7 de junho de 2015

Fulano, Sicrano, Beltrano

Pedro Barros has competed in seven #XGames Skateboard Park events.He owns five gold medals and two silver medals!
Posted by X Games on Sábado, 6 de junho de 2015


Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos

Deu um gole no chá verde gelado e ao descansar a xícara, sorriu; viu-se num lago novamente o guri que um dia brincou com seus sonhos alados.

Congelando o momento foi trajando o futuro, luz no fim do túnel do incerto predestinado; no amanhã um apogeu deveras absurdo é a essência madura que utopicamente nasceu. Viu-se feliz com o viver protegido, viu-se ungido com o suor de mil anjos.

Na boca pequena um grandioso sorriso e os ouvidos docemente arranhando violinos de Vivaldi em arranjos; faz-se adulto, pecante e andarilho, com rugas no rosto e prantos arquivados.
É trem de carga que não carece de trilhos; abandonou seu abrigo, sem culpas e mágoas.

Chegou o tempo das convicções positivas, de amores desatados por mãos limpas e lavadas com o suor da procura. Eis mais um desafio no meio do povo  “de andar semelhante”: - barba bem feita, o sapato novo e alma nada desnuda.

Eis o semblante guerreiro, os filhos na escola e hora na labuta: - comida na mesa e nove talheres para apenas duas mãos.

Chegou o tempo de desprender-se do básico
E não se sentir um traste por nada ter de praxe.

Fugindo da história: 

Foi convicto à feira no domingo e comprou seu peixe... subiu no velho caixote e disse a todos os ouvintes: - é bendito e bem-vindo o tal de Benvindo Nogueira... deputado do povo (eleito por ser um homem oprimido).

Voltando à história: 

No arraste das horas a barba crescendo e o sapato mais velho; vê-se esotérico ao som erudito de um novo critério; agora homem simples, Sicrano da vida em um mundo baldio.

A vida estava por um fio, mas as nuvens se foram e  tempestades sumiram. (o chão é o limite)
O tempo chegou, o clarão é mais vivo das asas no apoio e o voo continuo. (o céu é o limite).

Há estradas fáceis que levam ao pecado, mas há também caminhos íngremes que estendem o tapete vermelho pro nada.

Ao final da tarde as flores enfim se mostram (mais dela) submissas, num colorido real e pétalas como olhos famintos de belo. 

Ela, dama, atravessa os jardins, os passos tímidos e sutis, abrindo os lábios e deixando brotar as próprias cobiças; um artista do amor sorri, aponta seus dedos magros, (outrora gordos e inebriados de nanquim): - Ai, ai, ai, é o fim, ela não me notou... choram eu, ele, você e os jardins. E o chá, um sopro para esfriar; vem aqui – foi lá. 

A fumaça do tabaco profana a luz
Que atravessa a janela adentrando o quarto, 
trazendo a beleza que há, aos olhos abertos, 
no limpar das remelas, 
no sonhar – realizar e fazer jus. 

Pérfido imaginário


"A gente pinta pra todo mundo que tá passando e vendo!"Às 15h30, no Programa Espelho, o designer #BrunoBig levanta...
Posted by Canal Brasil on Domingo, 7 de junho de 2015


Pérfido imaginário
(André Anlub - 1/1/12)

Distraído com fotos espalhadas pela cama
A saudade está mais perto.
Chega e me cerca, aperta e acerta o que já seria certo no cerne...
(Querer você)

Eu saberia como agir em outras épocas,
Mesmo que falte o mesmo entusiasmo.
Seria simplesmente uma aventura,
Ainda não estava atrás da mais perfeita escultura.

Pensando bem, criarei a própria artista,
Vendo outra dela em vagos corpos.
Lógico que deixarei isso em mistério,
Disfarçarei com toda minha fúria.

No íntimo considero um adultério
Ver o sorriso dela em outras bocas,
Sentir seu cheiro em todas as roupas,
Mas pagarei para ter essa luxúria.

Voam versos de afeto tão cálidos no conforto,
No forno do sentimento; 
Voam tão meigos ou salsos,
Verdadeiros ou falsos; 
Voam se for de gosto
Ou até desgosto 
(assim querendo).

Dueto da tarde (CLXXII)

Música Nordestina.
Posted by Eneias Pereira on Domingo, 11 de janeiro de 2015


Dueto da tarde (CLXXII)

Trago-te um sorriso. Não te posso trazer a vontade de sorrir.
Sonhos, promessas, esmeros estão por ai... Mas deixo-te um sorriso.
Não espero que ele germine. Mas até entendo que ele seja uma semente.
Saboreia-te – deleite. Faze-me sonhar com teu prazer intenso e onipresente.
Pelo menos em minha imaginação. Trago um sorriso para minha imaginação também.
A casa está limpa – portas e janelas abertas; os cães abanam os rabos e a carne assada e os nabos estão na panela.
A simplicidade sabe tudo de ser feliz. Alguns de nós não sabemos. 
Vivemos querendo o sopro à frente do vento e apanhando da saudade, nocauteados no tempo.
Trago-te um sorriso que costuma ver essas coisas, quando não vê outras. 
Feito um rasgo na boca, os olhos se cerram, a maledicência se encerra no porvir do transbordo.
Se serve para o amanhã, serve para o agora. Porque só temos o agora. Não vou sonhar com sementes germinadas.
O jardim está pronto, a terra disponível, a água potável e o sol e a chuva são sempre bem-vindos.
Mas eu não tenho nada com isso; isso não é problema meu; nem solução minha.
Vejo-te com teu sorriso... Poderia tê-lo guardado para um dia mais conciso. Sinto-te quente... Deveria ser sempre assim, assado, ascendente...
Não buscarei meu fogo no teu. Nem roubarei a água do teu jardim para o meu. Trago-te um sorriso, apenas, não a vontade de rir.
Aqui jazem meus desejos em ti. Se vais enterrá-los, perpetuá-los, absolvê-los... Não me conte, pois cabem somente a ti.

