29 de junho de 2017

Ótima quinta aos amigos

Desabafo de um Amor Desabrochado (14/4/09)

É inacreditável como sou feliz ao seu lado,
Mix de emoções boas a todo o momento;
Sem você eu preferia viver isolado
Em uma ilha só com coqueiros.

Sentimento puro e extremo,
Amor anos luz de verdadeiro;
A verdade mais alta pronunciada,
Cura para todo o câncer do planeta.

É bálsamo do bem derramado
Afogando todas as mazelas,
Meus pratos preferidos nas panelas,
Cheiro do perfume do bem amado.

A pólvora exposta à chama da paixão;
Implosão do calor da excitação extrema;
Na ponta da língua o sim e o não
E o coração inverso de pequeno.

É inacreditável como chego a chorar,
De saudade, amor ou em um pesadelo:
Sonhar em contigo não acordar,
Não poder tocar em seu cabelo. 

Faltam-me palavras - sobram-me desejos
Almejo mais e sempre tudo mais.
Minha vida é sua, pode me beijar,
Nenhuma alma de morte poderá nos levar.

28 de junho de 2017

Ótima noite


Quando a mente e o corpo estão em absoluto equilíbrio
o achaque de um mundo inteiro não passa de um arrepio.

Utopia do bem viver (2010)

No final tudo dará certo
Águas límpidas em terreno fértil só pode acabar bem
Vi folha seca cair e adubar
Ouvi cantos desafinados de pessoas zens.

Chorar sozinho não faz mal a ninguém
Muitos estão sozinhos; muitos estão mal acompanhados...
Se te encontrarem de joelhos deixem que te achem maluco
A verdade só pode andar junto com o ser - primeiramente por si mesmo - amado.

Árvores mais altas tem os frutos mais doces
Muita gente não gosta de açúcar.

Vi-me pensando na vida e questionei-me;
Peguei-me ouvindo as ondas e mergulhei...

Olhando estrelas do mar e do céu senti-me maravilhado
Respiramos a vida, respeitamos a vida, natureza e além.

Comemos o fruto proibido, que na verdade se podia eu não sei;
Dando as mãos iremos longe, mas o perto é menos afanoso.

O que é gostoso muitas vezes pode fazer mal
Olhando para baixo ou para cima é maravilhoso
Sentindo o amor se espalhando, agraciando geral.

Da loucura, do som, da união


- A condição “sine qua non” para sua existência é macabra:
Língua de serpente, asa de morcego e chifre de cabra
Seu amor é cego... 
Arrancou-lhe os olhos.
Nesse holocausto é só mais um fausto
Fato verídico que poucos notam
Na ponta da faca escorre uma gota
Podendo ser sangue, suor ou pranto.


- Às vezes uma doença grave pode ser a irmã mais velha da fé.


- Aves que voam no além-mar
Sentindo a salinidade existente
Liberdade de tocar a epiderme da vida.
Aves migratórias de voos extensos
Atravessam continentes com suas asas enérgicas
A brisa é sua amiga e confidente
O homem aqui embaixo
Plantado! confinado na inveja.


- Cai dente de leite
Estrela cadente
No céu da boca.
Dança de línguas
Mingau adoçado
Letrinhas na sopa.
Um pé de manga
E bem ao lado 
Pé de fio dental.
Um ponto final
Logo depois
Etecetera e tal.


Da loucura, do som, da união
Larissa Linda Rosa e André Anlub (Minas/Rio - 17/5/13)

Quando o batuque ecoa em meus ouvidos
sinto o vento da floresta
escuto sua escuridão
a ritmar as batidas do meu coração.

Som de idolatria e união
inspiração e poesia, em um só deus
Filisteu de hoje em dia
no ritmo que irradia, saindo do breu.

E no meio da mata densa
a fumaça faz o nevoeiro da festa pagã
purgação de pecados
catarse no grito do velho xamã.

Ah, devemos ser loucos varridos
ouço zunidos, mas da melhor música.
E numa insana busca
a poética incrusta
os corpos de seres vividos.

27 de junho de 2017

Caso do Acaso do Amor




Caso do Acaso do Amor

Belas brumas sobre águas de um charco,
Achaques dos impérios de um só Rei;
No brilho lírico do meu espírito de porco,
Oco ato da ata do fato em feito se fez.

Perdura perdida sem remos nem barco,
Parco pecado, e cria-se um grande amor;
No horror do ontem o hoje se torna infinito
E como amiga navego banhada em um fardo.

Sinto-me colhida e calhada madura,
Do pó ao pé da árvore que vocifera a vida;
Ávida, nasci – nascendo – para todo sentido...
Sentindo o amor, de pé ao pé de um novo muro.

Natural, ao natural, no atual e sublime,
Sublinho e friso a cega irmã da justiça (eu);
Nem me atiço: entro fresca na alma e na carniça
Deitada calmamente em uma cama de vime.

Te aceito, traiçoeira paixão imprevista,
Amor à primeira vista (meu início);
Faço do acaso companheiro (terra à vista)...

