28 de dezembro de 2016

Dueto XXIII

Dueto XXIII

Às vezes parece que o dia vai nublar, e isso vai prolongar-se até sua presença
Apresentar-se, apresentando o que não vi quando não me via
Restaurando a inocência e dando licença para ele ser como está.
Saio das nuvens que eu mesmo fabrico e procuro nos bolsos a luz que guardara,
Os pés flutuam, ouço sua fala e minha visão já tardia tenta alcançá-la:
Está logo ali e está do outro lado do mundo, o mundo que creio e descreio com a facilidade dos astronautas boiando no azul
Belo em mim em qualquer infinito, a vigília que tenho por saber ser e procurar
Entre os presentes da sua presença o que não tenho e tenho sempre, o que não ganho e sempre me é dado.
Contigo só tenho que me preocupar em estar intacto, sendo voo bem alto ou sendo mergulho profundo no mar.
O resto, e todo o resto, arrasto comigo e conosco para a festa do sol pleno mesmo em dia nublado.

André Anlub e Rogério Camargo

Caixa preta


As minhas mais longas retóricas
São os amores que carrego na alma
Afunilam na mão e na boca 
E despontam pelos meus dedos trêmulos
E minha língua inquieta.

Caixa preta (9/9/13)

Saboreio cada gesto como se fosse o último,
tento adivinhar o manifesto do seu pensamento
como se fosse o primeiro, como se fosse justo.
Nada é em vão.

A sua corrente quente me ajuda a nadar,
fico mais confortável e feliz.
Aquela força resistente me diz:
Atravesse o oceano e me beija.

Pelejas amigas, cantigas antigas,
caem bem, são bem recebidas.
Paixões passadas, cicatrizes fechadas,
caem bem, na caixa preta trancada.

Pela manhã molho o rosto e constato minha sorte,
perdi há tempos a necessidade de encenar.
A barba branca, o cabelo ralo
e da vivência o aguçado faro
- o voo mais acertado.

Limpo a poeira da caixa,
às vezes passo um verniz,
mas não abro.

O nosso presente já é tudo que me chega,
me cega e me cerca, fazendo coerente o amor.
Já não acolho vozes externas, demagogias,
orgias de picuinhas, não mais.

Enfim você chegou,
está ardendo àquela prometida fogueira,
com panos - papéis inúteis,
quilos de baboseiras...
E a velha caixa queimou.

André Anlub®

Um grande amigo de botequim

Algumas Histórias XII (2012)
Um grande amigo de botequim (Minas Gerais)

Dez da noite bate o ponto
Uma coxinha, cerveja e a cachaça...
Álcool resolve, em outra dimensão, a sua peleja
Coça a carteira e só moedas, migalhas.

Mas ao olhar para a saída do bar avista uma sorrateira nota de cem.

Duas garrafas de pau pereira
Porção de batatas fritas
A conta paga
Mata meia garrafa
Incha e cora
Chora.

Resolve espernear
Resolve falar sozinho
Conversa com estranhos
Só ele pode vê-los, mas sempre respondem
Ele diz que são homens de branco
Geralmente mascarados
Ele diz que quando os vê nasce uma sensação sufocante
Mesclada com amargura.

Tem ânsia de vomito
Vai ao banheiro e transborda 
Volta suado e sedento
Pede um sal de frutas
Coloca sal nas fritas
Oferece-me um copo.

André Anlub®

27 de dezembro de 2016

Dor de cada dia


R.I.P. (descanse em paz)

Dor de cada dia

Subindo montanhas, ao longo do frio de uma nevada,
me encontro e me perco em pensamentos e palavras.
Soltando besteiras que se assemelham a grunhidos,
vou nascendo como um feto chorando,
batendo a língua nos dentes,
que variam de palavras à calafrios.

Por entre mágoas de um ser que é só arrepio,
os caminhos sem pautas,
cada manhã mais sozinho.
Sinto sua falta, de carne, osso e alma,
me fizeram ir sem destino, rumo ao nada, encarar a besta...
Besta essa, menos má e feia, se comparada a minha saudade.

Tenho sonhos, tenho uma dor me sucumbindo,
arrancando minhas entranhas (novamente um rebento em prantos)...

Serei sempre essa criança que espera por você.

André Anlub®

26 de dezembro de 2016

Crente de Amor


Imagem: Eu e uma amiga Píton

Crente de Amor (2010)

Embriagado do sumo do alcatrão que habita em nuvens
Nuvens de imaginação - do cume ao brejo
Sinto o desejo, impregnado em absurdos e concretos
Alcanço as engrenagens de suas carnes e ossos, suas ferrugens.