Rogério Camargo e André Anlub 
( 6/6/15)

Ótimo domingo

"Google lança programa de bolsas de mestrado e doutorado em computação para a América Latina"
Saiba mais: http://www.brasilpost.com.br/2015/06/02/google-bolsa-de-estudos-brasil_n_7493588.html?ncid=fcbklnkbrhpmg00000004




Manhã de 7 de junho de 2015



A arte e o tempo se vão – vontades e desenhos de pele ficam. 
(Manhã de 7 de junho de 2015)

Trouxeram-me os Anjos alguns rabiscos nessa madrugada. Eram folhas sem nada, em branco, mas tudo ali continham. Foi o mundo ao avesso no desapresso das pressas. O pensamento ligeiro deixava nas nuvens rastros de onde nunca passou enquanto o mar, meu amigo, me aguardava em uma próxima e breve visita. Os olhos fechados em sonhos iam aquém e além do tempo presente; pude ver tão claramente um fato nunca consumado. Por onde estaria um quadro chamado “chupa cabra” que pintei e presenteei uma amiga? Onde estaria essa amiga? Pois é. As flores belas nos cantos da sala, as velas queimando e perdendo seu corpo; as flores ainda com cheiro delicioso e as velas ainda tinham muito a queimar. Um poço de água doce e limpa em formato de lembrança... Uma água nunca bebida e uma sede que sempre houve. Vejo agora elegantes elefantes com seus passos gigantes, pesados e lentos... Em um santuário que faz qualquer santo voar. Versos me rodeiam e anseiam serem pegos e “usados”. As pedras, cá para baixo – pedras duras e cascalhos – lisas e pontiagudas – formam dores antigas e novas e, como não poderia deixar de ser, também fazem parte do cenário. A peça de teatro já – já irá ao ar. Em um abre/fecha de cortinas, rotineiras rotinas e acasos em novidades... Tudo para alegrar a alma. Vou pensar sobre o assunto e tirar minhas próprias conclusões (novamente). Expus o que era para ser exposto, e com gosto. Pus-me o que era pus e cicatrizou em uma casca mais forte e duradoura. Escrevi somente para fazer graxa e engraxar o texto... dar brilho. As cachoeiras me chamam (sejam elas quais forem), as águas me chamam, o sol está no ponto e o céu bate seu ponto... Ainda mais azul do que nunca. Canhões e soldados sedentos, tempestades e terremos (querendo), chuva ácida – frio e gelo. O frio perdeu a guerra, mas ainda não se deu conta disso (ainda bem). Agora dou uma puxada forte no meu inalador Vick, cheiro de cânfora e mentol... O tempo ficou lento e o som no mínimo, lamentos enterrados e lamúrias aos ventos... A distância entre o entrosamento e o ensejo é um breve momento... As cortinas de todas as cores e formas se fecham... Hoje houve sonho, como sempre há. 

André Anlub

6 de junho de 2015

Falando de Fé (ou não)



Turbilhão do viver
(André Anlub - 24/2/14)

Tudo é paixão na terra de Alice,
E quer um palpite?
- a mesmice rasteja no chão.

Tal qual chão quente e infrutífero,
Faz a vida um sonífero
E forra de interrogação.

Que chapeleiro ou não
Tornar-se-ia importante
E levantaria num instante
O punho cerrado em ação?

É, é bem mais fácil o “aceite”,
Que sempre em quatro paredes,
Pendura quadros de enfeite
E convida pra comunhão.

Não, nem tudo é poema!
Seja lá qual for o terreno,
(Branco, mulato ou moreno)
A vara enverga com o vento
E se quebra num turbilhão.

Enxugando os Prantos (parte II)

CENA DE NOVELA EMOCIONA AO DEFENDER BELEZA AFROEsta cena da novela Babilônia, protagonizada por Camila Pitanga ensinando sua filha sobre a valorização de sua identidade, é extremamente linda. O ódio e preconceito é um mal que precisa ser combatido diariamente, em todos os momentos da vida. Viva o cabelo afro, a cor negra e o orgulho de todos sermos cidadãos iguais. Brasileiros!!!
Posted by Jandira Feghali on Sexta, 5 de junho de 2015


Enxugando os Prantos (parte II) 
(André Anlub - 18/9/14)

Os homens levaram a melhor, restauraram sem piedade os próprios corações... as nuvens, no gritante azul piscina do céu, ficaram devidamente alinhadas.
Aqui, ali, todos esqueceram que previram a tempestade que jamais se formou; vestes novas, bebidas aos litros e litros, frutas raras e frescas abocanhadas... e nas madrugadas uma surreal lua fluorescente. Como plano de fundo: casais e seus calorosos corpos colados, sorrisos aos montes e seus extensos beijos; no plano mais à frente: crianças corriam felizes, brincavam com brinquedos de madeira e não se fantasiavam de adultos... e não aconteceu o absurdo das águas se tornarem doces e estragarem os dentes. Aqui, ali, a mais completada ordem; muros e rostos pintados com coloridos belos, sem o grafite nervoso da política e o esboço de um papel impiedoso. Em breve os cárceres seriam demolidos, pois jamais tiveram serventia...
Museus de coisas que não existiram... expostos à revelia. A luta por tudo e a luta por nada, nessa mesma madrugada de lua brilhante. Enfim, todos na espera da alvorada, ainda mais o amor... o sol nascerá irradiador, e de fato de um parto; o cordão umbilical nos dará a chance de alcança-lo de fato... tudo no imaginário – possível – no imaginário. 

