3 de setembro de 2017

Flecha estimada


Flecha estimada

A flecha sai sem perigo
Mas atinge certeira o peito
Faz da idolatria o seu jeito
Não há escudo ou abrigo.

Empíreo foi miragem da vida
Largando as inúteis tristezas
Erguendo o amor, realeza
Tem-se ausência da ferida.

Com rugas da concupiscência
Transforma a paixão em excelência
O calor mais ameno agora.

Consorte na alma e espírito
Sussurro que se trocou pelo grito
Velando o amor que aflora.

Não vim ao mundo para durar; quem dura é pilha de marca e conselho de avó; vim ao mundo para fazer o que gosto, ser feliz e ter qualidade de vida à minha maneira. Vivo sem me preocupar com o tempo de estadia.

O sábio e o tolo

O mais sábio homem também erra. Erra ao tentar ensinar quem nunca quis aprender. Os tolos morrem cedo, senão por fora morrem por dentro. Ou ambos.
O mais sábio homem também ama. E nesse amar, mergulha... E se entrega, confia e muitas vezes erra. Os tolos desconfiam, nunca arriscam, nunca amam, por isso acabam não vivendo... Morrem por dentro e por fora, acabam errando sem jamais terem sido sábios. Ser quase sábio. Dos três métodos para ter sabedoria, como Confúcio dizia: o primeiro é por reflexão – é o mais nobre... Esse para mim não existia. O segundo é por imitação – é bem mais fácil, mas digo não! O terceiro é o meu jeito, é também o meu fardo; é por experiência, e com certeza o mais amargo. Sabedoria não nasce em árvore. E eu com meus poemas, papéis, papiros e rabiscos, bloquinhos, lápis, problemas... Tudo isso esquecido na imaginação de uma cena: um fogão a lenha queimava, era uma bela manhã, o café já pronto na mesa, o trem passava apressado, cheiro de chá de hortelã. Um dia começa bem cedo, a pressa de uma nova jornada. A cada renovar de uma vida portas se abrem, saídas... Espantam a depressão, curam recentes feridas; libertam almas caídas e estendem a palma da mão. Nela existe a resposta, o amor de um coração é o sim e o não da questão.

André Anlub

31 de agosto de 2017

Das Loucuras (pau que bate em Chico)


Das Loucuras (pau que bate em Chico)

Lá vem Chico de saco cheio para dar sua cara a tapa...
Pois ele cultiva o mau hábito de frequentar os maus lugares:
Prostíbulos, puteiros de beira de estrada, praias de nudismo...
E até – não é mentira – banheiros públicos de rodoviária.

Tempo farto para tomar bastante água e não ficar desidratado;
A vida culta oculta é melhor que a areia que até o pescoço o sepulta. 

Como rei foi caçoado e coroado antes que fique coroa;
Como esse, como aquele, come-se cru ou mal passado.
E enquanto ficamos nesse prisional papo furado à toa...
Águas não são poupadas, são poluídas num lugar nada isolado.

Marmita, pão com ovo, a multidão com voz é o puro povo;
Um desapego com a inutilidade; um alinhamento de caráter é o jogo.
Lua crescente no céu, cimentada, junto ao sol que dorme acordado;
A poesia voando energizada por sobre o mar de letras ancoradas.

Todos se pregam e apegam ao bem-comum:
Olho por alho, dente por Dante,
O sumo poeta agora diz que é todos por todos.
Almas perfeitas, simplórias, amadas e armadas como nunca antes...
Multiplicam-se os bons quebrando a casca dos tolos.

André Anlub
(31/8/17)

30 de agosto de 2017

Coletânea IMORTAIS

"Prezados Escritores Imortais,
É com grande orgulho que anunciamos o primeiro lançamento da Coletânea IMORTAIS, que acontecerá no Rio de Janeiro no dia de amanhã (31/08).
Agradecemos a compreensão e paciência de todos vocês no desenvolvimento desta obra. Todo nosso esforço valeu muito a pena, mais de 140 escritores numa obra de mais de 500 páginas, reunindo grandes escritores de todo nosso Brasil!
Em anexo, o convite referente ao lançamento do Rio de Janeiro para que possam divulgar em suas redes sociais.
Saudações literárias,
Equipe Alternativa"



29 de agosto de 2017

Nossos Litígios


Nossos Litígios

Pelos nossos próprios litígios
Tentei organizar nossas vidas,
Apagando insensatos vestígios
E acendendo e excedendo as saídas.

No doce ninho que mesmo em sonho,
Onde criamos rebanhos, rebentos,
Em águas límpidas que fazem o banho,
Depurando em epítome nossos momentos.

