29 de abril de 2017

Aos Poetas do meu tempo


Homenagem do amigo Luiz Carlos Valle

Aos Poetas do meu tempo
(LCPVALLE - 25/02/10)

Nunca li Machado de Assis
Podem até achar que é truque
Mas li Wasil Sacharuk

Não li Ferreira Gullar
Espero não gerar ciúmes
Mas li Andréa Iunes

Não lembro se li Drummond
Nem sei se é da Academia
Mas li Diogo Dias

Olavo Bilac? Sei lá!
Será que você me entende?
Mas li Celso Mendes

Falam de Cecília Meireles
Também não li, nem um dia
Mas li Márcia Poesia

Não li Augusto dos Anjos
Não é que seja insalubre
Mas li André Anlub

Jamais li Kahlil Gibran
Dizem que é "das arábias"
Mas li Rodrigo Arcádia

Também não li Pablo Neruda
Acredito que seja legal
Mas li Michelle Portugal

Fernando Pessoa eu não li
A não ser em sala de aula
Mas li Alexandre de Paula

Álvares de Azevedo? não sei...
Se li, já me esqueci
Mas sei que li Rosemarie

Baudelaire? Talvez...!
Mas não prestei atenção
Mas li Aline Brandão

Allan Poe? Não lembro...!
Se li, foi pela metade
Mas li Juleni Andrade

Não, eu não li Vaz de Camões
A alma minha que se exploda
Mas a obra de A.R.S?
Essa eu já li, quase toda

Maiakóvski..., ih! Ficou russo
Será que ele é dos grandes?
Mas li André Fernandes

Não me atrevi a ler Bocage
Por ele ser meio traquina
Mas li Janete Palestina

Não quero ler Cervantes
Por medo de ficar insone
Mas já li Raquel Ordones

Nunca li Bashô Matsuo
Ler em japonês? Não tem jeito
Mas por aqui, li o Creito

Aconselharam ler Júlio Verne
Do fundo da terra e dos ares
Mas li Rui E.L.Tavares

Arthur Rimbaud foi poeta?
Não conheci o seu brilho
Mas li o Marçal Filho

Não li José Saramago
Falam que é mestre da prosa
Mas li Neide Escada da Rosa

Não quero ler William Shakespeare
Dizem ser um erro tamanho
Mas eu já li AL Ceccanho

Tantos poetas famosos
Não li nenhum. Imagine...!
Mas li Decimar Biagini.

28 de abril de 2017

Tribos urbanas


Tribos urbanas (16/11/14)

O precipício perdeu boa parte do seu encanto,
Deixando fraco canto e a sensação de não ser mais original;
As estrelas tornaram-se muito mais convidativas,
E o amor na ativa, com sua calentura e seu interminável brilho,
Astuciosamente esculpe o seu brio:
Antônio Francisco Lisboa – atemporal.

Vem à luz amistosa,
A luz da Lua cheia, 
Faceira,
Que parece acariciar o vento;

Caminha pelas ruas de pedras através das sombras dos postes, dos bêbados e árvores,
Dobra as esquinas e passa de janela em janela, de porta em porta;
Passa pelas casas antigas, casas recentes e silentes,
Casas de Ouro Preto.

Por longas datas as bocas gritaram, cantaram e se tocaram em desejos,
Corações se uniram e se iluminaram em suas vielas;
As bocas deles e delas perpetuaram e protegeram todo o, e o de sempre, luar.

O lugar e o legado, agora foram contidos pelo silêncio.
Só por um instante:
- Um minuto de tributo!

Assim como ocas ocas, sem seus índios que saíram para caçar
E voltaram com a caça, com a raça e o ensejo para o ditoso festejo.

27 de abril de 2017

Ótima noite!


Tudo o que nos irrita nos outros pode nos levar a uma melhor compreensão de nós mesmos.
(Carl Gustav Jung)

Sobre o amor?
- Sim, eu conheço, sei bem dessa fábula
sei qual o seu curso, bons e maus imprevistos.
Falam de alguns vícios, falam de absurdos
não provaram na língua o que dizem amargas.

Construo meus barcos no sumo da imaginação:
Minhas naves, pés e rolimãs;
Como imãs com polos iguais, passo batido... 
Por ilhas virgens – praias nobres – boa brisa;
Quero ancorar nas ilhas Gregas,
Praias dos nudistas e ventos de ação.

25 de abril de 2017

Ótima terça

O mapa da alegria em branco
Deixou os corações frígidos.
Só um abraço pra aquecer a vida.

Os que pecaram, ou nunca pecaram, não atirem pedras.
Desde a antiguidade muitos já faziam bom proveito delas.

Quem fala bem passa de jato ou de trem
Quem fala mal pega a cadeira e o jornal.

Sabe, existe um país que tem mais reis que qualquer outro; 
o curioso é que esses reis não colocam a coroa na cabeça, põe no umbigo.

Será mesmo que importa se alguém faz a boa ação para se sentir bem e atender ao ego, se mostrar altruísta e abrilhantar sua imagem para seu vizinho, amigos e parentes? 
Bem, para os que têm fome e frio garanto que não!