Poesia em movimento

"Abertura do espetáculo Poesia em Movimento! Slide de apresentação dos autores e bailarinos participantes! Mais de 400 pessoas na plateia! Sucesso Total!"




O Desenho

"Goodbye Selfie Goodbye NIXIE Welcome" LilyLily is the world's first throw-and-shoot camera
Posted by Architecture & Arts on Domingo, 24 de maio de 2015


O Desenho      
(André Anlub - 6/2/10)

Apenas desenhei seu rosto
Com sombra e luz, com ar de desgosto,
A melancolia que te conduz.

Comecei pelos cabelos: completamente lisos,
Tom de fogo na madeira que deixam de paixão
A atração em teus vários vestígios.

Os olhos: de pantera, brilhantes, verdes.
Esfaqueiam de repente meu desejo, minha quimera.

Boca: não tem igual, toque de refúgio sensual...
Se movem em câmera lenta,
Cria um desenho na beleza que ostenta.

Depois de pronto fui ao extremo,
Beijei ardentemente tua face de papel,
Tintas me borraram todo o rosto
E por gosto, fui de palhaço ao céu.

5 de junho de 2015

P.S.:

Incrível ideia de lápis sustentável que se “converte” em planta no final do uso. Ele possui em sua parte negra uma semente germinável. Ao usar todo o lápis, basta enterrá-lo e esperar o resultado. Cada lápis vem com um tipo de semente, podendo ser uma árvore ou legume.


P.S.:
(André Anlub - 3/11/10)

Longe do lugar comum
Te vi no corpo de um beija flor,
Pairava olhando para mim
Por sobre o campo de rosas.

Fiz poesias e prosas
Que sempre afastam minha dor;
Como em um mar bem calmo,
Que boiam papiros de salmos
Escritos, palavras de amor.

Madrugada de 5 de junho de 2015



Firme e forte para cumprir tabela, ou fraco/forte para viver vivendo plenamente?
(Madrugada de 5 de junho de 2015)

É, é por pouco. Às vezes a vida nos beija, e com vontade. Tento todos os dias roubar esse beijo, fazer graça e soltar minha melhor cantada. Às vezes dá certo, outras vezes não. Já passei tempos sem falar muito com a vida, meio que “dê mal”, sabe?! Foram épocas que eu empurrava com a barriga, apenas vivia e já era o suficiente. Foram tempos duros, pesados, duraram quase uma década. Mas depois veio a forra. Aliás, antes mesmo desses “tempos” eu já me antecipei e vivi o suficiente para deixar a forra garantida. Nem necessitaria haver um Eu posterior... Mas houve e há. Penso que muita gente deve estar vivendo o que vivi nos sete ou oito anos que fui abduzido pela inconsequência e também inconsciência das coisas. Mas não vamos nos enganar... Muita gente é abduzida com consciência e com responsabilidade. Existe sim, e muitos. Viver levando a vida sem viver é muito comum e beira o imperceptível; é como estar no fundo do mar, ou da piscina, e não perceber que está molhado – pois já é natural de tão rotineira que é a coisa. Eu, por outro lado, fiz de tudo para ser percebido; principalmente por mim. Mas era o paradoxo: quanto mais eu me tornava óbvio, mais eu me distanciava do entendimento. Bem, isso já passou. Hoje tento fazer justamente o contrário, e o primeiro passo para tal é apenas saber que está feliz e bem. Pisando em solo lunar ou terrestre ou voando ou aterrissando ou aproveitando essa licença poética... sigo no sinal verde e atravesso no vermelho quando não há pedras em minha direção. Barganhar com a vida não funciona – já tentei muitas vezes –, a gente engana a todos ao redor (muitos enganam até a si próprios), mas enganar a vida é extremamente difícil: não no nosso mundo; não no nosso corpo; não com nossa consciência absoluta; não estando sã. Às vezes a vida nos beija, e é nessa hora que temos que aproveitar e ir à cópula – com carinho e vagarosamente – com jeito e sem alarde – com devoção e fé. Para sair da abdução tive que conhecer outros planetas e entender e achar meu caminho de volta. Comigo foi assim, não foi fácil nem difícil, e foi no tempo que tinha que ser. A meu ver cada caso é um caso, e cada um requer um entendimento diferente do momento; o mais importante é sempre o autoconhecimento, se conhecer... Caso contrário estará vivendo sua vida só para “cumprir tabela” ou estará vivendo uma vida paralela, onde já morreu e esqueceu-se de deitar.

André Anlub

Dueto da tarde (CLXXI)



Dueto da tarde (CLXXI)

O intermédio veio tomar seu remédio através de um médico que não interveio.
Não sabe muito bem qual é a doença. Talvez o que pensa. Talvez a busca de recompensa.
O corpo está grená e há penas soltas ao vento. Todos estão com pena pois pensam ser gangrena ou falta de grana apenas.
Qualquer coisa que se resolva ou se dissolva na alcova. Precisa se casar urgentemente. Com uma intermédia?
A medida dita certeira seria uma enfermeira, meio enferma – meio sem beira –, para ele não perder o sentido se sentindo inferiorizado e infernizando o seu meio.
Porque inferniza: faz perguntas que não precisa, não olha o chão em que pisa, em ver de ouvir teoriza, oscila mais que a Torre de Pisa.
Medita a dita meta, se mete a ir à Meca... Agora não! Há dificuldades pendentes, faculdades, mentes e dentes a mastigar.
É intermédio: quer um intermediário. Diário tormento para quem deseja que ele seja apenas o que é.
Paradoxo chocho, nada pouco e louco: a hipocondria aumenta sua glicemia, e para combater vem à alquimia de mais remédio.
Pois então fica aí, diz a vida. Ele acredita. E a vida estava só jogando com ele.
Pois então venha cá, diz a morte. Ele tem sorte de não confiar em um magrelo que carrega uma foice e não é roceiro.
Entre Seca, que rima com furreca, e Meca, que ele quer visitar um dia, há qualquer coisa de... intermédio.
Para viver e fazer planos não há remédio, nem precisa... O que é preciso é ser conciso e circuncidar os desenganos.
Mas para estes não há planos imediatos. Então... Então é isso. Seu compromisso é com o tédio de um remédio que mantém a doença. Plenamente cumprido.

