4 de junho de 2015

Quatro em Salvador:

Ponto de Vista da ISSImagens da Terra a partir da ISS.Climatologia Geográfica
Posted by Climatologia Geográfica on Quinta, 4 de junho de 2015


Quatro em Salvador:
(André Anlub - 26/10/13)

                   I
É no embalo do calor humano,
Arte que grita no urbano;
Salto das classes
Que falam aos ouvidos,
Destemidos artistas do azul infinito... 
É de sal e saudade,
De real e sonho,
Esperança e destino. 
                   II
(a merecer) 
O por do sol por trás do Farol da Barra,
É barra não me pôr à mercê
Do (so far) rol dos saudosistas.
  III
Moqueca e bobó de camarão,
Vatapá, caruru, azeite de dendê,
Sururu, acarajé, pirão e um assado cação;
Viver só é bem bom
Quando é mais, mas muito mais,
Que o bater de um coração.
   IV
Salvador de amor de sol generoso
E poderoso sal de mar de amar...

Denotando felicidade

Point Panics during yesterday's nice south swell. Bodysurfing Mecca.. Taken with a drone
Posted by Kenji Croman on Segunda, 1 de junho de 2015


Denotando felicidade
(André Anlub - 1/2/13)

É o bem-estar,
Bom bocado de beijos e línguas,
Lençóis de seda,
Travesseiros de pena de ganso:
Deixe estar - Doce delicia...

É bafo quente da donzela amada,
Garrafa cheia na mesa de cabeceira,
Vela que treme com a leve brisa:

Relógios derretendo,
Mil imagens daqui e dali;
É Dalí!

Salgado paladar -
Mordeu a língua e sorriu;
Pulou a janela e saiu nu pelas ruas
Cantarolando canções antigas
Denotando felicidade - vivendo.

Não consegue sorver arrependimentos,
É simplesmente impraticável
Arrepender-se de ter tentado
(tentado e tentado) 
Amar 
(mais, mais e mais).

Excelente evento a todos!

O Lançamento da obra, confraternização dos autores, premiação, sarau e espetáculo dar-se-á em 04/06 no Teatro Ruth Escobar em São Paulo.





Sintam-se abraçados.

Dueto da tarde (CLXX)



Dueto da tarde (CLXX)

A pálida luz de um sol tímido e a ânsia de mais, muito mais, que a pele contém.
Melancias se espalhando pela horta do jardim, meio-dia que bate à porta chamando quem queira vir.
A festa é pouca, mas dá para todos. Todos os que se contentem com um sol tímido.
Sorriso curto, música baixa, água de coco, canapés de sardinha; uma vidinha pacata que só presenteia a poucos.
A turbulência quer mais, muito mais. A turbulência tem que se contentar com o que recebe.
Mas ela não tem paciência! Quer usar turbante, burca, hábito, rakusu, kimono, andar nua na rua e tudo ao mesmo tempo abraçando a ciência.
Quem tudo quer nada tem, além da ânsia de tudo querer. Mas isso fica pra depois. Agora é a boca aberta.
Mas abre-se um porém: a luz pálida torna-se cálida, ganha muito mais brilho e segue um novo trilho em um novo trem.
É o que ela tem. Então a turbulência arma-se da paciência que não tem para ter com a impaciência alguma ciência.
Renova-se o dia e a partir de agora não há mais porta. Rega-se a horta, o sorriso torna-se largo; o lago segue na aorta como sangue da vida quente e farto.
Quando o sol vier pleno, multiplicará tudo isso. Mas por enquanto nada disso diminui.
A lua já faz seu aquecimento para entrar em cena; plena, extrovertida e serena, a lua fica toda quieta ouvindo a música lenta da festa.
Festa simples. Festa de uma promessa, apenas: amanhã é outro dia.
As melancias são cortadas e divididas. A festa que era pouca se amplia. A turbulência perde a inocência de querer ser tudo, e a vida segue em seu tubo até o próximo festejo.

Rogério Camargo e André Anlub
(4/6/15)

Divulgação:


Dueto da tarde (CLXIX)



Dueto da tarde (CLXIX)

A boca cheia de dentes, na mão os presentes e os passos alegres.
Uma expectativa satisfeita é uma nova expectativa esperando satisfação.
A conclusão pode ser sim – pode ser não. Mas já agrada.
Tudo que sirva para distrair o tédio é benvindo. Assim pensa o tédio.
De tudo um pouco – ou um nada – ou um muito. Mas já está de bom tamanho.
O bom tamanho que está ocupa todo o seu espaço – para o bem ou para o mal.
O tédio hoje faz efeito de dor na alma que ainda é muito viva e ativa. A rotina de ser neutro e de ser sempre faz efeito no seu ser que já morreu em surdina.
A boca cheia de dentes, na mão os presentes e os passados e os futuros presentes dados e recebidos.
Tudo faz surgir à expectativa do novo que nunca foi nada mais – nada menos que o velho que fez plástica e colocou peruca.
Pneu recauchutado, papel amassado desamassado, coisa desfeita feita novamente. Sem uma nova mente.
Deu-se a primavera, deu-se de novo um novo/velho reinado. A esfera girando e a cabeça e o corpo girando... Só assim tudo fica parado.
Se tudo fica parado, a boca cheia de dentes não morde. Se a boca cheia de dentes não morde, pode sorrir.
Sorriso tímido que se esvazia em versos... Agora na mão somente dedos inquietos e os anéis... Agora os pés descalços nos encalços de espaços incompletos.
Nada é para já, mesmo com o aqui e o agora. Os dedos estalarem é apenas os dedos estalarem – mesmo que a ordem ecoe por séculos.
A conclusão não se conclui e o tudo, por hoje, ainda não deu as caras. Mesmo assim agrada.
Mesmo assim é a festa, recolher cumprimentos, dar passos alegres, receber abraços e dizer que está tudo bem. Porque está tudo bem.

