3 de junho de 2016

As velas acesas e as chamas apagadas


As velas acesas e as chamas apagadas
Madrugada de 22 de maio de 2015

Noite sabotadora. Bocas falantes que nada dizem atrás de um vidro falso que em breve o apagarei. Espadas reluzentes e sombras de guerreiros antigos duelam ao não sei o que, briga por não sei quem. Deve ser pela tal da esperança. Abomináveis os serem que caçoam da simplicidade dos outros, dando-lhes alcunhas fúteis e pejorativas, com pitadas de um deboche piegas de quinta para uma noite escura e fria de quinta. Talvez eu seja herdeiro do dom de poetar; muitos já disseram isso. Mas esse não é problema; o problema é eu não me importar com títulos. Ainda engatinhando, confesso, mas já aprendi o mais importante nesse caminho: humildade. Não somos melhores que ninguém e não pretendemos ser; se caso fossemos não assumiríamos tampouco abraçaríamos a arrogância que nos tenta. Palavras voam e somem; homens ficam (ou nem sempre); amigos ficam (ou nem sempre); parceiros ficam (ou nem sempre)... mas o caso é que as palavras sempre se vão... E o que pode valer mais do que quem está ao seu lado como fiel escudeiro, como amigo verdadeiro, quem é dos males o coveiro e o leitor fiel e assíduo de seus rabiscos? Nem mais uma palavra.
Segure minha mão e sinta minha pulsação, fortíssima. Ao seu lado suo, tremo, sinto-me como quem vai adoecer, sinto medo e coragem, paradoxo em combate dentro do meu Eu. Quero sua ajuda, seu cafuné – seu café – tudo seu. Deite-se comigo esta noite, me esquente e me aguente o tempo que for. Farei o mesmo a você. Hoje e sempre. Nosso leito está arrumado com lençóis de seda pura, travesseiros de penas de ganso e uma pequena luz fraca na cabeceira. Tudo mentira! Bem, a luz não... Cobertas de pelos de leopardo esquentam muito. A lareira está acessa e caso queira aumento o fogo (sem trocadilhos). As velas estão acessas e chamas balançam tortas com o vento frio que entra pela fresta da porta. Minha cabeça entorta e meus olhos saltam assustados com a imagem que vejo. O imaculado. Onde está você? Não o corpo de carne e osso, mas sim a sua alma que com a minha fervilhava ao som do silêncio.

André Anlub

2 de junho de 2016

E vai vendo...


Ode ao Louco varrendo (28/6/12)

Sente na carne o estrago que a trincheira do corpo deixa passar; flecha que não era bem-quista – disritmia foi-se a bailar. Casco inquebrável, por vezes tentado a traições. Entre o espírito luzidio e a aura, há um fulgor de Foucault mais forte; persevera a bondade do antes e do agora – ser altruísta de cumplicidade afortunada e contínua. Mostra com clareza, destreza e simploriamente os “nortes”. A altivez tem tratamento (seja por vezes até o suicídio), segurando forte em uma mão a vida moribunda e na outra mão a morte (acalento que soa sem perigo). Suspenso pelo pescoço, com as canelas ao vento, no abismo vê-se de culpa isento (dor e remorso). Dimanem sacrifícios? – Não, chega de ignorância! É um louco varrendo...

II
Caminhamos como poetas novos, largando a soberba, o estorvo, no fluxo de um novo povo e nosso suor que não amarga. O alvo é claramente certo, de peito escancaradamente aberto, o coração de um bardo onde o esquecimento é adaga.

III
Um pesadelo muito incomum, andando no terreno do capeta, não existia uma só letra, sem poesia, sem alento; tentava achar rimas corretas, palavras abertas voando sem vento sem dono... um tormento para o poeta, Rei sem Rainha e trono. Os pensamentos não se encaixavam, quebra cabeça faltando peça, uma remessa de contra tempo, um contra tempo sem muita pressa. Mas logo me vi de olhos abertos e muito espertos de inspiração; não quero mais sonhos incertos, quero viver plena imaginação.

O ser notívago

Essa metafórica escuridão
Saiu do incoerente ostracismo,
Viu a luz do dia e subiu
Até a nuvem mais supina;
Fez vigília
Até que do nada resolveu
Tornar-se arco-íris.

O ser notívago
(André Anlub - 22/8/11)

Avenidas vazias,
Mãos e contramãos de molambos.

Pelos mausoléus de fantasmas,
Passam colecionadores de isqueiros inúteis:
- catando lixos e latas e vidas ocas.

