20 de setembro de 2015

Tarde de 2 de julho de 2015

Pensamento nada vago
(Tarde de 2 de julho de 2015)

As causas principais de alguns gritos atualmente são justamente o combate ao patriarcado, ao machismo intrínseco e muitas vezes explícito, e a visão de domínio dos homens no mercado de trabalho. Tenho total propriedade dessa visão (pelo menos acho), pois já desconstruí minha vil machidão de criação, e atualmente admito cada passo à frente dado por essas lutadoras até o momento. Até ai tudo bem (para mim); mesmo porque elas não necessitam de minha admissão em nada (tenho plena consciência disso). Ao ver/ler algumas pessoas não querendo a cumplicidade, quiçá o “dedão de positivo” em riste e, muitas vezes, sequer a presença masculina nas lutas, chego a uma triste bifurcação: ¿ já que sou excluído devo simplesmente continuar vivendo minha vida tratando todos com respeito e sem discriminação, sendo um homem que acerta e erra muito, tem visão e cabeça amplas, aceita as qualidades e defeitos alheios... mas mesmo assim ter que olhar com indiferença para uma certa causa? – Ou devo procurar outro movimento, com menos radicalismos, com mais flexibilidade (não na luta), em que me encaixe, seja aceito e possa contribuir? Tenho como princípio a comprovação de que toda ajuda é valida. Muitos homens acordam tendo que provar sua masculinidade ao longo do dia; foram criados assim e sequer sabem que são machistas, apenas vivem. Quando se tira o homem da luta, tira-se também a possibilidade dele desconstruir esse pensamento atrasado e atravancado, tira-se dele a possibilidade de mostrar o caminho aos amigos e aos filhos, e mostrar/admitir/repassar que há como coexistir sem oprimir e ser oprimido.

André Anlub

Ótimo domingo...

Modern Family star Jesse Tyler Ferguson thinks Bear Grylls is 'such a show-off'. Do you agree? #RunningWild continues Wednesday 9pm
Posted by Discovery Channel UK on Sábado, 19 de setembro de 2015


Eu já sei,
Nosso grito ecoa.
Ah, e, na boa,
Parei com os versos...
– mentira!
Por ironia, versei.

Esvazie-me – preencha-me
Conheça o verso e o avesso,
Rima após rima,
Sabe que deixo!
E depois,
Ao acordar sozinha,
Vá viver se estou na esquina.


André Anlub

19 de setembro de 2015

Anéis de ouro branco

Veja o tamanho da ilegalidade! Vídeo com pouco mais de um minuto. Vale a pena! Resultado do trabalho do CESeC - Centro de Estudos de Segurança e Cidadania e do Sou da Paz!
Posted by Julita Lemgruber on Segunda, 14 de setembro de 2015


Se a vida estiver em arquivo morto, a poesia faz reprise.

Anéis de ouro branco
(André Anlub - 27/7/13)

Teus anéis de ouro branco brilham como os dourados,
São de dureza feito ferro, redondos como o globo.
Anéis como tu és, valiosos e únicos... Carregados com gosto...
Mas que ostentam a penúria de serem vistos e terem utilidade.

Tu viajas onde divagas – devagar –, reages.
Vives na teia da aranha que abraça o todo: mundo, as pessoas e os desejos.
Na elegância que tens, encontras versos na ponta do lápis.
E todos tem dito: como é bom ler-te; cada letra, cada frase, cada verso...
A união das palavras em coito vivo.

Está ai, pra quem quiser ver, a paz e o amor,
Que saem do coração e derramam em delírio, em choro e em grito.

Falaste que a inspiração havia encontrado o fim, perdendo o ritmo, sem voz no coro.
Os anjos não voavam nos sonhos, e loucos, sem as flechas – em vestes brancas,
Riam das caretas das carrancas.
Talvez tenha desgarrado a ovelha negra do rebanho;
Conseguindo a liberdade, desfrutando do assanho.

Gritaste que as vidas são como as famílias, como os aflitos;
São alimentos das almas, raízes, origens, sonoras águas,
Todos rejuvenescem dos papiros.

