13 de agosto de 2016

Por ai...


Cicatrizes...

Não tenho vergonha de dizer, que muito antes de ser moda, a nossa turma de rua fazia suas sobrancelhas... Eu, por exemplo, tenho cinco pontos na da esquerda e seis na da direita!

A opinião de Zé tem importância para alguém; às vezes para uns, às vezes para muitos; mas a sua opinião pode não ter importância para Zé... mas há grandes chances de ter para um, para uns e até para muitos. E até mesmo deixar sua marca.

Aqueles velhos clichês: 
“Fulano me decepcionou! ”
Mas quem disse que ele nasceu para lhe agradar? 
Todo mundo decepciona em determinado momento;
A nossa tolerância é que varia conforme um ou outro.

“Fulano me traiu! ”
Mas para haver traição, antes tem que haver confiança...
E existe uma linha tênue entre a projeção e a decepção. 

Escrevinhador de inteira tigela


Escrevinhador de inteira tigela

Não me observo mais em ingênuos instantes
Só quando as toalhas molhadas estão em cima da cama.
Onde está o meu sonho de morar numa praia distante?
- perdeu-se ao preocupar-me com uns pedaços de panos.

Quero parar de procurar meus escritos perdidos
E meus livros rasurados que foram jogados à toa.
Deixei a paleta sem tinta e o meu colorir sem aquarela.
Deixei vazia a panela, não fui pescar na lagoa.

Disfarço e não vejo meus textos sem nexo
Nem os sonetos sem rima de um sentimentalismo perplexo.
O meu ser já perdeu a transparência intacta
Sendo um homem de lata, sem coração nem reflexo.

Enfim, quiçá, eu seja insano escrevinhador,
Que às vezes conduz a dor, deixando o amor conservado.
Mas naquilo com esmero, um deslumbrado sincero
Que tem quentura e frieza no escrever que me presto.

André Anlub®
(18/04/13)

11 de agosto de 2016

Sentimentos Confusos

Quem fala bem passa de jato ou de trem
Quem fala mal pega a cadeira e o jornal.

Sentimentos Confusos 

Caminhando no parque pensei em você
Entre a neve que cai e o vento frio que bate;
Na mente momentos que nunca vou esquecer
Pensava tão alto quanto um cão que late.

Seria o ódio e a saudade ou o amor e a vaidade?
A confusão era tamanha que nem sei a verdade
Colocou fogo nas cinzas que pensava tê-las extintas
Como pegar um Kandinsky e borrá-lo de tinta.

Lembro-me das crianças que não chegamos a ter
E nos dias frios um ao outro aquecer;
Das falácias que saiam da minha ébria boca,
Mesmo assim você sorria e se fingia de louca.

Mas chegando em casa e enfim aquecido
Descobri que a saudade é maior que a loucura
E saber que apesar disso, sou jamais esquecido
Me esperava deitada completamente nua.

André Anlub

Informe


"Hoje, 11/08/2016, chegamos à 50ª publicação, antes de completarmos o nosso 3º aniversário (a Darda Editora nasceu em 13/10/2013)! Temos muito a agradecer - e estamos planejando novidades para tentar dizer "obrigado", sobretudo pelo reconhecimento que, felizmente, já temos, pelas muitas palavras elogiosas que recebemos ao nosso trabalho.
Particularmente, nunca esquecemos das palavras de um autor, logo no nosso primeiro trabalho com vários escritores (Nada Será como Antes): "vocês são um editora família". Ele soube captar a nossa visão de agir e no tratar com respeito, carinho, seriedade e compromisso.
A todos vocês, autores, colaboradores e parceiros, desde os do início e aos mais recentes, nosso muito obrigado pela companhia na caminhada! Estamos sempre às ordens!"

E-mail: contato@dardaeditora.com.br
Site: Aqui!
Livraria: Aqui!

10 de agosto de 2016

[sem título]


Os defeitos e achaques que te alimentam, também são os que te consomem.

