18 de junho de 2015

Noite de 18 de junho de 2015


A noite chegou e vou preparar um chá para ela.
(Noite de 18 de junho de 2015)

A noite chegou com a boca cheia de dentes, o céu estrelado e ao lado o som do latido do cão do vizinho... O Chico, um poodle. O Chico não late muito, mas é meio histérico nesse horário; nessas horas o Chico está mais para Scarpa do que para Buarque. Esse mês o tempo está voando, e voando em um Concorde; o tempo toca em um acorde rápido e faceiro. A nova onda vem e lava tudo, mexe na areia e deixa o desenho da maré que esvazia. Quero ver minhas pegadas passeando nessa praia invisível e imaginária... Uma praia que até já existiu, pois é o misto de tantas que já visitei e me banhei. Lembro-me de cada particularidade, cada praia com a sua: há uma com areia muito fina, água gelada e ondas boa para o surf; tem também as com pedras espalhadas, tatuís na beira da água que a gente catava e cozinhava com arroz; lembro-me de das com bastante vento, poucas pessoas e a areia que voa e arranha a batata da perna molhada.  Tantas histórias que somente uma das praias caberia em duas ou três folhas; foram praias passadas, lembranças passadas e a cada saudade uma sensação nova. Essa noite está me convidando mais cedo à cama; mesmo após o meu banho gelado, meu lanche da noite e as notícias nos telejornais... quero ir mais cedo para a cama. Quero o sonho novo, o amanhã novo e os velhos defeitos... quero o trejeito no jeito, o sol batendo na face e minha corrida matinal... quem faz leitura labial agora está lendo o sono em minha boca, nos meus olhos chineses e o corpo enfastiado. Ah, nada como uma boa noite de sono e um amanhecer maravilhoso com um sonho bom no meio. A noite chegou com a boca cheia de preguiça e renovação, com o camarão e o peixe que descongelam para o paladar de amanhã; com um chá de hortelã e umas torradas para agora; com a brisa lá fora e os cães dando um passeio pelo quintal. Ah, como é bom estar de bem com a vida; não se procura nada que possa perturbá-lo, quando se está satisfeito com sua sorte e seus bens. Estou bem – mas o mundo nem tanto –, e torço para que muitos dentro dessa bola estejam bem amanhã e depois de amanhã e depois... A noite chegou e ficarei por aqui para recebê-la na porta.

André Anlub

Bloquinho de papel de pão

Darwin in VitoriaTV Gazeta interview in Vitoria at opening of Darwin.
Posted by Arlita McNamee on Quinta, 8 de outubro de 2009


Do mesmo jeito que a estupidez torna-se quase nula quando camuflada, a inteligência torna-se quase um desserviço quando mal administrada. 

Bloquinho de papel de pão
(André Anlub - 22/3/14)

Viagens na forma e na cor,
De contornos vê-se a alvura das nuvens 
E o livre leve nacarado da flor.

Esparramando nas entranhas,
Eis entranhas que fulgem:
De paixão e luz tamanhas
Que aqui e ali nomeamos de amor.

Sonhos que voam e pousam num flash,
Longínquas dimensões são transpostas
Nos pífanos porretas do agreste.

Segurando um ínfimo lápis mal apontado,
Com a borracha aos pedaços no outro extremo
- Desenha a clave de sol - escreve um belo soneto
Num papel de pão amarelado.

“Em breve” e “logo mais” não são “pra já!”

#HoraDeMúsicaÀs 21h30, no Zoombido, o anfitrião Paulinho Moska recebe a artista polivalente Suely Mesquita para uma conversa intimista permeada por muita música. Não perca!Veja mais: http://bit.ly/SuelyMes
Posted by Canal Brasil on Quinta, 18 de junho de 2015


“Em breve” e “logo mais” não são “pra já!” 
(em doze tempos)

I
Saindo de Juazeiro, nuvens,
Sol quente, um pouco de sede e muito já de saudade;
Deixando o olhar dos cães
E os meus olhos úmidos para todos que tenho apreço...
Mas é breve, é coisa ligeira.

O tempo passa tão logo, tão “flash”, como os ponteiros do relógio,
Na pressa e na eternidade do tempo que sempre já foi.
Seguem avião e emoção,
Trocam-se óculos...
Escuros – de grau.

Vem bloquinho, vêm sonhos de realidades;
Ao meu lado na poltrona: ninguém!
Lugar vazio é coisa rara nos tempo de hoje...
Vai ver foi de sacanagem,
Para aumentar o vazio e duplicar a saudade.

II
Entrando em Brasília:
Nuvens parecem montes, montanhas;
Nunca as vi com tais formas.

Ao longe uma se destaca mais assanhada,
Como uma torre alta, feito um castelo.
Lá embaixo um rio longo
E a sensação de estarem todos dormindo.

III
Sábado (13/12/14):
Meu café, dia chuvoso – parque meio alagado,
Cabeça lenta, bate-papo com vendedora de uma loja vazia
E o encontro com um amigo.

Já se foram àquelas pernas energéticas, descontroladas,
Que andavam de um canto ao outro
E nadavam, nadavam a esmo ou não,
E corriam, a esmo ou não, na mais infindável eficácia.

IV
Um rissole de camarão, café espresso
E a pressa de ir a lugar algum.
Uma farinha de maracujá e mais caminhar...
Algumas coisas mudaram/mudam e outras nem tanto,
Busco sempre a poesia velha/atual/nova; o bom, a meu ver, é isso!
E ela?! ela está em todo lugar... Quem?
- Agora não importa...
O celular vibra – é mensagem – é tecnologia!
Agora não; não largarei a caneta.

V
Vulcões estouram, à realidade da lâmina do vento,
Entre diversos contratempos: melancolia e saudade.
Seguimos espertos nos mares, nos maremotos cabreiros.
Nos peixes-espadas guerreiros e ingestão de ornamentos.

O tempo agora é amigo – parceiro, sombra e herdeiro;
Delicado, bem-humorado, sorri a mim com sarcasmo.
É meu ouvinte esse tempo, o grito que ensurdece os receios, segredos e vivencias e abrigos 
– antigos pensamentos são recentes.
VI
Barba enorme e o cabelo que não cresce,
Prece disfarçada de poesia.
Todo dia um bom-dia à “reprise”
E o “vixe” que procuro nas nuvens. 

Damos sempre “viva” aos mortos,
E tem aquele que se faz evidente;
Cantam descrentes e crentes à sorte,
Cantam ao norte na hipocrisia da vida.

VII
Enquanto o sol beija meu corpo
Na fria manhã dessa quarta,
A folhinha com os dias marcados,
Parece caçoar da minha cara.