Rogério Camargo e André Anlub
(3/6/15)

3 de junho de 2015

Na casualidade dos caminhos tortos



Na casualidade dos caminhos tortos
(André Anlub - 13/4/13)

Parece sinóptico tal gesto simples,
Esse teu, que brilha num todo.
Precata, de jeito torto,
Serem delicadas quaisquer escolhas.
Aberto o enorme fosso,
Que aos brados chama aflito.
Equidistante é carne e osso,
Pequena fenda que flerta,
Num zunido.
Vejo estática tua íris,
Por compreenderes tamanha epístola.
Voas feito águia, tão majestosa,
Tal qual a vida.
Há brilho demais no inconformismo,
Sufoca e cega. 
Há equilíbrio e imagem
E na miragem não há cegueira.
E qual atitude seria mais certa,
Senão entregar-te ao próprio destino?
Vai-te logo, fizeste o prólogo,
Sigo-te, em linha reta, feito menino. 


"É muito mais difícil matar um fantasma do que uma realidade."

- Virginia Woolf

Fim de tarde de 3 de junho de 2015


Papo de fim de tarde, ou melhor... Começo de noite.
(Fim de tarde de 3 de junho de 2015)

Nem posso explicar como é uma tarde chuvosa e silenciosa; ao cair o abacate levante-me e sambei... Lembrou-me da piada de Juca Chaves sobre a banda de música que tocava em uma festa, e era tão ruim, mas tão ruim que quando o garçom deixou cair a bandeja todos se levantaram e dançaram. Tarde de ventilador ligado e agora pássaros cantando, tarde bucólica que me fez mergulhar na leitura e ouvir o ensurdecedor som do silencio por alguns minutos. Agora aquele pão com queijo e presunto, um café bem quente e já para o banho gelado. Nem os cães latiram para os micos que passaram na árvore. Hoje uma atípica quarta-feira, véspera de feriado e com fuça de domingo pós-réveillon. Abro um sorriso para meu cão Van Gogh fazendo charme com a barriga para cima e a língua caída de lado... Tirei uma foto. Meu braço tenta tocar o inesperado feixe de luz que desponta pela fresta da porta da varanda. Queria senti-lo quente, pois agora o sol resolveu dar seu “boa tarde”. Mas nada de quente, a luz parece até vir fria e sem graça. Vou jogar uma água na alma e voltar à leitura. Logo mais ver um bom filme e deitar-me cedo, sonhando acordado e esperando o amanhã. Quem sabe escrevo algo logo mais. É quase certo, todo noite o faço. Quem sabe preparo uma massa de pão de alho – deixo-a descansar – e meto-a no forno para o filme da noite. Acho que vou finalizar esses rabiscos e preparar a massa. Fim de tarde às vezes é assim quando estou sem nada a fazer. Fim de tarde não tem nada de fim, pois é, a meu ver, o começo da noite. Sou uma pessoa mais do dia do que da noite. Já fui notívago, até os 25 anos eu era. Mas mesmo assim acordava cedo. Depois o corpo foi acalmando e fui procurando a cama mais cedo e acordando um pouco mais tarde. Nunca fui bom em coordenar minhas horas de acordar e dormir. Se fosse trabalho ou estudo eu sempre acordava com sono. Sempre querendo ficar mais tempo debaixo das cobertas. Se fosse surfar ou viagem era um pulo da cama, com o corpo energizado e renovado de qualquer possível noitada “caliente” na noite anterior. A gente é assim: quando é assim quer assado; quando é assado quer assim.

André Anlub

Bucólico Eu

#XGames Austin is comin’ in hot!
Posted by X Games on Quarta, 3 de junho de 2015


Bucólico Eu          
(André Anlub - 30/10/14)

Um bardo e suas moças, suas musas,
São suas asas em êxtase – motor propulsor;
Buscam paixões arquitetadas, minudências focadas,
Na alma, no corpo e no papel...
No entanto e no intuito elas extravasam nuvens, 
Voam assim: avivadas e soberbas, plumas,
Buscando a veemência – a coerência, ao léu.
“Buarqueando” – como não falar de Chico?
Se a moradia na emoção é o botão de liga/desliga 
de uma alma incendiária. E por falar em musas... são obsoletas? são absolutas? algumas reais:
“A Marieta manda um beijo para os seus...”.
Agora, veio-me a mente “Cecília” 
(nome da minha mãe);
Mas vivem muitas na permuta aos olhos do poeta;
Tornam-se paixões, canções, tentames, rabiscos infames. Fragmentos do meu bucólico Eu. 
(que nunca se completa).

