3 de março de 2016

O Sertão vai virar Céu


O Sertão vai virar Céu
(André Anlub - 13/3/11)

Com os pés na terra ele se sente em casa,
Enxada na mão, sol como irmão.

Na fome, sede, cedo e na raça,
Dá bom dia pra cactos - filho do sertão.

Na luz do lampião lê histórias de Lampião.
No chão rachado, passado e presente na guerra.

Sabedoria lhe dizendo: sempre alcança quem espera.
Massa de gente pobre que nem sempre luta em vão.

Enquanto descansa pouco, pouco ganha pão.
Alguns calangos o observam - outros vão para o fogo.

Assim se vai levando, dia sim sem dia não...
Não se pode dar ao luxo de perder esse jogo.

Nessa vida em aberto, todos os dias são incertos,
No milho na cana, na cana ardente e rapadura.

Muitos pés descalços na chuva de insetos,
Tendo a garra, fé e solidão como armaduras.

2 de março de 2016

Breu da madrugada


Breu da madrugada
(André Anlub- 1/3/11)

Segue-me nos segundos
Dentro do casco, no coração.
Até mesmo na alma cálida
Por que não?

Como música cadenciada
Mas sem compromisso:
Talvez um jazz.

Desenhando meus passos
Indicando a direção:
Indo além.

Deliberando os sentimentos
E minhas paixões:
Por onde e com quem - decidindo os espaços.

Diferencia o mal e o bem,
Arma-me com espada forjada
Na fidelidade do mais puro e raro aço.

É regra que quer ser quebrada
No mar, é feixe de luz desviada.

E do nada...

Forma um arco-íris mais belo
De fogo abrasador e esmero,
Visível no breu da madrugada

1 de março de 2016

Pendura e perdura

O Cachorro Colocou o Terror KKKKKKKKKKKKKKKCreditos => youtu.be/WyTeiwQUtCA
Publicado por MC Maromba em Quarta, 24 de fevereiro de 2016


As minhas mais longas retóricas
são os amores que carrego na alma
afunilam na mão e na boca 
e despontam pelos meus dedos trêmulos
e minha língua inquieta.

André Anlub

Pendura e perdura

Verás os varais pelo planeta afora
alguns dependuram difusas histórias
toalhas sujas, lençóis manchados
burcas, fardas, camisolas...

Verás secarem farrapos
roupas de seda e algodão egípcio
algumas despontam sacrifícios
pintam os adornos nubentes.

Verás os varais internos
que penduram o ódio retido
enxuto, infecundo, rachado
como as rugas do envelhecimento.

Também verás os que penduram amores...
de diversos calibres e cores
sem importância do enxuto ou ensopado
vale o corpo que aqueceu algum dia.

André Anlub

Parabéns Rio de Janeiro


Buraco da agulha

Passou pelo pequeno buraco da agulha
como um raro e sensato camelo franzino. 
Deixou ao relento seu ego sozinho
e jogou num bom vento os versos nas ruas.

É no amor, e não há impossível
no verossímil da batalha à vitória.
Fez de fulgentes momentos, o invisível
e na equação da paixão, a auréola simplória.

Sim, eu conheço, sei bem dessas fábulas
sei qual o seu curso, bons e maus imprevistos.
Falam de alguns vícios, falam de absurdos
não provaram na língua o que dizem amargas.

Qual o passo difuso em logradouros de deuses?
O que fez um sol confuso no louro da Nêmesis?

E agora um velho e sábio seguia adiante
e passou novamente pelo buraco da agulha.
Ficou na agrura, pois não era um camelo
ao se olhar no espelho viu somente um gigante.

André Anlub®
(25/1/14)

Cotidiano



Cotidiano
(André Anlub - 28/11/10)

Com idade de ser um homem feito
E com defeito que carregamos no peito,
Faço uma rima com carinho e verdade
E não imagino como seria de outro jeito.

E não aceito essa tal desigualdade,
Com respeito durmo tranquilo no meu leito.
Acordo às cinco horas com muita vontade,
Faço um verso para alegrar o meu dia.

Vou correndo pra bendita labuta,
Não vou xingado igual uns filhos da truta.
Vou contente sabendo que mesmo tardio,
O meu salário aparece no bolso.

O meu esforço jamais é a esmo,
Minha índole continua um colosso.
Por um momento paro e escrevo,
Por um segundo paro e te ouço.