Existe o mundo como enorme tela branca, à qual tem que curvar-se para pintar perto do chão e todos observarem, ou subir a extensa escada para o pincel alcançar o limite onde a visão é parca; a tela onde alguns pintam a pobreza, outros o conforto, alguns criticam, não gostam, atrapalham as pinturas e tentam lavar com água e sabão enquanto a própria consciência fica aguardando o esfregão; Eles existem e coexistem, mas muitos deles, muitos mesmo, nem sabem o que é pintar.

André Anlub®
(27/5/14)

Podia ter sido mais sol

Podia ter sido mais sol

O calor que batia na alma,
Sem refresco, mais e mais quente ficava.
Faltava isso, talvez aquilo, para montar uma elipse,
Envolta do desmesurado eclipse,
De tal sol.

Aquela fragrância de nova vida,
Da porta aberta do viveiro,
Batia nos orifícios do nariz; como coisa boa...
Fubá fresquinho, coco queimado, doce broa...
Acompanhada por um manacá-de-cheiro.

O orvalho brinca de tobogã,
Em uma enorme folha de taioba.
Sei, sei que ainda necessitava de mais música, 
Música boa, aquela apreciada pelos pássaros,
Que dançam valsa com o vento.

Vendo com alguns olhos críticos, 
Dizem que parecia perfeito, e era,
Mas podia melhorar.

Podia ter sido mais sol,
Pois geralmente sonhavam com a noite.
Podia também ter sido mais amor,
Com coloridos emblemáticos,
Dos mais profundos,
Nobres,
Raros.

Dos que alto berram, até as nuvens,
Vale a luta, vale a guerra,
Pintam aquarelas,
Nos anseios inebriados.

André Anlub®

9 de agosto de 2016

Ótima noite

"'Um rabino foi convidado por Deus para conhecer o céu e o inferno. Primeiro, o inferno. Era uma sala e no seu centro havia um caldeirão no qual se cozinhava uma aprazível sopa. Em volta, estavam sentadas pessoas famintas e desesperadas. Cada uma delas segurava uma colher de cabo tão comprido, que lhes permitia alcançar o caldeirão, mas não suas próprias bocas. Aquelas pessoas sofriam miseravelmente. Depois Deus levou o rabino para conhecer o céu. Era uma sala idêntica à primeira: o caldeirão no centro, as pessoas em volta, as colheres de cabo comprido. A diferença é que todos pareciam saciados. Confuso, o rabino perguntou por que no céu as pessoas estavam felizes, enquanto no inferno as pessoas agonizavam. Deus sorriu e respondeu: "Você não percebeu? É porque aqui eles aprenderam a dar comida uns aos outros."

Na poesia nascente


Na poesia nascente

Aquele menino sabido e dono dele e você,
Destemido e escrevendo é capaz de inventar; 
Tornar-se-á mais um rugido - gemido - sussurrar 
Que vai além do planeta, pois é tudo no bom de escrever.

Aquela luz lá no alto, voracidade do pensamento,
Fez de instrumento a aurora que irá ao fim da noite nascer.
É assim a pegada que marca cada momento,
Dedo que sangra no espinho e sozinho cicatriza no tempo.

Esse moleque:
Fez no sonho um gigante e sonhou em ser amado
Amou como um amante que honra seu tempo acordado.

E o ponteiro vai descendo, vai subindo em pé e deitado...
Cabelos brancos ao vento, e só o eco faz som de menino.
E o mistério jamais quebrado que quebra o enigma do dia seguinte,
Fala aos ouvidos ouvintes, fala aos ouvidos largados:

- Virão até mim navegantes, virão prostitutas e beatas,
Trazendo ciências exatas e poemas escritos no escuro.
- Todo o absurdo do mundo estará no bolso encurtado,
Queimando por dentro e por fora um corpo jamais sepultado.

Aquele velho sabido que entregou sua ideia ao próximo,
Deixou cicatrizado no ócio bela tatuagem veemente.
Sorriu com todos os dentes agitando a mão como quem vai
E lá na luz com seu pai se fez forte na poesia nascente.

