13 de julho de 2017

Ótimo final de tarde


Meu Rio de Janeiro* (2/4/09)

Como pode alguém amar tanto um lugar:
suas praias, montanhas, que emanam o amor;
Curvas das ruas e de suas crias,
histórias, memórias, um glorioso legado.

O amor materno que sempre me banhou,
De pequeno até adulto do seu jeito fui criado.

Beleza bronzeada da cor do pecado;
o carinho do toque de sua maresia;
a visão e beleza do nosso senhor.

Fim de tarde (pés descalços) no Arpoador.

Uma estrela do mar e uma do céu que os meus olhos saciam, 
da primavera ao inverno no seu colo à vontade.
Quando a faca lhe fere também sinto a dor.

Digo em alto e bom som:
como é bom querer sempre
fazer parte da sua história... 

É salutar, mas periga ser um vício;
é no início, na essência onde bulo,
reviro a memória, o mar e o orgulho
e vejo que nessa guerra vale a pena lutar.

Meu Rio perfeito:
lhe quero bem, lhe quero sempre!
Mostre para todos, no mundo inteiro 
que você nos ama (é fiel)... 
amor verdadeiro.

(*esse texto está no livro Sicrano Barbosa de autoria de André Anlub)

Folhas secas


A Lua é mãe e filha: mãe que inspira minha vida, minhas poesias e meu amar. É filha que também influencia a poesia, meu estar – marés de sorte e azar.

Folhas secas (5/11/14)

Foram-se as folhas secas no curso do rio,
Vão mil destinos entortando nas pedras.
Como belas pernas no fluxo de um cio,
Cobiçam alento e afeto defronte à guerra;

Correm sozinhas, andam famintas, ficam distintas em terrenos baldios;  
Deixam sementes de adolescentes linhas; deixam famintas vidas...

Brisa menina caçoa das varas que envergam;
Vem do centro da terra o fulgor do suor que resseca.
Um encanto sapeca resiste em sobreviver;
O viver que persiste é a poesia mais fértil... e imerge...
Destaca-se no alvorecer.

Outra menina linda, outra menina sua e minha...
Garota garoa tornando-se chuva forte e bem-vinda;
Como perceptível delicadeza no céu uma folha de orquídea,
Flerte com a alma: no sonho – no assanho – no seio – no ser.

As águas levam as folhas e induzem às vidas...
Cantigas longas e antigas do clico do tal renascer;
Palavras dançantes, bocas falantes, musas nuas divinas.
Novas e velhas doutrinas dobram as esquinas de todo querer.

Correm sozinhas, andam famintas, ficam distintas em terrenos baldios;

Deixam sementes de adolescentes linhas; deixam famintas vidas...



10 de julho de 2017

Flor de lis, de lírio e lírico


Flor de lis, de lírio e lírico

Vem do silêncio como tempestade mordendo as ideias;
Tira os laços dos futuros presentes e mostra o onipresente,
Que ao botar para fora os dentes prova não ser uma qualquer...
Enfim: nomeada como imperatriz de amores,
Que ganha de súbito sua coroa, seu trono e seu sonho...
Se aproximando do súdito com suas suntuosas flores.

Ouço você falar ao público:
O que seria certo - onde estaria o erro - qual a importância disso...
A resposta vem com o ar fecundo; quebra o coeso silencio,
Queima mil brancos lenços e prevê o fim dos futuros lamentos.

A resposta bateu de frente com seu cheiro de alfazema,
Com seu humor de hiena e interpretação eloquente.

Na tela do cinema da esquina, já se viu esse filme antigo
De um multicor lírico com tons de pura boemia.
Sim, sim é amor e poesia! 
Faz crescer as flores e nasce nas flores crescidas.

9 de julho de 2017

Amuletos


Ontem à tarde esqueci seu nome! hoje cedo me lembrei de que isso não faz/fazia/fará a menor diferença. As melhores opções nem sempre são as opções ideais; há de se escolher as que apetecem, mas também há de saber distinguir umas das outras. 

