 
Mas briga para ser brega, ser clichê que nunca enverga;
Já a harmonia é rara; joia rara e cara,
Também bijuteria farta e cara – o que preferir,
Mas que pouca gente procura – há de se desmentir.

Fui ontem de encontro ao meu Outro,
Colori o desconforto,
Pois é para viver que me presto...
Entro e saio do puro, da treva, do límpido, do esgoto.

Fui lavar e beijar os meus pés,
Fantasiei-me de Rei deposto
E com gosto errei – e atesto! 

André Anlub
(7/11/17)

7 de novembro de 2017

Das Loucuras (caracol com seu cada qual)


Das Loucuras (caracol com seu cada qual)

Janela aberta, o tempo congela, o olhar foca fixo no horizonte;
Vê-se a sombra crescendo, vindo, e o pôr-do-sol adjacente.
Isso talvez seja o início de algum dos livros da estante,
Ou somente o montante dos meus sonhos inacabados de sempre.

Não devemos viver para ficar bem na foto; devemos viver para fotografar...
Há de se abafar os que gritam; mas também há de se calar para ouvi-los.
Quem se puser por livre e espontânea vontade na frente da lente da vida,
Correrá um risco tremendo de se conhecer e talvez não gostar.

O olhar de quem acha é o olhar de quem perde: ache, peque, perca.
Conheceu-se e foi mais justo consigo e com os que o cerca.
A paixão muda de meta, mas continua sendo seu o amor;
A ousadia continua na meta, mas nunca será só sua qualquer possível dor.

Perdemos as lacunas quando não deixamos espaços para um escrever o outro.
No oco das lacunas residem as mais suntuosas pinturas e frases.
Poderíamos passar o resto da vida abrindo janelas e pintando quadros... 
Mas não é preciso, temos a luz e o amor aqui dentro, ao nosso encontro.

Amo-te mais do que a minha própria vida;

Mas no momento esta afirmativa e uma enorme redundância.

André Anlub
(6/11/17)

4 de novembro de 2017

Manancial


Manancial 

Bebi em fontes de águas puras, outras nem tanto
Ri com os anjos e joguei com as bestas
Coisa besta é não citar os meus prantos;
Coisa e tanto é que eu não me envaideça.

Em diversos sonhos banhei-me em cachoeiras
Que iam além dos vales, dos tempos, da verdade.
Minha vaidade não me deixa enfermo, arrependido;
Minha crença ensinou-me o aprendizado desde menino.

Nos inúmeros afluentes que percorri,
Me sequestrei, me sabotei, me socorri;
As memórias fortes de quando fui fraco,
Fizeram meu olhar mais amplo e menos vazio
Me colocando sempre e corretamente nos trilhos.

Manancial que nunca seca, de vida não tão sã,
Fez o que fui, o que sou... fará meu amanhã...
Transformará os destroços em uma nova muralha,
Beijará o meu momento abençoando minha alma.

André Anlub (5/12/15)

Das Loucuras (bakku-shan)


Das Loucuras (bakku-shan)

Era um teste, ou um trote, um tatu sem toca, só podia ser;
A vida indo estava belíssima, com um rebolado fenomenal;
Natural um assobio, um gesto cínico, mas evoluímos...
Era um blefe, bife de carne de soja, caviar é uma ova, vamos ver.

A vida vindo com outra cara: 
Chupou limão galego depois da feijoada
A vida fez da minha alma, à vida, submissa.
A via fez da minha escrita,
No oceano, um obsceno pingo d’água.
A vida viva e a nova cara:
Tomou suco de beterraba com limonada suíça.

Há fanáticos montados em suas motos enaltecendo as estradas;
Há homens de toga – desses falo sem qualquer intensidade.

Vejo futuros incertos com rojões, lágrimas e plenos juramentos.
Vejo você pintando o cabelo, e nesse espelho eu perco o jogo.
A escuridão me encalça, e realça o meu “mudar de argumento”;
Sem perceber a ressalva, entrei no poema do “Círculo de Fogo”.

A vida de costas é simples, sigo seguindo, atrás e só observo;
A vida de frente é o verso, o reverso e o grito da síntese do infinito.

André Anlub (4/11/17)

De jeito

De jeito, deleite
Bom bocado das línguas – dos beijos;
Lençóis de seda
E de penas de ganso.

Os travesseiros...
Doce delícia é nossa doce vida:
A cobiça reflete na minha íris...
É a malícia da sua infalível conquista.


Claros Gemidos (2012)

Quebrando a monotonia dos dias frios de inverno
coração é lar
marco de uma linda biografia.
Todo barco é vida e procura o mais perfeito rumo
um encharque de amor 
que é bem-vindo e “bem-indo”.

O fio que foi tecido pode ter sido aquele que me amarrou em você
pode querer que eu aceito
pode ser feito do que for...

Eu quero!

Você é meu lar
puro ar no meu naufrágio.
Doce abelha que se ateia o fogo carnal
um absurdo que pousa em um eu de mel
jovial perambulante por todo meu adágio.

Vamos delinear e saborear os momentos sem qualquer asco
abro você como um frasco
perfume dos mais caros.

Joia rara que enfeita o pescoço 
em nada raro instante.
O montante da paixão guardamos em claros gemidos
ah, bem claros.

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.