Veio tranquilidade, mas logo a má notícia;
Veio no dia à perícia, para dar certeza ao estrago.
Mas ponho forte o cordão, São Jorge pendurado,
E faço o branco pendão, a paz em imaginário reinado.

VIII
Rigor na minha sábia decisão,
Mudanças nos planos da festa;
Há pudor, mas há tiro na testa,
Se houver algum ligeiro mau humor.

Tudo são fogos com o foco armado,
Embriagado de fortuna e sorriso.
Tudo são figas nas mãos dos amados,
E com torcida não há mais perigo.

IX
Ouço pássaros chamando meu nome,
Pela varanda novo dia de conceitos e afins.
Ouço músicas que me remetem ao sono/sonho profundo,
Talvez nostalgia.

Há a obscuridade de lembranças,
Mas há a claridade das promessas e esperanças;
Há um tempo muito novo – talvez amanhã ou daqui a uns anos; há um tempo antigo – talvez minha infância ou seis meses atrás.

Na adolescência o tempo era farto,
Mas aos nossos olhos tornava-se escasso;
Com a maturidade o tempo torna-se escasso
E não há espaço para colocarmos as farturas.

X
O Natal bate à porta,
Entorta e revive as letras já tortas e mortas;
O novo dia chega chegando,
Breve e erudito, compromissado compromisso
De haver algo novo e harmonia.

Beijo meu anel de São Jorge,
Ato falho, desnecessário...
Pois na fé sempre me agarro!
Coloco as chinelas que trouxe
De couro velho e sola de pneu de carro;
Coloco o pijama bem leve, 
E para o frio de Itaipava me preparo.

XI
Um “drops” e um drope no copo de café,
Lá vem, com cara de cinza, mais um dia.
Hoje nada de sol, só de só (mas sobrevivo).
A névoa que não se espalha traz um pedaço de bom dia,
Traz a fleuma, bela visão do horizonte,
Inspiração e todo o restante montante...
E, à revelia, me impute felicidade.
O frio não veio;
No velho que passa pela rua com frio,
Vejo seu pensar distante e seu andar sereno.
Na criança do vizinho, 
Sinto o dom da juventude.
No pássaro que canta no voo,
Ouço o som da liberdade... hoje sou o mesmo Eu, mas mais suave; sou velho, menino... e sou ave.

XII
Agora é sentir a brisa e deixar o clico rolar,
É soltar o barco no mar e acreditar;
É curar o arrepio, ser pertinente e vadio.
A sujeira pode ser limpa
E o borrão tornar-se um belo desenho.
O arremate depende do escultor,
A escultura não está completada;
O que virá, veremos,
O que se foi, folguedo (não quis ser indelicado).
A justiça sempre é feita, de uma maneira ou de outra.
Agora me torno mais eu e bato o martelo;
Cumpro minha missão, e na submissão, 
Que assaz “sub”, meço-me. 

Armageddon



Armageddon (do livro ”Poeteideser”)
(André Anlub - 3/4/09)

Nunca um céu se fez de feio,
Nunca houve uma cor de fogo.
Muitos galopes se ouviam à distância,
Eram quatro homens ao todo.
Ventos fortes surgiram num estalo,
Tsunamis do além.
O mundo esvaindo-se para o ralo,
Uns orando para outrem.
O pecado vindo à tona,
Abandono dos vinténs.
Correria, fogo e ferro,
Almas perdidas vagueiam.
Feridas se abrem
E o belo se faz feio.
A tristeza que invade,
O fim não está próximo
Já chegou e fez moradia.
O dia não mais existe...
Faces de melancolia.
Cães sem dono vagando nos destroços,
Idosos tentando se equilibrar.
Pessoas fazendo menções aos mortos
E cogumelos de podridão a brotar.
Uns saqueavam o comércio,
Outros deixavam para lá.
Olhos ficando cegos,
Elos a se quebrar.
Todos no mundo são réus,
A bola se partindo em duas;
Os cavaleiros sorrindo no céu,
Sempre acha quem procura.

Dueto da tarde (CLXXXI)



Dueto da tarde (CLXXXI)

Veio a ideia de organizar as nuvens; uma aqui, outra acolá, e uma bem grande na frente do sol para não ofuscar a visão durante a labuta.
O vento colaborava e atrapalhava, juntando e desjuntando. O vento parecia se divertir muito.
O parque de diversão para os que veem além da visão; a razão que não míngua de viver e deixar viver a permuta.
Uma troca desigual: a intenção da brincadeira pela alegria genuína, que não precisa de artifícios para ser perene.
Uma nuvem mais cheinha à esquerda, uma nuvem menos cinza lá pelas tantas da direita, e no mata-borrão do azul de um domingo de sol... deixa-se quieto.
Não há o que fazer e tudo está se fazendo. Não se mexe uma palha e o universo não para de se mexer.
Veio um plano de apagar o sol e acender a lua... Loucura! Essa fantasia passou ligeira, foi deixada para outro ano.
A loucura é livre. Como qualquer é livre de confundir loucura com genialidade.
Devolve o dinheiro ao banco, embaralha as cartas, junta o dominó na caixa, desfaz o quebra-cabeça e depois as nuvens pintam todas as peças de branco.
Organizadas, como a liberdade lhes permite, elas chamam o vento que já estava ali e o vento que já estava ali comporta-se como quem chega.
Por conta própria o sol resolve apagar e a lua acender, o céu torna-se mar e o mar resolve ascender. A loucura volta a ser lúcida no lapso dos olhos que a veem.
Mais uma eternidade passou, escorreu por entre os dedos, desfilou diante dos olhos. Depois dela, todas as outras ainda estão ali.