Agora dono do meu mundo inteiro (precipício).

26 de junho de 2017

Finitude


Fim de tarde – Finitude – 7/5/2015 

Taras, manias e projeções: trupe rebelde de pássaros perdidos. Eis o fato fictício do inexplicável improviso; fez valer a música desafinada com voz quase nada dentro da canção elegida errada, mas em boa companhia. Abro a boemia com som de interrogação. Abro a mão e leio a linha da vida, sem contramão. Trago, mas não trago o que me viciou e vicia para bem perto de mim, bem ao meu alcance, quase extensão da ponta dos dedos. Não abuso – sequer uso. Cresce no quintal a árvore que enfeita a melancolia de dias obtusos e noites à revelia. Cheira no quintal o cheiro de mato verde ao cair da tarde e da chuva fina. Pinta no quintal o viveiro natural dos amigos de asas, parentes conexos da fértil mente. Não há nada tão belo e tão próximo a mim que meu simples sorriso ao vê-los. Admirar nada me cobra, me custa, mas faço questão de pagar acrescendo minha estadia no mundo ocioso e belo. Lavo o corpo e vou-me ao encontro da garbosa era de reflexão – hora de meditar – de me editar – de me deleitar. Abro o frasco do colírio da mente: a própria. Deixo entrar bons fluídos, adágios harmônicos e harpas invisíveis e inaudíveis... Harpas simbólicas como pombas brancas que passam ao natural e trivial: bicando e comendo formigas. Há rebeldia singular que avança como uma nau em mar bravio; desbancando ondas gigantes, ondas de choque, ondas de frio; enfrentando dilúvios e níveis baixíssimos de cinismos; encarando chuvas de canivetes suíços e até paraguaios; enfrentando crendices e incertezas, raios de todos os calibres, cores e prestezas, rei, realeza e seus servos, soldados, lacaios, plebeus e tiranos... Tudo de pior, mais ou menos e melhor que caiba nesse prófugo e insano parágrafo. Taras, manias e projeções.... Já falei do meu Budismo? Ouve-se o grito de Hades, cativo no limbo, jogando xadrez com si próprio: maldade sinistra. Olha a esmo, pisca, coça o nariz e chora. Uma foice o assombra, e a sombra foi-se. Está em pesadelos, sem pé nem cabeça, nem pelos e na não salvação e não zelo – padeça. Surge um Eu diferente, e a sentença é derradeira; e na cachoeira da sorte o novo. Eu é a seca, é morte. Volto a ser brioso em demasiada compostura, poeta afetuoso sem um pingo de agrura; escrevo torto em linhas nuas, verve natural; sou vira-lata puro com o ostracismo de sombra que assombra o vento que bate... Vento de tumba, nem fecho a porta que bate (misantropo). Digo ao todo, a todos e a ninguém: poesia, persistência, persuasão e poda-se. Até coloquem palavras em minha boca... Mas que nasçam poesias.

25 de junho de 2017

No tempo certeiro


No tempo certeiro (7/1/17)

Hoje meu céu amanheceu encarquilhado
Com tons bucólicos e forma cactácea;
Dentro de um escarcéu de folguedo afundado
Circo pegando fogo; chama em círculo de encruzilhada. 

A breve paixão derreteu ao calor da ideia
Escorreu pelo meio-fio; se escondeu na própria sujeira.
De asneira em asneira minha juventude torna-se velha;
De vela em vela rezo a oração de uma vida inteira.

Posso e passo, verso e frente, sou veemente crente;
Logo veio-me um pensamento peremptório:
Eu, engravatado e indiferente, esgaravatava o dente...
Tudo diante e dentro da minha breve memória.

Já fui esnobe, indiferente sem nunca pisar em ovos,
Sacudindo pouco minha alma diante dos belos corpos.
Certa noite caiu mais doce, e meu coração foi usurpado...
Sem culpa ou culpado, sou no amor paciente e derrotado. 

23 de junho de 2017

Ode a alguém que conheço

É mentira (Ode a alguém que conheço)
– Habitua-se a tudo na vida... Flexibilidade. Quando se habitua com assiduidade dá-se o nome de comodismo.

Ouço aquele antigo e famoso soneto; aquele soneto penoso, faceiro e genioso. Criou um rolo que rola pela rua ao desígnio; sopro do delicado açúcar que soa e sara como seiva na sua nuca.
Vou fingir ressentimento, pirar e respirar o mais fundo possível: vem passando o caminhão do “fumacê”. Faça como fiz: coloque seus espertos óculos espelhados e vire um servo que serve de espelho aos cabelos despenteados dos amigos.
Lá vem ele de novo! - enganou-se o bobo na casca do ovo. Teve tal sujeito sem jeito para quase nada, mas que fez cabana na colina. Colhia taioba e fazia um refogado supimpa. Tal homem babava – bebia sidra e dormia cedo, sonhava muito e muito sorria... era gente boa, boa bica, de boa índole – dependente de sol e insulina. Lá vai ele de novo! - é mentira!

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.