19 de agosto de 2015

Moedas no fundo do poço

"Nós não temos uma notícia sobre o perigo da instabilidade econômica mundial, da situação da Europa, da situação dos...
Posted by TV Brasil on Quinta, 6 de agosto de 2015


Moedas no fundo do poço
(André Anlub - 12/8/13)

Tudo mais claro e prático
Dentro do meu sorriso.
Fez o improviso arrepiar o pelo
E esquentar a alma.

Então exibo agora o nosso real
E o meu inventivo.
E pedindo eu viso que assim o faça
Sem mais ou mal...

Seja leve seja doce, assim como nossa melodia.
Seja a lua do meu dia e da minha razão o sol.

Nos anos de branco e preto só tenho que agradecer
A lealdade que migrou pra força e explodiu sincera.

Procurei a luz nos versos
De todo e qualquer resplandecer;
Topei com as mais vivas cores e amores
De uma nova era.

Vindo as noites frias já me aquecia
Nos seus lábios.

E nos alfarrábios com as poesias que levam ao alto.

Fiz do poço o salto
E do básico todo um universo.

Ilustrei meu inverso
E ao invés do trágico fitei o palco.

Sem obrigação a vida corre farta feito um rio
No calor e frio por entre rachas, por entre rochas.

Não há razão pra ter em tudo uma noção,
Nem resposta.
No oposto se faz aposta
E sempre haverá moeda
No poço de toda fossa.

Coruja divina


Coruja divina
(André Anlub - 5/3/14)

Está aí o andarilho solene
Que faz de outros momentos
As paixões e excitações.
Deixando o vil preconceito que persevera em ser perene.

Num dia de sol ardente que valha
A muralha que por baixo é gigante
Não protege seu corpo franzino.
Num palco de versos ululantes
De bons bordões qual malária.

Afiando a ponta da língua
Anabolizada ao som de sereias
Poemas escritos em areias e músicas e rosas e tintas.

Vê-se a razão que não mingua
Fala-se em matrimônios – mistérios
Infindos sem afins nem começos
Assim dá-se o nome de vida.
E lá se foi solene andarilho
Buscando a grandeza que ensina
Fazendo da vivencia uma causa
Na cauda da coruja divina.

18 de agosto de 2015

É como caminhar solitário na China

Às 22h, veja o premiadíssimo filme O Som Ao Redor / Neighbouring Sounds, com Irandhir Santos!A presença de uma milícia...
Posted by Canal Brasil on Terça, 18 de agosto de 2015


É como caminhar solitário na China
(André Anlub - 3/6/13)

Comumente aparecem terremotos que abalam estruturas e enfraquecem terrenos. Nas raízes das árvores, o lamento; nas artérias e veias, o sangue esquenta. Há guerreiros e fantasmas internos munidos de lanças e espadas com a cabeça em redemoinhos e sentimentos em explosão. Há vidas passando em lembranças que surgem ao fechar dos olhos, nos quentes lençóis em frias noites, no fingir do embarcar nos sonhos. As emoções são rústicos vigias que transitam pelas alamedas vazias, passando pelos tugúrios de pedras com suas luminosas lamparinas. O lume dos candeeiros, por dentro dos nevoeiros, divide com o amor seu fulgor. Sagrada inspiração  é o real do imaginário, são sombras no caminhar solitário. 

Um Mau Lugar da Pseudo-morte

Tem o caso da mulher (muito simpática por sinal) que come e bebe de tudo, se exercita muito raramente, cuida da casa, dos filhos, da própria vida e conseguiu ter o peso que a mídia e o sistema impõem às mulheres. Só havia um detalhe: ela sofre de osteoporose. 



Um Mau Lugar da Pseudo-morte       
(André Anlub - 4/7/10)

Com as mãos sujas de pecados,
Corpos fortes, mentes fracas,
Lixos espalhados por todos os lados
Ficam a empunhar as suas facas.