Sem pressa, arrastando corrente,
Levando seu corpo moribundo.
Andam se esquivando de nada
E balançando ao vento.

Ao som de motores noturnos
E a luz dos postes e faróis
Que muitas vezes os remetem
À uma vida de festas...

De uma existência regada a drogas
Que foram trocadas por alento e sexo.

Expectativas são contratempos de eras
E momentos que não passam.

Das bocas as mais puras conjecturas,
Dos olhos as bulas de remédios de leituras.

Desenfeitam qualquer paisagem
Enfeiam o que de pior que há.

Na fantasia de um deles:
- um pássaro de bela penugem.

O canto:
- variação de tenor e gênero lírico e sublime delírio.

Com o toque de um panorama
O inverno senta na primeira fila.

Não existem sapatos,
Pisa descalço em uma linda grama verde.

Entre seus farrapos e uma velha esteira
Acabou o artefato, passou a loucura...
Chega enfim o “canto” de uma britadeira.

1 de junho de 2016

Armageddon II



Armageddon II
(André Anlub - 7/4/13)

Caçadores de cobiças e amores perdidos,
Senhores dos seus projetos de ações duvidosas,
Jardineiro na ufania das flores de cera de ouvido,
Decifram a nostalgia de ocorrências rigorosas.

Lenhadores brutamontes, bruta montes
Com os seus machados cegos,
Filhos de escravas negras com índios...

São negros ou brancos, francos
Com seus olhos claros de guerra,
Sem ego, mas com a ganância de buscar o infinito.

Se a chuva de meteoros chegar em má hora
E quatro cavaleiros lhe derem guarida,
Com parcimônia de quem cultiva passiflora,
Empunha a espada, dá meia volta e procura saída.

Vivendo em um singelo passado do agora:
- é o azul que faz fronteira com um feio absurdo.

Os vieses que ecoam aos ouvidos de muitos,
Aquecem como o nome de Nossa Senhora.

Ótima tarde de quarta!

Um pouco de André Anlub - Autor de 5 livros, coautor em quase 70 livros em papel e 20 em e-book • Livros solos em papel: 'Poeteideser' de 2009 • Trilogia Poética: 'Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos' de 2014 • Em março de 2015 lançou 'Puro Osso - duzentos escritos de paixão', em maio o livro de duetos: 'A Luz e o Diamante' e em dezembro de 2015 o livro em trio: 'ABC tríade poética' • Pretenso artista plástico com tela no MAC do Senhor do Bonfim na Bahia • Menção Honrosa no 2° e 4° Concurso Literário Pague Menos e no I Prêmio Mar de Letras (com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil) • Títulos de Participação Especial 2014, Talento Poético 2015, Destaque Especial 2015 e revisor, jurado e coautor no Tomo IX de Poesias Encantadas, no projeto homônimo • Membro imortal da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba Grande (RJ) e membro correspondente das Academias de Letras da Bahia, São Paulo, Goiás e do Núcleo Acadêmico de Letras e Artes de Lisboa (PT) • Membro N°55, escritor e conselheiro da Associação Cultural Poemas à Flor da Pele (RS) • Elo escritor da Elos Literários • Medalha Personalidade 2013 (ArtPop), Excelência e Qualidade 2014 (Braslider) e Láurea Maestro Wilson Fonseca 2015 (ALuBra) • Autodidata nas artes, escritor, entusiasta pela vida, um quase poète maudit e bon vivant; pessoa simples na vida e complexo no si próprio; não está à venda ao Sistema, pois não aceita ser trem e voa.

Dá-lhe vida!

Meeeeedddddoooo!

Nossos Litígios

Pelos nossos próprios litígios
Tentei organizar nossas vidas,
Apagando insensatos vestígios
E acendendo e excedendo as saídas.

No doce ninho que mesmo em sonho,
Onde criamos rebanhos, rebentos,
Em águas límpidas que fazem o banho,
Depurando em epítome nossos momentos.

Amontoando em vocábulos incertos
Vejo e escrevo em linhas tortas, n'alma.
Optando por esse amor na justa calma,
Nas brigas que expulsam demônios e espectros.

Mas na sensatez do amor verdadeiro,
Vi-me lisonjeado por ser o primeiro...
O real, fiel e o ardente.
Sou o qual lhe agarra a unhas e dentes,
Sendo o mais perfeito da paixão mensageiro.