Manhã de 19 de setembro de 2015



Lá vem ela com essa má intenção de sexo, e sempre são muito bem-vindas.
(Manhã de 19 de setembro de 2015)

O tempo é absurdamente incoerente, menosprezando a vaidade, a bolsa de valores, os valores vigentes, as vidas correntes, as previsões do tempo e as correntes de vento, de Foucault e as marítimas. Mas o tempo segue dando sabor ao vinho e ao queijo entre outros milhões de sujeitos. O tempo tem uma amizade colorida com as horas, que por sua vez a tem com os minutos, e ele com os segundos, e todos entre si, em uma orgia cósmica, de estampidos e gemidos eternos, que rompe dias e noites causando inveja a qualquer prostíbulo e que também inspirou o Kama Sutra. Sem perder mais tempo vejo a serpente me oferecendo uma cuia com cereais, com amoras, mirtilos, muitas maças picadas e leite de cabra para umedecer toda a coisa. Pelo outro lado vem um barco (aquele velho barco que carrego em meus sonhos) me convidando ao passeio, já com seu jeito moleque com a vida e a seriedade no trato com o mar. Como o cereal, tiro a aveia do dente, e embarco sem pensar duas vezes... Lá vou eu no vento e no ventre das minhas pretensões impulsivas. Vou com gosto já conhecido, pois o sabor navega comigo muito antes de eu me apaixonar pelo mar; penso no mar como a versão masculina de um conto de fadas: a princesa encantada, bem simples, com aquele moletom preto, tênis Nike no pé, os cabelos negros e longos, um sorriso “mulher”... ‘montada’ em uma Harley Davidson (ou pode ser ao volante de uma Toyota antiga) me convidando ao passeio no campo, já com o isopor com a bebida gelada, queijos e guloseimas, duas longas toalhas e a “má intenção” de fazer sexo selvagem... Que sempre será muito bem-vinda.

André Anlub

18 de setembro de 2015

Brumas...



Brumas sobre águas do charco
confuso sem remos nem barco
coração aturdido.
Lhe aceito amor repentino
o deixo colher-me maduro
na macieira do paraíso.

André Anlub

Post vitam

A humanidade precisa sair da sua eterna adolescência.
Posted by Viviane Mosé on Sexta, 18 de setembro de 2015


Agora o sol despontou no oceano,
Só porque você quis assim.
Os raios vão cozinhando em fogo brando,
Desentupindo os enganos,
Só porque você está a fim.

Post vitam

É intrusão essa voz na minha cabeça
repetindo por horas e horas em diferente idiomas
são crianças, mulheres, homens e idosos
vozes roucas, vozes loucas
sussurros e gritos.
Às vezes emudecem
mas em curto tempo voltam.

Vozes eufóricas que dizem coisas desconexas
falavam de amor
de entrega
falavam de salvação
companheirismo
tudo que pra mim já estava enterrado.

Criticavam-me
bajulavam-me
jogavam rosas e depois pedras.

Por fim, desisti
aceitei as vozes e seus conselhos
deixei cair minhas máscaras
saí do meu ostracismo egoísta
fui me arriscar com mais afinco
viver mais intensamente
e fincar minha bandeira branca
em terreno inimigo.

Post vitam...

Caminhando na praia
com meu bloco de notas
rabiscando pensamentos
seguindo sentimentos
encontrei uma antiga paixão.
Aquela que marca
como marcador de gado
deixando uma cicatriz
impossível de esquecer.

Ela disse estar com saudade
e ter toda a liberdade
para um novo começo.
Meu coração já enferrujado
fez-se novo, jovial
fez-se outro
heavy metal.

A recomendação do meu ego
era não se alongar na conversa.
Mas não haviam mais máscaras
nem amarras, nem pregos
tampouco cruz ou pressa.

Procurei dois coqueiros
amarrei minha rede
saciei minha sede
e me permiti ser feliz
mais uma vez.