Uns nus gritam abafados,
Outros dizem serem soldados de Hades;
Mas todos buscam se alimentar
Comendo os corpos estragados.

Existe em frente um imenso mar de sangue,
Com ossos e pedaços de carne.
Na junção com a terra se forma uma espécie de mangue
Com pequenos moluscos que beliscam as faces

O cheiro de podre domina os lugares,
Também no ar existem pequenas cinzas
De corpos queimados pelos calcanhares,
Bocas abertas procurando brisas.

A dor e o medo são cotidianos,
Zumbis e moribundos vomitam maldade.
A esperança e a vida há muito tempo padecem...
A única saída é pedir piedade 

Não se deve adubar nem colher o ódio ao se depararem com algo que é fruto da ignorância alheia. 
Deve-se abrir a mente, preparar o solo com justiça e espalhar a semente da coerência.
Uma das melhores coisas do mundo é uma convivência harmoniosa, sem atritos, onde todos os participantes podem, realmente, ficar à vontade, desarmados, sendo o que são sem sentir ameaça nenhuma por parte de quem está junto. Porque, neste caso, quem está junto de fato está, forma corpo uno, senão em ideologia, ao menos em, como disse, convivência. São pessoas que não fazem sacrifício para dividir o mesmo ambiente e, se não sentem um, digamos, prazer indescritível com a presença umas das outras, com certeza não veem nesta presença problema nenhum, estão entregues, estão em paz. Uma das piores coisas do mundo é o contrário de tudo isso, a tensão, a desconfiança, a armadura, a defesa constante, comportamentos arredios, belicosos. É péssimo porque pouca coisa existe pior do que não estar em casa dentro da própria casa.

(Rogério Camargo - do livro TODOS E NINGUÉM)

Botões abrindo-se em Flores


 Textos dedicados ao caríssimo amigo: Jacques Azicoff. 

Manhã de 14/4/15 – bardo que brada na quebrada.
Vim novamente da escola da história; aquela sofrida – ou nem tanto. Passo e vejo a rasteira do capoeirista que entorta a pista ou somente meus olhos. Leio enquetes no céu sobre cores do tempo, sobre sofrimentos e felicidades, casos eternos perdidos em uma bolha chamada: “talvez”... E algo mais, ou algo assim – ou nem tanto. Sinto o cheiro de grama encharcada, de cavalo, daquele mato irrigado, daquela bosta de gado – estrume fresco. Pois bem, estou em casa, enfim. Vou fazer café fresco, pão de centeio, queijo coalho e Muddy Waters no som bem alto. Acendi a lareira, o incenso, a ideia e vi o moleque Manoelzinho descendo a ladeira nesse frio congelante e inventivo... Menino sem casaco, sem uma calça quente, sem gorro, sem dente, sem família; voa por cima do muro uma coberta de linho (tenho uma nova que ganhei da minha avó), ele pega e se transforma em um casulo gigante – algo pré-histórico. Deu-me um nó na garganta e não consegui cantar! Resolvi fazer uma oração, calado (antigamente era mais fácil ser enfático, fantástico, fanático, fantasioso e sonhador). Nesse instante um dos santos da estante me olha com um olhar de quem quer dar um passeio; me fala mudo com olhos fixos, e, por fim, me cala em receio. O pego e levo ao outro cômodo e o acomodo em cima do parapeito da janela. Nesse momento o tempo abre, o sol brota tímido e as nuvens quase se transluzem – dando para ver a felicidade ao longe. 

