26 de outubro de 2015

Na saliva da vida

Pepe Mujica completa 80 anos hoje.


Imaginação em aquarela
verve que grita
canta os pássaros
coração palpita
e a pureza que se acredita
olhando nos olhos dela.

Na saliva da vida
(André Anlub - 06/04/13)

Sem rumo, faz do instinto sua bússola
anda com a cara e a coragem
não mata um leão por dia
mas encara a besta macabra.

É dono dos prós e contras
um pé na frente e outro atrás
constrói seus moinhos de vento
ao som de um clássico do Jazz.

A cada lua minguante
pinta um cômodo da casa
e rega o jardim das camélias
que vibram, nas águas, dançantes.

O cachorro deitado num canto
e o canto dos pássaros belos
o pica-pau e o trinca-ferro
o bem-te-vi e um melro
dão mais vida ao montante.

O voo da tranquilidade
num céu azul de espaço
abraço da vida em liberdade
é o beijo na sede no riacho.

Não mais submerso em vil fachada
brinda os versos da mãe natureza
em aquarelas muito além das janelas
que atravessa seguindo as pegadas.

Agora, não são mais quimeras
novas paixões o esperam
sem sonho, sem pouco, sem mera
nas mil opções de chegadas.

Na pretensão da esperança, com ares de ressurreição, na alegria e na bonança, na arte que se expande em criação. Busca no cerne o que é certo: gosto, saliva, devoção. É relíquia, é procura, de joelhos, minha jura. Tira da face crua a amargura, põe o que lhe é de direito... Na estatua de um santo, na reza em um terreiro, no altar ou outeiro, vale a gota do pranto. 

André Anlub®

25 de outubro de 2015

Decapitação à francesa


Tenho recebido muitas mensagens aqui na página perguntando sobre este poema. Aos que não conhecem, aí vai. Bom fim de domingo a todos.  Viviane
Posted by Viviane Mosé on Domingo, 25 de outubro de 2015


Decapitação à francesa

Por entre muros altos de pedras de arenito,
Esquivando-se das cruéis flechas em fogo,
Vejo-me invadindo a comarca inimiga,
Na insensatez de um lúgubre rito.

Somente digo quem sou...
Abrindo mão de descer por um ralo depravado.
Minha pulcra essência estará à mercê,
Sei que só assim farei parte do seu legado.


Tenho a alma transbordando nesse doce momento,
Um palpável amor que vai ao alto tormento.
A devoção é promessa que nunca se viu abalável,
Amparo é a certeza de jamais ser recusável.

Derramarei meu deleite ao máximo desatino,
Seguirei suas pegadas nas areias quentes do destino.
Em meus sonhos um querubim me confidencia...
“por trás dessa máscara negra há um mortal amável.”

Por fim verá uma decapitação à francesa,
Minha cabeça rolará por sobre o gramado,
Na minha boca um sorriso estampado,
Piscarei os olhos para a nobre condessa.

André Anlub (2012)


Pequenas empáfias

Outubro é o mês de conscientizar e alertar as mulheres sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câ...
Posted by Canal OFF on Domingo, 25 de outubro de 2015


Pequenas empáfias

Aves que voam no além-mar
A dois, três, metros da água
Sentindo a salinidade existente
Liberdade de tocar a epiderme da vida.

Aves migratórias de voos extensos
Atravessam continentes com suas asas enérgicas
Veem de um modo que nem em sonho o homem vê
A brisa é sua amiga e confidente.

Tudo se torna fácil na simplicidade
O belo, salutar e o generoso são corriqueiros
O natural é unicamente natural
E nada faz falta ter o intelecto.

Alguém lá em cima sorri
Ri de nossa soberba
Ri quando vemos um colibri
Ri quando voamos em asas de aço.

André Anlub (2012)

24 de outubro de 2015

Balé dos estorninhos



Balé dos estorninhos      
(André Anlub - 14/10/13)

Vá falar aos quatro cantos
Desse enorme mundo vadio,
Fale logo, vá!

Fale aos ouvidos trancafiados,
Cimentados e mal acostumados.
Grite com todo o pulmão,
Todas as forças,
Até se esvair o ar.

E aquela velha inocência descabida? 
Deixe-a ir:
Já estava sufocada com sua maturidade,
Com seu desenvolvimento e sucesso,
Com o balé dos estorninhos.

Os passos largos, de gigantes dinossauros, são seus;
As impurezas das palavras
Impensáveis nunca existiram;
O seu barco naufragado é passado,
Ou pode até ter sido um sonho;
Ria, pois com o mar é casada
E vive à vontade com os golfinhos.

E agora rebobinou sua idade ao azul bem vasto,
Fixado no fundo da sua íris.
Poderá observar os loucos abutres
Que voam por cima de um extenso deserto
Deixando a sombra de rastro,
Com a sede e a fome,
Que os escoltam de perto.

Festival de Literatura



"Pensamos em criar um grupo com todos os autores participantes e os coordenadores do "Evento Festival de Literatura: Autores Nacionais Contemporâneos", de forma que possamos ter um contato mais direto e único.
Conheceremo-nos melhor como pessoas e os autores poderão também descobrir os blogs dos organizadores."