Amontoando em vocábulos incertos
Vejo e escrevo em linhas tortas – na alma.
Optando por esse amor na justa calma,
Nas brigas que expulsam demônios e espectros.

Mas na sensatez do amor verdadeiro
Vi-me lisonjeado por ser o primeiro: o real, o fiel, o ardente.
Sou o qual lhe agarra a unhas e dentes,
Sendo o mais perfeito da paixão mensageiro.

Mesmo se somassem todos os números e datas,
Secassem todas as águas do planeta,
Encharcando sua face que no ápice da tormenta
Sempre responde com lisura imediata.

O ardor do âmago do seu ser 
Acabou escrevendo minhas linhas, 
Nesse bem querer de minhas rinhas,
Só – e mesmo cego – posso lhe ver.

A ilha em êxtase


A ilha em êxtase

A vida pode ser farpa entre unha e carne, 
um bambu que não se quebra com o vento que varre, 
ou estrelas que brigam com o raiar de um dia.

E agora, estava mais que na hora, o ânimo veio,
No veio sumido e assanhado de quem somos;
No envelhecido clichê de quem deveríamos ser.

No abstrato da tela, em aquarela, aquela ilha...
Confiando no absinto para encarar o abismo;
Na retrospectiva da vida, um céu de bel prazer:
A perplexa perspectiva a nosso ver.

Somos quem somos, fomos e seremos (os tais)...
E já estava na hora do abrigo de um alento amigo.
Publiquem nos anais e jornais, em letras garrafais: 
Nossa vultosa vida vivida não é particular...
Então, s'il vous plaît, mostrem o que há de divertido.

Exponham em íntimos olhos de ourives:
Tudo de todos tarda, e sempre soará peculiar...
Então tão assim – e assado – é para se mostrar.

O tempo alçou e alcançou o próprio tempo,
Como a serpente doente comendo seu rabo.
Na frase eu me acabo; no vento você me inventa;
Eu como a cobra com pimentão, pepino e pimenta.

Fecho os olhos e vejo um mar na nossa avenida;
Obro os olhos e vejo que sou um belo peixe...
Largue o preconceito e ao meu lado deite-se;
Deixe-se levar e leve a todos para sua ilha da vida.

Das Loucuras (pensamentos surradinhos)


Das Loucuras (pensamentos surradinhos)

Essa ansiedade extrema de querer comer besteira de barriga cheia,
Sem parar, cá e lá, e a qualquer hora do dia é “vulva de escalpo”.
Há de se administrar com aveia Quaker qualquer tédio
E desconfiar com leite Ninho de quem coloca a taça de vinho
Entre o indicador e o dedo médio...

Não despreze quem faz do próprio problema um poema.
A cachaça de rolha e tudo mais engarrafado no bar do Elói,
Numa rua em Niterói e lá no bairro Moema.

Na escuridão ela se vê melhor; olhos cegos, mas audição apurada.
Mergulhada na embriaguez feliz de não estar na estrada do marasmo.
Foi apunhalada nas costas, mas se recupera como guerreira que é...
Entre o bem-me-quer e o malmequer encontra tempo para o orgasmo.

A boca doce não acha tempo para clamar por admiração – já é admirada.
Na mão suja com farinha láctea o anel com o símbolo da eternidade.
Não perdeu a identidade, sabe muito bem quem foi, é e será...
E no que há: da existência faz ciência, da álgebra solução, 
Do fato faz “não sei não” e da paixão cega inovação: não faz nada.

André Anlub
(29/8/17)

28 de agosto de 2017

Das Loucuras (tirando e dando corda pra pipa)


Das Loucuras (tirando e dando linha pra pipa)
(27/8/17)

No ar havia voo, então voo e vou ao vento e ao vão...
Agora é hora, dei corda para a situação de absoluta rebeldia.
Já abro o sorriso, mesmo com a cabeça na boca do leão:
Loucura em cura, paranoia em neura, sonho em orgia.

Acordo e faço um acordo, mas não brinco,
Respeito à vozinha colada como um brinco na minha orelha:
Ela não me perturba e eu não a perturbo mais...
Perfeito! Faltou ela cumprir sua parte... ela é “pentelha”!

Insano paradoxo, pois eu gosto desse gosto de robotização;
Asas eram fortes, os cortes eram fundos, visíveis ou não;
As assas ficaram fracas, a carcaça suja e enferrujada... 
Mas o sonho – caso morra - cria força na ressureição.

Pode agora atravessar cemitérios ressuscitando os mortos,
Abraçar o Poe e o Gaiman, voar com os corvos,
Entender, atender e estender as guerras e os povos,
Até surgir a paz, o silencio, a extinção do vulcão e a remissão.


Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.