 Noite de 18/4/15 – apoteose poética/divisor de águas.
Na sombra dos medos nasceu o pé de luz (meu pé de cabra arrombador de Eus). E o pé cresceu – se ergueu, ficou forte – criou porte, deu frutos, assim... Amadureceu a chave do mundo – a chave de tudo e futuro eternizado: chavão. Janelas se abrem; se abrem cortinas e vem o beijo do sol e vem penetrando o clarão. Mistérios nas nuvens, e obtusos e abstrusos e absortos. Abriram-se dentro de um aberto brilho no imaginativo castelo os portões. As notícias melhoraram com o céu lavado, o infinito ficou mais perto; ouço aquela menina me chamar para um drink no escuro, ou no inferno, “a la Tarantino”. Visões de queijos, vinhos – paladares de bocas e intestinos, tudo faz sentido de alguma forma. Há um gigante ou há um anão entre o rei e o umbigo, decididamente isso é de fato uma norma. Já ouvi a menina exibindo cantando que nada a deprimia... E depois sumia. Talvez fosse para outra galáxia ou talvez tocasse violino para inspirar um milhão de alguém. Lá vem um inverno rigoroso... Vou colocar um casaco, deitar, ler e tirar um cochilo. Na luz da coragem o pé de luz cresce (além de contador de história, da necessidade de mentir, objetivos, escritos e glórias). Até coloquem palavras em minha boca... Mas que nasçam poesias. Não, não é meramente escrever poesias... É desenhar sentimentos.
Manhã de 20/4/15 – pé na estrada, estado e estribo.
Já de praxe: meu maracujá gelado e a impressão de algo largo longo lerdo no ar. Ser leigo nas conclusões não é estranho? Não, nem tanto! Cobiço sempre pingos nos “is” e até levo desaforo para casa, mas sabendo e admitindo que esteja levando. Sou totalmente parcial e gosto de ter conceitos sobre tudo; mas sabendo que os mesmos podem mudar, admitindo e procurando acertar, caso esteja errado. “Isso ou aquilo” - coisas corriqueiras; mas nada é corriqueiro quando se vive o momento. Há algo no ar: talvez seja somente ar mesmo; talvez seja poluição; talvez seja cheiro doce que ficou na memória; talvez cheiro de comunhão, velas acesas... Esses “trens” com jeito Mineiro (saudade de MG). Vou comer um queijo com doce de leite e goiabada, beber uma cachaça e volto. Há algo no ar: não é comum. É algo turvo, fora de foco, que necessita arremate. Sem martírio! Fiz jura de arrumá-lo, deixa-lo tinindo, seja lá o que for. Em dado momento a brisa invade a sala e sinto o odor de flor de lírio (voltei com duas talagadas de cachaça na cachola). Joguei a moeda ao alto, escolhi “cara”; e foi assim: bateu no chão e caiu no vão da pedra. Peguei a lanterna e fui ver o que havia dado. A luz foi nela e nada! Agora é algo que me tira a atenção e vai à contramão do desejo; pão sem queijo/sexo sem beijo/desconstrução da ação. Peguei o imã, a corda e acabei com o imbróglio; resgatei a moeda, mas no ínterim do resgate/viagem/volta, ela rodopiou na linha e jamais saberei o que deu. Então não perdi nem ganhei... Empatou. Não sei o porquê/por onde/por quem, só sei que danço a dança mais zen. Danço no embalo do samba da vida; na alma o brilhar, bailar de amores cheios de cores, festas e todos. Dança frenética de ritmo e tambores, de velho menino, gigante e rei; de ruas/rios de deuses plebeus; danço na raça, na praça ditosa, no coreto da vitória e no viés do além.
Tarde de 20/4/15 – ação, doação, dor e adoração.
Vem à dor de cabeça, mesmo que imaginária. Vêm os placebos da leitura, escrita e ficar solitário. A versão da história há tempos foi deturpada, pois nunca se faz nada que não traga um avesso apraz. Nada é capaz de entreter intermitentemente os eu próprio capataz; loucura, e é mesmo. (hoje pensei em ir doar sangue). O avesso agora se fez travesso e belo, repartindo o bolo em ¼ de desequilíbrio. Complexo colorido de ajustes perfeitos aos olhos perplexos e mentes entreabertas; mentes de calibres sutis, situações de insinuações sinuosas e citações hostis (tirei a noite para ler Foucault, mas faltou fetiche e o fantoche para findar tal festa). Vem à dor na perna, mesmo que real. Após a corrida vespertina em um suor mais forte, em um sol mais forte, um pique mais forte de um corpo mais fraco. É abril, mas poderia ser sonho; é um mês escancaradamente gordo (novamente a sensação que tenho mais do que preciso/mereço). Os bordões estavam prontos e os bordéis idem: tais “ai” e “hum” e “ha” num vai e vem intenso de dar inveja ao pêndulo do relógio antigo da sala. É mês que escancara; vou dar a cara à tapa e pronto para quaisquer jornadas. (tirei a noite para ler Ana C., vai faltar você. Já cedo faltou enredo, há medo sem meio no querer). 

