14 de janeiro de 2017

Ponderações I

A certeza do existir (Jan/2011)

Existe um amor permanente a cada expoente de um coração;
Segue batendo latente, sem compromisso, sem dor ou noção.
Dentro de cada individuo divide uma vida entre amor e a razão.
Nele convive a certeza e nem sempre a clareza, sendo sim – sendo não;
Basta a sinceridade expondo a verdade da própria emoção,
Quando se nela acredita não existe barreira que não caia ao chão.

Já no final de tudo cabe achar seu par – seu amar – seu amor;
Quando achá-lo, contudo, entre de alma e cabeça com todo o ardor.

Para quebrar a leitura vou acrescentar essa coisa fútil, dispensável, absurda, cega, surda e muda... que é esse confuso parágrafo inútil.

André Anlub®

Excelente sábado a todos

*da série acrosticando os amigos.
<>
AO ANLUB
.
Amigo/Parceiro
Notável
Decente e
Responsável...
É poeta por opção e criatividade.
.
André
Não tem
Limite ao escrever
Um
Brasileiro sagaz ao poetizar a vida.
.
Marçal Filho
Itabira das Gerais.

Restrita, sóbria e calma


Restrita, sóbria e calma (2009)

Um voo alto, por dentro e firme
Profundamente no seu semblante
Vou no voo molhado, frio e apertado
Escuro, a um passo do fim do mundo.

Onde almas tristes vagueiam confusas
Entre desenhos, pinturas feitas Picasso
Ao passo de traços conclusos 
O abstrato de várias idéias
Se mesclam ao concreto nos porta-retratos

Habitam os monstros;
Hábitos de convulsões;
Hálito como vulcões;
Há litros de letras espalhadas... 

Na sua vida restrita, sóbria e calma
Com sua estrada limpa e direta
Não cabe a hipocrisia do mundo nosso
Nem muito menos os valores de uma paz incerta

Pois assim continue no seu canto oculto
Adjunto com valores e emoções
Sem poder mostrar-se ao todo e tudo
Sem divulgar sua imaginação

André Anlub

13 de janeiro de 2017

De Eva a ave


De Eva a ave (2010)

Voltamos no tempo, no servilismo que queriam de Eva
Colocando-a em débito, um apêndice do homem
No entanto, acabou-se essa treva
A mulher quis identidade, e por mais que fosse tarde
Superou-se.

Seja púbere ou anciã
Dona de casa ou doutora
Ascendendo, alpinismo da vida
Conquistando com corpo e mente sãos.

Consorte da verdade que aflora
Com defeitos e qualidades
Exibe no ramo e na rima da vida
Um ser maior por dentro do que por fora.

A mulher visou companheirismo
E com otimismo, algumas acharam
Sem preconceito, com realismo
No dia a dia, na labuta sem calvário.

Ela está dando as cartas
Mesmo podendo estar em baixa em algumas apostas
Respondendo perguntas e querendo respostas
Fazendo caírem máscaras fartas.

Pisando em farpas e seguindo firme
Deixando o passado onde deveria ficar
Se for preciso, os dedos em riste
Mostrando a força em qualquer lugar.

André Anlub

12 de janeiro de 2017

Sossego


Bairro Seminário, Crato/CE

Sossego (2009)

O meu sossego nunca existiu
Pois dele não tenho apreço
Quem me vê e quem me viu
Sabe que viro a vida do avesso

Sossego a meu ver é igual morte
E com sorte não quero nem ver
Agitação é miocárdio bem forte
Bate sempre com sorte ao bel-prazer

Sossego de repente pode até ser brisa
Passa bem rápida, enfática que nem inferniza
Pode ser também a hipnótica e doce monotonia
Ficar parado, enraizado, à toa em melancolia. 

No desapego, o meu sossego pode ser dor
Ver a flor em pouco tempo despetalar
Uma nova desabrochar e o Sol ser pôr
O que for... deixem meu sossego serenar. 

André Anlub

Dueto XII


Dueto XII
(Rogério Camargo e André Anlub)

Andava sobre as águas ou sobre alguma coisa que as águas diziam ser,
Embrião de certo ancestral que vivia num tempo medi-eval, ou num que fazia jus a crer...
Tudo por ali se escoava porque águas escoam, se lhes é permitido
E no mesmo sentido a pureza norteia e desfaz o vil “umbigo” que a grandeza diz ter.
Ter, ter. Se a grandeza tem de fato não é o ato de dizer nem o de esconder ou de prometer que garante às águas o que as águas garantem, e seguem nada errantes, buscando o conforto no dom de ser parte de toda a concepção.
Andava sobre as águas como uma caravela sem velas, casco ou tripulantes
Era louco varrido – varrendo – variante, variável várias vezes de variedade em variedade.
Era um elemento químico, ou sólido, ou filme... quiçá fuligem de mente de símio, mas absurdamente pensante.
Olhava para o que as águas diziam ser, olhava para si mesmo nas águas, olhava para o impossível de tudo.
Chegou à conclusão do absurdo que é ser louco, símio, embrião, variável, errante, navegante, e não saber de nada, pois já sendo água é tudo, e andando sobre si mesmo pode até (sem querer e de repente) ser um Deus.

11 de janeiro de 2017

Ótimo final de tarde

Pérola na Ostra

Pérola na Ostra (2009)

Palavras soltas indo com o vento
São como as ideias que habitam a escuridão
Rebentos que eu mesmo invento
Pura e unicamente classificados de suposição

O julgamento final de minhas ações
Tal qual a palavra que deixei de escrever
São unidas com pensamentos em vão
Que desuniram o mais sincero bem querer.