24 de abril de 2017

Só uma tarde qualquer

Foste no preto e no branco
E trouxeste na mente
Aquela ideia de mim.
Já fazia seis anos
Dos sorrisos benfeitos
Nos olhares, trejeitos.
E o coração nada ardil...
Apego de zero a mil
É paixão até o fim
Amar tim-tim por tim-tim.

Le Petit Maurice

Depois de sair do seu banho...

Reparte o cabelo ao meio,
passa um pouco de Gumex,
no pulso seu belo Rolex.
Separa um trocado pra cerva,
não se esquece da erva
e a chave de seu Chevrolet Veraneio.

Coloca uma bermuda de marca,
um chinelo de dedo,
mesmo sabendo que é cedo,
um uísque e dois cubos de gelo.

Vai sem rumo pra Urca,
louco varrido na praia,
depois uma pizzaria famosa,
com gente bonita faz prosa
(nunca soube o que é uma árdua labuta!)

Esse ano fez trinta anos,
(nunca na vida fez planos!)
mede um metro e noventa,
um par de olhos azuis,
ama bala de menta,
pai rico, famoso juiz.

Estudou nos melhores ensinos,
fez inglês nos Estados Unidos;
mulheres ele coleciona aos quilos,
é inteligente e feliz.

Fundou uma confraria de solteiros,
charutos e bebidas - prostitutas e cavalos
Quando chegou aos quarenta,
dinheiro e saúde pro ralo.

A vida ficou antipática,
empilhando contas em sua mesa,
o burguês que migrou pra pobreza,
morreu de cirrose hepática.

Ótima semana aos amigos

"(...) há outro mundo na barriga deste, esperando. Que é um mundo diferente. Diferente e de parto difícil. Não nasce facilmente. Mas com certeza pulsa no mundo em que estamos.”

- Eduardo Galeano

23 de abril de 2017

Das mudanças (releitura)




Das mudanças (releitura) 

Acordei com desejo de tocar-te
Ver teus olhos abrindo devagar... meus baluartes;
Sentir o calor de teus abraços – acalorar do corpo
Beijar tua boca até dar câimbra no maxilar... meu escopo.

Acordei sabendo que laços podem arrebatar
Sendo todos pintores do arco-íris... íris só para enxergar-te;
Responsáveis, loucos motivados... deuses e réus;
Tecemos a seda dos nossos próprios céus.

No mundo que os olhos são quatro,
És minha deusa, sagrada e áurea... pacto;
Tens-me em estendidas palmas... entrega;
Sou uma espécie de servo confesso, podado à rega. 

Acordei mais livre, luvas descalçadas,
Com novos aforismos; com novas alçadas.
Poderei te amar com tenacidade... pela nossa cidade;
Na igualdade e empatia de sermos um só.

Nó cego de vontade própria,
Imprópria a olhos rasos – sem amores;
Vasos que podem até se quebrar,
Mas que refletem o mar e acolhem flores.

Está no sol, mas nem percebe; está na chuva e passa sede.


Está no sol, mas nem percebe; está na chuva e passa sede. 
(madrugada de 11 de junho de 2015)

Todos dizem em voz alta, em alto e bom som, em tom de pura sinfonia com enorme euforia, sem ironia e sem sabotagem, com emoção e pura paixão. A palavra sai solta no ar no caminho que foi imposto... como um castigo. Conjecturas à parte: quatro letras, quatro lindas estrelas.  Presunções à parte: se divide corretamente em duas vogais e duas consoantes. Apoia-se no democratismo, se abriga na coerência das suas idiossincrasias; seja noite – seja dia, dança e canta conforme a música. Tem sonolência, tem ansiedade, há a vontade de estar à vontade para sempre estar. É a hora de se deitar e relaxar; vir e ver o buscar de uma nova meta, de certa cota de colossal comprometimento e entusiástica razão. Há casos raros: entre enormes muros de pedra, na sombra e quase sem água, nascem rosas. No subconsciente está no mar, aquele mar calmo de sonho bom. Agora foi ao parque comprar algodão doce, salsichão e tomar sorvete... Diverte-se. A vida é curta de tempo escasso, e ao levantar o braço ao acaso o relógio pesa. Os olhos procuram acordar para a realidade irreal, colocar a pitada de sonho em tudo, colorindo e enfeitando a grande farsa da vida aos dentes. Bem no estilo vingativo – dá e recebe –, vai levando sua vida empurrando com a barriga e às vezes com as mãos mesmo. O corte foi preciso, e foi preciso cortar e cortar os desgastes. Cai do céu uma chuva, será que molha? Será que seca? Acho que ele sabe o segredo mais bem guardado... o segredo que foi gritado aos quatro cantos, em voz alta e bom som. Somos vítimas e não culpados, somos armados de um lado com a disposição de amar, do outro a imaginação de um mundo armado como um circo. Somos a voz alta e o jogo de dados e não as fichas. 

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.