Noite de 20/4/15 – poética e orgulho das conquistas
Iniciava-se: há ditadores querendo salgar a carne do churrasco. Isso é inadmissível! Fiz aniversário no começo do ano; não tinha bolo, mas tinha bala! E da boa, e bem doce. Não sou mais um consumidor assíduo de doces, só os mais “light”. A criação atualmente é meu carboidrato, minha glicose, minha paçoquinha, meu doce de leite com suco de amora (vou comer torrada com ricota de leite de búfala e, de sobremesa, trufa de chocolate). Agora vi na televisão: mulher deu a luz a cinco crianças; agora olhei para o céu e cinco estrelas se destacaram. Medianamente o meridiano escolhe uma ponta; espontaneamente o espontâneo fica indeciso. É muito siso para um inciso nessa pouca boca; é muito oca para se construir uma oca e ocupar todo espaço preciso (vou tocar Blues pesado na minha gaita de boca e pegar pesado no semblante de louco). Farei aniversário no começo do ano que vem. Talvez tenha bolo, talvez tenha bala! E, de boa: nada de doce.  

Manhã de 24/4/15 – gelo, Absolut e água com gás.
“Êta, porreta, qual é?” Deixo para trás o rompante e no montante e na montanha vejo essa manhã sedenta, tamanha, de inspiração. Manhã avermelhando ao longe... Cereal, frutas, café – sustentação –, o branco da parede e quadros coloridos, aqui. Vou dar minha corrida e ganhar pensamentos; ganhar sonhos e novidades; vou dar minha pitada de irrealidade e abarcar fingindo ser um monge (não escondo a simpatia pelo Budismo; e nem deveria, e nunca assim farei). À revelia estão em quilo/peso à crença contraditória, algumas oratórias sem noção; há momentos em que não me queixo, e o quebra-cabeça se deixa e se encaixa... Na maioria dos momentos não. Prefiro sempre a adequação de ter uma/duas/três escolhas (fiz escola nisso) e fazer o que acho sensato, justo e honesto: sem ordem – desordem – prevaricação, não escondo a simpatia pela pessoa simples, direta, sincera e nada gananciosa. “Êta, disposição”, é bom acordar para vida depois de acordar da cama e depois de anos estagnado; não vou mais reacender tal (nenhum) carma (não foi para fazer trocadilho). Já vivi na lama; já vivi no limo; já vivi no limbo; já vivi sem gama e “me virei” na vida sem colorido – sem poesia – sem improviso, com garrafas e ideias vazias (ou a caminho)... Sem fim, sem confetes e sem ninho. Na obsessão pela saída achei a poesia. Hoje a amo sem a necessidade da recíproca e/ou carinho.