Rogério Camargo e André Anlub
(18/6/15)



A experiência do amor compartilhado e o autocuidado na luta contra as opressões... Leia aqui: http://blogueirasfeministas.com/2015/06/a-experiencia-do-amor-compartilhado-e-o-autocuidado-na-luta-contra-as-opressoes/

Versos jovens, versos encanecidos



Versos jovens, versos encanecidos... Sempre uma nova leitura
(Manhã de 8 de junho de 2015)

Explodiu a verdade de modo ímpar e madrepérola; denotou a beleza com a certeza da simplicidade. De intensidade absurda ecoa uma expressão de amor... Os planos estavam na mesa, à bebida, o alimento, a lente de aumento para entender as entrelinhas, e charuto cubano de cheiro maldoso. O verso voa de forma clara para o entendimento total; o verso pousa de forma absurda, obscura, para o entendimento total. Liberal ou não, algo raro estava no pedaço. Projetei em você um Eu ainda perdido; mas não deu certo. Desenhei em você o mapa da mina perdida; também não funcionou. Quis realeza... e tive. Quis destreza... e tive. Quis até o que nunca quero... e tive. Tive o cuidado de querer somente o possível... Pelo menos aos domingos, no resto da semana não. Abri o vinho mais caro, fiz o meu melhor prato, deixei o rato roubar as migalhas e os pássaros à vontade cantarem; deixei no forno um assado; deixei na panela um guisado. O mais gozado sou eu mesmo rir da minha cara, enquanto você séria sorri apenas de lado. O olhar manso lembrou-me um rabisco: Está aí o andarilho solene que faz de outros momentos as paixões e excitações, deixando o vil preconceito que persevera em ser perene. Num dia de sol ardente que valha, a muralha que por baixo é gigante, não protege seu corpo franzino num palco de versos ululantes de bons bordões qual malária. Afiando a ponta da língua, anabolizada ao som de sereias, poemas escritos em areias e músicas e rosas e tintas. Vê-se a razão que não mingua; fala-se em matrimônios – mistérios, infindos sem afins nem começos – assim dá-se o nome de vida. E lá se foi solene andarilho, buscando a grandeza que ensina e fazendo da vivencia uma causa na cauda da coruja divina. Tragam vozes e resmas, tragam versos e temas, porque meu amor pela praia passeia. Na orelha uma açucena, emoção é plena. O coração tá sereno e o olhar tá sereia. Guerreiro sem medo de ninguém é como coragem sem foco algum (Tarde de 31 de maio de 2015). Veio à precisão de preto no branco na paixão sólida, em um solavanco – estrondo – fôrma de ciclone. Fez-se uma entrega de quatro joelhos entre quatro paredes dada à condição no leito ardente de corpos em cólera e lábios que se mordem, línguas e motes que resvalam; sábios que emudecem e certas rotas que não se traçam e soltos aos destinos e entregues às boas causas voam em liberdade ao acaso de um soberbo desenho. Na peleja da vida seguem as almas em curvas nervosas, aflitas e atentas – prévias e posteriores de tudo que há. Dito e abraço, beijo e filho, achado e olho cerrado, há o emaranhado de pernas e cios em amores, em dores e temores que parecem o olho curioso que vivencia seu próprio viço ao ver e vir a cavalo. Trato feito com o destino. 
Pausa para reflexão: tudo na vida tem um preço. Disso não há dúvida. Mas essa tarifa varia de uma situação para outra. O que não varia é o barulho dela batendo à sua porta. Quando escolhemos uma estrada, sendo fácil ou difícil, pagamos inevitavelmente o preço por ela. É um círculo que faz parte do viver. Em pessoas de percepções altas e raciocínios profundos, o preço para determinadas escolhas pode ser assustador. Mas elas têm o conhecimento de tal fato e assim torna-se mais simples enfrentar o seu preço. É como um passo maior que a perna para quem tem asas sobressalentes e nadadeiras de estepe. 
Retorno à insanidade: Vai à imprecisão na impressão que a segue. Segue de perto o amor e a paixão que não enxergam cara tampouco deram ouvidos a vis opiniões. O céu varia de entretom beijando o mar e observando a areia da praia e dos desertos. O céu torna-se mais ameno no azul e mais verão na vermelhidão do fim de tarde. É estranho quando tanta gente queria estar no seu lugar; dá certa nota de poder que beira o orgulho e flerta com o egoísmo baldio. Mas tudo é questão de controle, de saber enxergar-se e não cair em armadilhas fúteis. Pois tudo é impressão errada, é a ratoeira do embuste que te faz bater no poste a mais de cem por hora. O medo, dependendo do ângulo, é amigo, nos faz fortes, também é necessário para haver vitórias; enquanto a falsa segurança é visão tão somente subjetiva, é traidora é cegueira é má sorte. Está no sol, mas nem percebe; está na chuva e passa sede (madrugada de 11 de junho de 2015). Todos dizem em voz alta, em alto e bom som, em tom de pura sinfonia com enorme euforia, sem ironia e sem sabotagem, com emoção e pura paixão. A palavra sai solta no ar no caminho que foi imposto... Como um castigo. Conjecturas à parte: quatro letras, quatro lindas estrelas.  Presunções à parte: se divide corretamente em duas vogais e duas consoantes. Apoia-se no democratismo, se abriga na coerência das suas idiossincrasias; seja noite – seja dia, dança e canta conforme a música. Tem sonolência, tem ansiedade, há a vontade de estar à vontade para sempre estar. É a hora de se deitar e relaxar; vir e ver o buscar de uma nova meta, de certa cota de colossal comprometimento e entusiástica razão. Há casos raros: entre enormes muros de pedra, na sombra e quase sem água nascem rosas. No subconsciente está no mar, aquele mar calmo de sonho bom. Agora foi ao parque comprar algodão doce, salsichão e tomar sorvete... Diverte-se. A vida é curta de tempo escasso, e ao levantar o braço ao acaso o relógio pesa. Os olhos procuram acordar para a realidade irreal, colocar a pitada de sonho em tudo, colorindo e enfeitando a grande farsa da vida aos dentes. Bem no estilo vingativo – dá e recebe –, vai levando sua vida empurrando com a barriga e às vezes com as mãos mesmo. O corte foi preciso, e foi preciso cortar e cortar os desgastes. Cai do céu uma chuva, será que molha? Será que seca? Acho que ele sabe o segredo mais bem guardado... o segredo que foi gritado aos quatro cantos, em voz alta e bom som. Somos vítimas e não culpados, somos armados de um lado com a disposição de amar, do outro a imaginação de um mundo armado como um circo. Somos a voz alta e o jogo de dados e não as fichas. Doentes ou sadios... Somos sábios ao saber lidar com isso e aquilo (Tarde de 8 de junho de 2015). A enfermidade estava sarada, sem a necessidade de remédios caros, atendimento especial ou até mesmo palavras de baixo calão. Pegou o balão e foi ao céu, meditou alguns minutos e voltou sã. Hoje objetiva e distribui compreensão; hoje é menos submissa, na verdade é nada submissa e aprendeu a lidar com o “não”. Curandeiros foram ouvidos, religiosos, pais de santo, mães de casa, aprendizes, filósofos, numerólogos e até charlatões; ouviram bocas de Matilde, a mãe Joana (dona da casa), o Wally e o Waly... (o sumido e o Salomão), ouviram o cantar de aves raras e a galinha do João; houve também médico de plantão, pó mágico, forca, gilete, gás do botijão, elixir raro, sopa de tartaruga e de barbatana de tubarão, ninho de pássaro raro que a Glória Maria bebe e até medalhão de salmão... Nada disso foi preciso, a enferma estava boa. A doença se foi como tempestade passada em sonho; a doença não deixou destroços, não deixou confusão. Foi-se o tempo ruim, pegou o trem errado para o lado oposto. Agora caminhamos na estrada com a calmaria de sempre, com céu aberto à frente e poesia embriagante... Vamos adiante – pois atrás vem gente –, se triste ou contente não é da nossa conta. Já perdemos tal conta, não somos matemáticos para analisar fatos, sensatos e friamente. Se vemos fome damos um jeito; se vemos festejo damos um nome; se vemos outono damos vassoura; se vemos lavoura damos semente; se vemos verão cuidado com a dengue; se vemos demência voltamos ao começo do texto. Nada muda, é uma corrente, tudo conforme o combinado e o indiferente. Somos frutos das pequenas coisas que fazemos, pois nas grandes, geralmente, não temos controle. Professamos cada passo, cada olhar, cada rasteira, cada intenção de nos enquadrarmos no melhor sentir possível. Não há o que fazer senão o melhor possível... Assim seguimos. Saímos de um canto e montamos acampamento em outro. O tempo estava bom, então aproveitamos e fomos ser felizes. Quando vier novamente a tempestade, fecharemos as portas, janelas, os olhos e vamos sonhar com dias melhores. Dizem que tudo aquilo deu em nada; mas se deu, já é alguma coisa (Madrugada de 15 de junho de 2015). Olho para um lado e olho para outro; vejo um muro alto – obstáculo – soltando seus tentáculos em um peso morto – não vejo nada novo –; e a essa altura do fato já estou farto do mundo me faltar o respeito e não ter, pelo menos peito, de se retratar. O melhor agora é abrir uma Coca-Cola ou um guaraná. Aceito palpite de quem me quer bem, quem está ao meu lado, dá opinião no meu sapato, na blusa, meus anéis e além; aceito o “spoiler” da próxima peça de teatro, do filme de hoje na sessão da tarde, das minhas contas no fim do mês. Quero sim saber o fim, não vejo problema algum nisso. É comum conhecer o final, é tão comum que o livro mais famoso do mundo funciona assim... Agora senti! É cheiro de jasmim; germina no seu ínterim, dá-se vivo no início imperceptível – abrolha –, e acalenta lentamente a mente, as narinas e a posteriori a alma. Não fazia parte dos planos os roubos no pouco tempo vivido em sacrifício ao nada, ao mínimo, à tumba de um Faraó Egípcio (gosto de Hórus) ou um Rei qualquer da Espanha. Vejo aquele ser dividido com a fé, aromatizado pela busca e automatizado pela brusca obsessão de ser o que já era e sempre foi. Veio o som aos ouvidos e a imagem à retina, e quebrando a rotina veio uma força perversa, atroz e atriz, levando-o com pressa sem ponto e vírgula, sem um minuto a mais; mais célere que o absurdo, como um raio no ímpeto de nem se fazer perceber. A história é longa, muitas linhas para contar, os caminhos muitas vezes são falhos e nos pregam uma peça sinistra e indigesta, incontestável ao clamar. Nuvens negras que aparecem atrapalham o nosso dócil piquenique de domingo. A vida é o assim: sopro. A energia desfaz-se no ar, voa e some na morte que subtrai e soma e come e traga e enterra e é negra, branca, amarela... qualquer coisa que queira ser e é; para vir e se mostrar ou se camuflar; ser bandida ou heroína, ser rainha ou vagabunda de esquina... Nada importa, se faraó, rei, rainha, ou outra coisa... Pois é escolha dela. Aquele pássaro amarelo nos deu bom dia, pousou na árvore, sorriu para a vida e nos fitou com esmero. Hoje as montanhas nos chamam; bocas verdes com hálito afável, olhos negros com visão sem limite. Hoje a vida é aquarela – gengibre – com ocre com pinceladas de azul turquesa. Vou esfriar a cabeça, tirar a mesa, lavar a louça e limpar o fogão... Até o próximo piquenique na sala; até o próximo inverno. Sabe, existe um cara que não se diz ganancioso, apenas não se contenta com pouco; só não percebeu ainda que também não se contenta com muito. 