Dá-me um abraço e me deseje bom dia;
Pego a marmita e encho de novo,
Carne moída e um bocado de ovo,
Para dar sustância e também energia.

Logo às seis horas largo esse batente,
Vou ao dentista arrancar mais um dente;
Chego em casa com uma fome danada,
Marco presença com minha doce amada.

Você quer vencer na vida?E você, quer vencer na vida?Curta Os Mortadelas (y)
Publicado por Os Mortadelas em Quarta, 4 de novembro de 2015

29 de fevereiro de 2016

Das canduras

O discurso legendado de Leonardo DiCaprio ao vencer o Oscar de Melhor Ator. <3
Publicado por Amor Pela Fotografia em Segunda, 29 de fevereiro de 2016


Das canduras

Há algo doce no ar, algo simplesmente belo
Não possui preconceitos nem tampouco orgulhos
Voa por si só e se pousa é por receber amparo.

Cheio de valores e com aroma tranquilo...
Segue impetuoso impregnando prosperidade.
Jamais rejeitado, sua presença beira um salutar vício
Jamais desmentido, pelo simples fato de ser a verdade.

Há algo majestoso no seu olhar, posso ver no espelho
Rondando pelas entranhas e contagiando o sangue
Fazendo os pés saírem do chão e as mãos tocarem o céu
Invalidando qualquer pensamento malfazejo.

Podem senti-lo por dentro acalorando até a flor da pele
Fazendo tudo maior, melhor e dando inspiração
Trazendo sorrisos, forças e infinitas vontades
Mostrando que de nada vale a vida sem emoção.

28 de fevereiro de 2016

SOL DE NÓS MESMOS

Se ninguém tomasse iniciativas, seguindo algum impulso interno, correto ou incorreto, o homem não teria saído de dentro das cavernas pré-históricas. Na base da experimentação, da tentativa que dá ou não dá certo, é que se foi conquistando o que se conquistou. Até aí, uma obviedade sem problemas. O enrosco principia quando a criatura enquadra mal as consequências deste impulso. Ou ela vai faturar bobamente em cima das consequências, porque elas resultaram numa coisa boa, ou vai se acusar, condenar, oprimir pelo fracasso. Quando, no fato, não existe absolutamente nada disso. Ou nos fatos, que são três: a ideia, ela funcionar e ela não funcionar. Olhados com isenção, dispensam qualquer pró ou contra que a mente queira produzir. Só faz sentido dizer que o sol é “bom” porque nos acostumamos a dar corpo às emocionalizações. Do ponto de vista dele, do próprio, não existe maldade nem bondade, existe autoexercício, existe ele ser o que é, apenas. Se alguns planetas se beneficiam disso, se outros se ressentem com isso, já não é parte integrante da estrutura dele. Se a vida como a conhecemos na Terra (devem existir zilhões de outros modos, que nos escapam) depende diretamente do sol, isso não tem nada a ver com ele enquanto “individualidade”. Daí que a palavra “indispensável”, neste contexto, não lhe faria nenhum sentido, caso alguém viesse depositá-la a seus pés como uma honraria. Longe está o dia em que poderemos ser apenas um sol, no centro de nossas vidas...

ROGÉRIO CAMARGO

A Perda da Fé

(André Anlub - 21/1/11)

A visão mais turva, suja,
Deixa que eu mesmo piso na uva.
Sei que irá curar o desalento,
Muito mais fácil deixar cair dos olhos uma chuva.
Cansei de levantar para o céu as mãos,
Engasgo com o medo, ébrio e hipocondria.
Supre a dor com o Comprimento de um comprimido* comprido...
Levanta e não cai de joelhos ao chão.
Dizem que um Deus te ama!
O resto do mundo não.
Todos os elos dessa corrente,
Foram tomados pela ferrugem.
Águas só me molham, aos outros ungem,
Palavras incertas e ditos incoerentes.
Com os nossos cabelos ao vento
Que acabam levando a vida,
Uma partida fez-se momento,
Para um lugar bom será sempre bem-vinda.
Como sabemos dos nossos erros
E como fingimos indiferença.
Como negamos todos os zelos
E como sofremos com nossas crenças.
Dedão nas orelhas,
Mãos espalmadas
E línguas a mostra...
Armado o circo, chamamos os santos.
Com olhos cegos soltem seus prantos...