Madrugada de 25/4/15 – Bovarismo e quão de Marx.
Não se diz ganancioso, apenas não se contenta com pouco; só não percebeu ainda que também não se contenta com muito. Uma corda: já baixou a noite, deitado e cansado vejo pela janela as estrelas sorrindo no céu; faz um frio atípico que pode futuramente principiar um temporal (tem sido a poesia que me invade e, em alarde e envaidecido, sigo saciado na sua maestria). Já fiz minha leitura noturna, escovei os dentes e bochechei o enxaguante bucal. Vou até a cozinha e abro o freezer deixando sair aquele bafo de fumaça gélido e gostoso, pego um copo comprido e coloco gelo até a borda e na porta a garrafa de vodca (resfriada/intensa – branca/alva – coloidal/viscosa – irresistível/fatal). As asas querem voo, me incomodam, querem que eu volte à leitura ou pegue a caneta. Mas com o copo na mão e o líquido na cabeça: estou de muleta. Um acordo: fiz um acordo certa vez, um pacto com um dos meus medos e com o mais forte deles. Nosso encontro foi em sonho: eu solitário no mar com ondas gigantes – é impossível estar sozinho quando se tem ondas gigantes, mas eu estava –, nada de terra em volta, nada de ilha nem sequer um barco. O medo voava enquanto soltava uma forte chuva sobre mim e soprava um vento muito frio e extremamente forte, no estilo terral, que fazia nas ondulações pequenas chuvas ao contrário. Era um cenário “Hitccokiano”, só um pouco pior, que parecia durar uma eternidade; eu gritava a ele para deixar-me livre, para expor a verdade, para não me enrolar mais... Ele concordou e eu então acordei (pássaros que vem e que passam também são os pássaros que ficam). Quando o tempo passa em branco é como estar alegre na jaula o Corvo; se acomodando no contrassenso de ser castrado da liberdade do voo. Um acorde: pego minha faca importada, minha faca de guerra, sento na varanda ao relento e começo a amolar – é um bom passatempo. A madrugada grita em silêncio, os cães das casas vizinhas e os daqui fecharam suas bocas sorridentes e babonas. Agora falta pouco, falta o parco: um mar, uma vara de pescar, uma lua cheia, inspiração e um barco. 

Madrugada de 27/4/15 – a enorme saudade do amanhã.
Sempre me flagro longe, pensando na minha velhice, na minha careca reluzente e no meu coração ainda batendo e amando, pescando em águas calmas e fartas de peixes e poesias; é recorrente. Penso no meu futuro barco simples, azul turquesa, nas águas de uma cidade do nordeste. Um barco com aquela tradição de um nome feminino escrito em letras simples e sóbrias nas laterais da embarcação... Há um tempo eu colocaria alguma pintora que gosto, que simbolizou algo em mim: Tarsila ou Djanira ou Haydéa ou Malfati ou Mittarakis...  Mas hoje em dia mudei, e o mais provável é que seja o nome de uma das escritoras que também me marcaram, nas leituras e/ou nas respectivas histórias: Emily Dickinson ou Sylvia Plath ou Ana C. ou Carolina de Jesus ou Virginia Woolf ou Beauvoir... Ainda mergulho de cabeça em uma paixão; mas checo a profundidade e a temperatura da água, coloco touca, tapa ouvidos e vou. Na varanda, na minha cadeira, cães deitados ao meu lado e o ar gélido, céu limpo e insetos me observam. Dou uma talagada no suco gelado de maracujá. Vou-me ao repouso, repousar o corpo, a mente, o bloquinho e a catarse que adoro, pois me persegue nos momentos mais curiosos, gráceis, carrancudos e inesperados. 