Perdido em vírgulas, parágrafos e pontos
Jogados em papiros com teclas
Que nascem minhas poesias e contos
Sem luzes, escuridão que renega.

Sublinhado pela tinta de corpo e forma
Letras tortas, curvas e retas
Seguindo manuais, escritos nas normas
Sem destino, puramente, sem regras.

Fecho a ostra, guardo as ideias
Desligo-a de uma tal de ‘tomada’
Milhões de criatividades são centopeias
Que andam e moram dentro do nada.

André Anlub

10 de janeiro de 2017

Quem é você?


Quem é você que me sacode,
Me tonteia; 
que é meu norte,
Meu sangue na veia?
-- x --
Que é você que desenhou asas em minhas costas,
Fez-me voar sobre obstáculos;
É meu oráculo, meu preto velho;
É minha ponte aos anjos fortes?
-- x --
Quem é você que me dá sua voz,
Canta ao meu ouvido,
O som da manhã delicada?
Tema de aura renovada,
Força e esperança de viver;
Que entra no meu corpo,
Faz-me novamente pintar o sete,
Ou talvez o oito?
-- x --
Quem é você que colore meus dias
E desbota de vez o medo,
Escancara o segredo
Que vai além da vida?
Quem é você? 
Mas não me diga agora...(...) 
Que ecoe à próxima aurora,
Pois não ter a resposta é a porta de toda entrada,
É a chave de toda saída.

Vivemos imersos em ironias, e a mais evidente diz respeito a nossa adolescência, época que nos cobramos e preocupamos demais com nossa imagem, mesmo desfrutando de plena saúde e jovialidade; com a idade passando, o amadurecimento faz com que esse medo se perca no tempo ou fique mais ameno; mas existe aquele que se torna novamente adolescente e mais uma vez principal algoz de si próprio! 

9 de janeiro de 2017

Nódoa


Nódoa (2010)

Passou percebido como um terremoto
Teceu vários olhares
Sons inóspitos para alguns
Agradáveis para milhares

Rebeldia de uma meretriz
Capitalista convencional
Compra, comprará, comprou, quem quis
Absolutamente fenomenal

Mulher perfeccional e pérfida
Adjunta de tudo e todos que convém
Sua índole muito maléfica
Fazia do mais importante um ninguém

Seguia com o nariz apontando para o céu
Fazia de qualquer deus um réu
Mais bela, inteligente e realizada
Dona do tudo, quase tudo e do nada

Sempre foi uma rainha que não transige
Não precisava de um rei só
Não tinha dó, nem ré, mi, nem lá......
Quando morresse viraria ouro em pó

Essa rosa linda do jardim
Seu perfume surreal
É oferecida para mim
Em uma crise existencial

Subjugava seus valores decorrentes
Não se importa com a dor
Nunca é coerente
Somente de sua própria vertente

Engole o mundo e arrota
Esnobe como sempre é
Abre suas idéias, comportas
Perfeitas da cabeça aos pés

Ergue muralhas de beleza
Sem fim e nem comparação
Melhor que a mãe natureza
Tem o universo nas mãos

Quando morrer virará pó de ouro
Todos no mundo irão chorar
Pois perderam o maior dos tesouros
Nódoa, dona de tudo que há.

André Anlub

8 de janeiro de 2017

Tema-me


Tema-me

Perder a esperança não é bom
Há de se armar melhor
Não falo só de roupas camufladas
Nem armas ou armaduras.
A guerra é covarde
E a vida é única.

Ouço o grito de Hades
Aprisionado no limbo
Jogando xadrez com si próprio
Com sua maldade sinistra.

Me sente e me olha
Pisca, coça o nariz e chora.

Minha foice o assombra
Minha sombra foi-se.
Estou em pesadelos
Em gigantescas tempestades
Na não salvação e não zelo.

Sou presença
Minha sentença é derradeira
E na cachoeira da sorte
Sou a seca
Sou a morte.

André Anlub®

Dueto XLVII



Dueto XLVII
(Rogerio Camargo e Andre Anlub)

Começou a festa, o batuque aumentou o volume, as dançarinas estavam frenéticas e o tempo ajudou absoluto,
Com suas estrelas firmes, com o céu mais firme que a areia-tablado, com a firmeza da aragem que refrescava as peles,
Com o pulsar do coração do pássaro, com o congelar-descongelar do lago, com o vago inspirar do bardo e seu verso que faz verter a lágrima.
As aves dançavam junto, as nuvens eram rendadas partituras e o som dentro de cada um era um som universal, uni-versando com o bardo num fardo leve e nada breve de um tanto amado dom (que assim o leva até outra dimensão).
Começou a festa que nunca para na sensibilidade em a-las, nas salas e salões amplos como os campos e os mares que o vento beija,
É festa rasteira, mas que voa ao alto; é baderna, bestei-ra, mas coisa ajuizada e mistério, pois eleva a alma sem desprezar o inferno.
Como pode o que não pode caber no que pode? As fitas coloridas girando no corpo nas eletrizadas eletrizantes bailarinas, o som da Vida se apossando de todo o ambiente externo (e interno também), o tempo passando ligeiro (o que é de praxe quando o universo conspira) e tudo que é possível dizer da felicidade cabendo no sorriso da esperança: a de que nunca acabe.

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.