Me crio e sigo em frente pelo motivo que vicia
Essa arte de estar a sós com você.
Cheiro de incenso, vida, relíquia, sorriso e prazer
Rebento que sacia, somente paz, minha cria nunca em vão

Mais uma vez grito alto
Mesmo sem motivo, mergulho e salto
Das mentiras e falácias, esnobo
Explodo, sou canhão.

Nas verdades que saem de sua boca pintada
Obra de arte do mais talentoso artista
Faz com apenas dois traços o tudo do nada
Deixa em grãos de arroz o caminho, a pista!

Mais uma vez sussurro ao ouvido
Duvido que escute, mas no fundo entende
Sabe que o amor que eu mesmo vomito
É minha fé... absolutamente do ser crente.

André Anlub

Mais um conto urbano


Imagem: São João Del Rei/MG (a long long time ago)

Mais um conto urbano

O pai passa a mão na cabeça
A mãe chamava de neném
Vinte anos no documento 
Mas doze é o que parece que tem

A palavra de ordem para vida é “não me aborreça”
Não ligava para nada e ninguém
A palavra de ordem para a farra é “o que vier na cabeça”
Achava-se um despótico no harém

Já tinha seu próprio carro
Foi caro e ele não mereceu
Dos outros gostava de tirar sarro
Respeito não existia, se existiu já faleceu.

Ia à praia e puxava seu fumo
Sem rumo nunca pensou em trabalhar
Seus pés nunca calçaram um coturno
Mas uma arma ele conseguiu arrumar

Cometia pequenos assaltos
Visava as pessoas que andavam no asfalto
Certa vez foi pego em flagrante
Mas o sol quadrado não viu nem um instante

Seu pai era um promotor conhecido
Convencido de que nada podia acontecer
Não sabia com quem seu filho estava envolvido
Nem imaginava que um dia poderia morrer

Em certo domingo foram cobrar uma dívida
Ele, esperto, fez a mala e pegou a estrada
Não queriam dinheiro, queriam sua vida
Mas quem pagou foram os pais e a namorada

É mais um caso que terminou arquivado
Meses depois o encontraram numa praia
Um policial o matou equivocado
Morreu numa vala, cravado de bala.

André Anlub®

25 de dezembro de 2016

Imoral


Imoral  (12/3/10)

Dos fascínios de uma única pura sorte,
Entrando em uma farta imensidão.
Preparando-me para o seu ego absoluto: estou chegando maior que o mundo e menor que a palma de sua mão... quero ser dono da sua alma, do seu coração; um pouco do absurdo de nunca ter tido uma vida pura.
Da pureza que lhe é rara e na redundância de minhas palavras, friso-as bem, antes que emudeça.
Suga tudo que é de bom de tudo
E do seu próprio sangue, mesmo que ralo:
- Assim que é falha, assim que é fogo
Pois assim na palha, tudo é um jogo.
(incendiou a sua casta)

Caminhada perdida e alma penada,
Feliz, de encontro ao avesso.
Nunca há derrota, pois de certo a merece.
Em todos os seus pecados, padece.
(Imoral, impura, inquieta, imortal)
Uma vida de lama se perpetua,
No desdém que sua chama queima,
Colecionando paixões às escuras...

Mas sim: “rebus sic stantibus – ‘Om mani padme hum’ – ‘da lama nasce a flor do lótus’".

A religião é descartável?
Ou um deus só para chamar de pai?
Órfão já na barriga magra,
Aquela raiva que sempre lhe trai.

Mas sim: podemos coexistir em quaisquer crenças e âmbitos! 

André Anlub

No colo quente de Ísis


No colo quente de Ísis (2/03/13)

A aurora dourada que brilha,
Enorme força que guia
Canalizando energia
Da bondade íntegra e constante.
Sem quaisquer variantes
E opiniões infligir:
Vestindo o pingente de um santo,
Com fé encorpando o gigante,
Com a pontaria de David.
Falha quem pensa que o bem
É frágil – pequeno – inseguro;
Que teme o invisível e obscuro.
Falácias de um João ninguém.

O mal é poder anacrônico,
Foi comício de um ser risível;
É improvável em almas capazes,
Insustentável e inadmissível.

Aspiramos ao poder intocável,
Colosso, incorruptível - no osso, na mente, na pele,
É aço que a ferrugem não atinge.

Vive ainda mais além que a verdade,
Liberdade que constrói o arco-íris.
É a hora de olhar no olho de Horus
E deitar no colo quente de Ísis.

André Anlub

24 de dezembro de 2016

Boa noite!

Me apaixonei num sonho (10/6/14)

Nenhuma noticia do juiz cruel
E seu dedo funesto e tremulante;
Nem por um instante,
E dou graças aos deuses,
Deu sinal.