Manhã de 3 de junho de 2015



Mais uma vez me apaixonei em um sonho
(manhã de 3 de junho de 2015)

Sonhar com o futuro, com algo futurístico, é simplesmente incrível. E nesse caso que irei narrar é também assustador. Sonhei ser jovem novamente, em um futuro não muito distante. Dava para entender que eu estava há poucos dias trabalhando com artes e em uma loja enorme, de roupas sociais e esportivas e também acessórios em geral. Loja com três ou mais andares, com muitos vendedores e pessoas de criação, computadores, salas de relaxamento, áreas de criações, bronzeamento, cafés, refeitório e uma vista para lindas e verdes montanhas com carros em formatos de naves, que voavam e passavam a todo o momento ao redor. As paredes eram todas de vidro, até as escadas e os elevadores que levavam aos outros níveis, também eram transparentes. As pessoas andavam de um lado para o outro com seus Tablets nas mãos e telefones estilo telemarketing. Tinha um ar de quartel general de serviço secreto. Mas não era. Algumas pessoas eu conhecia e trocávamos um sorriso mais longo aos cruzarmos. Outras aquele breve sorriso de pessoa pouco conhecida. Eu estava muito feliz, dava para sentir. Mas dava também para perceber que tinha pouco tempo de casa, e aquilo ainda me assustava um pouco. Tudo era inovador: desenhos de moda e cenas de filmes passavam no ar em uma projeção holográfica. E nós, as pessoas da firma, conforme caminhávamos, atravessávamos por dentro deles. Não tinham compradores, era uma grande área de criação, mas que ficava em local público. Como que se houvesse a necessidade das pessoas (consumidores) olharem que estávamos produzindo. Era tudo novo e fascinante. Eu usava uma roupa bem moderna, mas que se enquadraria perfeitamente nos anos 80. Infelizmente não vi o meu rosto – fiquei pensando nisso boa parte da manhã (depois de acordado). Até ai é um sonho fantástico, diferente, interessante e que quis que durasse muito mais... Mas sonhar que está apaixonado e a paixão ser recíproca é que me deixa realmente intrigado. Havia uma pessoa, uma amiga íntima que compartilhávamos de um amor intenso – apesar de ainda não estarmos juntos – ela trabalhava comigo e trocávamos muitos olhares, nos falávamos com frequência, pois ela era uma espécie de supervisora geral que ia de sala em sala, de área em área, apara trocar informação. Ela era misteriosa, mas extremamente simpática, diferente, sempre alegre. Pegava-me pela mão para mostrar cada novidade, pedindo minha opinião – meu olhar –, a cada ideia criada por outros, a cada coisa inusitada que acontecia... Ela, a princípio, é minha melhor amiga; dá para entender que foi ela quem me convidou para aquele emprego. Descobri durante o sonho que a gente não se conhece de anos, vamos nos descobrindo com o tempo. Cada vez mais ela vem à minha sala para ver como estou me saindo e pedir opinião em algo que faz. Descobri também que ela é a única pessoa, além de mim, que é heterossexual da loja. Há nela uma timidez absurda quando se comenta da sexualidade de todos, pois há bissexuais, há gays, há pessoas que não se consegue descobrir o sexo, e ela sempre indiferente não vendo importância no fato. E, no fundo, realmente não havia. Havia, no geral, homens e mulheres à vontade, que andavam nus na parte de cima do corpo, mostrando os corpos sempre quase magros, mas nunca fortes; alguns excessivamente magros, bronzeados e só com uma roupa íntima de baixo (eu era um deles). A empatia, a troca de sorrisos, a comunicação maior foi justamente com ela. No sonho tento ao máximo não demostrar o amor, mas logo os amigos comentam comigo em tom de brincadeira e apoio. Até que chega um momento que estou correndo em uma esteira e ela chega com um sorriso diferente, me pega novamente pela mão, saímos da loja com todos olhando, vamos andando em uma espécie de shopping e ela me chama para almoçarmos em algum lugar distante... Mas antes nos encaramos um pouco, olhamos sérios e diretamente nos olhos, com as bocas a menos de oito dedos de distância, e o beijo é inevitável. O sonho se acaba e fica a sensação de “quero mais”, de que estaria porvir; ficam as perguntas: quem é ela e de onde eu a conhecia? Ficam as curiosidades: em qual época foi aquilo e como foi nosso passado antes do inicio do sonho? Fica a impressão estranha de eu ter acordado, já ter ido ao banheiro, lavado o rosto, feito o café e o amor ainda estava no corpo – como se estivesse esquecido de acordar – e segue com o tempo, a cada segundo se esvaindo e indo para uma outra dimensão ou era. O esquecimento de tudo vem tomando conta aos poucos com a verdade e o tempo da vida real. 