André Anlub

17 de setembro de 2015

Anjo sedento

Quinta-feira é dia de Retratos do Mar. Conheça o trabalho de Chris Grant, o fotógrafo queridinho das meninas. Veja mais detalhes no site: www.canaloff.com/retratosdomar
Posted by Canal OFF on Quinta, 17 de setembro de 2015


Ajude-me a nadar sedento em sua correnteza, pois fico confortável e feliz; tal bela força fiel e resistente me diz: atravesse novamente o Oceano Pacífico e me beija.

Anjo sedento
(André Anlub - 15/04/13)

Sedento cupido chegou
e nas costas carrega
mágicas flechas de ardor.

Arco de osso de brontossauro
corda de tripa de triceraptor
flechas feitas de costelas
de homens que semeavam amor.

São lançadas aos desígnios
voam ultrapassando cometas
seguem as luzes das estrelas
e aos corações as carícias.

Fartas águas brotam límpidas
em nascentes de rios.

Abriga, na paixão periga
amparo, advindo da alquimia
já para, alvejado o amor.

Saciado, o cupido se engasga nas gargalhadas.
Deleita-se na verdade da entrega alheia
em seguida lamenta, aos prantos, devora-se
grita, ajuíza e tonteia.

Inflama seu próximo armamento
derrama seu secreto tormento
de punho bem cerrado
o arco e a flecha tomados na mão
aponta para o próprio peito.

Arte do inacabado

Você é capaz de imaginar quais são as dificuldades que um deficiente visual enfrenta no seu dia a dia pela cidade? O...
Posted by TV Brasil on Quarta, 16 de setembro de 2015


Arte do inacabado
(André Anlub - 30/07/12)

Estão nos planos os santos de barro,
Tem sarro por debaixo dos panos.
Clamam alto para nós que somos insanos,
Na cruz em chamas vai que um dia me amarro.

Vagueando por claras crenças,
As prensas apertando o miolo.
Escuridão de densas indiferenças,
No preconceito não se reparte o bolo.

É obra-prima a arte do inacabado
Foi passado, é presente e futuro.

Se o azul é insígnia do infinito,
Onde o mito tem morada e poltrona,
Na telona vê absurdos dos filhos,
Um cochilo para diminuir a insônia.

Nada fiz, pois encarei só o que pude...
Livre arbítrio é um tiro no pé.
Tratei de lixo quem me mostrou ser rude...
E pra um suposto embuste sou feito de fé.
É obra-prima a arte do inacabado
Foi passado, é presente e futuro.

Poesias querem ser livres e voar; 
não fazem questão de egos e glórias! 
Senão seriam como belos pássaros em gaiolas!

Para pensar...


AS 7 DIFERENÇAS
1º- Mudou o trono dourado por uma cadeira de madeira...
2º- Não aceitou a estola vermelha bordada a ouro ou a capa vermelha...
3º- Usa os mesmos sapatos pretos, não pediu o vermelho clássico...
4º - Usa a mesma cruz de metal, nenhuma de rubis e diamantes...
5º- O seu anel papal é de prata, não de ouro...
6º - Usa sob a batina as mesmas calças pretas para lembrar-se de que é apenas um sacerdote...
Já descobristes a sétima diferença ? - ( Retirou o tapete vermelho )

16 de setembro de 2015

Sem palavras...

Frases e imagens

Um belo documentário que deveria ser visto por todos!=========================HUMAN"Cineasta Yann Arthus-Bertrand passou 3 anos coletando histórias da vida real de 2.000 mulheres e homens em 60 países. Trabalhando com uma equipe de tradutores, jornalistas e câmeras, Yann captura profundamente relatos pessoais e emocionais de tópicos que unem a todos nós; lutas contra a pobreza, a guerra, a homofobia o futuro de nosso planeta, combinados com momentos de amor e alegria. Assista aos 3 volumes do filme e vivencie #WhatMakesUsHUMAN " ==========================Site:https://humanthemovie.withgoogle.com/intl/pt-br/Video: https://youtu.be/TnGEclg2hjgFacebook: https://www.facebook.com/humanthemovieTwitter: https://twitter.com/humanthemovie==========================
Posted by Marcelo Passos C on Sábado, 12 de setembro de 2015





