30 de novembro de 2015

Armageddon II


 Armageddon II
(André Anlub®)

Caçadores de cobiças e amores perdidos
Senhores dos seus projetos de ações duvidosas
Jardineiro na ufania das flores de cera de ouvido
Decifram a nostalgia de ocorrências rigorosas.

Lenhadores brutamontes com os seus machados cegos
Filhos de escravas negras com índios
São brancos com seus olhos claros de guerra
Sem ego, mas com a ganância de buscar o infinito.

Se a chuva de meteoros chegar em má hora
E quatro cavaleiros lhe derem guarida
Com parcimônia de quem cultiva uma passiflora
Empunha a espada, dá meia volta e procura saída.

Vivendo em um singelo passado do agora
Azul que faz fronteira com um feio absurdo
Os vieses que ecoam aos ouvidos de muitos
Aquecem como o nome de Nossa Senhora.

29 de novembro de 2015

Sempre vivo




Sempre vivo   

Precisamos de dias mais longos,
cheios de ar, aves;
árvores por todos os cantos,
cantos açucarando os pesares,

Afagando aos ouvidos.

Ouvi dos sinceros seus sins,
som de detalhes.
De talhes simplórios,
corpos notórios,
felicidade e gemidos.

Precisamos de larga boca
e nada oca a mente.
Mente aquele que no medo,
em segredo,
no paladar do azedo,
expõe que não ama
e não segue passo à frente.

Por aqui, por ali,
o sol nasceu mais vivo,
vi você de repente,
menos breve e arredio
arrepender-se contente.

André Anlub®
(4/11/13)

Bom domingo!

“Pouquíssimas pessoas podem dar-se ao luxo de ser pobres” (George Bernard Shaw). Tradução: pouquíssimas pessoas estão inteiramente em paz, tranquilas, isentas de conflitos por estarem à margem da roda de consumos. Porque ser pobre não é nada mais do que isso: não ter condições de adquirir o que as vitrines da fantasia oferecem, no sistema de compra-e-venda de prazeres. Pouquíssimas pessoas não se recalcam ao ver que os outros podem e elas não. Pouquíssimas não se rotulam de “inferiores” ou de injustiçadas pela sociedade que as marginaliza. Parte delas pode até ter uma atitude proativa em relação a isso, tornando-se batalhadoras. “Fique rico ou morra tentando”, diz o rapper tomado por filósofo. Isso até que tem o seu valor. Não pelo objetivo perseguido, que é fraudulento, mas pela força pessoal que desenvolve. A maioria, no entanto, se deixa cair na vala comum dos “fracassados”. Quando fracassado, na verdade, é este sistema que separa as criaturas entre vencedores (os que podem comprar) e perdedores (os que não têm dinheiro). Pouquíssimas pessoas ficam em paz no segundo grupo pela simples razão de que são raros os que entendem realmente o grande logro que há nesta oferta de benesses artificiais e que por inteiro, sem sobras nem carências, adaptam-se ao que a vida lhes deu e, porque a vida lhes deu, é de fato delas.

Rogério Camargo
· Porto Alegre ·

(via Facebook)

28 de novembro de 2015

Dos Pragmatismos

Isso sim é ADRENALINA mané !!! 8|Curta Canal D2M Não esqueça de se Inscrever no Canal  !!! https://goo.gl/cfCLGn
Posted by Canal D2M on Quinta, 26 de novembro de 2015


Dos Pragmatismos

Na sua cabeça a filosofia deveria estudar somente o que faz diferença na vida; descobrindo com isso vários âmbitos de largada, limitando-se então a um ponto de chegada. E se não houver um efeito prático para tudo... não há saída. Não consegue se olhar no espelho, o mesmo não significa absolutamente nada, é só perda de seu precioso tempo; e na calada da noite é só mais um insone hipocondríaco. Não escreve emoções, até duvida de tal coisa; caso pinte um quadro... Será nada além de tintas, cores, em uma tela branca. Seu bom dia é frio como o inverno mais gélido; o maior desafio é uma perda, dor... Ainda não aprendeu a lidar com isso. É contra a ciência só para desenvolver a ciência, tem que haver um objetivo social coerente; na sua experiência de vida discorda de ideias inatas, pensa que hipóteses são inexistentes. Enfim descobre que esse frenesi mental pode deixá-lo doente, uma praticidade do exato que não é nada prático. Bertrand Russel considera a filosofia pragmatista estreita... Disse: “Rouba da vida tudo que lhe dá valor e torna o homem menor, desprovendo o universo de seu esplendor”. Sei não, mas é melhor deixar quieto... é o Bertrand né! É o Bertrand!

André Anlub

Mesmo que anjos tenham umbigo



Mesmo que anjos tenham umbigo

Mudei de século,
Moldei o crédulo,
e passei a sonhar com as Valquírias.
Vi um mundo sem máscaras,
sem muita diplomacia.

Eis as tardes que caem
afogadas em grandes bacias.
Eis as mães com suas filhas
fazendo de alvo o profícuo.

Delineei o passado
no caso mais que perdido.
Etiquetei os bandidos
ao som de música clássica.

Para um espanto em vão,
bandeiras viram fogueiras,
e as duras madeiras de lei
amarrotam o nosso irmão.

As fidúcias rasteiras,
já velhas, trapos manchados,
silenciam os zangados,
servindo de panos de chão.

No auge da contradição
os ouvidos não ficam entupidos,
ecoam os belos grunhidos,
do cão são da imaginação.

Eis o século moderno
de horizontes pintados,
em pergaminhos eternos,
e jovens audaciosos e belos:
- nos banquetes,
nos sovacos,
as baguetes.