André Anlub®
(15/4/14)

8 de agosto de 2016

Se todas as tulipas fossem negras


Se todas as tulipas fossem negras (André Anlub - 4/6/13) - continuação de “O livro que fez meu cavalo livre”

Meu cavalo nesse momento é livre, porém, ainda com alguns fantasmas. Também há as estradas íngremes que estendem um tapete vermelho para o nada. Agora, as tulipas estavam inteiras, não mais pisadas pelas patas. Brilhantes tulipas, com cores vivas e força para enfrentar a tempestade. O amanhã próximo de letras e tintas, a sina que mudaria o caminhar. Nas mãos, preparados para tocar a alma... Os livros de Emily Dickinson e Sylvia Plath. E as tulipas se tornaram negras ao conhecerem sua história e sua dor; regadas e afogadas pelas flores coloridas que também afogaram junto seu rancor.

E meu cavalo livre...

Hoje tenho novo cavalo. Ele está perto, mas não temos contato. Ele me inspira, traz força e medo - me respeita e impõe respeito. O coração se abre, vejo meu próprio inventário; martírio empoeirado de um achaque guardado e o amor incrustado de um todo imaginário. Hoje a vida é um constante cenário, como o mar que me conhece até mais do que eu mesmo. A moradia na emoção é o botão de liga/desliga da alma incendiária. Pago a diária desse hotel com a locação do meu bordel, com o papel, meus rabiscos e a loucura ponderada.

O cavalos, as tulipas e uma vida
(André Anlub - 7/6/13) - continuação de “Se todas as tulipas fossem negras”

Meu cavalo relinchou por comida, quer algo esquecido e sem fim. Quer banquete farto e antigo, quer minhas loucas iguarias pois já está farto de capim. Meu cavalo veio à minha porta, nessa torta manhã de domingo. Ouvi com delicadeza sua clemência e chorei feito menino. Mais uma vez só vejo as tulipas negras e o verão mergulhado no inverno. O inferno com suas portas abertas badalou os sinos e colocou o capacho de “bem-vindo”. Mas, minha gente amiga... beijo a vida vadia. Deem-me as mãos, me deem guarida, não quero ser julgado, é covardia. Como réu confesso, meu cavalo se vai, some ao longe, pelo canto da estrada. Sua estada é sempre trágica e, como mágica, ressuscita as tulipas.

O livro que fez meu cavalo livre (Parte I)


O livro que fez meu cavalo livre (Parte I - 3/6/13)

A priori... tudo está a contento, e sobrevivi! Lembro-me da vastidão do picadeiro, o cavalo da loucura em galope louco. Nunca se deixa de fazer pouco quando tudo se tem... É você - sempre - em primeiro! Alucinações, parábolas, cogumelos, nos desenhos moravam duendes pras crianças, eram casas... salgados caramelos. Cavalguei sobre o campo de tulipas
amassadas pelas pegadas do cavalo; e na queimada da mata, pelo ralo foram-se alguns anos, pelo corpo farejei meus desenganos. Chorei ao deparar-me com o tempo perdido, e no dito e não dito que ignorei. Com a felicidade tinha perdido o compromisso, e no chumaço do chá de sumiço hoje me achei. Enfim, estacionado o cavalo. Dei banho, água e feno, abri o cercado do terreno e o deixei livre ao regalo.

André Anlub®

7 de agosto de 2016

Falando com nuvens (16/1/14)


Falando com nuvens

Noite passada sonhei com poesia
aquele sonho arranjado de calores misteriosos.
Ao som de uma orquestra as janelas se abriam
e em mil cantorias - pássaros curiosos.

Longe, no alto, algo reluzia
mas não sei o que era, tampouco queria.
Sempre enfoquei seu rosto em tudo
- é de um absurdo - é meu mundo de gosto.

No sonho alagado os caminhos imersos
feito um delírio aos montes, na mente famélica.
Estrelas pratas formavam de tão doces quimeras
e transbordam à vera, e transcorrem os versos.

Fiz de mim um homem pássaro (o passo);
No meu eixo um homem peixe (muito avexo);
No meu mundo, homem comum (o oriundo).

Longe, as nuvens comunicam:
surgirá a estigma do amor sem fim.
Tudo torna-se arquipélago numa única ilha
uma desmesurada esperança que contente habita
fazendo-se amiga e parte de mim.

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.