14 de janeiro de 2016

DUAS FRASES DO FRANCIS

“Os Estados Unidos forçam a democratização mundo afora porque querem vender coca-cola e instalar MacDonald’s” (Paulo Francis). Quem quiser acreditar em intenções excelsas que acredite, mas que no fundo o interesse é sempre financeiro só não vê quem não quer. É um fundo falso, há um mais embaixo ainda: o poder. Dominar o mercado é ser poderoso. E o poder é o maior dos afrodisíacos pelo simples complicante fato de que através dele todo mundo se acredita sendo. Parece que não há como negar existência (valor, identidade) a quem manda nos outros. Então, desde uma banal conversa na mesa do almoço a um debate secreto sobre a melhor forma de derrubar Assad, a marcação de presença está sempre ali. Ganhar paradas é compulsivo. Impor-se aos outros é compulsivo. Mostrar quem manda, quem sabe, que pode, quem vende mais coca-cola é compulsivo. (E os exemplos são ótimos porque tanto coca-cola é uma porcaria quanto a comida do MacDonald’s é uma droga; ambas detonam com a saúde física, assim como os demais recursos detonam com a saúde psicológica.) Nos Estados Unidos estas redes de fast-food não têm mais como crescer. Quando surge uma nova se impondo, alguma das estabelecidas quebra. Para atender à sanha do crescimento, então, é preciso espalhar-se mundo afora. Economias fechadas impedem – no mínimo atrapalham – isso. Pau nos “ditadores”, então. Prosaico feito somar dois e dois. Uma outra soma, bem menos prosaica, junta tudo isso à afirmação de um biólogo: se todo mundo vivesse como os americanos vivem, seria preciso mais três planetas para destruir. Este biólogo é americano, por sinal...



Já que falei no cara, outra afirmação do Francis que achei muito boa foi a de chamar o programa espacial americano de besteira. É uma das maiores inutilidades da civilização contemporânea, em face dos problemas colossais que a humanidade tem para resolver. De que adianta saber que cor ou cheiro têm as pedras da nona lua de Saturno se logo ali, embaixo da ponte, há gente passando frio e fome? De que adianta perseguir o fim dos confins do universo se a dois passos de distância um desgraçado estrebucha sua desgraça? Na contra-argumentação, um entusiasta diz que o orçamento da NASA é de só 14 bilhões de dólares. O que não fariam os encarregados de alojar os miseráveis refugiados de uma guerra provocada pelo mesmos Estados Unidos, caso tivessem 14 bilhões de dólares para gastar? Alojamentos, colocações e reestruturação cultural/psicológica custa dinheiro. Mas não é tão emocionante quanto descobrir que cor e que cheiro têm as pedras da nona lua de Saturno...

ROGÉRIO CAMARGO  

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Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.