Haverá um menino
e tornar-se-á bem sabido,
verá tudo se repetindo:
- sem dono o umbigo quer briga.

Sorridente - indiferente,
e a alcunha de sobrevivente,
sentará feliz lá na praça
jogando milhos pras garças:
- o umbigo no meio da barriga.

André Anlub®
(4/10/13)

27 de novembro de 2015

No final...

No final das contas, quando acabar o espetáculo, as lonas forem recolhidas, o circo enfim desarmado... a mulher barbuda faz a barba, o mágico erra a mão no fim trágico, o elefante faz dieta e fica magro, o leão bobo e domesticado, o equilibrista inebriado... com a garrafa de pinga no sovaco, o anão vira rei num seriado, o atirador de faca é esfaqueado; no final do espetáculo... o único incorruptível é o Palhaço.

 

Bonifrate

 
Bonifrate

Nem imagino por onde é o começo
quiçá pela dor que corrói em saudade   
nessa idade que se iniciou o apreço
que migrou para incontrolável vontade.

Decompondo o corpo de bonifrate (brinquedo)
trazendo a pior das tramas do enredo.

O coração tornou-se ferro e ferrugem
carecendo do óleo quente da amargura
talvez o erro de almejar o impossível
senão a demência de só ver a negrura.

Não tenho mais rotatividade na alma
velho, meu coração anda torto
e o porto que há muito tempo vazio
expõe os corais de um amor absorto.

André Anlub®

26 de novembro de 2015

Caixa preta

Claudinha + Indonésia: Dicas ImperdíveisQuer fazer uma viagem para a Indonésia e descobrir tudo o que esse paraíso tem a oferecer? No quarto episódio da websérie, Claudia Goncalves dá dicas imperdíveis e mostra a riqueza local de Bali.
Posted by Canal OFF on Quinta, 26 de novembro de 2015


Caixa preta

Saboreio cada gesto como se fosse o último,
tento adivinhar o manifesto do seu pensamento
como se fosse o primeiro, como se fosse justo.
Nada é em vão.

A sua corrente quente me ajuda a nadar,
fico mais confortável e feliz.
Aquela força resistente me diz:
Atravesse o oceano e me beija.

Pelejas amigas, cantigas antigas,
caem bem, são bem recebidas.
Paixões passadas, cicatrizes fechadas,
caem bem, na caixa preta trancada.

Pela manhã molho o rosto e constato minha sorte,
perdi há tempos a necessidade de encenar.
A barba branca, o cabelo ralo
e da vivência o aguçado faro
- o voo mais acertado.

Limpo a poeira da caixa,
às vezes passo um verniz,
mas não abro.

O nosso presente já é tudo que me chega,
me cega e me cerca, fazendo coerente o amor.
Já não acolho vozes externas, demagogias,
orgias de picuinhas, não mais.

Enfim você chegou,
está ardendo àquela prometida fogueira,
com panos - papéis inúteis,
quilos de baboseiras...
E a velha caixa queimou.

André Anlub®
(9/9/13)

Preto e branca




Preto e branca

Garanto minha frágil presença
no pensamento mais estranho
que remete ao pesadelo
da minha pele pintada de branco.

Enxergo essa minha entrega
em reflexos de uma lâmina cega.
E de maneira sutil, tão simples
transcendo ao corte seguinte.

Em doação que faz mistura
nossas cruas carnes nuas
fez contraste no arraste
na queima que é de praxe
do protocolo em leitura.

Ah, minha branquinha
bebemos na água pura.
Pegue o banco e a caipirinha
venha sentar-se ao meu lado...
Desnuda/noite/minha.

André Anlub®
(5/6/13)

24 de novembro de 2015

E por fim...



Ele é barco à deriva,
com pernas já cansadas
olhos que veem pouco
a voz que é quase nada.
Mas ainda joga o jogo
tem asas para o voo
e aposta sempre alto
num farto salto solto...
Ele pode ser eu
ser você
e ser todos.

E por fim...
(André Anlub - 04/04/13)

Ela quer recuperar a autoestima,
Não ser a vítima dentro da situação...
Na contramão de um sorriso largo;
Na contradição de um fácil enigma.

Não quer falar nada sobre o salto alto,
Nem a inocência da criança interior.
Não fala do caro perfume de odor barato
Que ao apreço e ao berço impregnou.

Traz má sorte ver a cara da morte
Antes de consolidar o casamento.
Se for para elogiar, que seja seu consorte;
Se for para ferir, que seja o mundo inteiro.

Se há algum segredo nos que cultivam o medo,
Deve ser mostrado, pois o solo é sagrado;
E se o mesmo é fértil (produz belos rebentos)
Esconde-se o erro, fere a fogo e ferro.

Ótima terça



Ao chegar no Brasil e ver de perto a
escravidão, Darwin escreveu esse relato:

“Perto do Rio de Janeiro, minha vizinha da frente era uma velha senhora que tinha umas tarraxas com que esmagava os dedos de suas escravas. Em uma casa onde estive antes, um jovem criado mulato era, todos os dias e a todo momento, insultado, golpeado e perseguido com um furor capaz de desencorajar até o mais inferior dos animais. Vi como um garotinho de seis ou sete anos de idade foi golpeado na cabeça com um chicote (antes que eu pudesse intervir) porque me havia servido um copo de água um pouco turva… E essas são coisas feitas por homens que afirmam amar ao próximo como a si mesmos, que acreditam em Deus, e que rezam para que Sua vontade seja feita na terra! O sangue ferve em nossas veias e nosso coração bate mais forte, ao pensarmos que nós, ingleses, e nossos descendentes americanos, com seu jactancioso grito em favor da liberdade, fomos e somos culpados desse enorme crime.”
(Charles Darwin, A Viagem do Beagle)

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.