André Anlub

2 de junho de 2015

Será que sou ave em seu sonho?

Need for Speed and ... for Friendship! :)O.M.G! 5:39 of another reality!Need for Speed and ... for Friendship! :)► Omen Longboards and Free Wheel Co.#extreme #skateboard #longboard
Posted by DJ MISS FTV on Segunda, 1 de junho de 2015


Será que sou ave em seu sonho? (Ode a ela)
– Até coloquem palavras em minha boca... mas que nasçam poesias.

Tempo malvado, malvisto e infausto. Muitas águas tumultuosas – marés nervosas – ventos de inverno e inferno astral: sei de pessoas idosas com extrema dificuldade em andar/nadar.
Vejo algoritmos de vaivéns escritos sem nitidez em pergaminhos; peço ajuda a estranhos e fico aborrecido por desconstruírem meu ninho.
Desenterrei meu tesouro e veio-me você – assim – num estouro –, deixando o que pode no poço e empossando-se agradavelmente do espaço.
Hoje sou o mesmo Eu, mas mais suave; sou velho, menino e sou ave.
Voei – vou e fui bem longe: larguei a máscara de mau moço, pois é mau demais para onde vou – é mau demais para tudo isso (que está por vir).
Jocoso – o sorriso largo do lagarto ao ver nascerem suas pernas na saída do lago.
Viçoso – saber que foi sonho ao ver do lagarto um lacaio atropelado na estrada. O tempo é intenso, anda com pressa e sente medo e se sente vivo; faz ideia que loucura é isso?
Ganhei a confiança da mudança, estou voando e procurando a janta: salmão, garoupa, lagosta?
Tudo tem sua hora e tem o espaço a ser ocupado e tem regaço e tem aurora.
E no sonho temos o céu, não somos cegos e citamos metáforas: ajeitei a cozinha, voltei da vinícola, me espere pescar... você fisgou seu peixe, é de praxe, mas odeia comê-lo cru e sozinha; bom apetite – vou cozer para nós.

- André Anlub

Memórias da Guerra (Parte II)

À meia-noite desta terça, a cartunista Laerte entrevista diversos artistas e pensadores em seu novo programa "Transando com Laerte"No 1º episódio, Marisa Orth debate sobre as relações humanas na atualidade. Assista também por aqui> http://bit.ly/TRANsandoLA
Posted by Canal Brasil on Terça, 2 de junho de 2015


Memórias da Guerra (Parte II)
A expansão do mundo Grego

Alexandre III, da Macedônia
Guerreiro, príncipe e rei aos vinte anos
Braço forte, coração valente
Morrer com trinta e três anos não estava nos seus planos.
Foi um conquistador do mundo antigo
Teve Aristóteles como amigo
Nunca perdeu uma batalha sequer
Os persas eram o alvo inimigo.
Era um homem de visão e inteligente
Tentou criar uma síntese entre o oriente e o ocidente
Egocêntrico e sanguinário
Admirava as artes e a ciência de toda gente.
As suas guerras eram em suma por território
Algumas vezes por recursos
Procurava ser notório
Galgava sua glória.
Houve as batalhas de granico, hidaspes e gaugamela
Todas com intuito de derribar
A vitória ele clamava por ela
Mas foi a babilônia que veio a o derrubar
Sua morte uma incógnita
Não se sabe se foi veneno, febre ou malária
Seu grande amor havia morrido
Morreu junto com o coração partido.

André Anlub (2009)

Buraco da agulha

Jornalista Mariana Godoy, ex-Rede Globo, sobre o "jornalismo" ...Quer saber mais sobre o "jornalismo" da Rede Globo?Veja o que disse a jornalista Mariana Godoy, com 23 anos de Globo, sobre como são os bastidores dos jornais da emissora e a "falta de liberdade" (censura?) para trabalhar.#GloboMente
Posted by Podemos Mais on Segunda, 1 de junho de 2015


Buraco da agulha
(André Anlub - 25/1/14)

Passou pelo pequeno buraco da agulha
como um raro e sensato camelo franzino. 
Deixou ao relento seu ego sozinho
e jogou num bom vento os versos nas ruas.
É no amor, e não há impossível
no verossímil da batalha à vitória.
Fez de fulgentes momentos, o invisível
e na equação da paixão, a auréola simplória.
Sim, eu conheço, sei bem dessas fábulas
sei qual o seu curso, bons e maus imprevistos.
Falam de alguns vícios, falam de absurdos
não provaram na língua o que dizem amargas.

Qual o passo difuso em logradouros de deuses?
O que fez um sol confuso no louro da Nêmesis?

