4 de agosto de 2016

Fui com Dora

Fui com Dora

Comer codorna
(Uns ovinhos)
Na mesa do bar, um chopinho
Ouvindo Bach, Chopin, Vivaldi... 
Viva o dia, viva à noite!
Tudo manso, mero mosaico
E à mesa, o flerte
Na música
De Mozart.
A dois na rede
Me faço breve
E lasco um beijo!
Viva a natureza
Verde que te quero Verdi.

André Anlub® (22/1/14)

Gurufim


Foto: Essa foto fiz para algumas ex-namoradas, dos tempos de adolescente, que diziam que eu não tinha 'pegada'! Mentira, olha ai!

Gurufim 
(André Anlub - 6/5/14)

Principiou-se o gurufim do fim das horas,
E príncipes negros, índios e gurus aplaudem fora.
Já foi tido o caminho com trilhas fáceis
E tão hábeis são ditos sábios ao atravessá-las.

Leram em pergaminhos com preconceitos,
O mito e o medo, a carne e o osso são peças frágeis.
Alguns quiseram viver em museus de idos tempos,
E oprimindo seus inimigos se sentem bravos.

Lá no alto, bem no alto, da mais baixa montanha
Avistaram o ser importante com sandálias velhas.
Descia lento e cantava baixo um antigo mantra,
Sentindo a brisa, notando o novo, suando o samba.

E caem as primeiras gotículas álgidas das chuvas,
De uma nuvem única que bailou com o sol arriscando a luta;
Voaram as aves brancas, negras, pardas e as aves raras,
E ao se verem vivas e ralas – ao se verem importantes e análogas...
Tornaram-se plumas.

3 de agosto de 2016

É como caminhar solitário na China


É como caminhar solitário na China

Comumente aparecem terremotos
Que abalam estruturas e enfraquecem terrenos.
Nas raízes das árvores, o lamento.
Nas artérias e veias, o sangue esquenta.

Há guerreiros e fantasmas internos
Munidos de lanças e espadas
Com a cabeça em redemoinhos
E sentimentos em explosão.

Há vidas passando em lembranças
Que surgem ao fechar dos olhos,
Nos quentes lençóis em frias noites
No fingir do embarcar nos sonhos.

As emoções são rústicos vigias
Que transitam pelas alamedas vazias,
Passando pelos tugúrios de pedras
Com suas luminosas lamparinas.

O lume dos candeeiros
Por dentro dos nevoeiros
Divide com o amor seu fulgor.

Sagrada inspiração 
E o real do imaginário
São sombras no caminhar solitário.

André Anlub®
(3/6/13)

2 de agosto de 2016

[sem título]



Flor de lis, de lírio e lírico

Chegando do silêncio veio como tempestade
E mordia suas ideias
Tirava os laços dos futuros presentes
Mostrava o onipresente
Que ao botar pra fora os dentes
Provava não ser um Oni, enfim:

Nomeada como imperatriz de amores
Que ganha de súbito
Sua coroa, trono e sonho
Se aproximando do súdito
Com suas suntuosas flores.

Ouço você falar em público:
- o que seria mais certo - onde estaria o erro - qual a importância disso

A resposta vem com o ar fecundo 
Quebrando o coeso silencio
Queimando mil brancos lenços
Prevendo o fim dos futuros lamentos.

A resposta bateu de frente
Com seu cheiro de alfazema
Com seu humor de hiena
E interpretação eloquente.

Na tela do cinema da esquina
Já se viu esse filme antigo
De um multicor lírico
Com tons de pura boemia.

Sim, é poesia!
Faz crescer as flores
E nasce nas flores crescidas.

André Anlub
(6/1/13)

Olheiros


Olheiros

Em zigue-zague, cá e lá, tantos olhos nus,
Aguardando a ponta do sol,
Que vai nascer num mote distante
De um lugar nenhum.
Não importa!

Como sossegos que assustam morcegos
Escondidos em cavernas, companheiros dos sentimentos tímidos;

Alma cálida daquela paixão nada passageira,
Derramando na veia, demudando o que corre no corpo
Da sola do pé ao topo
Vinho tinto – vinho do Porto...
Saboreia.

Seu lugar à mesa não está vazio,
É seu disponível - é seu abrigo
Inimigo e amigo do seu espírito
Em plena consciência da compaixão...
Humildade.

Venha fartar-se tão breve
Nessa mesa ou naquela
Na panela de quem se atreve.