- André Anlub

17 de junho de 2015

Manjando o Kilimanjaro

Marque o seu amigo que adora escrever!Às 21h30, no Sangue Latino, a escritora chilena Alejandra Costamagna define o que, para ela, é ser escritor. Não perca!Veja mais: http://bit.ly/cOstamagnA
Posted by Canal Brasil on Quarta, 17 de junho de 2015


Manjando o Kilimanjaro
(André Anlub - 27/4/14)

Tanto tempo contemplando a inventiva montanha:
Mais tarde, quem sabe, a alma fale e olhe com olhar sedento;
Quem sabe exprime, em música e rima, a saudade e o lamento.
Mais tarde, quem sabe, tal angústia suave e em silêncio,
Desça sem freio e molhe o meu cúmplice de pano...
(meu travesseiro)

Submerso nas ilusões das palavras de tintas e nos fios de seda,
Procedo com medo, arredio, e coração cheio de ar, de vento, de ventania...
(porém, vazio).

Ficou tarde e agora troca-se o chá verde de menta
Por um copo cheio de camomila;
(quem sabe uma taça de vinho).

As torradas com mel e gergelim,
As estrelas da noite ou de um céu, enfim,
Quase tudo de quase todos,
Sumiram com a escuridão da saliva seca da saudade...

No céu da boca.
Foi-se a montanha, é o fim...
(eu e o horizonte, sós).

Para ponderar...


Maria Rita Kehl: Justiça ou vingança?

Sou obrigada a concordar com Friedrich Nietzsche: na origem da demanda por justiça está o desejo de vingança. Nem por isso as duas coisas se equivalem. O que distingue civilização de barbárie é o empenho em produzir dispositivos que separem um de outro. Essa é uma das questões que devemos responder a cada vez que nos indignamos com as consequências da tradicional violência social em nosso país.

Escrevo "tradicional" sem ironia. O Brasil foi o último país livre no Ocidente a abolir a prática bárbara do trabalho escravo. Durante três séculos, a elite brasileira capturou, traficou, explorou e torturou africanos e seus descendentes sem causar muito escândalo.

Joaquim Nabuco percebeu que a exploração do trabalho escravo perverteria a sociedade brasileira –a começar pela própria elite escravocrata. Ele tinha razão.