E agora um velho e sábio seguia adiante
e passou novamente pelo buraco da agulha.
Ficou na agrura, pois não era um camelo
ao se olhar no espelho viu somente um gigante.

madrugada de 2 de junho de 2015



É tal espécie de bipolaridade que serve de pilha para a máquina viver
(madrugada de 2 de junho de 2015)

Tenho passado por fases boas e ruins em alternâncias incrivelmente rápidas, sem aviso prévio, sem extremismos de alegrias fúteis ou sombras de depressão. É algo incomum ao meu ser, mas não reclamo. Está se tornando rotineiro ao ponto de já fazer parte do meu estado de espírito e também o corpo e a mente completamente adaptados.  É como uma bipolaridade salutar, que em fases “down” me levam a criar mais, não impedem minhas corridas, me calam um pouco a boca (coisa que prezo muito), faz-me cozinhar ainda mais e procurar abrigo nas leituras; nas fases “up” me embriago no café, me divirto com a tv e jogos online, também escrevo e leio, mas com menos afinco, e fico planejando viagens e sonhando alto com meu futuro; também quero debater todos os assuntos, pintar, fazer recortes de coisas inúteis e brincar com os cães – com a noção maior que a morte está perto para eles. Na fase ruim tenho um pouco de azia pela manhã, mas logo passa; na fase boa acordo bem, com fome e querendo logo cedo o cheiro do café fresco e dando bom dia a todos e tudo. É de um extremo interessante, o bobo palhaço e o ranzinza bobo palhaço. Vi cavalos apertando o passo em direção ao ocaso a cada caso do sol dar “boa noite”. Pelos meus olhos pude ver além do tempo. Com areia da praia construí castelos mágicos, com portas de palitos de sorvete e com a ideia de que seriam eternos. Pelo menos até a próxima ida à praia. Engenheiro e artesão de tudo que vai esvair-se em poucos minutos. Assim seguiu o vento retirando os grãos; assim seguiu-se as águas com a maré cheia e destruindo toda uma obra; assim veio os meninos mais velhos fazendo um campo de futebol e destruindo os castelos. Vi marcas de novidade em todos os castelos destruídos. Vi um futuro promissor e mais concreto, mais seguro e respeitado. Sinto muito e sinto muito quando um passado passa e me deixa uma razão para ser mais forte, porém com raiva – perda e olhares cerrados. A crueldade da criança sem seu doce e a doçura da criança sem ser ao menos mais criança. Nas mãos dos anjos os dados, quase sempre viciados. Nas mãos dos demônios os tabuleiros, quase sempre inalterados. Demônios estendem uma enorme mesa às cartas; Anjos estudam as cartas e as marcam com a mente; demônios roubam por serem demônios e errados; anjos acertam e fazem o bem por terem sempre seus motivos. Sem sombra segue o mal voando ao lado de todos. Anjos criam suas sombras com as mãos... Aves, elefantes, coelhos e tudo que a sombra pode trazer. 

André Anlub

Dueto da tarde (CLXVIII)



Dueto da tarde (CLXVIII)

Era hora de não olhar mais para o relógio, era o tempo já de não ter contratempos com o tempo.
De hora em hora a alma brinca com o absurdo e o corpo pega carona e samba na cara da cólera.
Marcadinho e controladinho o esforço de não marcar nem controlar. Chumbo com fixação em pluma.
De costas dá um passo à frente e logo outro passo para trás de frente. Pula plantando bananeira, come as bananas com casca sem achar sementes.
Somente se a mente parar, só aí. Mas a mente não para. Então, era hora de não olhar mais para o relógio com o relógio dentro dos olhos.
Para iniciar a aquietação revoltante, esperou uma revolta... Era aguardar a mordida do inseto para beijar de volta.
Fica esperando uma voz que não fala, um sinal que não sinaliza, uma certeza que não acerta.
Abre todas as janelas para poder fechar os olhos; aproveita sua eterna afonia para gritar por si próprio.
E no silêncio denso de cortar com a faca do pão que não come, escuta a paralisia, movimenta-se com a inércia, prende os pés e voa.
Desde sempre se enrola com o tempo; quer contê-lo e perde tempo com isso. Desde nunca se acerta com o certo; se acerta com isso e acha errado tal ato.
Tal qual, qual tal: tudo igual diferente, tudo igual (in)diferente, tudo dentro do lá fora. É agora ou nunca mais: joga-se de cabeça no relógio de pêndulo da sala. Arruma um grande galo que de hora em hora vai cantar durante um bom tempo.

Rogério Camargo e André Anlub
(2/6/15)

1 de junho de 2015

Dueto da tarde (CLXVII)



Dueto da tarde (CLXVII)