15 de setembro de 2015

Manhã e madrugada


Curious what Vincent’s Bedroom would look like in 3D? Sketchfab artist ruslans3d has created this interactive impression: https://sketchfab.com/models/311d052a9f034ba8bce55a1a8296b6f9
Posted by Van Gogh Museum on Domingo, 13 de setembro de 2015


Firme e forte para cumprir tabela, ou fraco/forte para viver vivendo plenamente?
(Madrugada de 5 de junho de 2015)

É, é por pouco. Às vezes a vida nos beija, e com vontade. Tento todos os dias roubar esse beijo, fazer graça e soltar minha melhor cantada. Às vezes dá certo, outras vezes não. Já passei tempos sem falar muito com a vida, meio que “dê mal”, sabe?! Foram épocas que eu empurrava com a barriga, apenas vivia e já era o suficiente. Foram tempos duros, pesados, duraram quase uma década. Mas depois veio a forra. Aliás, antes mesmo desses “tempos” eu já me antecipei e vivi o suficiente para deixar a forra garantida. Nem necessitaria haver um Eu posterior... Mas houve e há. Penso que muita gente deve estar vivendo o que vivi nos sete ou oito anos que fui abduzido pela inconsequência e também inconsciência das coisas. Mas não vamos nos enganar... Muita gente é abduzida com consciência e com responsabilidade. Existe sim, e muitos. Viver levando a vida sem viver é muito comum e beira o imperceptível; é como estar no fundo do mar, ou da piscina, e não perceber que está molhado – pois já é natural de tão rotineira que é a coisa. Eu, por outro lado, fiz de tudo para ser percebido; principalmente por mim. Mas era o paradoxo: quanto mais eu me tornava óbvio, mais eu me distanciava do entendimento. Bem, isso já passou. Hoje tento fazer justamente o contrário, e o primeiro passo para tal é apenas saber que está feliz e bem. Pisando em solo lunar ou terrestre ou voando ou aterrissando ou aproveitando essa licença poética... sigo no sinal verde e atravesso no vermelho quando não há pedras em minha direção. Barganhar com a vida não funciona – já tentei muitas vezes –, a gente engana a todos ao redor (muitos enganam até a si próprios), mas enganar a vida é extremamente difícil: não no nosso mundo; não no nosso corpo; não com nossa consciência absoluta; não estando sã. Às vezes a vida nos beija, e é nessa hora que temos que aproveitar e ir à cópula – com carinho e vagarosamente – com jeito e sem alarde – com devoção e fé. Para sair da abdução tive que conhecer outros planetas e entender e achar meu caminho de volta. Comigo foi assim, não foi fácil nem difícil, e foi no tempo que tinha que ser. A meu ver cada caso é um caso, e cada um requer um entendimento diferente do momento; o mais importante é sempre o autoconhecimento, se conhecer... Caso contrário estará vivendo sua vida só para “cumprir tabela” ou estará vivendo uma vida paralela, onde já morreu e esqueceu-se de deitar.

A arte e o tempo se vão – vontades e desenhos de pele ficam. 
(Manhã de 7 de junho de 2015)