Ainda vivemos sérias consequências desse crime prolongado que só terminou porque se tornou economicamente inviável. Assim como pagamos o preço, em violência social disseminada, pelas duas ditaduras –a de Vargas e a militar (1964 e 1985)– que se extinguiram sem que os crimes de lesa-humanidade praticados por agentes de Estado contra civis capturados e indefesos fossem apurados, julgados, punidos.

Hoje, três décadas depois de nossa tímida anistia "ampla, geral e irrestrita", temos uma polícia ainda militarizada, que comete mais crimes contra cidadãos rendidos e desarmados do que o fez durante a ditadura militar.

Por que escrevo sobre esse passado supostamente distante ao me incluir no debate sobre a redução da maioridade penal? Porque a meu ver, os argumentos em defesa do encarceramento de crianças no mesmo regime dos adultos advém dessa mesma triste "tradição" de violência social.

É muito evidente que os que conduzem a defesa da mudança na legislação estão pensando em colocar na cadeia, sob a influência e a ameaça de bandidos adultos já muito bem formados na escola do crime, somente os "filhos dos outros".

Quem acredita que o filho de um deputado, evangélico ou não, homofóbico ou não, será julgado e encarcerado aos 16 anos por ter queimado um índio adormecido, espancado prostitutas ou fugido depois de atropelar e matar um ciclista?

Sabemos, sem mencioná-lo publicamente, que essa alteração na lei visa apenas os filhos dos "outros". Estes outros são os mesmos, há 500 anos. Os expulsos da terra e "incluídos" nas favelas. Os submetidos a trabalhos forçados.

São os encarcerados que furtaram para matar a fome e esperam anos sem julgamento, expostos à violência de criminosos periculosos. São os militantes desaparecidos durante a ditadura militar de 1964-85, que a Comissão da Verdade não conseguiu localizar porque os agentes da repressão se recusaram a revelar seu paradeiro.

Este é o Brasil que queremos tornar menos violento sem mexer em nada além de reduzir a idade em que as crianças devem ser encarceradas junto de criminosos adultos. Alguém acredita que a medida há de amenizar a violência de que somos (todos, sem exceção) vítimas?

As crianças arregimentadas pelo crime são evidências de nosso fracasso em cuidar, educar, alimentar e oferecer futuro a um grande número de brasileiros. Esconder nossa vergonha atrás das grades não vai resolver o problema.

Vamos vencer nosso conformismo, nossa baixa estima, nossa vontade de apostar no pior –em uma frase, vamos curar nossa depressão social. Inventemos medidas socioeducativas que funcionem: sabemos que os presídios são escolas de bandidos. Vamos criar dispositivos que criem cidadãos, mesmo entre os miseráveis –aqueles de quem não se espera nada.

MARIA RITA KEHL, 63, psicanalista, foi integrante da Comissão Nacional da Verdade. É autora de "O Tempo e o Cão - A Atualidade das Depressões" (Boitempo) e de "Processos Primários" (Estação Liberdade)

Leia na íntegra: http://app.folha.uol.com.br/#noticia/562864

Dueto da tarde (CLXXX)



Dueto da tarde (CLXXX)

Faço minhas as minhas palavras, sem requerer direito autoral.
Faço parte da arte pintada, escrita e falada – solta na estrada, na água e no ar.
Tenho compromisso com o que é meu, mas não sou dono de nada. Meu verso não está escrito na pedra nem a pedra é meu túmulo.
Ando e penso rápido – corro, paro e medito – estagno; a arte cresce nas duas formas, oxigênio e sonho.
Qualquer passante parando e olhando é apenas um passante parando e olhando. Se eu sigo, é por mim. Se estou ali, não é por ele.
Para os caolhos olhos alheios faço vista grossa; pego o martelo, formão e a grosa e vou rapidamente lapidar o meu mundo.
Pode ser que eu seja também um caolho. Mas não peço emprestado a vista de ninguém. Nem a prazo.
Pode ser que eu seja também um atraso, ou uma pressa... Mas não me apresso, tenho apreço nos detalhes dos entalhes da alma e da carne.
O que é meu é suficiente meu para que me deixe tranquilo não me adonando de nada.
Nesse final de tarde, durante a vespertina boemia, confiarei parte da minha arte ao fim do dia, conforme combinado no final da noite.
Serei por do sol com o por do sol. Em meu céu escreverei com as nuvens em fogo e terei a noite toda para lembrar.
As estrelas estarão lá, de óculos de leitura para ler em voz baixa e brilhar a cada verso.
Tudo porque faço minhas as minhas palavras, sem requerer direito autoral.

Rogério Camargo e André Anlub
(17/6/15)

Nos varais

Here's a video from Aric Improta. It's a song called, "My Son, the Leopard" that he collaborated on with Cameron McLellan (Bass player of Protest the Hero/Producer of both Interval's and Protest's most recent records). Aric's Meinl Cymbals set up from left to right, if sitting behind the kit, is as follows: - Byzance 14" Traditional Medium Hihats - Byzance 10" Traditional Splash  - Soundcaster Fusion 22" Powerful Ride - Mb10 19" Medium Crash(-Chris)
Posted by Meinl Cymbals on Segunda, 15 de junho de 2015


Nos varais
(André Anlub - 20/9/10)

Nos varais o ardente dos verões,
Carros passam no asfalto emanando calor.
Pobres pés descalços vão estender roupas,
Loucos com seus vieses, variações e viagens.

Varais com varas de bambu - apoiam-se...
Chegam a confundir os olhos ligeiros,
Quem estaria apoiando quem?

Varais das Valerias e Veras,
De coloridos poéticos,
Eternidades efêmeras,
Momentâneos de eras.

Nos varais frígidos dos invernos,
Casacos acenam com o vento,
Na corda bamba do tempo,
Nos confins dessa esfera.

16 de junho de 2015

Nua em pelo, no pulo e num palco



Nua em pelo, no pulo e num palco     
(André Anlub - 28/11/13)

Nadando no gélido lago foi encontrada
(Feliz e pelada) com os pelos arrepiados,
Seus belos cabelos negros cacheados,
E como seria imaginável...
Cantarolando aquela lacônica balada: “...you can’t always get what you want...” - olhos esbugalhados, olhar simplório... perfil de romântica rebelde
Com a sensação de estar nada errado.
- Seria assim que eu a descreveria! E é assim que ela é!
Entre os dias que se passaram em sua vida,
Estão de um lado algumas horas que se petrificaram
Na sensação de não seguir um vil modelo.
Na outra ponta da história (não menos importante)
Fica o momento: replay - déjà vu - oposto de um pesadelo.
Quase sem querer, de repente por estar mais magra,
A aliança caiu no ralo.
(num estalo a lágrima sem jeito a seguiu).