Mesmo se somassem todos os números e datas,
Secassem todas as águas do planeta,
Encharcando sua face que no ápice da tormenta,
Sempre responde com lisura imediata.

O ardor do âmago do seu ser 
Acabou escrevendo minhas linhas, 
Nesse bem querer de minhas rinhas,
Só, e mesmo cego, posso lhe ver.


Manhã de 20 de abril de 2015 (com o pé na estrada, no estado e no estribo)

Já de praxe: meu maracujá gelado e a impressão de algo largo longo lerdo no ar. Ser leigo nas conclusões não é algo estranho? não, nem tanto! Cobiço sempre os pingos nos “is”, e até levo desaforo para casa... Mas sabendo e admitindo que esteja levando. 
Sou absolutamente parcial e gosto de ter conceitos sobre tudo... Mas sabendo que os mesmos podem mudar, admitindo e procurando acertar (caso esteja errado).
“Isso” ou o “aquilo” são coisas corriqueiras; mas nada é corriqueiro quando se vive o momento. Há algo no ar: talvez seja somente ar mesmo; talvez seja poluição; talvez seja um cheiro doce que ficou na memória; talvez o cheiro de comunhão, velas acesas e... Esses “trens” (sendo mineiro). Vou comer um queijo com doce de leite e goiabada, beber uma cachaça e volto. Há algo no ar: não é algo comum, extra comum, é algo turvo, fora de foco que necessita acabamento... Mas sem martírio! Fiz juramento de arrumá-lo, deixa-lo tinindo (seja lá o que for). Em dado momento a brisa invade a sala e sinto o odor de flor de lírio. Voltei de bucho cheio e com duas talagadas de cachaça na cachola. Joguei a moeda ao alto, escolhi “cara”; e foi assim: bateu no chão, rodou, rodou, rodou... Andou um pouco e caiu no vão da pedra. Peguei a lanterna e fui ver ao menos o que havia dado; e foi assim: bateu a luz nela e nada! Agora é algo comum que me tira a atenção e vai na contramão do desejo; agora é pão sem queijo, sexo sem beijo e desconstrução da ação. Fui pegar um imã, uma corda e acabar com o imbróglio... Resgatei a moeda, mas no ínterim do resgate – viagem – volta –, ela rodopiou na linha... Jamais saberei o que deu. Então, se não sei se perdi ou ganhei: é empate.

André Anlub

31 de maio de 2016

¡Por supuesto!


Imagem acima: O fotógrafo CJ Kale esperou quase 5 anos pelas condições de fazer essa foto, depois de 3 dias nadando em uma água de 110 graus com lava e vidros vulcânicos no Havaí.


¡Por supuesto!
(Madrugada de 16 de julho de 2015)

Não costumo ter dor de cabeça, na verdade é muito raro, conto nos dedos nos meus quarenta e cinco anos de vida as vezes que a cachola doeu – e não é o caso ao traçar essas linhas -, mas se tem uma coisa que tenta me alocar um dodói na cuca é o tal de “papo cabeça”, papo intelectual banal, nada flexível, que só tem como objetivo a defesa incondicional e bestial das opiniões dos interlocutores. Vejo gente com papo furado, furando cabeças; mas também vejo gente com fino trato, sem a cabeça rente, e sim de frente na obrigação de alçar o papo “gente”. Ontem o vilão era o tomate, hoje é a cebola; não há ideia mais tola do que a verdade absoluta, do ritual do falar uníssono... De repente a mentira absoluta consegue ser ainda menos fútil! As coisas mudam, e em tempo, e no tempo certo, todos mudam alguns ideais. Nada mais natural que quem odeia ser rotulado, quem odeia nadar a favor da corrente, quem é pensante, poeta, filósofo; quem é astrólogo do seu próprio tempo tenta odiar/amar as cebolas e odiar/amar os tomates (pois o paladar não muda) em momentos que não são os momentos. O papo cabeça vai além do comentário incoerente, pois toda a razão, todo o discernimento, muitas vezes está claro, entendido e óbvio... mas só para quem o diz. São tantas as interpretações que só em cinco minutos pode-se filosofar em alemão e em mais três línguas. Lá está indo a madrugada, meu sono amigo me abandona, de agora é encarar a estrada um pouco mais fraco, mas bem resolvido. Braço cansado dos talhos que fiz no tronco de Acácia; olhos pesados pela noite pouco dormida; cães latindo, uma gripe querendo chegar – mal vinda –. O dia vem vindo e com ele a esperança da energia renovada, da saudade resolvida e de um dia mais ameno – ida ao mercado, peixe cozido e salada fria. Não procuro nada que não sejam imprevistos – falo isso dos eventos juntos com as minhas rotinas. Agora são como anjos sem asas – coisas do tipo; eu topo qualquer parada, mas, meus Deuses, parem desse “mais nada” – é deveras raso -, parem de ameaçar os outros com seus silêncios e marasmos. O claro apareceu petulante, deu sinal de vida, meio sem jeito, meio mínguo. O claro trouxe alguns segredos que acendem em estalos, expõe emoções encrustadas e descasca a casca de um ser feliz asilado, exilado e assanhado (e exagerado, por que não?). O que não era assim tão bom continua assim não tão ruim; há algo ótimo para ser emoldurado, mas não gostei da moldura... achei quadrada. É papo cabeça? Brasa mora! É pipa cabreira? Passa o cerol! Vou rumo ao café quente, abrindo as cortinas da vida e deixando o corpo voar... fui.