Trouxeram-me os Anjos alguns rabiscos nessa madrugada. Eram folhas sem nada, em branco, mas tudo ali continham. Foi o mundo ao avesso no desapresso das pressas. O pensamento ligeiro deixava nas nuvens rastros de onde nunca passou enquanto o mar, meu amigo, me aguardava em uma próxima e breve visita. Os olhos fechados em sonhos iam aquém e além do tempo presente; pude ver tão claramente um fato nunca consumado. Por onde estaria um quadro chamado “chupa cabra” que pintei e presenteei uma amiga? Onde estaria essa amiga? Pois é. As flores belas nos cantos da sala, as velas queimando e perdendo seu corpo; as flores ainda com cheiro delicioso e as velas ainda tinham muito a queimar. Um poço de água doce e limpa em formato de lembrança... Uma água nunca bebida e uma sede que sempre houve. Vejo agora elegantes elefantes com seus passos gigantes, pesados e lentos... Em um santuário que faz qualquer santo voar. Versos me rodeiam e anseiam serem pegos e “usados”. As pedras, cá para baixo – pedras duras e cascalhos – lisas e pontiagudas – formam dores antigas e novas e, como não poderia deixar de ser, também fazem parte do cenário. A peça de teatro já – já irá ao ar. Em um abre/fecha de cortinas, rotineiras rotinas e acasos em novidades... Tudo para alegrar a alma. Vou pensar sobre o assunto e tirar minhas próprias conclusões (novamente). Expus o que era para ser exposto, e com gosto. Pus-me o que era pus e cicatrizou em uma casca mais forte e duradoura. Escrevi somente para fazer graxa e engraxar o texto... dar brilho. As cachoeiras me chamam (sejam elas quais forem), as águas me chamam, o sol está no ponto e o céu bate seu ponto... Ainda mais azul do que nunca. Canhões e soldados sedentos, tempestades e terremos (querendo), chuva ácida – frio e gelo. O frio perdeu a guerra, mas ainda não se deu conta disso (ainda bem). Agora dou uma puxada forte no meu inalador Vick, cheiro de cânfora e mentol... O tempo ficou lento e o som no mínimo, lamentos enterrados e lamúrias aos ventos... A distância entre o entrosamento e o ensejo é um breve momento... As cortinas de todas as cores e formas se fecham... Hoje houve sonho, como sempre há. 

André Anlub

14 de setembro de 2015

Manhãs, tardes, noites e madrugadas

Os melhores nem sempre são os ideais, há de se distinguir uns dos outros.
(madrugada de 16 de agosto de 2015)

A conotação disse pra denotação que a mesma tinha um coração de pedra; a denotação acreditou e morreu de infarto!
Enfrentou um inimigo fraco e normal para massagear seu ego; pensou no fato de que pequenos e frágeis problemas fortificam para encarar os grandes e fortes desafios. Banalizou o banalizado; voou baixo – rasante – e em um levante dentro de um rompante: adorou a própria história. Um sonho: os fortes nos fortes, a esquerda e seus assistentes para funerais; liga aqui, desliga lá, assim segue a palavra certa no disfarce da errada. Os óculos embasados nas visões embaçaram... não se vê absolutamente nada; tudo é estranho, agitado e vadio; tudo é apocalíptico, paralítico e sombrio. Ninguém mais fala bem da realeza, está falida, carcomida pela inocência descabida, mas que cabia em todos os momentos. Deduções: simples observações; coincidências: análises complexas de costumes. Pensa-se que não! E nas esquinas papéis no chão, nas poças d’águas das chuvas, são anotações importantes, poemas raros e listas de compras de supermercados; há algo demasiadamente misterioso nessa magia negra do cotidiano; algo aquém/além que não conseguimos tocar, ver e descobrir. Nada pode ser só o que é só, e ser só o que é muito e ser só seja o que for. Ninguém quer se meter em assuntos disformes, textos escritos em letras garrafais em um idioma extraterreno que se finge não dar atenção. Existe o sábio que vive na simplicidade, à vontade e feliz; planta, colhe, come, dorme... segue na “rotinagem” com meditações nos intervalos e muito maracujá para passar bem à noite. O sábio pode ter medo de algo, mas mesmo que todos saibam, o medo jamais saberá; pode não temer a morte, mas isso ele prefere desconversar. Ele sabe que a hora é de não mais recordar; é hora de cortar a corda e deixar a âncora o mais livre possível para afundar (no bom sentido). Nesse momento ventos fortes chegam ao local... e o local se entrega a eles. Há um ser melhor dentro do sábio, dentro de todos nós... mas nem sempre é o ideal usá-lo o tempo todo; assim o cansa, o deixa frágil, previsível e vulnerável. Há o tempo certo de empunhar a espada e o tempo certo de deixa-la oculta; o tempo certo da gargalhada solta e travessa e o tempo para rir por dentro. A desconstrução de uma identidade forjada há anos pelo sistema (e muitas vezes com o aval da família) às vezes é muito difícil; a exemplo da pessoa que é moldada para ser mãe e/ou dona de casa, e tem isso como meta, mote e foco, e nada mais se busca. Já vivenciei muitos casos de amigas que estudaram, batalharam e se formaram em faculdades, mas não puderam exercer a profissão, pois se tornaram mães e/ou propriedades privadas implícitas dos maridos, por seguinte "do lar". Algumas quando acordam e descobrem-se descoloridas, caem por si e constatam que já é tarde demais; por orgulho, comodismo ou sabe-se lá o motivo, repassam (consciente ou inconsciente) ao filho a doutrina machista e à filha a submissão.