Rogério Camargo e André Anlub
(5/6/15)

Dia Mundia do Meio Ambiente

Este senhor plantou sozinho mais de 18 mil árvores. Para ele, todo dia é #DiaMundialDoMeioAmbiente. Conheça a história do seu Hélio e inspire-se: http://derepenteagentemuda.tumblr.com/post/98477938435/helio-da-silva?utm_source=facebook&utm_medium=social_media&utm_term=sunset&utm_content=socialads_timeline_post_dia05062015&utm_campaign=dia_mundial_do_meio_ambiente-sp_rj_df 

E a fila anda



E a fila anda
(André Anlub - 21/5/13)

Há um famoso ritual de ajuntamento,
Como uma nau à deriva em forte vento.
Acalora o frio e inerte coração,
Faz do branco e da verdade o indumento,
Pois tem na alma e no sim a comunhão.

Já é sabido, vez ou outra ela chega,
A paixão que abstraí e deixa aéreo...
E no mistério a implicação de ficar cego,
Os olhos fulgem no clarão do seu interno.

Há também um procedente paradoxo
Que trafega entre o ditoso e o lascivo.
No flerte que transmuta em aversão
E a ternura que se afoga em puro vício.

Não sabe dizer se traição é inerente
Ou se é pisar com cinco dedos no respeito.
E já sem jeito estufa o peito e sorridente
Atrás vem gente, é melhor andar direito.

4 de junho de 2015

Quatro em Salvador:

Ponto de Vista da ISSImagens da Terra a partir da ISS.Climatologia Geográfica
Posted by Climatologia Geográfica on Quinta, 4 de junho de 2015


Quatro em Salvador:
(André Anlub - 26/10/13)

                   I
É no embalo do calor humano,
Arte que grita no urbano;
Salto das classes
Que falam aos ouvidos,
Destemidos artistas do azul infinito... 
É de sal e saudade,
De real e sonho,
Esperança e destino. 
                   II
(a merecer) 
O por do sol por trás do Farol da Barra,
É barra não me pôr à mercê
Do (so far) rol dos saudosistas.
  III
Moqueca e bobó de camarão,
Vatapá, caruru, azeite de dendê,
Sururu, acarajé, pirão e um assado cação;
Viver só é bem bom
Quando é mais, mas muito mais,
Que o bater de um coração.
   IV
Salvador de amor de sol generoso
E poderoso sal de mar de amar...

Denotando felicidade

Point Panics during yesterday's nice south swell. Bodysurfing Mecca.. Taken with a drone
Posted by Kenji Croman on Segunda, 1 de junho de 2015


Denotando felicidade
(André Anlub - 1/2/13)

É o bem-estar,
Bom bocado de beijos e línguas,
Lençóis de seda,
Travesseiros de pena de ganso:
Deixe estar - Doce delicia...

É bafo quente da donzela amada,
Garrafa cheia na mesa de cabeceira,
Vela que treme com a leve brisa:

Relógios derretendo,
Mil imagens daqui e dali;
É Dalí!

Salgado paladar -
Mordeu a língua e sorriu;
Pulou a janela e saiu nu pelas ruas
Cantarolando canções antigas
Denotando felicidade - vivendo.

Não consegue sorver arrependimentos,
É simplesmente impraticável
Arrepender-se de ter tentado
(tentado e tentado) 
Amar 
(mais, mais e mais).

Excelente evento a todos!

O Lançamento da obra, confraternização dos autores, premiação, sarau e espetáculo dar-se-á em 04/06 no Teatro Ruth Escobar em São Paulo.





Sintam-se abraçados.

Dueto da tarde (CLXX)



Dueto da tarde (CLXX)

A pálida luz de um sol tímido e a ânsia de mais, muito mais, que a pele contém.
Melancias se espalhando pela horta do jardim, meio-dia que bate à porta chamando quem queira vir.
A festa é pouca, mas dá para todos. Todos os que se contentem com um sol tímido.
Sorriso curto, música baixa, água de coco, canapés de sardinha; uma vidinha pacata que só presenteia a poucos.
A turbulência quer mais, muito mais. A turbulência tem que se contentar com o que recebe.
Mas ela não tem paciência! Quer usar turbante, burca, hábito, rakusu, kimono, andar nua na rua e tudo ao mesmo tempo abraçando a ciência.
Quem tudo quer nada tem, além da ânsia de tudo querer. Mas isso fica pra depois. Agora é a boca aberta.
Mas abre-se um porém: a luz pálida torna-se cálida, ganha muito mais brilho e segue um novo trilho em um novo trem.
É o que ela tem. Então a turbulência arma-se da paciência que não tem para ter com a impaciência alguma ciência.
Renova-se o dia e a partir de agora não há mais porta. Rega-se a horta, o sorriso torna-se largo; o lago segue na aorta como sangue da vida quente e farto.
Quando o sol vier pleno, multiplicará tudo isso. Mas por enquanto nada disso diminui.
A lua já faz seu aquecimento para entrar em cena; plena, extrovertida e serena, a lua fica toda quieta ouvindo a música lenta da festa.
Festa simples. Festa de uma promessa, apenas: amanhã é outro dia.
As melancias são cortadas e divididas. A festa que era pouca se amplia. A turbulência perde a inocência de querer ser tudo, e a vida segue em seu tubo até o próximo festejo.