Madrugada de 1/5/15 onda só – assaz bela, mas só.
De quando em vez é melhor parar de pensar chatices. Na árvore da vida nunca se sabe qual galho segura o fruto, qual está podre e qual segura o fruto e se quebrará em podre. De qualquer maneira se deve adubar sem o adubo dúbio do mais fácil, trivial e raso. O abajur aceso ilumina meu conhecido bloquinho. E as sombras feitas na parede dos objetos que se mexem pelo vento do ventilador desafiam a imaginação. Taparam meus olhos para uma futura surpresa; desataram minhas mãos para os fatos do mundo. Ouvidos voam atrás de boa música e o corpo clama pela sobremesa. Agora não há tempo; não desisto nem do que desisti. Vivo remoendo vis charadas. Há tanta história dentro do prólogo que poderia até parar aqui. Mas vou além, o voo e lotes me aguardam nos vales querendo sociedade. A língua está solta como nunca, a mente tinindo de alegria, e a sensação de nunca ir dormir sozinho. Há mares e meu barco adentrando, meu doce mergulho e minha pescaria; não quero salgar demais o peixe – deixa-lo muito tempo à espera – só o necessário à língua. Meu amor/(a)mar, estou indo. O que será que acontece quando a aranha tece a melhor casa, a zona de conforto? O sono vem arriando, gancho mental de direita; agora é fugir do lógico e ir ao básico do orbe. Desligar o tri e bifásico. No mundo incógnito do ontem do amanhã do agora – ninguém é rico ou ferrado, pois não importa aos olhos de Deus que governa. Como não deveria importar nesse mundo aqui fora. Na pré-adolescência, durante e pós, fiz inúmeras amizades, percorria o RJ de camelo para cima/baixo, ia a diversas turmas de rua – Hilário, Constante, Leme, Figueiredo, GEL, Ipanema, Arpex, Catete, Glória, Botafogo para trocar ideias, fazendo assim amizade com várias mentes pensantes de histórias e ideologias diferentes. Sou humilde no trato com os amigos e complexo comigo.

17 de agosto de 2015

Vem de Bike...


"O processo de SOU emite 60% menos CO2 no meio ambiente. Ao usar a bike no lugar do carro, além de fazer um ótimo exercício físico, você colabora com o trânsito e também ajuda o meio ambiente. Pensando nisso, a Casa Tpm e SOU oferecem um bicicletário para você deixar sua bike enquanto participa do nosso evento."



Ei, você, já se inscreveu? Então vem com a gente que a #CasaTpm2015 está chegando! <3 casatpm.com.br
Posted by Revista Tpm on Quarta, 12 de agosto de 2015

Um Moinho


Um Moinho

A travessia é dura
dias de chuva
noite de frio
dias bem quentes
noites sombrias.

Nesse caminho confuso
nessa estrada sem placas
entre o reto e o obtuso
todos afogam suas mágoas.

Com a bota furada
pisando em barro ou em pedra
pronto em pé ou na queda
tiro o melhor na caminhada.

Se encontro uma rocha grande
serve para descansar
se encontro um mar
sou filho de navegante

Se a fome quiser ser minha sombra
como um pedaço de pão
se não saciá-la
posso matar um leão.

Tudo posso e tenho
se a força não me faltar
como um moinho de água
que mesmo se o poço secar
usa o vento pra roda...
nunca parar de girar.

André Anlub

16 de agosto de 2015

madrugada de 16 de agosto de 2015



Os melhores nem sempre são os ideais, há de se distinguir uns dos outros.
(madrugada de 16 de agosto de 2015)

                    Enfrentou um inimigo fraco e normal para massagear seu ego; pensou no fato de que pequenos e frágeis problemas fortificam para encarar os grandes e fortes desafios. Banalizou o banalizado; voou baixo – rasante – e em um levante dentro de um rompante: adorou a própria história. Um sonho: os fortes nos fortes, os Russos e seus assistentes para funerais; liga aqui, desliga lá, assim segue a palavra certa no disfarce da errada. Os óculos embasados nas visões embaçaram... não se vê absolutamente nada; tudo é estranho, agitado e vadio; tudo é apocalíptico, paralítico e sombrio. Ninguém mais fala bem da realeza, está falida, carcomida pela inocência descabida, mas que cabia em todos os momentos. Deduções: simples observações; coincidências: análises complexas de costumes. Pensa-se que não! E nas esquinas papéis no chão, nas poças d’águas das chuvas, são anotações importantes, poemas raros e listas de compras de supermercados; há algo demasiadamente misterioso nessa magia negra do cotidiano; algo aquém/além que não conseguimos tocar, ver e descobrir. Nada pode ser só o que é só, e ser só o que é muito e ser só seja o que for. Ninguém quer se meter em assuntos disformes, textos escritos em letras garrafais em um idioma extraterreno que se finge não dar atenção. Existe o sábio que vive na simplicidade, à vontade e feliz; planta, colhe, come, dorme... segue na “rotinagem” com meditações nos intervalos e muito maracujá para passar bem à noite. O sábio pode ter medo de algo, mas mesmo que todos saibam, o medo jamais saberá; pode não temer a morte, mas isso ele prefere desconversar. Ele sabe que a hora é de não mais recordar; é hora de cortar a corda e deixar a âncora o mais livre possível para afundar (no bom sentido). Nesse momento ventos fortes chegam ao local... e o local se entrega a eles. Há um ser melhor dentro do sábio, dentro de todos nós... mas nem sempre é o ideal usá-lo o tempo todo; assim o cansa, o deixa frágil, previsível e vulnerável. Há o tempo certo de empunhar a espada e o tempo certo de deixa-la oculta; o tempo certo da gargalhada solta e travessa e o tempo para rir por dentro. 