Manhã de 14 de abril de 2015 (com sabor de Bardo que brada na quebrada)

Vim novamente da escola da história; aquela sofrida – ou nem tanto. Passo e vejo a rasteira do capoeirista que entorta a pista ou somente meus olhos.
Leio enquetes no céu sobre cores do tempo, sobre sofrimentos e felicidades, casos eternos perdidos em uma bolha chamada: “talvez”... E algo mais, ou algo assim – ou nem tanto. Sinto o cheiro de grama encharcada, de cavalo, daquele mato irrigado, daquela bosta de gado – estrume fresco. Pois bem, estou em casa, enfim.
(vou fazer café fresco, pão de centeio, queijo coalho e Muddy Waters no som bem alto). Acendi a lareira, o incenso, a ideia e vi o moleque Manoelzinho descendo a ladeira nesse frio congelante e inventivo... Menino, sem casaco, sem uma calça quente, sem gorro, sem dente, sem família. Voa por cima do muro uma coberta de linho (tenho uma novinha que ganhei da minha avó), ele pega e se transforma em um casulo gigante – algo pré-histórico. Deu-me um nó na garganta e não consegui cantar! Resolvi fazer uma oração, calado (antigamente era mais fácil ser enfático, fantástico, fanático, fantasioso e sonhador). Nesse instante um dos santos da estante me olha com um olhar de quem quer dar um passeio; me fala mudo com olhos fixos, e, por fim, me cala em receio – o pego – levo ao outro cômodo e o acomodo em cima do parapeito da janela. Nesse momento o tempo abre, o sol brota tímido e as nuvens quase se transluzem – dando para ver a felicidade ao longe.

Tarde de 20 de Abril de 2015

Vem à dor de cabeça, mesmo que imaginária; vêm os placebos da leitura, escrita e ficar solitário. A versão da história há tempos foi deturpada, pois nunca faz-se nada que não traga um avesso apraz. Nada é capaz de entreter intermitentemente os eu próprio capataz; loucura, e é mesmo. O avesso agora se fez travesso e belo, repartindo o bolo em ¼ de desequilíbrio. Complexo colorido de combinações perfeitas aos olhos perplexos e mentes entreabertas; mentes de calibres sutis, em situações de insinuações sinuosas e citações hostis (tirei a noite para ler Foucault, mas faltou fetiche e o fantoche para findar tal festa). Vem à dor na perna, mesmo que real. Após a corrida vespertina em um suor mais forte, em um sol mais forte, um pique mais forte de um corpo mais fraco. É abril, mas poderia ser sonho; é um mês escancaradamente gordo; os bordões estavam prontos e os bordéis idem: tais “ai” e “hum” e “ha” num vai e vem intenso de dar inveja ao pêndulo do relógio antigo da sala. É abril, mês que escancara; vou dar minha cara à tapa que estarei pronto para qualquer jornada (tirei a noite para ler Ana C., vai faltar você. Já cedo faltou enredo, há medo no querer). Não é física e nem afásico, talvez algo frásico sobre/sob fusão: alcança-se o ponto de ebulição da água 50% mais rapidamente ocupando-se em outra coisa.
Ela deixou o rastro do seu corpo no suar, no soar, no sorrir... Deixou ares de paz em céus azuis, em noites bem-vindas, em toda a dicotomia de céus sem fim... Ela deixou, mas prometeu voltar antes que tudo esvaeça.