Venha sentar-se tão logo
Nesse ou naquele colo
Ou no solo frio do chão.

As torradas estão prontas, saltam da torradeira,
Na hora exata de derreter a manteiga;
O aroma intenso do inexperiente mel
Espalha-se pela mesa
Junto com as tintas de um novo artista
Que os olheiros cobiçam.

André Anlub®
(2/4/14)

31 de julho de 2016

Uma semana iluminada aos amigos


Foi hoje no final da tarde
(André Anlub - 12/6/12)

Correndo pelo campo de tulipas, 
Braços abertos e mãos espalmadas,
Uma leve garoa cai, refrescando meu quente corpo.
Paro de correr e me deliciar com a chuva para pensar em você...
Também paro de escrever,
E nesse escritório sonho acordado com seus lábios.

Pois nada mais interessa nesse momento
Quero rimar amor com prazer...
Tento voltar ao foco da minha escrita,
Seria um romance? – seria poesia?

E no desespero da causa, por mais que a mesma me machuque...
Afogo-me em citações famosas, pois sei que você iria gostar.
Cito Shakespeare, Sartre, até amanhecer.
Choro, como bem sabe que é de costume,
Pois é a única que me entende, me ouve e me lê.

Mas retorno à mesa vazia,
Com as anotações, o charuto e a bebida,
E de saída, sinto como um aperto forte no peito,
Uma insanidade que sussurra ao ouvido...
O lamento e o esvaecer da minha vida.

30 de julho de 2016

Seda pura na pele




Sendo nossas almas transgressivas
Rompemos o cordão de isolamento;
Mas dado esse inusitado momento,
Ficamos com os rostos embasbacados,
Pois apenas trocamos os lados.

Seda pura na pele 

O corpo foi na onda, em suado desejo;
Forte e firme em direção ao sossego;
O medo caminhava longe, descalço e bêbado.
O abraço (prévia do beijo) fez-se ao relento:
Onde mais poderia ser?

O trabalho, mais que merecido, beirava um milagre;
Desenhos firmados e afiados; infortúnios irreais.
Moedas separadas para o possível troco do pão.

Suadas mãos...
Na toada do tempo que diz ainda haver o intento,
Nesse movimento e em todos, para toda criação.

Tintas aquecidas: 
Fervem, borbulham, tremulam, brilham...
Tantas esquecidas, agora ressuscitam.

Por trás (quiçá à frente) dos letargos estão as musas,
Com seus corpos tatuados de desejo e despudor.

São cordeiras com contornos que fascinam,
Preparando os retratos dos fetiches do sonhador.
E posam imponentes, quase nuas, na imaginação...
(As “minhas” na praia – na Indonésia, em Nias)
Apenas com a peça de seda pura de paixão.

André Anlub

29 de julho de 2016

[Extra, extra..]

Amigos, boa tarde. Uma ótima notícia:
Sinto-me extremamente honrado por ter sido escolhido e convidado pela Darda Editora para lançar um livro de poesias em parceria com eles. Obrigado amigos Darda, em festa por aqui com tamanho prestígio.

Dos Fetiches


Dos Fetiches
(André Anlub - 4/4/12)

E foi assim:
- Posso passar as manhãs de domingo com você?
Faço a massa de pão com alho que você adora;
Faço suco de acerola da nossa árvore do quintal.

- Pensei em assistirmos aquele filme do cachorro...
Aquele que você sempre chora!
Confesso que em mim desce a lágrima no final. 

Podemos, após o filme,
Nos beijarmos em ventania...
Mas amor faremos serenamente,
Orquestrando nova sinfonia
Na varanda sob a lua crescente.

Em seguida tomaremos um delirante banho quente,
Quiçá na Jacuzzi,
Com aromatizantes e ervas calmantes
E “Only time” da Enya - fundo musical...

Agora apenas a luz de velas...
Podemos novamente fazer amor,
Com mais paixão.

As espumas na água formam desenhos;
A luz do ambiente compõe,
De forma majestosa, o cenário.

E as mãos, e as mãos? Outra hora!
E é assim:

Quando tudo acabar poderemos prosear...
Perguntarei o seu nome
E seus gostos e preferências;

Perguntarei se hoje fui o seu homem...
As suas andanças,
Sua profissão e reticências.

E por fim, nos dedos vazios...
Colocaremos novamente as alianças.

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.