Eu perdi a fé, quero uma forra.

Welcome to 21st Century France.Welcome to twenty-first century France. “The only thing necessary for the triumph of evil is for good men to do nothing.” - Edmund Burke (1729 – 1797)Neo-Gothic Church Saint-Jacques d'Abbeville demolished in le département de la Somme, France, in 2013. This church survived the Great War intact. It is now gone.A church has existed on this site for over one thousand years. In November 2013, the rubble of the church was used by two 'artists', Fountain and La Mare Erick Vilquin, to create a work of contemporary 'art' entitled 'Build / deconstructed' and were on display at the Bastille Design Center in Paris.
Publicado por ArchitectureMMXII em Segunda, 21 de dezembro de 2015


Welcome to twenty-first century France.
“The only thing necessary for the triumph of evil is for good men to do nothing.” - Edmund Burke (1729 – 1797)
Neo-Gothic Church Saint-Jacques d'Abbeville demolished in le département de la Somme, France, in 2013. This church survived the Great War intact. It is now gone.
A church has existed on this site for over one thousand years.
In November 2013, the rubble of the church was used by two 'artists', Fountain and La Mare Erick Vilquin, to create a work of contemporary 'art' entitled 'Build / deconstructed' and were on display at the Bastille Design Center in Paris.

"Bem-vindo ao século XXI França.
""a única coisa necessária para o triunfo do mal é para os bons homens não façam nada."" - Edmund Burke (1729-1797)
Neo-Gótico Igreja Saint-Jacques D ' abbeville demolida em le département de la somme, França, em 2013., esta igreja sobreviveu a grande guerra intacto. É agora se foi.
Uma Igreja tem existido neste site para mais de um milhar de anos.
Em Novembro de 2013, os escombros da igreja foi usado por dois " Artistas ', Fonte e la mare Erick Vilquin, para criar uma obra de arte contemporânea " intitulada " Construir / desconstruído " e estavam em exposição na Bastilha Design Center em Paris."

27 de fevereiro de 2016

Ótima tarde de sábado

Qual é a proposta? Hum?
Publicado por O_Burrista em Quarta, 10 de fevereiro de 2016


LXX
Dois olhos me olham com um olhar brando, mas inquie-tante, olhar de dúvidas e expectativa.
Na sombra deles eu me preparo para não ser esquecido e lanço um grito para o eco surdo.
Radicalizo meu singelo espaço cósmico doando meus planetas e estrelas aos olhos alheios.
Abro o guarda-chuva da angústia sob o sol da melanco-lia e visualizo ao vulcão da ineficácia derretendo as pedras do alicerce.
Na hora, através dos olhos, chegará minha máxima e me lançará o convite à sorte do sorriso mais largo, a fala mais forte e alinhará toda minha galáxia.
Na hora. Estou sem hora. Sou senhor das horas mortas que ressuscitam na práxis, faço plástica na cara da morte, afio a foice e o cabelo eu lavo, pinto e faço trança, fazendo-a parecer novamente criança.
Dois olhos me seguem nesta dança. Diretor de cena co-çando a pança, quebrando a balança com o peso da sua exigên-cia. Isto cansa.
A observação vai além – se dita à regra: rega-se a ruga e irrigam-se os olhos com o pranto mais sincero.
São dois olhos e têm a sabedoria dos trilhões que já choraram a condição humana. Deles ela verte em água pura.

André Anlub e Rogério Camargo

Cantar do futuro


Cantar do futuro
(André Anlub - 28/9/13)

Na trilha do som e do cheiro,
Entre outros planejes,
Já havia o longo tempo de um asilo.

E saiu, enfrentou, 
Nisso e naquilo,
Foi certeiro.
Conhecia um pouco de tudo
E de todos a prudência do cantarolar;
De cor (tão-somente) do sábio sabiá.

O verde vivente evidente
Fez nuance nos raios dourados do sol
Que surgiam e sumiam
Ao bailar de folhas,
No cair de sementes
Da jabuticabeira.

E a comunhão com a quietude
Ao chegar o negrume,
O que estaria por vir?
E os motores aos ouvidos em dores;
Os odores do carbono a calhar;
O cruzar de mil pernas;
As janelas com visão limitada;
E a empreitada de ser e estar.

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.