André Anlub

Olheiros

A onda impossível de Nathan Florence em Teahupoo apontada como a mais cascuda já surfada no braço por lá. Imagens: Tim Bonython/SurflineSiga: [ https://instagram.com/layback ]
Posted by LAYBACK on Domingo, 2 de agosto de 2015


Olheiros
(André Anlub - 2/4/14)

Em zigue-zague, cá e lá, tantos olhos nus,
Aguardando a ponta do sol,
Que vai nascer num mote distante
De um lugar nenhum.
Não importa!

Como sossegos que assustam morcegos
Escondidos em cavernas, companheiros dos sentimentos tímidos;

Alma cálida daquela paixão nada passageira,
Derramando na veia, demudando o que corre no corpo
Da sola do pé ao topo
Vinho tinto – vinho do Porto...
Saboreia.

Seu lugar à mesa não está vazio,
É seu disponível - é seu abrigo
Inimigo e amigo do seu espírito
Em plena consciência da compaixão...
Humildade.

Venha fartar-se tão breve
Nessa mesa ou naquela
Na panela de quem se atreve.

Venha sentar-se tão logo
Nesse ou naquele colo
Ou no solo frio do chão.

As torradas estão prontas, saltam da torradeira,
Na hora exata de derreter a manteiga;
O aroma intenso do inexperiente mel
Espalha-se pela mesa
Junto com as tintas de um novo artista
Que os olheiros cobiçam.

15 de agosto de 2015

Ótima noite amigos

Owen Wright Domina FijiOs melhores momento da vitória épica de Owen Wright no Fiji Pro 2015, com direito a duas baterias perfeitas, sendo uma na final.Veja mais no site: www.canaloff.com/wsl
Posted by Canal OFF on Terça, 16 de junho de 2015


              A desconstrução de uma identidade forjada há anos pelo sistema (e muitas vezes com o aval da família) às vezes é muito difícil; a exemplo da pessoa que é moldada para ser mãe e/ou dona de casa, e tem isso como meta, mote e foco, e nada mais se busca. Já vivenciei muitos casos de amigas que estudaram, batalharam e se formaram em faculdades, mas não puderam exercer a profissão, pois se tornaram mães e/ou propriedades privadas implícitas dos maridos, por seguinte "do lar". Algumas quando acordam e descobrem-se descoloridas, caem por si e constatam que já é tarde demais; por orgulho, comodismo ou sabe-se lá o motivo, repassam (consciente ou inconsciente) ao filho a doutrina machista e à filha a submissão.

