18 de setembro de 2016

Ponderações VI

De uma forma deveras palpável
a grafia renasce no arcabouço
vindo de uma sensação mutável
tornando-se finalizada ante o esboço.
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Deitado em uma cama de vime
Ou de pés bem calçados no chão
Pensa que sabe o que é fome
Cometendo o pior dos crimes:
“ingratidão”.
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Deixe o mistério ser sua sombra,
verso amigo, pleno e sobra.
Ninguém nunca saberá tudo,
tampouco um pouco que seja,
sobre a magnificência da obra.
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Dê-me seu melhor sorriso
Aquele intenso, meio sincero
Todo lero, mero siso
Que mexe com meu brio
Benevolente, incandescente
Que eu admiro.
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Dentro e fora do nada prático homem apático
um específico sentimento colossal abrolhou.
Abrigou a cautela num juízo lunático básico
cingindo o corpo e tocando o amor.
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Descobre-se o interior da pessoa pelas ações
pelo gigantismo da bondade.
A inteligência e criatividade
são como chaves.
As lidas e desafios
são portas.
Às vezes de madeira
às vezes de aço.
Muitas são estreitas
sem espaço.
Temos que ser flexíveis
afáveis
quase fluidos.
Pois são sempre as mesmas trancas.
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Desgarrou-se a ovelha negra do rebanho,
Conseguindo a liberdade,
Desfrutando do assanho.
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Tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora.
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Deslumbro-me vendo o sol nascer no mar e se pôr nos campos
mas também pode ser o oposto.
Pensando bem...
de outras formas também acho majestoso.
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Despertei do pesadelo
Volúpia e ilusão
Depurei-me no banho
Segui o rebanho
Com fidedigno esmero
Roma com beijo de Nero
Clamei por satisfação.
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Devemos aprender de antemão
com as experiências no contínuo caminhar.
Desvendamos nossos mistérios e fronteiras
mesmo que o sangue fique gélido com a solidão.
Quando o sentir der as caras
sorrimos pro vento quente que passa.
O amor faz derreter as geleiras
e a alma torna-se mais clara.
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Domingo de lábia ou grito,
na cruz ou no bingo?
Que nada, que sina,
esse é sol, praia ou piscina.
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E agora deixo a sorte
Ir tomando posse, assim,
Aos poucos.
Vejo a felicidade
Surgindo sublime,
Como eu sonho que
Deveria ser...
Destinada a todos.
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E aquela velha inocência descabida? Deixe-a ir,
Ela já estava sufocada com sua maturidade,
Com seu desenvolvimento e sucesso,
Com o balé dos estorninhos.
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As gaiolas se abriram, voam os pássaros rumo à vida.
Falham as bombas e pombas de branco se pintam.
O mundo esquece seu eixo, gira em toda direção...
Pira sem nenhum desleixo, sem a menor ambição.
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É com você meu excesso
cada rima faz a lima que esculpe
cada lume é o grito na ideia.
A sina e a saudade tomam a forma que apetece
o blá, blá, blá de normas e métricas
já tarde falece.
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E disse alguém antes de pular no abismo:
Devia ter esmiuçado o conhecimento
Lido e feito o que tem idoneidade
Jamais ter aceitado ditos e modismos
Valorizado muito mais a lealdade
Voado e me banhado em todas as chuvas e ventos.
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E eu achando que já sabia o bastante,
Nem dois por cento, reprovado!
Bebi pimenta feito água, mas ela acabou mofada,
Com minha amargura, minha língua ácida.
Agora a solução é poesia, tornar-me invisível,
Voar pro nada e me abdicar das práticas dos enamorados.
Minha Fênix não renasce, ela nem ao menos morreu...
Está agora em uma gaiola, sem escrita, sem perdão.
Seu destino é incerto e a cada dia mais perto,
De virar um saboroso ensopado.
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E há o doce momento,
uma dentada na fruta,
a amada desfrutada.
A tonalidade da vida,
nos botões das flores
e nos de liga e desliga.
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É no embalo do calor humano, 
arte que grita no urbano. 
Salto das classes que falam aos ouvidos, 
destemidos artistas do azul infinito...
É de sal e saudade, de real e sonho,esperança e destino.
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É, sou impostor vivente,
Fantasioso e sensível.
Pinto com aquarela a imagem de um deus no céu,
Escrevo no papel minha quimera de um ser imbatível.
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É sempre bom recordarmos
Que muitas coisas que temos
As mais valiosas
Carregamos sempre
Mesmo quando estamos nus.

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Agradecemos pela leitura.

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.