21 de abril de 2016

Várias cores formam você



As gaiolas se abriram, voam os pássaros rumo à vida.
Falham as bombas, e pombas de branco se pintam.
O mundo esquece seu eixo, gira em toda direção,
E pira sem nenhum desleixo, sem a menor ambição.



A lua olha por todos os lados, 
chora por quaisquer dores, 
explica a atual loucura de não mais existir o pecado, 
e nascer cada vez mais pecadores.

Várias cores formam você      
(André Anlub - 3/2/09)

No desígnio perfeito do amor
Sempre calmo – sempre esperto,
Com sua presença por perto
Nunca frio dum eterno calor.

Seus olhos o céu, rosa da sua boca,
Corpo de louca e cabelo o véu.

Mãos de plumas quando tocam,
Caminhar estonteante,
Brilham num estante 
No meu coração de amante.

Magia das palavras que diz... (sabe o que dizer)
Consegue breve o querer, meu coração sempre a quis:

- Seus cabelos pretos brilham
- Sua pele branca reflete
- Seus olhos castanhos enobrecem.

Sua boca rosa de veludo
(nossa! não canso de comparar)
Admirável narizinho pontudo.

Um queixo, lindo, um beijo e um pescoço macio,
Visível corpo sadio fez-me gostar mais de você.

Suas mãos macias, maças, (novamente comparando)
Escrevem cartas de amor
Que dizem coisas bonitas,
Muitas vezes escritas num momento de dor.

Toca-me, faz um carinho,
Nunca me esqueça sozinho...
Sua sombra no meu caminho
Uma abelha pousa na flor...

E em tal flor não tem espinho,
Nunca estou abandonado,
Apenas ligeiramente apavorado
Como um filhote no ninho.

Segue a vida...

Prince morre aos 57 anos
Polícia faz investigação na casa do cantor em sua casa em Minnesota, EUA.
Assessor e familiar confirmaram a morte do astro pop nesta quinta-feira (21).



20 de abril de 2016

Vara de marmelo



Vara de marmelo
(André Anlub - 26/5/12)

Cabo de jatobá e madrepérola,
Cabeça dura como aço forjado.
Leve semelhança com pequeno cajado,
Segmento da mão do juiz que decide destinos...
Martelo algoz de almas.

Colheu o fruto da semente plantada
Na terra sagrada do tempo,
Árvore de força e poesia de Dante
Sem sombra negra rondando os ninhos.

Pela ordem e lei dos homens,
Pela força das cruéis máquinas,
Cai ao chão ao piscar dos olhos
A gigante árvore centenária.

Uma variante má, um Davi moderno,
Derrubando e devastando florestas,
Outrora nanica criança espúria
Que tomava surra com vara de marmelo.

19 de abril de 2016

Dia do Índio


Princípio e fim (André Anlub)
– sim, é poesia! faz crescer as flores, e nasce nas flores crescidas.

Percebem-se as letras ao vento, fermento dos versos no intento;
Na mescla que move à fantasia – lamúria e luxúria dos dias.
Diga-se de passagem: a paisagem pairou na barriga dele (grávido),
Pariu na paragem mais certa e reta – cerne que outrora tardia.

Faz-se poesia – fez-se cria – faz-se o poeta (ávido),
Criou-se a meta na metalinguagem em espectros.
Assombrando os muitos herméticos heréticos espertos
E espetando os pedantes pedintes descalços moleques.

Ao céu o seu mais lindo e redondo sol brilhante (enérgico),
Diamante dos dotes de deuses de doutrinas de histórias;
Ao léu as asas cresceram, veio no veio inspiração/sorrisos,
Ao velho ao novo ao menino – porta de início de índio de íngreme.

Prepara-se o leito quente – seio da mãe – leite materno,
Cobiçando o menino vadio, forte e inteligente (frenético),
As letras são o “norte”, coreógrafas convidando ao passeio (imagético),
Sem freio, meio – principio – confins sem fim... no íntimo eterno.



O Rio Tapajós possui um leito de águas verde-azuladas que dá forma a praias e cachoeiras, no meio da Amazônia. Um verdadeiro paraíso que está ameaçado. O governo quer construir uma barragem que comprometerá tudo na região. Assine a petição e vamos juntos manter o #TapajósVivo - Clique aqui:  Tapajós Vivo

18 de abril de 2016

Morrem as abobrinhas



Morrem as abobrinhas 
(André Anlub - 3/8/13)

Venha, chegue mais perto,
Quero sentir seu hálito delicado e forte
(sopro de amor).
Agora chegue ainda mais perto e cole seu nariz no meu.