Rogério Camargo e André Anlub
(4/6/15)

Divulgação:


Dueto da tarde (CLXIX)



Dueto da tarde (CLXIX)

A boca cheia de dentes, na mão os presentes e os passos alegres.
Uma expectativa satisfeita é uma nova expectativa esperando satisfação.
A conclusão pode ser sim – pode ser não. Mas já agrada.
Tudo que sirva para distrair o tédio é benvindo. Assim pensa o tédio.
De tudo um pouco – ou um nada – ou um muito. Mas já está de bom tamanho.
O bom tamanho que está ocupa todo o seu espaço – para o bem ou para o mal.
O tédio hoje faz efeito de dor na alma que ainda é muito viva e ativa. A rotina de ser neutro e de ser sempre faz efeito no seu ser que já morreu em surdina.
A boca cheia de dentes, na mão os presentes e os passados e os futuros presentes dados e recebidos.
Tudo faz surgir à expectativa do novo que nunca foi nada mais – nada menos que o velho que fez plástica e colocou peruca.
Pneu recauchutado, papel amassado desamassado, coisa desfeita feita novamente. Sem uma nova mente.
Deu-se a primavera, deu-se de novo um novo/velho reinado. A esfera girando e a cabeça e o corpo girando... Só assim tudo fica parado.
Se tudo fica parado, a boca cheia de dentes não morde. Se a boca cheia de dentes não morde, pode sorrir.
Sorriso tímido que se esvazia em versos... Agora na mão somente dedos inquietos e os anéis... Agora os pés descalços nos encalços de espaços incompletos.
Nada é para já, mesmo com o aqui e o agora. Os dedos estalarem é apenas os dedos estalarem – mesmo que a ordem ecoe por séculos.
A conclusão não se conclui e o tudo, por hoje, ainda não deu as caras. Mesmo assim agrada.
Mesmo assim é a festa, recolher cumprimentos, dar passos alegres, receber abraços e dizer que está tudo bem. Porque está tudo bem.

Rogério Camargo e André Anlub
(3/6/15)

3 de junho de 2015

Na casualidade dos caminhos tortos



Na casualidade dos caminhos tortos
(André Anlub - 13/4/13)

Parece sinóptico tal gesto simples,
Esse teu, que brilha num todo.
Precata, de jeito torto,
Serem delicadas quaisquer escolhas.
Aberto o enorme fosso,
Que aos brados chama aflito.
Equidistante é carne e osso,
Pequena fenda que flerta,
Num zunido.
Vejo estática tua íris,
Por compreenderes tamanha epístola.
Voas feito águia, tão majestosa,
Tal qual a vida.
Há brilho demais no inconformismo,
Sufoca e cega. 
Há equilíbrio e imagem
E na miragem não há cegueira.
E qual atitude seria mais certa,
Senão entregar-te ao próprio destino?
Vai-te logo, fizeste o prólogo,
Sigo-te, em linha reta, feito menino. 


"É muito mais difícil matar um fantasma do que uma realidade."

- Virginia Woolf

Fim de tarde de 3 de junho de 2015


Papo de fim de tarde, ou melhor... Começo de noite.
(Fim de tarde de 3 de junho de 2015)

Nem posso explicar como é uma tarde chuvosa e silenciosa; ao cair o abacate levante-me e sambei... Lembrou-me da piada de Juca Chaves sobre a banda de música que tocava em uma festa, e era tão ruim, mas tão ruim que quando o garçom deixou cair a bandeja todos se levantaram e dançaram. Tarde de ventilador ligado e agora pássaros cantando, tarde bucólica que me fez mergulhar na leitura e ouvir o ensurdecedor som do silencio por alguns minutos. Agora aquele pão com queijo e presunto, um café bem quente e já para o banho gelado. Nem os cães latiram para os micos que passaram na árvore. Hoje uma atípica quarta-feira, véspera de feriado e com fuça de domingo pós-réveillon. Abro um sorriso para meu cão Van Gogh fazendo charme com a barriga para cima e a língua caída de lado... Tirei uma foto. Meu braço tenta tocar o inesperado feixe de luz que desponta pela fresta da porta da varanda. Queria senti-lo quente, pois agora o sol resolveu dar seu “boa tarde”. Mas nada de quente, a luz parece até vir fria e sem graça. Vou jogar uma água na alma e voltar à leitura. Logo mais ver um bom filme e deitar-me cedo, sonhando acordado e esperando o amanhã. Quem sabe escrevo algo logo mais. É quase certo, todo noite o faço. Quem sabe preparo uma massa de pão de alho – deixo-a descansar – e meto-a no forno para o filme da noite. Acho que vou finalizar esses rabiscos e preparar a massa. Fim de tarde às vezes é assim quando estou sem nada a fazer. Fim de tarde não tem nada de fim, pois é, a meu ver, o começo da noite. Sou uma pessoa mais do dia do que da noite. Já fui notívago, até os 25 anos eu era. Mas mesmo assim acordava cedo. Depois o corpo foi acalmando e fui procurando a cama mais cedo e acordando um pouco mais tarde. Nunca fui bom em coordenar minhas horas de acordar e dormir. Se fosse trabalho ou estudo eu sempre acordava com sono. Sempre querendo ficar mais tempo debaixo das cobertas. Se fosse surfar ou viagem era um pulo da cama, com o corpo energizado e renovado de qualquer possível noitada “caliente” na noite anterior. A gente é assim: quando é assim quer assado; quando é assado quer assim.