E cabe quando, a qual, a quem afinal,
Vestir o corpo com a tez do pecado?
Eu não, e por enquanto sigo no não...
Não sou réu aqui, sou sonho,
Aqui sou o que, o qual, e quem quero.

É sim me apaixonei no sonho
E como ela é, não digo.
É sim, pois aqui nada é pecado,
Nada é mutilação, traição, tampouco mau gosto,
E não existe nada de oposto,
Nem mesmo a contradição.

Esse sonho não é feito para olhos alheios;
Até mesmo a escrita é em linha reta
Sem partida – chegada, sem meta,
Sem nem ao menos “os meios”...
(boa merda).

Mas qual graça teria ser e ter o perfeito em volta
Sem a vida às vezes em reviravoltas,
Sem solda nem fenda,
Sem pouco nem sobra,
Sem erro ou acerto? 
(boa bosta).

André Anlub

Feliz Natal


Congelando os laços


Congelando os laços (26/03/13)

Tu estavas bela na mente
Com aura brilhante dourada
Emanavas energia tão quente
Aquecias minha alma acamada.

Destilavas o amor no teu sumo
O perigo da peçonha na veia
Que desvirtua o coração em teu rumo
Pondo fogo na paixão que incendeia.

Perdido, me entrego em teus braços
Na cadencia tempero a canção
Expondo o sentimento em oração.

E, enfim, congelamos os laços
O sonho, o céu, a realidade
No gelo eterno da fidelidade.

André Anlub®

Imagem: Steve Cutts

23 de dezembro de 2016

Natal 2016


Ótima noite a todos!

"Que o bom velhinho de barbas brancas lhe traga boas leituras de presente..."

Excelente sexta!


"Abaixo, eis um belo e intrigante poema de Fernando Pessoa. Nele, Pessoa escreve uma introdução dizendo que o poema faz ilações aos Graus da “Ordem Templária de Portugal”, da qual fazia parte.

Leiam esse belo, profundo e enigmático poema.

Eros e Psique

..E assim vêdes, meu Irmão, que as verdades
que vos foram dadas no Grau de Neófito, e
aquelas que vos foram dadas no Grau de Adepto
Menor, são, ainda que opostas, a mesma verdade.

(Do Ritual Do Grau De Mestre Do Átrio
Na Ordem Templária De Portugal)

Conta a lenda que dormia
Uma Princesa encantada
A quem só despertaria
Um Infante, que viria
De além do muro da estrada.

Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem.

A Princesa Adormecida,
Se espera, dormindo espera,
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.

Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado,
Ele dela é ignorado,
Ela para ele é ninguém.

Mas cada um cumpre o Destino
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.

E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora,

E, inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia.

Fernando Pessoa

Publicado pela primeira vez in Presença, n.os 41-42, Coimbra, maio de 1934. Acerca da epígrafe que encabeça este poema diz o próprio autor a uma interrogação levantada pelo crítico A. Casais Monteiro, em carta a este último:

A citação, epígrafe ao meu poema “Eros e Psique”, de um trecho (traduzido, pois o Ritual é em latim) do Ritual do Terceiro Grau da Ordem Templária de Portugal, indica simplesmente – o que é fato – que me foi permitido folhear os Rituais dos três primeiros graus dessa Ordem, extinta, ou em dormência desde cerca de 1888. Se não estivesse em dormência, eu não citaria o trecho do Ritual, pois se não devem citar (indicando a origem) trechos de Rituais que estão em trabalho [In VO/II.]"

Fonte: Revista Pazes

22 de dezembro de 2016

A lisura da mentira mais pura


Presente do meu amigo oculto da Gincana do Rô! 

A lisura da mentira mais pura

Toques de melancolia e enfoques de respeito
E o grito ecoa, assim, saindo do peito.
O ar rarefeito e o vai e vem de pernas
Acorda – hiberna... como alguém havia dito.

Na cabeceira os anéis de ouro branco
O pranto nos olhos reflete no espelho.
As mãos lavadas na pia do banheiro
E na cozinha a sinfonia de um ovo frito.

Uma caixa se abre e aquele lindo presente
Que lembra o passado e prevê o futuro
Que faz inoportuno me dizer doente
E assim, tão ausente, enraizar no escuro.

Eis o calor dos novos tempos
Nas fronteiras ultrapassadas que lapidam os dias
Nas vias congestionadas por carros e catarros
E o odor do suor mais limpo da história
Que se espalha aos ventos.

E há o doce momento
Uma dentada na fruta
A amada desfrutada na tonalidade da vida
Nos botões das flores e nos de liga e desliga.

O sol que ofusca os olhos é o mesmo que ilumina os caminhos.

André Anlub®

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.