Quero entrar nos seus olhos, no mar infinito
E no universo negro e mágico
Onde tento ver o meu rosto.
Digo em alto e bom som:
Como é bom, quero sempre fazer parte dessa história (é salutar); mas periga ser um vício.

É no início, na essência, onde bulo e reviro a memória, vejo que nessa guerra vale a pena lutar.
Ninguém vai nos dizer o que devemos fazer,
Nunca mais... (não, não)!

Com o certo ou o errado deles:
(dos ralos - dos reles)  limpamos o chão.

Acabaram-se as abobrinhas nas nossas mentes,
Nem se falarem hipoteticamente
Só verei as bocas mexendo (sem som).

Agora há o costume de seguir o próprio caminho, escolher as partes, pontes e portas, ficar frente a frente com o vendaval; agora há o ensejo para fazer tudo sem o aval alheio, sem olheiro, outeiro ou umbigo, abraçar o amigo, abalroar o inimigo, sem frase feita ou sorriso banal.

17 de abril de 2016

Ótimo domingo!


Uns tem sujeira no umbigo, outros um piercing e alguns uma hérnia... Mas tem aquele que tem um Rei claustrofóbico com síndrome de Estocolmo. 

O livro que fez meu cavalo livre - parte I (3/6/13)

A priori...
Tudo está a contento, e sobrevivi!
Lembro-me da vastidão do picadeiro,
O cavalo da loucura em galope louco.
Nunca se deixa de fazer pouco
Quando tudo se tem...
É você em primeiro!
Alucinações, parábolas, cogumelos,
Nos desenhos, moravam duendes,
Pras crianças, eram casas...
Salgados caramelos.
Cavalguei sobre o campo de tulipas
Amassadas pelas pegadas do cavalo.
E na queimada da mata...
Pelo ralo foram-se alguns anos,
Pelo corpo farejei meus desenganos.
Chorei ao deparar-me com o tempo perdido
E no dito e não dito que ignorei.
Com a felicidade tinha perdido o compromisso
E no chumaço do chá de sumiço, 
Hoje me achei.
Enfim, estacionado o cavalo,
Dei banho, água e feno,
Abri o cercado do terreno
E o deixei livre ao regalo.

Se todas as tulipas fossem negras - parte II (4/6/13) 

Meu cavalo nesse momento é livre,
Porém, ainda com alguns fantasmas.
Também há as estradas íngremes
Que estendem um tapete vermelho para o nada.
Agora as tulipas estavam inteiras,
Não mais pisadas pelas patas.
Brilhantes tulipas, com cores vivas
E força para enfrentar a tempestade.
O amanhã próximo de letras e tintas:
A sina que mudaria o caminhar.
Nas mãos, preparados para tocar a alma:
Os livros de Emily Dickinson e Sylvia Plath.
E as tulipas se tornaram negras
Ao conhecerem sua história e sua dor.
Regadas e afogadas pelas flores coloridas
Que também afogaram junto seu rancor.

E meu cavalo livre...

Hoje tenho novo cavalo,
Ele está perto, mas não temos contato.
Ele me inspira, traz força e medo,
Me respeita e impõe respeito.
O coração se abre, vejo meu próprio inventário...
Martírio empoeirado de um achaque guardado
E o amor incrustado de um todo imaginário.
Hoje a vida é um constante cenário,
Como o mar que me conhece
Até mais do que eu mesmo.
A moradia na emoção 
É o botão da alma incendiária.
Pago a diária desse hotel
Com a locação do meu bordel,
Com o papel, meus rabiscos
E a loucura ponderada.

Os cavalos, as tulipas e uma vida - parte III (7/6/13) 

Meu cavalo relinchou por comida,
Quer algo esquecido e sem fim.
Quer banquete farto e antigo,
Quer minhas loucas iguarias,
Pois já está farto de capim.
Meu cavalo veio à minha porta
Nessa torta manhã de domingo.
Ouvi com delicadeza sua clemência
E chorei feito menino.
Mais uma vez só vejo as tulipas negras
E o verão mergulhado no inverno.
O inferno com suas portas abertas,
Badalou os sinos
E colocou o capacho escrito: “bem-vindo”.
Mas, minha gente amiga...
Beijo a vida vadia.
Deem-me as mãos, me deem guarida,
Não quero ser julgado. (é covardia)
Como réu confesso, meu cavalo se vai,
Some ao longe, pelo canto da estrada.
Sua estada é sempre trágica

E, como mágica, ressuscita as tulipas.