Dueto da tarde (CLXXIX)

Dueto da tarde (CLXXIX)

O palácio limpo e decorado, ouro e joias brilhando e o coração apertado em um pequeno espaço.
O coração é uma casa simples e quer continuar sendo uma casa simples.
A mente, por sua vez, é proprietária de um desmesurado terreno. Vai além das fronteiras, além das barreiras do espaço-tempo.
“Caber no seu espaço” – nada além de um bom sensato conselho tomado por maldição.
“Cada macaco no seu galho” – mas que problema! E se o macaco prefere morar em uma caverna ou em Ipanema?
Depois pede para outros macacos quebrarem o seu galho. Pedido ocioso: o galho vai quebrar com o peso da caverna, com o peso de Ipanema... 
O palácio continua intacto – limpo e solitário –, sem uma morta ou viva alma.
E o coração continua pequenino, oprimido, sufocado, sem ocupar o seu espaço.
Pensou em uma solução simples e clara para os dois casos: repartir/compartilhar o palácio – entregá-lo ao povo, aos menos abastados.
Por dois minutos os menos abastados foram felizes, na sua imaginação. No terceiro, um deles já era o dono de tudo, à força de golpes e truques.
O palácio agora tem novo dono e tudo tem um novo princípio. Ele vaga solitário pelo planeta afora com sua mente e seu coração, que agora dividem o infinito.
Um infinito dentro de casa – que é a única coisa que ele tem, já teve e jamais terá.

Rogério Camargo e André Anlub
(16/6/15)

Manhã de 16 de junho de 2015



Quem sabia o sentido da vida pegou o caminho contrário... Só para divertir-se.
(Manhã de 16 de junho de 2015)

Ele pode discorrer à vontade; na verdade, até o sol raiar... Caso queira! Ele pode ver o resultado de todos os meus pensamentos, até os que ainda não tive. Pode fazer julgamentos e entreter-se comigo, correr na minha frente nas minhas corridas triviais, chorar ou rir das minhas palavras banais, e nos anais da minha assistência, onde reside minha paciência... me persuadir. Ele pode mas não faz; está cá e lá, foi a Noronha e nem me chamou. Safado! Contou-me da onda batendo no rosto e no corpo, da água gelada, da mulher de topless e o tempo mais que maravilhoso. Fiquei com inveja, confesso. Fiquei com remorso de pela manhã não ter aberto a gaiola da mente e deixado, pelo menos, ela ir com ele. Assim me sinto inaudível, quase que aquela famosa gota no oceano; mesmo assim tenho voz – pouca – mesmo que seja um murmúrio... Pois tenho a mania de ter o sestro de ter o hábito – moda – rotina de ter a impressão de que conhecê-lo foi minha epifania. Vai ver foi... Vai ouvir foi... Vai cheirar foi... Vai tocar foi e é. Já vejo as horas e as nuvens passando, e meu argumento sobre ele, outrora colosso, agora vai se esvaindo em fumaça inofensiva e inocente, misturando-se as nuvens e ao tempo, como um breve sonho ou a suave, turva e inexata visão de um ébrio no pico do efeito. Vá e vai logo, quero voltar ao meu bloco de anotações sem sua presença. Ele me intoxica, travando minha escrita e viciando-a no seu próprio ser. É como um andar em círculos; é como uma rua sem saída que até tem saída, mas é nela mesma; é como arremessar o horizonte ao seu espaço e tentar aparar suas arestas; é como uma festa sem sonho, lago sem margem, um banho sem água e a arte sem sua libertinagem. Puxei fundo o ar que cheguei a sentir cheiro de mar, e agora com força e imaginação pego o beco... Quem sabe há alguém para ler-me um poema; quem sabe essa rua vai dar em algum lugar. Caso não dê, caso nem chegue a lugar algum, nem chova ou faça sol, valeu o passeio; pois lá no final sei que ele sempre me espera. 

André Anlub

15 de junho de 2015

Ao amor livre



Ao amor livre 
(André Anlub - 17/2/13)

São muitas as trajetórias do amor,
Notórias escolhas, erradas ou certas.
O sentimento que navega em diversas veredas,
Em caravelas sem rumo
Nos mares inóspitos
Sob o fogo e as flechas.

Há a calmaria do coração silencioso,
Inimaginável adaptação da estrada.
Por onde em sonhos andamos felizes,
Cantando e admirando a natureza.

Também há aquele amor que irrita
E fica na mira dos dedos apontados...

Dos velhos julgamentos,
Das incontestáveis indelicadezas
E umbigos gigantes...

A inveja que beira o pérfido,
A repugnância e a avareza.

Mas de nada adianta, pois é sobre o amor que se fala, e em decorrência dele vivemos.

Eis a paixão palhaço,
Em que coloca-se alegre o nariz vermelho,
Armando o circo no leito
E apertando o peito, 
De jeito (suando as mãos)
Livres dos “nãos” e dos preconceitos.

Vespertinos...

O "macho alfa-jurubeba" mais porreta (e sincero) do Brasil, Xico Sá é o convidado de hoje de Lázaro Ramos, no Programa Espelho. Confira, às 21h30.Veja um trechinho desse papo: http://bit.ly/XicoSÁ
Posted by Canal Brasil on Segunda, 15 de junho de 2015


“Não troco o meu "oxente" pelo "ok" de ninguém!” - Ariano Suassuna 

No embalo:

Gosto de falar “brother”; mas gosto ainda mais do “mermão”.

Só há duas maneiras aceitáveis de uma pessoa ficar sabendo da vida particular do outro: o outro contando e/ou trabalhando no Censo.

Prato bem Brasileiro: 

Caldo de inércias social e cultural, com folhas de "comigo ninguém pode" com raiz de “só eu tenho razão”; pitadas generosas de bocas nervosas, “reclamonas”,  e acomodação! Lembrar-se de tirar a “ação” da receita, pois deixa a mesma com gosto salgada do suor. 

Para não ser prolixo: a meu ver a pessoa colhe o que planta no âmbito machista, ou não. Todos tem o direito de "usar" o corpo como bem entender, e nessa entra o encargo pelas decorrências. Cabe à pessoa colocar na balança se vale a pena ou não. O que não pode ser feito é criar um embate entre o politicamente errado com o hipocritamente correto.
Não é questão de sexismo – mas influencias existem –, e junto com as ações midiáticas desenfreadas torna-se uma bola de neve e de nervos à flor da pele. Vejo esse assunto como um morde e assopra sem fim; mas sempre que o chão some põe-se a culpa no politicamente correto! Tudo que o machismo quer.
"O homem fica com quatro mulheres no final de semana, a mulher também tem direito!", Concordo! mas não seria certo tentar “corrigir” o homem ao invés de "errar" a mulher? De repente sou muito conservador... Vou mudar: amanhã mesmo colocarei um piercing no mamilo.