André Anlub

Bucólico Eu

#XGames Austin is comin’ in hot!
Posted by X Games on Quarta, 3 de junho de 2015


Bucólico Eu          
(André Anlub - 30/10/14)

Um bardo e suas moças, suas musas,
São suas asas em êxtase – motor propulsor;
Buscam paixões arquitetadas, minudências focadas,
Na alma, no corpo e no papel...
No entanto e no intuito elas extravasam nuvens, 
Voam assim: avivadas e soberbas, plumas,
Buscando a veemência – a coerência, ao léu.
“Buarqueando” – como não falar de Chico?
Se a moradia na emoção é o botão de liga/desliga 
de uma alma incendiária. E por falar em musas... são obsoletas? são absolutas? algumas reais:
“A Marieta manda um beijo para os seus...”.
Agora, veio-me a mente “Cecília” 
(nome da minha mãe);
Mas vivem muitas na permuta aos olhos do poeta;
Tornam-se paixões, canções, tentames, rabiscos infames. Fragmentos do meu bucólico Eu. 
(que nunca se completa).

Manhã de 3 de junho de 2015



Mais uma vez me apaixonei em um sonho
(manhã de 3 de junho de 2015)

Sonhar com o futuro, com algo futurístico, é simplesmente incrível. E nesse caso que irei narrar é também assustador. Sonhei ser jovem novamente, em um futuro não muito distante. Dava para entender que eu estava há poucos dias trabalhando com artes e em uma loja enorme, de roupas sociais e esportivas e também acessórios em geral. Loja com três ou mais andares, com muitos vendedores e pessoas de criação, computadores, salas de relaxamento, áreas de criações, bronzeamento, cafés, refeitório e uma vista para lindas e verdes montanhas com carros em formatos de naves, que voavam e passavam a todo o momento ao redor. As paredes eram todas de vidro, até as escadas e os elevadores que levavam aos outros níveis, também eram transparentes. As pessoas andavam de um lado para o outro com seus Tablets nas mãos e telefones estilo telemarketing. Tinha um ar de quartel general de serviço secreto. Mas não era. Algumas pessoas eu conhecia e trocávamos um sorriso mais longo aos cruzarmos. Outras aquele breve sorriso de pessoa pouco conhecida. Eu estava muito feliz, dava para sentir. Mas dava também para perceber que tinha pouco tempo de casa, e aquilo ainda me assustava um pouco. Tudo era inovador: desenhos de moda e cenas de filmes passavam no ar em uma projeção holográfica. E nós, as pessoas da firma, conforme caminhávamos, atravessávamos por dentro deles. Não tinham compradores, era uma grande área de criação, mas que ficava em local público. Como que se houvesse a necessidade das pessoas (consumidores) olharem que estávamos produzindo. Era tudo novo e fascinante. Eu usava uma roupa bem moderna, mas que se enquadraria perfeitamente nos anos 80. Infelizmente não vi o meu rosto – fiquei pensando nisso boa parte da manhã (depois de acordado). Até ai é um sonho fantástico, diferente, interessante e que quis que durasse muito mais... Mas sonhar que está apaixonado e a paixão ser recíproca é que me deixa realmente intrigado. Havia uma pessoa, uma amiga íntima que compartilhávamos de um amor intenso – apesar de ainda não estarmos juntos – ela trabalhava comigo e trocávamos muitos olhares, nos falávamos com frequência, pois ela era uma espécie de supervisora geral que ia de sala em sala, de área em área, apara trocar informação. Ela era misteriosa, mas extremamente simpática, diferente, sempre alegre. Pegava-me pela mão para mostrar cada novidade, pedindo minha opinião – meu olhar –, a cada ideia criada por outros, a cada coisa inusitada que acontecia... Ela, a princípio, é minha melhor amiga; dá para entender que foi ela quem me convidou para aquele emprego. Descobri durante o sonho que a gente não se conhece de anos, vamos nos descobrindo com o tempo. Cada vez mais ela vem à minha sala para ver como estou me saindo e pedir opinião em algo que faz. Descobri também que ela é a única pessoa, além de mim, que é heterossexual da loja. Há nela uma timidez absurda quando se comenta da sexualidade de todos, pois há bissexuais, há gays, há pessoas que não se consegue descobrir o sexo, e ela sempre indiferente não vendo importância no fato. E, no fundo, realmente não havia. Havia, no geral, homens e mulheres à vontade, que andavam nus na parte de cima do corpo, mostrando os corpos sempre quase magros, mas nunca fortes; alguns excessivamente magros, bronzeados e só com uma roupa íntima de baixo (eu era um deles). A empatia, a troca de sorrisos, a comunicação maior foi justamente com ela. No sonho tento ao máximo não demostrar o amor, mas logo os amigos comentam comigo em tom de brincadeira e apoio. Até que chega um momento que estou correndo em uma esteira e ela chega com um sorriso diferente, me pega novamente pela mão, saímos da loja com todos olhando, vamos andando em uma espécie de shopping e ela me chama para almoçarmos em algum lugar distante... Mas antes nos encaramos um pouco, olhamos sérios e diretamente nos olhos, com as bocas a menos de oito dedos de distância, e o beijo é inevitável. O sonho se acaba e fica a sensação de “quero mais”, de que estaria porvir; ficam as perguntas: quem é ela e de onde eu a conhecia? Ficam as curiosidades: em qual época foi aquilo e como foi nosso passado antes do inicio do sonho? Fica a impressão estranha de eu ter acordado, já ter ido ao banheiro, lavado o rosto, feito o café e o amor ainda estava no corpo – como se estivesse esquecido de acordar – e segue com o tempo, a cada segundo se esvaindo e indo para uma outra dimensão ou era. O esquecimento de tudo vem tomando conta aos poucos com a verdade e o tempo da vida real. 

