27 de novembro de 2015

No final...

No final das contas, quando acabar o espetáculo, as lonas forem recolhidas, o circo enfim desarmado... a mulher barbuda faz a barba, o mágico erra a mão no fim trágico, o elefante faz dieta e fica magro, o leão bobo e domesticado, o equilibrista inebriado... com a garrafa de pinga no sovaco, o anão vira rei num seriado, o atirador de faca é esfaqueado; no final do espetáculo... o único incorruptível é o Palhaço.

 

Bonifrate

 
Bonifrate

Nem imagino por onde é o começo
quiçá pela dor que corrói em saudade   
nessa idade que se iniciou o apreço
que migrou para incontrolável vontade.

Decompondo o corpo de bonifrate (brinquedo)
trazendo a pior das tramas do enredo.

O coração tornou-se ferro e ferrugem
carecendo do óleo quente da amargura
talvez o erro de almejar o impossível
senão a demência de só ver a negrura.

Não tenho mais rotatividade na alma
velho, meu coração anda torto
e o porto que há muito tempo vazio
expõe os corais de um amor absorto.

André Anlub®

26 de novembro de 2015

Caixa preta

Claudinha + Indonésia: Dicas ImperdíveisQuer fazer uma viagem para a Indonésia e descobrir tudo o que esse paraíso tem a oferecer? No quarto episódio da websérie, Claudia Goncalves dá dicas imperdíveis e mostra a riqueza local de Bali.
Posted by Canal OFF on Quinta, 26 de novembro de 2015


Caixa preta

Saboreio cada gesto como se fosse o último,
tento adivinhar o manifesto do seu pensamento
como se fosse o primeiro, como se fosse justo.
Nada é em vão.

A sua corrente quente me ajuda a nadar,
fico mais confortável e feliz.
Aquela força resistente me diz:
Atravesse o oceano e me beija.

Pelejas amigas, cantigas antigas,
caem bem, são bem recebidas.
Paixões passadas, cicatrizes fechadas,
caem bem, na caixa preta trancada.

Pela manhã molho o rosto e constato minha sorte,
perdi há tempos a necessidade de encenar.
A barba branca, o cabelo ralo
e da vivência o aguçado faro
- o voo mais acertado.

Limpo a poeira da caixa,
às vezes passo um verniz,
mas não abro.

O nosso presente já é tudo que me chega,
me cega e me cerca, fazendo coerente o amor.
Já não acolho vozes externas, demagogias,
orgias de picuinhas, não mais.

Enfim você chegou,
está ardendo àquela prometida fogueira,
com panos - papéis inúteis,
quilos de baboseiras...
E a velha caixa queimou.

André Anlub®
(9/9/13)

Preto e branca




Preto e branca

Garanto minha frágil presença
no pensamento mais estranho
que remete ao pesadelo
da minha pele pintada de branco.

Enxergo essa minha entrega
em reflexos de uma lâmina cega.
E de maneira sutil, tão simples
transcendo ao corte seguinte.

Em doação que faz mistura
nossas cruas carnes nuas
fez contraste no arraste
na queima que é de praxe
do protocolo em leitura.

Ah, minha branquinha
bebemos na água pura.
Pegue o banco e a caipirinha
venha sentar-se ao meu lado...
Desnuda/noite/minha.

André Anlub®
(5/6/13)

24 de novembro de 2015

E por fim...



Ele é barco à deriva,
com pernas já cansadas
olhos que veem pouco
a voz que é quase nada.
Mas ainda joga o jogo
tem asas para o voo
e aposta sempre alto
num farto salto solto...
Ele pode ser eu
ser você
e ser todos.

E por fim...
(André Anlub - 04/04/13)

Ela quer recuperar a autoestima,
Não ser a vítima dentro da situação...
Na contramão de um sorriso largo;
Na contradição de um fácil enigma.

Não quer falar nada sobre o salto alto,
Nem a inocência da criança interior.
Não fala do caro perfume de odor barato
Que ao apreço e ao berço impregnou.

Traz má sorte ver a cara da morte
Antes de consolidar o casamento.
Se for para elogiar, que seja seu consorte;
Se for para ferir, que seja o mundo inteiro.

Se há algum segredo nos que cultivam o medo,
Deve ser mostrado, pois o solo é sagrado;
E se o mesmo é fértil (produz belos rebentos)
Esconde-se o erro, fere a fogo e ferro.