- André Anlub

Madrugada de 15 de junho de 2015



Dizem que tudo aquilo deu em nada; mas se deu, já é alguma coisa.
(Madrugada de 15 de junho de 2015)

Olho para um lado e olho para outro; vejo um muro alto – obstáculo – soltando seus tentáculos em um peso morto - não vejo nada novo -; e a essa altura do fato já estou farto do mundo me faltar o respeito e não ter, pelo menos peito, de se retratar. O melhor agora é abrir uma Coca-Cola ou um guaraná. Aceito palpite de quem me quer bem, quem está ao meu lado, dá opinião no meu sapato, na blusa, meus anéis e além; aceito o “spoiler” da próxima peça de teatro, do filme de hoje na sessão da tarde, das minhas contas no fim do mês. Quero sim saber o fim, não vejo problema algum nisso. É comum conhecer o final, é tão comum que o livro mais famoso do mundo funciona assim... Agora senti! É cheiro de jasmim; germina no seu ínterim, dá-se vivo no início imperceptível – abrolha –, e acalenta lentamente a mente, as narinas e a posteriori a alma. Não fazia parte dos planos os roubos no pouco tempo vivido em sacrifício ao nada, ao mínimo, à tumba de um Faraó Egípcio (gosto de Hórus) ou um Rei qualquer da Espanha. Vejo aquele ser dividido com a fé, aromatizado pela busca e automatizado pela brusca obsessão de ser o que já era e sempre foi. Veio o som aos ouvidos e a imagem à retina, e quebrando a rotina veio uma força perversa, atroz e atriz, levando-o com pressa sem ponto e vírgula, sem um minuto a mais; mais célere que o absurdo, como um raio no ímpeto de nem se fazer perceber. A história é longa, muitas linhas para contar, os caminhos muitas vezes são falhos e nos pregam uma peça sinistra e indigesta, incontestável ao clamar. Nuvens negras que aparecem atrapalham o nosso dócil piquenique de domingo. A vida é o assim: sopro. A energia desfaz-se no ar, voa e some na morte que subtrai e soma e come e traga e enterra e é negra, branca, amarela... qualquer coisa que queira ser e é; para vir e se mostrar ou se camuflar; ser bandida ou heroína, ser rainha ou vagabunda de esquina... Nada importa, se faraó, rei, rainha, ou outra coisa... Pois é escolha dela. Aquele pássaro amarelo nos deu bom dia, pousou na árvore, sorriu para a vida e nos fitou com esmero. Hoje as montanhas nos chamam; bocas verdes com hálito afável, olhos negros com visão sem limite. Hoje a vida é aquarela – gengibre – com ocre com pinceladas de azul turquesa. Vou esfriar a cabeça, tirar a mesa, lavar a louça e limpar o fogão... Até o próximo piquenique na sala; até o próximo inverno.

André Anlub

Mãe dos libertos

Verdadeiro localismo. O resto é apropriação ou uso compartilhado.Verdadeiro "localismo". O resto é apropriação ou uso compartilhado.Curta: Ecosurf
Posted by Ecosurf on Sexta, 1 de maio de 2015


Mãe dos libertos     
(André Anlub - 10/5/14)

Lá tem tudo e é para quem tudo quer mesmo,
Tem aconchego para moleque travesso,
Também tem o avesso da escuridão.

Tem aquele odor de fruta madura
Que quando ainda verde lhe coube o flerte...

E assim, de repente, pousa contente,
Saborosamente na palma da mão.

Lá tem história com nostalgia,
Tem o poder da cria num belo cordão.

Tem lá o calor e águas de vida,
E intensa ventania, mas só quando há fervor.

Lá tem a mãe, tem a vó e a filha,
Tem a imaculada magia – procriação.

Existe o amor – alegria – harmonia,
Existe o sim e o certo ao ensinar com o não.

Enfim lá tem tudo na fidúcia do afeto
Aos olhos do reto (segurança e abrigo);

Onde prevalece a bonança não há oprimido,
Genitora dos deuses, mãe dos libertos.

Dueto da tarde (CLXXVIII)



Dueto da tarde (CLXXVIII)

Você sabia o tempo todo que o tempo todo você não sabia.
Era a certa incerteza de uma sincronicidade da mais pura idiossincrasia.
Insistia porque era isso, um modo pessoal de funcionar. Funcionava?
Você sabia de quase tudo e o quase tudo sabia de você... Mas não era o bastante.
Nunca é o bastante quando uma pessoa não sabe e sabe que não sabe.
Satisfatório a ela é ela pensar que sabe. Ou até mesmo saber; insatisfatório ao mundo é ela pensar que sabe.
O mundo não sabe o que ela sabe. Mas está sempre insatisfeito. Formam um par perfeito.
Na obscuridade ela sabe claramente onde fica o lume... Sai louca, obstinada e ágil floresta adentro trocando a pilha dos vagalumes.
O mundo gira porque os loucos são “giras”. O mundo vai adiante porque ninguém para. É o que ela sabe.
Por saber de tudo ela não lia mais seus livros, não conversava com amigos, não esperava o nascer do dia e com nada se entretinha.
Ela já se tinha. Ela/você. A pessoa/uma pessoa/você já se tinha. Com tudo isso que a sabedoria chama de saber.
A vida torna-se um círculo vicioso, pois já sabe a largada e onde irá chegar; o seu ser torna-se somente um ser rancoroso, pois ousar torna-se tão somente o verbo arriscar.
Ah, riscar! Riscar dos horizontes o sol do pode ser, o sol do também é e o sol do talvez. Não há talvez. Só há uma certeza: a de que você sabia o tempo todo que o tempo todo você não sabia.