André Anlub

2 de junho de 2015

Será que sou ave em seu sonho?

Need for Speed and ... for Friendship! :)O.M.G! 5:39 of another reality!Need for Speed and ... for Friendship! :)► Omen Longboards and Free Wheel Co.#extreme #skateboard #longboard
Posted by DJ MISS FTV on Segunda, 1 de junho de 2015


Será que sou ave em seu sonho? (Ode a ela)
– Até coloquem palavras em minha boca... mas que nasçam poesias.

Tempo malvado, malvisto e infausto. Muitas águas tumultuosas – marés nervosas – ventos de inverno e inferno astral: sei de pessoas idosas com extrema dificuldade em andar/nadar.
Vejo algoritmos de vaivéns escritos sem nitidez em pergaminhos; peço ajuda a estranhos e fico aborrecido por desconstruírem meu ninho.
Desenterrei meu tesouro e veio-me você – assim – num estouro –, deixando o que pode no poço e empossando-se agradavelmente do espaço.
Hoje sou o mesmo Eu, mas mais suave; sou velho, menino e sou ave.
Voei – vou e fui bem longe: larguei a máscara de mau moço, pois é mau demais para onde vou – é mau demais para tudo isso (que está por vir).
Jocoso – o sorriso largo do lagarto ao ver nascerem suas pernas na saída do lago.
Viçoso – saber que foi sonho ao ver do lagarto um lacaio atropelado na estrada. O tempo é intenso, anda com pressa e sente medo e se sente vivo; faz ideia que loucura é isso?
Ganhei a confiança da mudança, estou voando e procurando a janta: salmão, garoupa, lagosta?
Tudo tem sua hora e tem o espaço a ser ocupado e tem regaço e tem aurora.
E no sonho temos o céu, não somos cegos e citamos metáforas: ajeitei a cozinha, voltei da vinícola, me espere pescar... você fisgou seu peixe, é de praxe, mas odeia comê-lo cru e sozinha; bom apetite – vou cozer para nós.

- André Anlub

Memórias da Guerra (Parte II)

À meia-noite desta terça, a cartunista Laerte entrevista diversos artistas e pensadores em seu novo programa "Transando com Laerte"No 1º episódio, Marisa Orth debate sobre as relações humanas na atualidade. Assista também por aqui> http://bit.ly/TRANsandoLA
Posted by Canal Brasil on Terça, 2 de junho de 2015


Memórias da Guerra (Parte II)
A expansão do mundo Grego

Alexandre III, da Macedônia
Guerreiro, príncipe e rei aos vinte anos
Braço forte, coração valente
Morrer com trinta e três anos não estava nos seus planos.
Foi um conquistador do mundo antigo
Teve Aristóteles como amigo
Nunca perdeu uma batalha sequer
Os persas eram o alvo inimigo.
Era um homem de visão e inteligente
Tentou criar uma síntese entre o oriente e o ocidente
Egocêntrico e sanguinário
Admirava as artes e a ciência de toda gente.
As suas guerras eram em suma por território
Algumas vezes por recursos
Procurava ser notório
Galgava sua glória.
Houve as batalhas de granico, hidaspes e gaugamela
Todas com intuito de derribar
A vitória ele clamava por ela
Mas foi a babilônia que veio a o derrubar
Sua morte uma incógnita
Não se sabe se foi veneno, febre ou malária
Seu grande amor havia morrido
Morreu junto com o coração partido.

André Anlub (2009)

Buraco da agulha

Jornalista Mariana Godoy, ex-Rede Globo, sobre o "jornalismo" ...Quer saber mais sobre o "jornalismo" da Rede Globo?Veja o que disse a jornalista Mariana Godoy, com 23 anos de Globo, sobre como são os bastidores dos jornais da emissora e a "falta de liberdade" (censura?) para trabalhar.#GloboMente
Posted by Podemos Mais on Segunda, 1 de junho de 2015


Buraco da agulha
(André Anlub - 25/1/14)

Passou pelo pequeno buraco da agulha
como um raro e sensato camelo franzino. 
Deixou ao relento seu ego sozinho
e jogou num bom vento os versos nas ruas.
É no amor, e não há impossível
no verossímil da batalha à vitória.
Fez de fulgentes momentos, o invisível
e na equação da paixão, a auréola simplória.
Sim, eu conheço, sei bem dessas fábulas
sei qual o seu curso, bons e maus imprevistos.
Falam de alguns vícios, falam de absurdos
não provaram na língua o que dizem amargas.

Qual o passo difuso em logradouros de deuses?
O que fez um sol confuso no louro da Nêmesis?

E agora um velho e sábio seguia adiante
e passou novamente pelo buraco da agulha.
Ficou na agrura, pois não era um camelo
ao se olhar no espelho viu somente um gigante.

madrugada de 2 de junho de 2015



É tal espécie de bipolaridade que serve de pilha para a máquina viver
(madrugada de 2 de junho de 2015)