Ótima terça



Ao chegar no Brasil e ver de perto a
escravidão, Darwin escreveu esse relato:

“Perto do Rio de Janeiro, minha vizinha da frente era uma velha senhora que tinha umas tarraxas com que esmagava os dedos de suas escravas. Em uma casa onde estive antes, um jovem criado mulato era, todos os dias e a todo momento, insultado, golpeado e perseguido com um furor capaz de desencorajar até o mais inferior dos animais. Vi como um garotinho de seis ou sete anos de idade foi golpeado na cabeça com um chicote (antes que eu pudesse intervir) porque me havia servido um copo de água um pouco turva… E essas são coisas feitas por homens que afirmam amar ao próximo como a si mesmos, que acreditam em Deus, e que rezam para que Sua vontade seja feita na terra! O sangue ferve em nossas veias e nosso coração bate mais forte, ao pensarmos que nós, ingleses, e nossos descendentes americanos, com seu jactancioso grito em favor da liberdade, fomos e somos culpados desse enorme crime.”
(Charles Darwin, A Viagem do Beagle)

23 de novembro de 2015

Laço em pingo d’água



Laço em pingo d’água

Um amor quase impossível
Dividido e abstrato
irremediável, irreversível
Sem visão, sem olfato
Sem audição, paladar e tato.

Buscando sair do ostracismo
Além do mais querer
Além de tudo que é vivo
Além do mero prazer.

Se revirando em mil
Conquista a ser feita diariamente
Um enlouquecido jovem senil
Mil e uma faces, disfarces, vertentes.

No âmago do coração
Infinitamente se chamava de amor
Tão longe do alcance das mãos
Tão perto do alcance da dor.

Princípio ativo do fim
Primórdios de uma paixão ainda crua
Ilimitadamente para dizer sim
Mas o “não” ainda perpetua.

Busca consolo em quem te quer
Pena não existir tal figura
Roubando o coração de um qualquer
Castrando a paz e implantando amargura.

André Anlub - 2011

Tapete vermelho do amor

Esta é a galáxia de Andrômeda, vizinha da nossa Via Láctea, como nunca vista antes. Este vídeo vai te fazer repensar...
Posted by Universo Racionalista on Domingo, 22 de novembro de 2015


Sou mentiroso por gosto
E agora tenho você por inteira,
Preenchendo meu interno,
Na mente e corpo.
No externo somente a vejo,
É só um carnal desejo...
Enfim,
Já disse:
Sou mentiroso!

André Anlub®

Tapete vermelho do amor

Saiu a lista dos apaixonados do ano
nem sicrano, nem fulano
meu nome estava lá.
Foi magia
em primeiro lugar, quem diria.
- mas por favor, não vão me alugar...

Já era de praxe
peguei pesado no sentimento
amei além da imaginação.
Não teve um sequer momento
que eu não tenha acertado na mão.

fiz o bê-á-bá certinho
o arroz com feijão.
Rezei conforme a cartilha
e para não perder-me na trilha
segui cada pedaço de pão.

Comecei como homem de lata
levei na lata, fiquei em frangalho.
Nunca levei jeito pra espantalho
sobrou muita coragem pro leão.

Por causa da inspiração
deixei de me acabrunhar num fosso.
Tornei-me de cerne, carne e osso
e fiz da poesia oração.

André Anlub®
(22/5/13)

22 de novembro de 2015

Um Moinho

HORA DO SKATE! Nessa semana começamos a reexibir o programa da Leticia Bufoni. O primeiro episódio tá passado agora. Vai perder? Veja mais detalhes no site: www.canaloff.com/leticialetsgo
Posted by Canal OFF on Domingo, 22 de novembro de 2015


Um Moinho

A travessia é dura:
Dias de chuva
Noite de frio
Dia bem quente
Noites sombrias.

Nesse caminho confuso,
Nessa estrada sem placas;
Entre o reto e o obtuso,
Todos afogam suas mágoas.

Com a bota furada,
Pisando em barro ou em pedra;
Pronto em pé ou na queda,
Tiro o melhor na caminhada.

Se encontro uma rocha grande...
Serve para descansar;
Se encontro um mar...
Sou filho de navegante.

Se a fome quiser ser minha sombra...
Como um pedaço de pão;
Se não saciá-la...
Posso matar um leão.