(Madrugada de 16 de agosto de 2015) - Enfrentou um inimigo fraco e normal para massagear seu ego; pensou no fato de que pequenos e frágeis problemas fortificam para encarar os grandes e fortes desafios. Banalizou o banalizado; voou baixo – rasante – e em um levante dentro de um rompante: adorou a própria história. Um sonho: os fortes nos fortes, os Russos e seus assistentes para funerais; liga aqui, desliga lá, assim segue a palavra certa no disfarce da errada. Os óculos embasados nas visões embaçaram... não se vê absolutamente nada; tudo é estranho, agitado e vadio; tudo é apocalíptico, paralítico e sombrio. Ninguém mais fala bem da realeza, está falida, carcomida pela inocência descabida, mas que cabia em todos os momentos. Deduções: simples observações; coincidências: análises complexas de costumes. Pensa-se que não! E nas esquinas papéis no chão, nas poças d’águas das chuvas, são anotações importantes, poemas raros e listas de compras de supermercados; há algo demasiadamente misterioso nessa magia negra do cotidiano; algo aquém/além que não conseguimos tocar, ver e descobrir. Nada pode ser só o que é só, e ser só o que é muito e ser só seja o que for. Ninguém quer se meter em assuntos disformes, textos escritos em letras garrafais em um idioma extraterreno que se finge não dar atenção. Existe o sábio que vive na simplicidade, à vontade e feliz; planta, colhe, come, dorme... segue na “rotinagem” com meditações nos intervalos e muito maracujá para passar bem à noite. O sábio pode ter medo de algo, mas mesmo que todos saibam, o medo jamais saberá; pode não temer a morte, mas isso ele prefere desconversar. Ele sabe que a hora é de não mais recordar; é hora de cortar a corda e deixar a âncora o mais livre possível para afundar (no bom sentido). Nesse momento ventos fortes chegam ao local... e o local se entrega a eles. Há um ser melhor dentro do sábio, dentro de todos nós... mas nem sempre é o ideal usá-lo o tempo todo; assim o cansa, o deixa frágil, previsível e vulnerável. Há o tempo certo de empunhar a espada e o tempo certo de deixa-la oculta; o tempo certo da gargalhada solta e travessa e o tempo para rir por dentro. A desconstrução de uma identidade forjada há anos pelo sistema (e muitas vezes com o aval da família) às vezes é muito difícil; a exemplo da pessoa que é moldada para ser mãe e/ou dona de casa, e tem isso como meta, mote e foco, e nada mais se busca. Já vivenciei muitos casos de amigas que estudaram, batalharam e se formaram em faculdades, mas não puderam exercer a profissão, pois se tornaram mães e/ou propriedades privadas implícitas dos maridos, por seguinte "do lar". Algumas quando acordam e descobrem-se descoloridas, caem por si e constatam que já é tarde demais; por orgulho, comodismo ou sabe-se lá o motivo, repassam (consciente ou inconsciente) ao filho a doutrina machista e à filha a submissão. 

Castelo violeta


Castelo violeta (9/7/17)

Irmão do céu, de pé em cima de uma alta nuvem;
Seus olhos aguçados, acuados, discretos em suas ferrugens,
Visualizam tudo de errado e quase tudo de certo...
Mais nesse próximo parágrafo:

A tentação é ar puro, é astuta e presente em todo o ambiente;
As pernas fortes das corridas invejam a alma fraca pelo tempo.
Um castelo é erguido com o seu aguerrido espírito;
Pulcro, imponente, mas cheio de tormentos e de inventivas mentes.

No porão há um covil escondido cheio de lobos dentro;
Famintos, sedentos, sonâmbulos e carentes de apreço.
Árvores nada raras se agitam e se ajeitam com os vendavais;
Nos varais as roupas se ensopam com a chuva fina que cai.

Barrancos descem pelas montanhas como a manta dos deuses...
Há poder; há alianças; há independência e – a ser pago – preço.
Por dentro do corpo lacunas se abrem implorando explicações convincentes;
Ações voluntárias, inadequações insolúveis – multiplique tudo mil vezes.

No mais, não é aceitável ter um modo de vida que nos têm,
Por muito menos e por muito mais – ao menos –, descarrilhamos mil trens.
Cavalos livres descem a montanha em uma bela manhã de dezembro,
É o caminho livre, cheiroso e extenso, é o livre arbítrio para o castelo violeta.