Tenho passado por fases boas e ruins em alternâncias incrivelmente rápidas, sem aviso prévio, sem extremismos de alegrias fúteis ou sombras de depressão. É algo incomum ao meu ser, mas não reclamo. Está se tornando rotineiro ao ponto de já fazer parte do meu estado de espírito e também o corpo e a mente completamente adaptados.  É como uma bipolaridade salutar, que em fases “down” me levam a criar mais, não impedem minhas corridas, me calam um pouco a boca (coisa que prezo muito), faz-me cozinhar ainda mais e procurar abrigo nas leituras; nas fases “up” me embriago no café, me divirto com a tv e jogos online, também escrevo e leio, mas com menos afinco, e fico planejando viagens e sonhando alto com meu futuro; também quero debater todos os assuntos, pintar, fazer recortes de coisas inúteis e brincar com os cães – com a noção maior que a morte está perto para eles. Na fase ruim tenho um pouco de azia pela manhã, mas logo passa; na fase boa acordo bem, com fome e querendo logo cedo o cheiro do café fresco e dando bom dia a todos e tudo. É de um extremo interessante, o bobo palhaço e o ranzinza bobo palhaço. Vi cavalos apertando o passo em direção ao ocaso a cada caso do sol dar “boa noite”. Pelos meus olhos pude ver além do tempo. Com areia da praia construí castelos mágicos, com portas de palitos de sorvete e com a ideia de que seriam eternos. Pelo menos até a próxima ida à praia. Engenheiro e artesão de tudo que vai esvair-se em poucos minutos. Assim seguiu o vento retirando os grãos; assim seguiu-se as águas com a maré cheia e destruindo toda uma obra; assim veio os meninos mais velhos fazendo um campo de futebol e destruindo os castelos. Vi marcas de novidade em todos os castelos destruídos. Vi um futuro promissor e mais concreto, mais seguro e respeitado. Sinto muito e sinto muito quando um passado passa e me deixa uma razão para ser mais forte, porém com raiva – perda e olhares cerrados. A crueldade da criança sem seu doce e a doçura da criança sem ser ao menos mais criança. Nas mãos dos anjos os dados, quase sempre viciados. Nas mãos dos demônios os tabuleiros, quase sempre inalterados. Demônios estendem uma enorme mesa às cartas; Anjos estudam as cartas e as marcam com a mente; demônios roubam por serem demônios e errados; anjos acertam e fazem o bem por terem sempre seus motivos. Sem sombra segue o mal voando ao lado de todos. Anjos criam suas sombras com as mãos... Aves, elefantes, coelhos e tudo que a sombra pode trazer. 

André Anlub

Dueto da tarde (CLXVIII)



Dueto da tarde (CLXVIII)

Era hora de não olhar mais para o relógio, era o tempo já de não ter contratempos com o tempo.
De hora em hora a alma brinca com o absurdo e o corpo pega carona e samba na cara da cólera.
Marcadinho e controladinho o esforço de não marcar nem controlar. Chumbo com fixação em pluma.
De costas dá um passo à frente e logo outro passo para trás de frente. Pula plantando bananeira, come as bananas com casca sem achar sementes.
Somente se a mente parar, só aí. Mas a mente não para. Então, era hora de não olhar mais para o relógio com o relógio dentro dos olhos.
Para iniciar a aquietação revoltante, esperou uma revolta... Era aguardar a mordida do inseto para beijar de volta.
Fica esperando uma voz que não fala, um sinal que não sinaliza, uma certeza que não acerta.
Abre todas as janelas para poder fechar os olhos; aproveita sua eterna afonia para gritar por si próprio.
E no silêncio denso de cortar com a faca do pão que não come, escuta a paralisia, movimenta-se com a inércia, prende os pés e voa.
Desde sempre se enrola com o tempo; quer contê-lo e perde tempo com isso. Desde nunca se acerta com o certo; se acerta com isso e acha errado tal ato.
Tal qual, qual tal: tudo igual diferente, tudo igual (in)diferente, tudo dentro do lá fora. É agora ou nunca mais: joga-se de cabeça no relógio de pêndulo da sala. Arruma um grande galo que de hora em hora vai cantar durante um bom tempo.

Rogério Camargo e André Anlub
(2/6/15)

1 de junho de 2015

Dueto da tarde (CLXVII)



Dueto da tarde (CLXVII)

Perdeu-se da floresta e foi parar na escuridão selvagem da cidade grande.
Terá que reaprender a viver. São selvas diferentes.
Perdeu-se da floresta e foi parar na escuridão selvagem da cidade grande.
Terá que reaprender a viver. São selvas diferentes.
Fez residência ao pé de uma única grande árvore no meio de tantas paredes de pedra.
Quase morre de melancolia. Uma árvore não é centenas de árvores, não é um milhão de árvores.
Quase vive de agonia. Muro alto não é encosta; muro baixo não é cerca viva.
Viver da sobra do resto da sobra não é caçar e festejar a caçada. 
Carrega com prazer a ordem de seu vício em cheirar o mato, o orvalho, passar o dia no lago, pintar o céu e repintar as manhãs e fins de tarde... Mas não se vicia em desordem.
Passa um ônibus, um caminhão, uma ambulância, duas motos, um táxi. Não passa boi nem boiada. Nem o arrependimento.
Passa uma lua por alguns minutos nos reflexos em edifícios banais; passa o sonho de um vagalume que vaga em meio a tantas luzes artificiais.
Só não passa a ânsia de voltar para o que não está mais, de escarvar no caminho do ar poluído para encontrar a libertação.
Voltar ao seu lar era voltar ao lar de todos e estar em todas as partes. Menos ali. Queria somente o antigo espaço de volta.
Mas onde está o antigo espaço num espaço novo em que tudo é ruína? Pergunta e tosse, engasga com a resposta que não vem e manda fumaça em seu lugar.
Por trás da neblina artificial e densa há o luar. Amplia o olhar e intui não estar longe o que procura. Seu lar antigo era ali, tateando pode ver, vendo pode palpar. É palpável: saiu de estava para estar onde está.
E este é um novo lar que se encaixa perfeitamente em sua alma liberta.

Rogério Camargo e André Anlub
(1/6/15)

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.