André Anlub

30 de maio de 2016

Etílico silêncio


Etílico silêncio
(André Anlub - 2/2/12)

Meus silêncios são pendentes dos seus,
Gritam sem som enquanto você não volta.
(as voltas pelos bares, garrafas, copos).

Espero-lhe... 
Madrugadas, mágoas e salmos. 

Minhas revoltas,
Andando pela casa
Marcando o carpete
E os olhos de águas...

Socando pontas de facas
Lembrando-me de épocas.

Amo você... 
Quero-lhe como era 
(abstêmio e calmo).

Sua vida é falência e desgosto,
Pelo menos agora,
Nostalgia desarrumada,
Procurando encosto e gastando saliva. 

E na relva brotam palavras ao vento;
Declama poesia mas não sonha com mais nada. 

Muitos silêncios se atrelam
Aos de nossos rebentos,
Sons de vários momentos
Que por dentro se abafam.

E os mesmos por vários meses e anos 
Falam muito mais que um mar de palavras.

Conquistas dificilmente
Funcionam quando se vai muito além
E extrapola o momento;
Há de se ter bom senso
E dar tempo ao amoldamento.

Pensamento nada vago


Pensamento nada vago

As causas principais de alguns gritos atualmente são justamente o combate ao patriarcado, ao machismo intrínseco e muitas vezes explícito, e a visão de domínio dos homens no mercado de trabalho. Tenho total propriedade dessa visão (pelo menos acho), pois já desconstruí minha vil machidão de criação, e atualmente admito cada passo à frente dado por essas lutadoras até o momento. Até ai tudo bem (para mim); mesmo porque elas não necessitam de minha admissão em nada (tenho plena consciência disso). Ao ver/ler algumas pessoas não querendo a cumplicidade, quiçá o “dedão de positivo” em riste e, muitas vezes, sequer a presença masculina nas lutas, chego a uma triste bifurcação: ¿ já que sou excluído devo simplesmente continuar vivendo minha vida tratando todos com respeito e sem discriminação, sendo um homem que acerta e erra muito, tem visão e cabeça amplas, aceita as qualidades e defeitos alheios... mas mesmo assim ter que olhar com indiferença para uma certa causa? – Ou devo procurar outro movimento, com menos radicalismos, com mais flexibilidade (não na luta), em que me encaixe, seja aceito e possa contribuir? Tenho como princípio a comprovação de que toda ajuda é valida. Muitos homens acordam tendo que provar sua masculinidade ao longo do dia; foram criados assim e sequer sabem que são machistas, "apenas" vivem, regam – semeiam, repassam e ecoam o machismo. Quando se tira o homem da luta, tira-se também a possibilidade dele desconstruir esse pensamento atrasado e atravancado; tira-se dele a possibilidade de mostrar o caminho aos amigos, aos filhos e afins, e mostrar/admitir/repassar que há como coexistir sem oprimir e ser oprimido. 

André Anlub

29 de maio de 2016

Sonhei com o Tibet

A tal da saudade
(André Anlub - 12/2/11)

De todos os sons
Nada mais valia;
Meu rock, meu jazz,
O doce do blues,
Nem qualquer feitiçaria.
Minha cara metade,
Cálida mulher,
Jardim de vida:
Ação – amor – afeição,
Motor propulsor
E motivação...
Fiel agasalho – elixir,
Sua voz é pronuncia,
Mel – música,
Que não canso de ouvir.