Tudo posso e tenho
Se a força não me faltar;
Como um moinho de água
Que mesmo se o poço secar,
Usa o vento para a roda
Nunca parar de girar.

André Anlub®

Animal do bem e o tal

Animal do bem e o tal

São animais indiscretos e contemplativos
na mansidão imaginária e cada vez mais.
No hipotético paraíso na zona de conforto
vão chegando, vão vivendo outros desafios
pés que não cansam de andar fora dos trilhos.

Vê-se os trilhos do bonde
no pé das frutas do conde
no entorno do misto dos milhos
com as doces e tortas espigas
do conde de monte cristo.

Na ré do trépido bonde
tudo trepida e o vinho vai longe
entorna, esguicha e mancha
a roupa de linho da moça
que o pranto fez poça
a olhos vistos.

São animais de cegos charmes
e quase sempre atrapalhados.
Na obsessão que alguém os agarre
salvando-os do fortuito afogamento
dos salgados e amargos mares.

São animais como nós
com nós nas vis ventas
que inventam o ar atroz
logo após se lamentam.

André Anlub®
(28/05/13)

21 de novembro de 2015

Ninho de mafagafos

Seu pai era paulista, seu avô pernambucano, seu bisavô mineiro, seu tataravô baiano. Ele está na estrada há muitos anos....
Posted by Chico - Artista Brasileiro on Terça, 29 de setembro de 2015


Ninho de mafagafos

Derrama-se a letra em solo fértil,
Dourado, fez-se de inspiração a Fênix.
Desenha-se, como um corte, o vil desdenho,
E no horizonte cria seu renque.

Pensamento no engenho, sua engrenagem.
Vê-se o gado, vê-se aragem.
E de tudo que cair como chuva,
Foi-se a uva, põe-se a luva,
E no ninho de mafagafos,
É feito o vinho de boa safra.

Inspiração de araque? Nem se cogita.
Regurgita o que nada vale,
E de um longo caso de afeto,
Com o amadurecimento,
A escrita alto pronuncia...
Eu diria: paixão eterna.

E o texto da vida?
Ah! Ele por si só já é ele mesmo.
Pra tudo não ter sido a esmo...
Vamos aprender línguas estranhas,
Nos queimarmos andando na brasa,
Pisar no inferno, inventar artifícios,
No final ser o médico de um anjo caído.

André Anlub®
(24/6/13)

Manhã de 21 de novembro de 2015

Manhã de 21 de novembro de 2015
O Sol cantando de galo; a lua cantando de Gal

Não se fala em outra coisa; pelo menos aqui dentro da cachola redonda em cima desse pescoço cilíndrico, em cima da boca falante, sem educação – que fala alto; em cima das tatuagens matreiras, do corpo que já foi magro, foi mais ou menos, foi gordo... E assim, roubou o sonho que havia sonhado com o bando bandido de aves que se diziam bem-vindas, traídas e atraídas ao céu traiçoeiro. Estavam ligadas ou não no lance? Metendo o bico aonde não foram chamadas? Aves tudo podem! Há uma crença do cresça e apareça, depois meça sua largura, some com sua altura e esqueça o resultado... apenas descubra se o lago transborda... e quando as águas rolarem e os peixes sufocarem, apenas exponha se ainda é bem quisto ou preferia continuar sendo menino. Vê-se o translouco atravessando a ponte; só se é louco de perto, pois de longe se é pouco – não se importuna – ou se é monge, ou se ruge a face, rubra o rosto, range os dentes ajeitando os dedos: “vida longa e próspera” –, sem ninguém estar crente, ou Star Trek, assistindo e lendo este, fantasioso e demente ‘rabisqueiro’ excêntrico; loucura aparente dentro e fora da garrafa de aguardente, em destilados, em detrimento, em ditos anos de ditames e ensurdecimento. Não se fala em outra coisa; pelo menos nesse passar das horas de supernovas, de supernovos, que seja pouca, mas a voz até que sai. Canto Gal, canto Gil, canto Chico e o saco não enche... canto tudo nesse sonho selvagem; no início fez-se o sacrifício de ser tudo sem nada ser; no meio tempo eram máscaras que caiam, disfarces, Descartes e sua filosofia certeira; no fim o grito não saiu vazio, o som se fez em música indo à noite, indo à cama, na farra, no banho sem sonho, sem rumo e sem par. Minha base é estar voando parado em tudo quanto é lugar; não se pensa em outra coisa.

André Anlub

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.