Perdeu-se da floresta e foi parar na escuridão selvagem da cidade grande.
Terá que reaprender a viver. São selvas diferentes.
Perdeu-se da floresta e foi parar na escuridão selvagem da cidade grande.
Terá que reaprender a viver. São selvas diferentes.
Fez residência ao pé de uma única grande árvore no meio de tantas paredes de pedra.
Quase morre de melancolia. Uma árvore não é centenas de árvores, não é um milhão de árvores.
Quase vive de agonia. Muro alto não é encosta; muro baixo não é cerca viva.
Viver da sobra do resto da sobra não é caçar e festejar a caçada. 
Carrega com prazer a ordem de seu vício em cheirar o mato, o orvalho, passar o dia no lago, pintar o céu e repintar as manhãs e fins de tarde... Mas não se vicia em desordem.
Passa um ônibus, um caminhão, uma ambulância, duas motos, um táxi. Não passa boi nem boiada. Nem o arrependimento.
Passa uma lua por alguns minutos nos reflexos em edifícios banais; passa o sonho de um vagalume que vaga em meio a tantas luzes artificiais.
Só não passa a ânsia de voltar para o que não está mais, de escarvar no caminho do ar poluído para encontrar a libertação.
Voltar ao seu lar era voltar ao lar de todos e estar em todas as partes. Menos ali. Queria somente o antigo espaço de volta.
Mas onde está o antigo espaço num espaço novo em que tudo é ruína? Pergunta e tosse, engasga com a resposta que não vem e manda fumaça em seu lugar.
Por trás da neblina artificial e densa há o luar. Amplia o olhar e intui não estar longe o que procura. Seu lar antigo era ali, tateando pode ver, vendo pode palpar. É palpável: saiu de estava para estar onde está.
E este é um novo lar que se encaixa perfeitamente em sua alma liberta.

Rogério Camargo e André Anlub
(1/6/15)

31 de maio de 2015

Saudade da Bahia



Tarde de 31 de maio de 2015



Um guerreiro sem medo de ninguém é como coragem sem foco algum
(Tarde de 31 de maio de 2015)

Veio à precisão de preto no branco na paixão sólida, em um solavanco – estrondo – fôrma de ciclone. Fez-se uma entrega de quatro joelhos entre quatro paredes dada à condição no leito ardente de corpos em cólera e lábios que se mordem, línguas e motes que resvalam; sábios que emudecem e certas rotas que não se traçam e soltos aos destinos e entregues às boas causas voam em liberdade ao acaso de um soberbo desenho. Na peleja da vida seguem as almas em curvas nervosas, aflitas e atentas – prévias e posteriores de tudo que há. Dito e abraço, beijo e filho, achado e olho cerrado, há o emaranhado de pernas e cios em amores, em dores e temores que parecem o olho curioso que vivencia seu próprio viço ao ver e vir a cavalo. Trato feito com o destino. 

Pausa para reflexão: tudo na vida tem um preço. Disso não há dúvida. Mas essa tarifa varia de uma situação para outra. O que não varia é o barulho dela batendo à sua porta. Quando escolhemos uma estrada, sendo fácil ou difícil, pagamos inevitavelmente o preço por ela. É um círculo que faz parte do viver. Em pessoas de percepções altas e raciocínios profundos, o preço para determinadas escolhas pode ser assustador. Mas elas têm o conhecimento de tal fato e assim torna-se mais simples enfrentar o seu preço. É como um passo maior que a perna para quem tem asas sobressalentes e nadadeiras de estepe. 

Retorno à insanidade: Vai à imprecisão na impressão que a segue. Segue de perto o amor e a paixão que não enxergam cara tampouco deram ouvidos a vis opiniões. O céu varia de entretom beijando o mar e observando a areia da praia e dos desertos. O céu torna-se mais ameno no azul e mais verão na vermelhidão do fim de tarde. É estranho quando tanta gente queria estar no seu lugar; dá certa nota de poder que beira o orgulho e flerta com o egoísmo baldio. Mas tudo é questão de controle, de saber enxergar-se e não cair em armadilhas fúteis. Pois tudo é impressão errada, é a ratoeira do embuste que te faz bater no poste a mais de cem por hora. O medo, dependendo do ângulo, é amigo, nos faz fortes, também é necessário para haver vitórias; enquanto a falsa segurança é visão tão somente subjetiva, é traidora é cegueira é má sorte.

André Anlub 

Dueto da tarde (CLXVI)



Dueto da tarde (CLXVI)

Andorinha solitária brincando como muitas na ventania.
Ventos vêm e vão, se cruzam e ajudam nos seus balanços, na sua dança.
Contra a corrente, a favor da corrente, ela desacorrenta-se e vai.
Andorinha solitária ganhou bastante companhia... Agora brinca com pardais na imaginação:
Pardais não alcançam suas alturas nem aturam os ventos que para ela são afagos.
Por causa de seus voos audazes, extensos e altos, andorinhas têm poucos afetos, aparentemente. 
Mas não ligam aparências. Nem desaparências: se parecem desaparecer em euforia é porque os olhos dos pardais estão distantes.
De vez em quando descem ao mundo dos simples mortais, tem sua prole e descansam um pouco. Observam outras aves e batem o ponto como mensageiras do verão.
Ela se lembra disso e de tudo mais que está lá embaixo esperando que desça. Mas está tão bom o combate com o vento!
Nessa bela manhã tocou junto ao vento as mãos de um Deus. Pegou e levou para longas distâncias suas prosas poéticas.
Bela manhã: cinzenta, ventosa, céu carrancudo, solidão. Para ela está perfeito. E não porque brigou com a vida. Não, não porque brigou com a vida.
Ela pede mais, quer outras provocações. Não quer pousar em um fio de luz e olhar com olhar vago. Quer outro rasgo de vento, outro turbilhão de tempo... Mais altitude e desafio.
São suas prosas poéticas, ela carrega para as imensidões, convidando pardais que não a alcançam, convidando terrestres tantos que não a alcançam.
Andorinha solitária brincando de viver na ventania e carregando a presença de todos em seus pensamentos.
Carregando e descarregando, recolhendo e soltando, contra o vento e a favor do vento, como tudo que intensamente está e intensamente passa.