Sonhei com o Tibet
(André Anlub - 30/3/13)

Por vezes penso em puxar a tomada,
Desligar-me de tudo,
Raspar a cabeça,
Limpar a consciência
E ir atrás da paz interior.

Sonhei com o Tibet!
E pra quebrar o tabu,
Sem quebrar a tíbia:
Vou tocar tuba, dentro de uma taba,
Deitado em uma tumba.
Descansando aqui no meu banco de pedra
Iluminado pela lua cheia
Que disputa importância com o poste de luz...

Novamente, bloco e caneta nas mãos
E um pouquinho de inspiração.

Tenho a sensação estranha
De estar tendo uma experiência
Tipo extracorpóreo.

Os cães latem ao longe
E pra longe se desloca meu pensamento...
Logo logo eu volto. (pelo menos a carcaça)

A vida pode ser farpa entre unha e carne
Um bambu que se enverga com o vento que varre
Ou estrelas que brigam com o raiar de um dia.

Encontra-se num orbe longínquo,
Meu ego prófugo e inútil,
Degredado pela poesia,
Encalçado pela humildade,
Pois sendo maior de idade,
Bateu em retirada
Ferido e cansado da vida.

Excelente domingo!

O Spotify declarou o seu apoio à campanha #EstuproNãoÉCulpaDaVítima e lançou essa playlist. 

Leia o título das músicas na ordem e entenda a mensagem!

28 de maio de 2016

Ótima tarde!




Sonhos de madeira - Sonhos envergados como bambu, enigmas do cérebro, guri e pião; momentos que se quebram em compasso. Sonhos - tempos elusivos; loucos, parcos e incisivos... rasgo na normalidade; despenca do penhasco e nunca toca o chão. No mar revolto e escuro, em um barco ou não, fugindo do medo e das grandes ondas que surgem. Correndo e preso na inércia, selvas de matos fechados, chão de galhos molhados em cenários de árvores que pungem. Sou ser de reflexão sonhando acordado, queimando lenhas das madeiras de lei e esculpindo lendas das maneiras que sei. Sei que somos todos – em sonhos – filhos de carpinteiro.

Nossos Olhos (haja idiossincrasia)


Nossos Olhos (haja idiossincrasia)

Nossos olhos em trocas - Na prévia sem privo. Vai os braços em direção aos contornos do corpo; toda a beleza; sobem, descem, revezam-se e em uma dança dionisíaca se sentem sortudos... E são! Velhos tempos de conquistas, novos tempos de colheitas... sujas e limpas mãos! Ontem mel de abelha, hoje doce de melado... E a colmeia ilesa. A fruta no pé - pé descalço no chão; céu azul como outro dia, dia com a ‘cuca fria’, chá quente, cheiro de pão. Havia mais na procura, deixamos assim pois assim está perfeito; cheiros instigantes, drinks elaborados e a observação de casais à beira mar... Enamorados. Lua em breve ilustrará o cenário, deixará seu brilho nos amores, nas areias e no mar... E, quiçá, aos nossos olhos incendeia. (Tragam vozes e resmas, versos e temas, porque meu amor pela praia passeia; na orelha uma açucena, emoção é plena, o coração está sereno e o olhar está sereia.)

Ótimo sabadão


Acontece uma descontrolada mandinga
Que o mundo se apega.
É doideira querer que o bicho pegue,
E ele pega...
Agora se espera não mais,
Nunca mais,

Sentir o corpo rua abaixo descer.

Armageddon
(André Anlub - 3/4/09)

Nunca um céu se fez de feio,
Nunca houve uma cor de fogo.

Muitos galopes se ouviam à distância,
Eram quatro homens ao todo.

Ventos fortes surgiram num estalo,
Tsunamis do além.

O mundo esvaindo-se para o ralo,
Uns orando para outrem.

O pecado vindo à tona,
Abandono dos vinténs.

Correria, fogo e ferro,
Almas perdidas vagueiam.
Feridas se abrem
E o belo se faz feio.

A tristeza que invade,
O fim não está próximo
Já chegou e fez moradia.

O dia não mais existe...
Faces de melancolia.

Cães sem dono vagando nos destroços,
Idosos tentando se equilibrar.
Pessoas fazendo menções aos mortos
E cogumelos de podridão a brotar.

Uns saqueavam o comércio,
Outros deixavam para lá.

Olhos ficando cegos,
Elos a se quebrar.

Todos no mundo são réus,
A bola se partindo em duas;
Os cavaleiros sorrindo no céu,
Sempre acha quem procura.

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.