André Anlub

O louco, o felino e um filme



O louco, o felino e um filme
(André Anlub – 2/2/14)

Fez lobotomia, portanto torna-se um nobre louco que faz o lobo miar, mas é pirado e ainda acha pouco; não sabe o que pode acontecer no agora que advém a poesia – que mostra com maestria ao sair da boca do bicho-do-mato –, que torna-se canção majestosa ilustrando o eco da vida. E na selva se embrenha – anoitece; e um ponto vermelho – enlouquece. Antigamente uma erva na mente e nos olhos cansados do felino refletia a imaginação de um lobo velho e birrento. Agora, não mais desconjuntado, dá-se calmo e cândido menino que abre as verdadeiras asas da alma – o limpamento. E na selva se veste – amanhece; e um ponto de apoio – uns versos. Cavalos selvagens pra domar ou deixa-los livres no não padecer da escolha - parecer da escolta - poder da escuta. No deflorar da coragem segue acertado a passos firmes como um filme que lhe foi caguetado ao ouvido.

14 de agosto de 2015

Anéis de ouro branco

Jet pack flyingHow fun would this be?
Posted by Street FX Motorsport & Graphics on Terça, 14 de julho de 2015


A tempestade não me assusta,
E nem deveria!
Já tive dias terríveis de sol.
Se algo me causa temor,
É perder a inspiração e alegria,
Quando o sol toca e aquece meu rosto,
Ou a água cai do céu no meu corpo.

Anéis de ouro branco
(André Anlub - 27/7/13)

Teus anéis de ouro branco
Brilham como os dourados,
São de dureza feito ferro,
Redondos como o globo.

Anéis como tu és,
Valiosos e únicos,
Carregados com gosto...
Mas que ostentam a penúria
De serem vistos e terem utilidade.

Tu viajas onde divagas,
Devagar, reages.
Vives na teia da aranha que abraça o todo;
O mundo, as pessoas e os desejos.

Na elegância que tens, 
Encontras versos na ponta do lápis.
E todos tem dito:
“Como é bom ler-te,
Cada letra, cada frase, cada verso,
A união das palavras em coito vivo.”

Está ai, pra quem quiser ver,
A paz e o amor,
Que saem do coração e derramam
Em delírio, em choro e em grito.

Falaste que a inspiração havia encontrado o fim,
Perdendo o ritmo, sem voz no coro.
Os anjos não voavam nos sonhos,
E loucos, sem as flechas, em vestes brancas,
Riam das caretas das carrancas.

Talvez tenha desgarrado a ovelha negra do rebanho,
Conseguindo a liberdade,
Desfrutando do assanho.

Gritaste que as vidas são como as famílias,
Como os aflitos.
São alimentos das almas,
Raízes, origens,
Sonoras águas,
Todos rejuvenescem dos papiros.

13 de agosto de 2015

Ledo engano

¡Qué loco se ve esto!¿Te animarías a hacerlo? :O#YoEstudioLoQueAmo #SoyUTEG
Posted by UTEG Oficial on Quinta, 30 de julho de 2015


Lembrei-me da mocidade
num instante congelado
ao som de um verde pássaro
nesse nosso antigo lago.
Uma pequena e livre garça 
charmosa, cheia de graça
dançou desengonçada
sobre a água - sob o sol.
Fitou-me com ousadia
e de leve fez barganha
num breve arrebol que banha
meu amor no espelho do céu.

(André Anlub - 9/2/14)

Ledo engano

Ouvem-se boatos que o amor não vale a pena
insistem em citar as uniões que deram errado
evidenciando nas relações o sigiloso pecado
colocando fogo no teatro, desdourando a cena.

Filosofando sobre o amor e o mundo
hoje amanheci bastante confuso
quase discriminando o certo ou errado
sobre o que é ser vitorioso e fracassado.

Descobri em velhas trilhas os caminhos novos
cada qual escolhe o que quer, é bem sabido
mas propender para o atalho é um ledo engano
antigo clichê que é dormir com o inimigo.

O amor é intrínseco no ser mais brioso
meticuloso com a mais esplêndida jornada
eleva as nuvens - voando baixo - o ser vistoso

sempre o amparo da sensação resignada.

 (André Anlub - 1/4/13)

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.