Rogério Camargo e André Anlub
(31/5/15)

Nós, caçadores

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Publicação by Jornalistas Livres.


Nós, caçadores
(André Anlub - 6/2/13)

Não exija demais do mundo,
Ele grita, cansa e se afasta.
Coloque suas botas de couro,
Aquele couro legítimo de cobra,
E percorra as estradas mais simples.
Grande parte dos nossos amigos
Não nos achou.
Mesmo os que se foram por vontade própria,
Acho que ainda são amigos,
Acho que ainda nos procuram.
Fomos caçadores em tempos idos;
Lembro-me:
- fomos a todos os encalços,
Algumas avenidas estavam sombrias
E entramos de peito aberto...
Nos perdemos, mas no final estávamos abraçados.
Nunca desisti de você e sei que nem você de mim;
Acho que agora entendo porque nos perdemos
Penso que seja por isso:
Um teste!
Certa vez no breu total
(pois não havia lua)
Só os uivos dos lobos
E outros seres que assustam.
Mal podíamos vê-los ou ouvi-los,
Mas estavam sempre a espreita
Falando mal da gente
Colocando um contra o outro,
Destilando a inverdade e o veneno,
Aproveitando nossa baixa resistência...
- Envenenando-nos.
Acho que foi por isso!
Agora corro atrás do antídoto
- Procuro aqui e ali.
Caso eu ache:
espero que seja suficiente pra nós dois!
Caso não seja beba você!
Pois para falar a verdade,
Nunca precisei.

30 de maio de 2015

Torta de amora

PUC: bispos rejeitam Michel Foucault#tvCarta Após atingir o mérito de hospedar uma cátedra universitária, com áudios do filósofo Michel Foucault, o cardeal e os bispos da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo rejeitaram o material com a justificativa de que os pensamentos do francês conflitariam com os da instituição católica.Uma cátedra universitária é uma instância acadêmica destinada a fomentar o debate em torno de alguma figura que se destacou em algum campo do conhecimento.
Posted by CartaCapital on Sexta, 29 de maio de 2015


Torta de amora
(André Anlub - 14/11/13)

Renasce com o dia a serenidade,
Que buliu com o ontem fazendo o momento,
Esculpindo o hoje de um modo mais tenro,
Fundindo o amor e rejuvenescendo.

Seduzido no deserto pela miragem,
Fica quase abolida a palavra “sozinho”.
Mil dentes surgem sem prévia censura,
Fazendo abrigo no corpo vizinho.

Fez-se vida no horizonte do sortilégio,
Jogada ao vento no intento da vela.
As águas singelas, um sol amarelo,
Nos pés os chinelos de couro bem velho.

Há aquela clara linha que guarda e guia,
Caminho dos senhores, dos guris e gurias,
Alegrando o coração no calor da emoção,
Tornando a ação repleta e divina.

A essa linha tênue se deixa um pedaço:
- Não da paz, não do corpo, da alma tampouco.
O pedaço que nutre, que fleuma e flora
Com a cor e o sabor de uma torta de amora.

Dueto da tarde (CLXIV)



Dueto da tarde (CLXIV)

De frente para o que ficou para trás, olha e fecha os olhos.
Mais um trago, mais um rasgo no peito. Deita-se e grita.
As paredes absorvem seu grito. As externas. As internas não absorvem sua aflição.
Sua intenção é disfarçar o momento... É tudo em vão.
Pelo vão dos dedos escapa o que poderia. E o que poderia? Apenas gritando, o que poderia?
É malandro, mas ainda não aprendeu a malandragem; é do povo, mas ainda não aprendeu a comunhão.
Com teorias enche um balde., Com soluções caseiras enche outro. E vai deixando os baldes pelo caminho, como quem recolhe pingos de goteiras.
Os olhares enxerga a vida; disso é a única e básica certeza. De resto vem à clareza de nada estar claro. Mas a vida continua.
A vida não só continua como não para. Não existe parem o mundo que eu quero descer. Mas ele grita.
Parem o mundo que eu quero descer: isso não é só uma frase – desabafo – uma música, é a realidade de muitos... É só parar e ver.
E é só não parar, é só continuar andando e chega-se ao chega!
Existe um segundo “ele”, ele sabe, mas quer assumir. Existe um mundo paralelo, até a tentativa de um elo, mas esse ele dispensa e conhece muito bem.
Lá é lá. Aqui é aqui. Mesmo lá sendo aqui. Mas enquanto não se tiver nas mãos, estará gritando com as mãos vazias.
A verdade é clara e a luz já veio; a realidade é rara, mas também veio. É uma tarde cinzenta, mas assim se colore; é uma tarde nojenta mas o beijo está no ar.
De frente para o que ficou para trás, olha e abre os olhos. A claridade inusual fere e assusta. Mas os olhos estão abertos.