André Anlub

8 de julho de 2017

Magnificência da obra

Magnificência da obra

Ah! Essa vida provisória...
Mesmo no abismo num cisco,
na simplória história,
deixa-me lisonjeado e extasiado
pela dada oportunidade
– aventura – vitória.
Insano subir e descer de escadas,
abrir e fechar de portas,
corriqueiras correntezas
no desvairo das incertezas, 
desaguam nas represas da esperança.
Mesmo que o tempo seja curto,
que o circuito entre em curto,
a vida é um admirável absurdo
na incansável eternidade da andança.
Deixe o mistério ser sua sombra,
verso amigo, pleno e sobra.
Ninguém nunca saberá tudo,
tampouco um pouco que seja,
sobre a magnificência da obra.

Divagando I

Encontra-se num orbe longínquo, meu ego prófugo e inútil, degredado pela poesia, encalçado pela humildade, pois sendo maior de idade, bateu em retirada ferido e cansado da vida.
Há amores

Há amor doce com gosto de mel,
há o infinito, com tom de céu.
Tem o que não se vê, pois o lume é forte,
tem o que está perdido, sem sul nem norte.
Há amor como o mar - selvagem - bonito...
Há outro impossível, que soa a um mito.
Amor que não é romeiro, mas vive na fé;
não move a montanha, mas a atravessa a pé.
E nesses amores, há o seu e o meu,
que não é profano tampouco sagrado,
que não é de agrado ser o mais perfeito,
nem quer ser eleito o amor do ano
e embaixo dos panos é sempre alado,
pois enamorado, é mais que verdadeiro.

Divagando II e III

Na geografia do teu corpo, passo o mais ardente compasso; a cada traço uma fronteira ultrapasso. Ao findar o que faço, limpo toda a sua tez e faço tudo outra vez.

Tragam vozes e resmas, tragam versos e temas, porque meu amor pela praia passeia.
Na orelha carrega uma açucena, emoção é plena. O coração tá sereno e o olhar tá sereia.


Notei teus olhos 

Notei teus olhos com tal brilho em diamantes,
notei o instante que me engasga infindável.
Corri por terras mais inóspitas e distantes,
e na procura achei-te inteira, sorridente e amável.

Fiz da essência fartas cores cintilando,
e adorei-te pelo dia, mês e ano.
Agora um raio que faz fenda no meu peito,
fez fogo e medo de um jeito imensurável.

Noto teus olhos que não fulgem como antes,
noto o tempo que te agradas como passa.
Fazes morada na tua zona de conforto,
fazes confronto do amor que explode em mágoa.

Divagando IV

É com você meu excesso! Cada rima faz a lima que esculpe, cada lume é o grito na ideia. A sina e a saudade tomam a forma que apetece. O “blá, blá, blá” de normas e métricas, já tarde falece.


Poema futuro

Um homem joga o seu jogo mais brilhante,
se for conciso é um tom preciso e crucial.
Sendo o mais temido caçador, poeta e amante,
que com unha faz tatuagem da alcunha de imortal.

Até o momento ninguém aqui teve tanta sorte,
o clima sempre bom e o vento às vezes forte.
O solo produtivo e ao longe os tambores,
rufam os amores de um hoje acontecido:
E vão saudades e ficam sonhos
- E vão estranhos num tempo amigo.

A lua saiu com frio e tão pálida,
pensamos que estivesse acamada.
Veio a nós pelo mar, tremendo,
até chegar à praia...
E assim deu-se o beijo.
A lua olha por todos os lados,
Chora por quaisquer dores,
Explica a atual loucura de não mais existir o pecado e nascer cada vez mais pecadores.

Divagando V

A moradia na emoção é o botão de liga/desliga de uma alma incendiária.

Devaneios desvalidos

Os meus sonhos são bucólicos pleonasmos,
são os estágios dos amores em nuances.
Nas andanças são os passos nas estradas,
nas “errâncias” são meus corpos que levantam.

Minha quimera é mais real do que desejo,
um realejo que impregna meus ouvidos.
O mais ácido que se finge sutileza
é a beleza camuflada de inimigo.

Quando acordo para a atroz realidade
e a saudade quer saltar forte do meu peito,
faço um corte com a navalha da vontade...
Te procuro - me entrego - te desejo.

E, enfim, nua nos meus braços, delirante,
dou-te o mel, e o mais belo diamante,
dou-te a vida, dignidade, dou-te tudo...
Submerso - submisso - submundo.

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.