Link no Facebook: https://www.facebook.com/groups/880452582051522/?fref=ts

22 de outubro de 2015

Boa noite!

No último filme da série "Rio 2016: um legado de violações" (produção do Comitê Popular Rio Copa e Olimpíadas), contamos...
Posted by CartaCapital on Quinta, 22 de outubro de 2015

Poemas à Flor da Pele

Muito honrado com a incumbência de Conselheiro da Associação Poemas à Flor da Pele.

Link: http://www.poemasaflordapele.com.br/p/diretoria.html

Parabéns aos artistas



Finalidade da Arte
(André Anlub - 25/8/11)

Abranjo o pincel como se fosse meu pai,
Chega de despedida, chega de adeus;
A inspiração chegou e a timidez se foi...
Sou Netuno, Odin, Zeus.

Faço um traço e entro em ação,
Cores dimanam do meu pensar;
Encéfalo explode é ogiva nuclear
Arco-íris – cogumelo – refração.

Começam a germinar imagens,
Transpor o que tinha na gaveta da mente;
Minhas passagens e viagens incoerentes
Saem absolutos, imponentes, pelas mãos.

Os "nãos" e os "sins" de outras épocas ou horas
Conspurcam a tela branca; formam uma figura que desbanca a imaginação do artista e sua história.

E pronto, o rebento lindo e bem-vindo,
Ali, à sua frente, imaculado;
Émais uma obra quase do divino...
Da verve, alento, do artista amado.

Gosto de escrever poesia,
De pintar e tocar bateria;
Gosto de viver longe de vida vazia
E faço das artes minha orgia.

Da arte
(André Anlub - 20/3/12)

Primeiro marquei meu horizonte
Em um traço negro em declínio,
Deixo a inspiração fazer domínio
E depois me embriago na fonte.

Pintores são fantoches e fetiches,
Sobem em nuvens, caem em piches;
Respiram a mercê de sua cria,
Bucólicos profetas à revelia.

Tudo podem e nada é temível,
Nem mesmo perderem o dom,
Sabem o quão infinito é o tom.

Seus corações de loucos palpitam
E no cerne que eles habitam
Saem às cores do anseio invisível.

A arte é muito além do coerente, é avesso e infinito, é forma ou desforma; a arte não se envolve com quaisquer opiniões, existirá de qualquer forma.

21 de outubro de 2015

Sonhos de madeira


Sonhos de madeira
(André Anlub® - 2012)
Sonhos envergados
Como bambu
Enigmas do cérebro
Guri e pião
Momento que quebra em compasso.

Sonhos - tempos elusivos
Loucos, parcos e incisivos
Rasgo na normalidade.
Despenca do penhasco
Nunca toca o chão.

No mar revolto e escuro
Em um barco ou não
Fugindo do medo
Das grandes ondas que surgem.

Correndo e preso na inércia
Selvas de matos fechados
Chão de galhos molhados
Cenário de árvores que pungem.

Sou ser de reflexão
Sonhando acordado 
Queimando lenhas das madeiras de lei
Esculpindo lendas das maneiras que sei.

Somos
Todos
Filhos de carpinteiro.

20 de outubro de 2015

Dia do Poeta (parte III)


Poetas (releituras) 

- verve frenética, combustão instantânea

Poeta empresta sua alma
Pecador com inocência
Se doa na essência
Fictício - açoitado
Nem por isso coitado
Nem por isso vazio
Mas fazedor de cena no mundo de Alice.

Poeta sonha sempre, isso é certo...
Mas só se atêm nos sonhos que tem com olhos bem abertos.

Poemas na pequenez de um periperiaçu
Palavras tépidas de aço
Versos de paixão para o amado ou amada
Na paz perseguida pintada
Passo a passo no compasso.

Poeta... por aqui, por ali,
Assim o sol nasceu mais vivo...
Viu você de repente,
Menos breve e arredio,
Falar mal da poesia,
Mas arrepender-se contente.

Nos rascunhos da vida uma mímica
Expostos ao mar de conceitos;
Nau de papel frágil à mercê
Em corações atentos ao leito...
Seja no rio, no sexo, na cama, no seio...

Mas...

Poetas respiram
Poetas respeitam
São pais e são filhos
Conspiração do impulsivo.

André Anlub®

Dia do Poeta (parte II)

Dia do Poeta

Fiel Amizade

Meu Nome Não é Johnny - Esquema do McDonald's"FUCK YOU É O CARALHO! FUCK TU! FUCK O CARALHO TODO!"AHUAUHUHAHUAUHUHAUHAHUAUHHUAHUAUma das cenas mais épicas do cinema nacional! Filme: Meu nome não é Johnny
Posted by Canal Nostalgia on Sexta, 16 de outubro de 2015


Fiel Amizade

Alcançando estrelas
Além da maior prosperidade
Do esplendor das purezas
Desvirginando em viagens...

Com sensações de requintes
Uma fiel amizade
Ser rei, porta voz e ouvinte
Misericordiosa saudade.

Sou tudo se estou ao seu lado
Sem fardo e zero amargura
Ser gigante em normal estatura

Infinitamente adorado
Armado com rosas e risos
Conciso e a mais pura lisura.

Você de mais bela escultura
Vejo-me em um falso indriso. 

André Anlub

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.