Rogério Camargo e André Anlub
(27/5/15)

Mar de doutrina sem fim

Para quem trabalha, ou não, com a linguagem, é um video interessante.via Paulo Antonini:
Posted by Mano Melo on Sexta, 29 de maio de 2015


Mar de doutrina sem fim      
(André Anlub - 12/5/14)

Houve aquele longo eco daquele verso forte desafiador;
Pegou carona na onda suntuosa de todo mar agitado:
- fui peixe insano com dentes grandes e olhar de bardo;
Fui garoto, fui garoupa, fui a roupa do rei de Roma...
E vou-me novamente mesmo agora não sendo.

Construo meus barcos no sumo da imaginação:
(minhas naves, pés e rolimãs),
E como imãs com polos iguais, passo batido... 
Por ilhas virgens – praias nobres – boa brisa;
Quero ancorar nas ilhas Gregas, praias dos nudistas e ventos de ação.

Lá vem novamente as velhas orações dos poetas,
A tinta azul no papel árduo
E vozes roucas das bocas largas,
Mas prolixas: mês de maio, mais profetas.

E houve e não há, o que foi não se repete;
Indiferente das rimas de amor – vem outro repente...

O mar calmo oferece amparo:
- sou Netuno e esqueci o tridente,
Trouxe um riso com trinta e dois dentes;
Sou mistério que mora no quadrado de toda janela,
O beijo dele, dela, da alma ardente que faz o mar raro.

Dueto da tarde (CLXV)



Dueto da tarde (CLXV)

Um dia depois de um dia que não precisaria ter acontecido.
Um dia para entender que qualquer dia pode acontecer.
Hoje cabisbaixo e desgostoso não consegue se olhar no espelho.
E o espelho era o mesmo ontem, vai continuar sendo o mesmo amanhã.
Brigou com sua vida, tentou entender e não entendeu, ficou de mal com o mundo e em um surto desfaleceu.
O mundo não foi juntá-lo. Ninguém do mundo foi juntá-lo. Teve que se reerguer sozinho.
Organizou o que restou de suas forças, ergueu a cabeça e foi encarar seu juízo no espelho.
Não era um juízo final, nunca será. Também não era o perdão, a remissão, a condenação afastada. Era apenas olhar. E ele olhava.
No inicio não gostou do que viu, mas logo veio um discreto sorriso. Ficou corado... Não se sabe se por vergonha ou a força que voltou.
Do chão ninguém passa. E só os fracos fecham os olhos ou viram as costas para o espelho.
Um dia depois de um dia que mais parecia uma noite. O sol e seus olhos voltam a brilhar.
Reconhece. Já viu o sol antes. Já foi o sol antes. Mesmo que também seja noite quando é noite.
Contentamento de ter perdido uma luta, mas ganhou o duelo e aprendeu uma lição. Só que novas lutas, lições, espelhos e dias difíceis virão.
Amanhã é amanhã. Hoje é hoje. O espelho também diz isso, mas é preciso ouvir o que ele diz, não o que ele dirá.
Pensou em quebrar o espelho para evitar o conflito; pensou em consertar a si mesmo para evitar o conflito.
Pensou que só com o espelho intacto pode consertar o conflito. Então sorriu – para si, para ele e para o mundo – e foi preparar um café.

Rogério Camargo e André Anlub
(30/5/15)

29 de maio de 2015

Os vivos corais do mar morto

Os vivos corais do mar morto 
(André Anlub - 11/6/13)

A ideia vai e vem à paisana, é assim:
Olá, escreva-me, como vai?
Ouço certo do outro lado da muralha
E a imaginação não se esvai
Como um surto atípico...

Não me corta feito navalha,
Nem me beija como o fim.

Reaparecer requer confiança.
É aceitar o dom que foi dado de herança,
Sem nem mesmo querer receber.

Tudo fica mais intenso e brilhante
Quando as barreiras caem.
Pode-se ver, ouvir e sentir - o além.

E quando vem a implacável esperança,
Ponho-me a escrever cada vez mais.

O azar eu nocauteio com certeiro soco no queixo;
A solução está no fundo do mar...
Prendo o fôlego e mergulho até lá,
Mesmo em plena maré cheia.

Pude ver belos corais que fazem desenhos
Que completam os traços nos corpos dos peixes.
Vi o majestoso feixe da luz do sol incidente
Que faz contentes as arraias que se entregam.

Enfim, vou repetindo as dicas
Que venho recebendo na vida.

Adaptar-se é fácil, complexa é a nostalgia!
Principalmente das farras em família,
Das ondas que vi o mar oferecer.

As paixões incompletas estressam,
Surgem, mas não se deixam ver.
Ficam cobertas com o manto da noite
E somem no mais sutil alvorecer.

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.