Anti-herói filósofo

Meu livro na vitrine da Nobel de Juazeiro do Norte (Jan/2010)

Anti-herói filósofo       
(André Anlub - 2/1/13)

Não me acostumo a recear paixões,
Em qualquer esfera.
Já com meus quarenta e poucos anos,
Afortunado, burro de carga
Nos caminhos da vida
Em estradas esburacadas,
Dias nublados, na fome, na sede e na imaginação.
Será que sou anti-herói filósofo?
- Que tem a cabeça dura de pedra,
De frágil esteatito.
- Que tem perigosa peçonha
E usa para criar o antídoto.
- Que tem o coração guardado 
A sete ou oito chaves...
Mas deu cópia aos amigos.
A meu ver o amor foi descoberto
Na era Cenozoica, período Quaternário.

Perdidos, corações de artistas, traçados rupestres,
Ecos de pesares nas paredes das cavernas
E nas mentes apaixonadas.

16 de abril de 2016

Ponderações


Ponderações:
A cobiça gasta seu tempo e cansa seus olhos, pois os deixam perdidos em um frenesi baldio. A impunidade é como um patrono para a contravenção: apoia – encobre – estimula; a lei e seu longo braço ficam sem a mão: impotente – descrente – nula. Ao ver teu choro da fumaça danada, senti-me com uma facada, uma dor aguda nos ossos, na alma e no peito; nos olhos as pupilas dilatam, e na lata a vermelhidão do sem jeito... pela carência do ar da armada e a dúbia imposição do respeito.

A admiração equivocadamente confundida por paixão, nascida da idolatria pelo trabalho – pela arte de alguém –, cria uma projeção de perfeição ao ‘amado’ e esculpe às cegas algo inatingível até para as almas mais bondosas do planeta. O amor verdadeiro costuma ser o inverso – às claras –; é conhecer os alicerces e os escombros de alguém que já foi, é, ou pode ser algo belo e sólido.

Ótimo final de tarde...


Olheiros (2/4/14)

Em ziguezague, cá e lá, tantos olhos nus aguardando a ponta do sol que vai nascer num mote distante... de um lugar nenhum... não importa! Como sossegos que assustam morcegos escondidos em cavernas, companheiros dos sentimentos tímidos; alma cálida daquela paixão nada passageira, derramando na veia, demudando o que corre no corpo. Da sola do pé ao topo: vinho tinto - vinho do Porto. Saboreia. Seu lugar à mesa não está vazio, é seu disponível - é seu abrigo. Inimigo e amigo do seu espírito, em plena consciência da compaixão... humildade. Venha fartar-se tão breve, nessa mesa ou naquela, na panela de quem se atreve. Venha sentar-se tão logo, nesse ou naquele colo, ou no solo frio do chão.
As torradas estão prontas, saltam da torradeira na hora exata de derreter; a manteiga; o aroma intenso do inexperiente mel, espalha-se pela mesa, junto com as tintas de um novo artista que os olheiros cobiçam.

Excelente sábado


A admiração equivocadamente confundida por paixão, nascida da idolatria pelo trabalho – pela arte de alguém –, cria uma projeção de perfeição ao ‘amado’ e esculpe às cegas algo inatingível até para as almas mais bondosas do planeta. O amor verdadeiro costuma ser o inverso – às claras –; é conhecer os alicerces e os escombros de alguém que já foi, é, ou pode ser algo belo e sólido.

André Anlub

15 de abril de 2016

Ponderações


É um sujeito que gosta tanto de copiar os outros que até suas ideias são de Jerico.

Dependendo do ponto de vista, as manchas da vida 
Não fazem vento, fazem brisa.

Abrigo-me com humildade num ninho,
Aprendo a voar como águia, 
Correr como água e seguir o meu guia.

Até mesmo os artistas porcalhões
Não deixam jamais sua arte de lado:
Preferem lugares com clima úmido
Para esculpirem melhor suas melecas.

Lembra? vale ressaltar: até se derramam as tintas;
Até se misturam as cores;
Até não se pintam amores...
Mas a tinta não pode acabar.

Haverá um menino e tornar-se-á bem sabido,
Verá tudo se repetindo:
Sorridente - indiferente
E a alcunha de sobrevivente,
Sentará feliz lá na praça
Jogando milhos às garças.

Mudei de século, moldei o crédulo
E passei a sonhar com as Valquírias.
Vi um mundo sem máscaras,
Sem muita diplomacia.

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.