Rogério Camargo e André Anlub
(15/6/15)

No Silêncio do Nada

Melhor cena improvisada de TODOS os tempos!
Posted by AdoroCinema on Segunda, 5 de janeiro de 2015


No Silêncio do Nada (Por nada não)
(André Anlub - 3/8/10)

Escrever é expressão, é dar pressão e se exceder.
É no viver levar o mesmo com mais emoção.
Aos que temem a caneta:
Fiquem imbuídos de lançar a flecha
E terão a certeza de acertar pelo menos um coração.
Os pensamentos são mutáveis,
Assim como a inspiração.
Variam conforme o dia, o clima,
Moldam-se de acordo com o humor,
Com a razão e a dor.
Por isso, ninguém jamais poderá mudar a escrita!
Ela, por si só, já é mutante.
Isso que a torna sempre viva
E deveras interessante.
O renascer a cada segundo 
faz-nos pensar em Coisas novas – novos temas.
Migramos de um ser com o âmago quase Moribundo, 
para aquele que ilumina com sons, artes e poemas.
Faço essas anotações num domingo, madrugada,
Flagro-me escrevendo com os olhos quase fechando 
sob a luz da cabeceira, dentro do silêncio do nada.
Pingos que caem ao chão,
Nuvens nublando o tempo que se arrasta
Em um céu total e ampliado (amor de irmão).
Ouço sons que outrora eram de pássaros,
Vejo rastros de coloridos animais
Voando entre suas pernas e braços
Aquecimentos e afeições (amor de mãe).
Na infância maravilhosa pulando cordas,
Nas bordas das encostas crio asas
E palavras e desculpas inexistem...
Bordões escritos em ovos fritos,
Suas surdas calúnias de salto alto
Atravessam a avenida em um domingo.
Pelos sorrisos de crianças 
Que nunca se perdem, semblante belo,
Imponente e irrestrito (amor de filho).
Invadi o campo inimigo, 
fui render e ser rendido, 
Sem a menor cerimonia, 
sem medo do sentimento, 
Sem convite e sem umbigo.
As veias não mais enferrujam! 
O óleo quente e doce do sangue 
passeia dando Alimento ao corpo, 
dando luz à vida... Adoçando a alma.

14 de junho de 2015

Três para esta tarde...

"A Burrice"
Posted by Francisco Filho on Quinta, 11 de junho de 2015




NI UNA MENOS/NENHUMA A MENOS

“Nenhuma a mais” foi um verso de repúdio às mortes de mulheres em Ciudad Juárez, no México. O verso de Susana Chavez Castillo determinava um limite: nenhuma morta a mais. Não aceitaríamos mais a morte mulheres. E quando falamos nós, nos referimos a todas as mulheres unidas em torno desse “NÃO” rigoroso. Um “não” capaz de nos manter unidas e solidárias. Um “não” que estabelece os limites do intolerável e do inegociável no que se refere aos feminicídios na América Latina. Um “não” capaz de criar uma comunidade.
Susana Chavez também foi vítima de feminicídio. Aos 37 anos, ela morreu por ser mulher. Morreu por defender os direitos das mulheres. Susana não é exceção. Todos os dias mulheres são mortas no mundo inteiro pelo simples fato de serem mulheres. A violência contra a mulher ocorre em todos os países, em todos os estados, em todas as cidades. A violência contra mulher não tem fronteiras. O nosso “não” coletivo também não pode ter limites. Não podemos assistir as mulheres argentinas tomarem as ruas e não fazermos do grito delas o nosso grito. O grito delas é o nosso grito. Porque a dor delas é a nossa dor: NENHUMA A MENOS/NI UMA MENOS.
Toda participação é importante: toda mão que segurar a outra, toda voz que se levantar é importante. Mais do que isso: é a condição para que muitas mulheres não sejam mortas como Susana. Não sejam mortas como Elisa Samúdio, Eloá Pimentel, Claudia Silva Ferreira, Daniele Rodrigues Feitosa, Laís Rodrigues Castano e tantas outras mulheres brasileiras e latinas.
Mulheres que puderam ser protegidas pela nossa união: “eu me rebelo, nós existimos”. Não existe emancipação individual. É o momento de perceber que estamos interligadas, embora nossos grilhões tenham pesos diferentes: alguns mais leves, que nos permitam caminhar e ter alguma fantasia de liberdade. Outros mais pesados e imobilizadores. Estamos interligadas. Toda mulher pode morrer por ser mulher. No Brasil, a cada 90 minutos, uma mulher é morta. Um dos maiores legados de Junho é a compreensão de que as ruas são nossas. Vamos ocupá-las. A primavera é feminista. É contra o genocídio de mulheres. É sem fronteiras. É por uma liberdade real. A liberdade real é a liberdade de todas.
Assinem o manifesto deixando o seu nome ou o nome de um coletivo, ONG ou partido político. Enviem textos, fotos, artes para a página. Chegou a hora de nos reconhecermos e nos unirmos. Não podemos aceitar que as nossas experiências sejam estilhaçadas ao ponto de não nos reconhecermos em outras mulheres. De lutarmos para sermos diferentes de outras. Para não sermos como as outras. É essa fragmentação que retirou as nossas forças. Não mais. Vamos romper estes limites estabelecidos para que não haja mobilização. Juntas somos fortes. Nenhuma mulher a menos. Nenhuma morta a mais.

Dueto da tarde (CLXXVII)



Dueto da tarde (CLXXVII)

O cheiro chega mansinho e arrasando, parece dar colorido ao local.
Toma conta e faz as contas: o mundo é grande, mas ele também.
A mentira esconde na terra sua cara e a verdade retorna célere do além; a terra torna-se improdutiva enquanto o além protesta pelo retorno da verdade.
O aroma do inconformismo se espalha: não é possível viver com tanta morte.
A sorte estava lançada: vamos erguer nossas espadas, acender os incensos e nos doar por inteiro.
A promessa de um mundo novo no grito do mundo velho. A promessa da renovação na ânsia da permanência.
A carência de cor em pleno arco-íris no céu. Ao léu, jogados sem escrúpulos, estão tudo e todos.
A novidade é a mesma de sempre. A surpresa é estarem todos ali como sempre estiveram. E um vento quente, abafado, fazendo as vezes de alívio.
O corriqueiro estava ausente, banalizou o momento e resolveu só voltar na próxima sexta ao cair da tarde.
Enquanto isso, é isso. E aquilo que poderia ser vai-se também diluindo em um aroma de frustração.
Aparecem quatro pegadas de entendimento e o cheiro ao mesmo tempo transmuta em algo bom. Um aroma de nova residência com misto de sexo e inocência jamais visto no real ou na imaginação.
É o velho mudando de casa, dando uma tinta nas paredes, trocando os móveis, trocando as roupas, trocando os trocados.
É o novo que surge do velho e reaprende coisas novas mantendo e ensinando as antigas: velhas canções em novas vozes e velhas vozes em novas canções.
Tudo igual diferente, tudo diferente igual. É sempre a vida, mais que tudo, com o sopro de tudo que tenta ser maior do que ela. 

Rogério Camargo e André Anlub
(14/6/15)

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.