Noite de 18 de abril de 2015 (com divinização da poesia – divisor de águas)

Na sombra dos medos nasceu o pé de luz. (meu pé de cabra arrombador de Eus) E esse pé cresceu – se ergueu, ficou forte – criou porte, deu frutos, assim. Amadureceu a chave do mundo – a chave de tudo e futuro eternizado: chavão. Janelas se abrem; se abrem cortinas e vem o beijo do sol e vem penetrando o clarão. Mistérios nas nuvens, e obtusos e abstrusos e absortos. Abriram-se dentro de um aberto brilho no imaginativo castelo os portões. As notícias melhoraram com o céu lavado, o infinito ficou mais perto; ouço aquela menina me chamar para um drink no escuro. Ou no inferno, “a la Tarantino”. Visões de queijos e vinhos – paladares de bocas e intestinos, tudo faz sentido de alguma forma. Há um gigante ou há um anão entre o rei e o umbigo, decididamente isso é de fato uma norma. Já ouvi a menina dizendo cantando que nada a deprimia... E depois sumia. Talvez fosse para outra galáxia ou talvez tocasse violino para inspirar um milhão de alguém. Lá vem um inverno rigoroso... Vou colocar um casaco, deitar, ler e tirar um cochilo... Na luz da coragem o pé de luz cresce. O mar não está para peixe ou é você que não está para o mar? Às vezes é bom fingir-se de morto e deixar a maré te levar! Busque o sol somente para ti: privado – intransferível – infindável; ele há de te retribuir: livre – comunitário – temporário... Assim, como quase sempre é o amor.

André Anlub

Samba do crioulo doido na casa da mãe Joana

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Samba do crioulo doido na casa da mãe Joana         
(André Anlub - 5/7/14)

Tudo naquela bolha de sabão,
O mundo, o universo, as aves, o mar...
Tudo coloridamente alucinatório
Na majestosa bolha de sabão.
Chegam os louros de toda a vitória:
O pódio, as coroas de flores,
A beijoca aqui e outra acolá;

Chega o conforto num colchão de molas,
Vão-se os odores de podre
Do peixe dourado morto;

Vão-se as duradouras dores
No ponto morto das costas.

Cada pétala dessa certa rosa
Coloriu-se com as cores preferidas de todos,
Foi um bafafá, foi uma correria – para aqui, para lá.
O canto esfarela e professa
Dançando com cada caravana sem freio,
Ri dos ventos úmidos
Que não deixam as fardagens secarem nos céus,
Mas chora com seu som abafado
Pelo sol escaldante
Pendurado na ponta da lança de um Deus.
Seriam sonhos?
Ergueram os mais belos castelos,
Barro por barro, pedra por pedra,
Para depois deixarem vazios, sem libertinagens, sem histórias...
Só com o eco do silêncio, com o vazio e o tempo,
Com a fantasia de um achismo simplório.
Não, não se vê mais um tesouro que nos atrai,
Tampouco a arca vazia.
Alguém o roubou e levou para muito longe
(além da estrada)
E esse alguém morre de sede ou de fome (e fica a arca)...
Um anjo a viu em lugar deserto aonde ninguém ia,
Ninguém fala, canta, late ou mia,
Ninguém vai.
E ficou a arca... ficou a arca com a morte,
Ficou a arca com a morte e a foice
Ficou a arca, a morte, a foice e a lança...
Ficaram os quatro para a próxima ganância...

Se não há cor, colora; se já há colorido, se esbalde.
Se cansar de se esbaldar, desbote... e repita sempre tal dote.

Hipnotiza-me sem a mínima hesitação, e com a carcaça não tenha perdão. Me molda e muda, me desvenda e desnuda, aperta tanto meu coração, que em seu transmuta.

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.