20 de abril de 2015

Noite de 20 de Abril de 2015



Noite de 20 de Abril de 2015

Iniciava-se: há ditadores querendo salgar a carne do churrasco. 
Isso é inadmissível!

Fiz aniversário no começo do ano. Não tinha bolo, mas tinha bala! 
E da boa e bem doce.
Não sou mais um consumidor assíduo de doces, só os mais “light”.
A criação atualmente é meu carboidrato, minha glicose, minha paçoquinha, meu doce de leite com suco de amora.

Agora vi na televisão: mulher deu a luz a cinco crianças; agora olhei para o céu e cinco estrelas se destacaram.

Medianamente o meridiano escolhe uma ponta. Espontaneamente o espontâneo fica indeciso.
É muito siso para um inciso nessa pouca boca; é muito oca para se construir uma oca e ocupar todo espaço preciso.

Farei aniversário no começo do ano que vem. Talvez tenha bolo, talvez tenha bala!
E, de boa: nada de doce.

André Anlub

Dueto da tarde (CXXIX)

Essa mergulhadora ganhou um novo amigo!Climatologia Geográfica
Posted by Climatologia Geográfica on Segunda, 20 de abril de 2015


Dueto da tarde (CXXIX)

A lâmina da espada reluziu ofuscando os olhos inimigos.
O mesmo brilho partiu do escudo e do peitoral, abrindo estradas na escuridão assassina.
Caiu à tarde escarlate com uma flecha atravessada no sol de um domingo.
A marcha do olhar determinado avançou sobre a covardia infame, fazendo da fama a foice e da fome a sina.
Batalhas não são fáceis e guerras são batalhas após batalhas. Quando desembainha sua espada o guerreiro sabe disso.
Os brilhos se apagam enquanto o sol dorme na colina. O sangue fica fosco, o rosto fica triste, o poço é fossa e cova para os guerreiros que perderam seu viço.
É dor, é grito de dor. Mas não é grito de socorro nem de piedade. É a guerra da vida, cotidiana e implacável. E é a vida da guerra.
Uma fera que nasce todos os dias – noites, se cria – cresce, se defende – ataca, se maltrata – achincalha, se descobre – se enterra.
Morre e renasce. Renasce e morre. Nem sempre pela espada do guerreiro. Mas ela está sempre ali, a espada do guerreiro.
A lâmina futuramente pode ficar sem fio, pois amolarão somente à paciência alheia; na lâmina poderá não haver mais luminescência e assim perder a ciência e ganhar certo mistério:
Como conseguiu vencer a guerra, se as batalhas continuam? Como vive em paz, se ainda é um guerreiro?
A fera ouve a pergunta e se resguarda na incoerência de uma possível resposta torta; em silêncio e apavorada ela ouve o som da paz e da inexistência de cobrança; ela se desfaz e se delicia.
Ele também se desfaz e se delicia. Ele é a fera. Ele é a luta e o campo de luta. Ele é a morte e o que resulta da morte, num brilho que é sol mais do que sol.
Agora vemos a lâmina ainda mais afiada, ainda mais frenética e sedenta – porque está em (merecido) repouso.

Rogério Camargo e André Anlub
(20/4/15)

Tarde de 20 de Abril de 2015

Hahaha no way! How fun does this look?!!
Posted by Matt Banting on Domingo, 1 de março de 2015


Tarde de 20 de Abril de 2015

Vem à dor de cabeça, mesmo que imaginária.
Vêm os placebos da leitura, escrita e ficar solitário.
A versão da história há tempos foi deturpada,
pois nunca faz-se nada que não traga um avesso apraz.

Nada é capaz de entreter intermitentemente os eu próprio capataz; loucura, e é mesmo.
O avesso agora se fez travesso e belo, repartindo o bolo em ¼ de desequilíbrio.
Complexo colorido de combinações perfeitas aos olhos perplexos e mentes entreabertas;
Mentes de calibres sutis, em situações de insinuações sinuosas e citações hostis.

Vem à dor na perna, mesmo que real.
Após a corrida vespertina em um suor mais forte, em um sol mais forte, um pique mais forte de um corpo mais fraco.
É abril, mas poderia ser sonho; é um mês escancaradamente gordo. 
Os bordões estavam prontos e os bordéis idem: tais “ai” e “hum” e “ha” num vai e vem intenso de dar inveja ao pêndulo do relógio antigo da sala.
É abril, mês que escancara; vou dar minha cara à tapa que estarei pronto para qualquer jornada.

André Anlub

Manhã de 20 de abril de 2015



Manhã de 20 de abril de 2015 

Já de praxe: meu maracujá gelado e a impressão de algo largo longo lerdo no ar.
Ser leigo nas conclusões não é algo estranho? não, nem tanto! 
Cobiço sempre os pingos nos “is”, e até levo desaforo para casa... 
Mas sabendo e admitindo que esteja levando.
- Sou absolutamente parcial e gosto de ter conceitos sobre tudo... 
Mas sabendo que os mesmos podem mudar, admitindo e procurando acertar... 
Caso esteja errado.

“Isso” ou o “aquilo” são coisas corriqueiras; mas nada é corriqueiro quando se vive o momento.
Há algo no ar: talvez seja somente ar mesmo; talvez seja poluição; talvez seja um cheiro doce que ficou na memória; talvez o cheiro de comunhão, velas acesas e... Esses “trens” (jeitinho mineiro).

Vou comer um queijo com doce de leite e goiabada, beber uma cachaça e volto.

Há algo no ar: não é algo comum, extra comum, 
é algo turvo, fora de foco que necessita acabamento...
Mas sem martírio!
Fiz juramento de arrumá-lo, deixa-lo tinindo... Seja lá o que for.
Em dado momento a brisa invade a sala e sinto o odor de flor de lírio.

Voltei de bucho cheio e com duas talagadas de cachaça na cachola.

Joguei a moeda ao alto, escolhi “cara”. 
E foi assim: bateu no chão, rodou, rodou, rodou...
Andou um pouco e caiu no vão da pedra.
Peguei a lanterna e fui ver ao menos o que havia dado. 
E foi assim: bateu a luz nela e nada!

Agora é algo comum, que me tira a atenção e vai na contramão do desejo;
agora é pão sem queijo, sexo sem beijo e desconstrução da ação.
Fui pegar um imã, uma corda e acabar com o imbróglio...
Resgatei a moeda, mas no ínterim do resgate – viagem – volta –, ela rodopiou na linha...
Jamais saberei o que deu.
Então, se não sei se perdi ou ganhei: é empate.

André Anlub

Animal do bem e o tal

Policial Militar de Pernambuco mostra outros dons além o de servir e proteger!  Vale a pena assistir!
Posted by Marcos Do Val on Sexta, 13 de março de 2015


Animal do bem e o tal 
(André Anlub - 28/05/13)

São animais indiscretos e contemplativos,
Na mansidão imaginária e cada vez mais.

No hipotético paraíso na zona de conforto
Vão chegando, vão vivendo outros desafios,
Pés que não cansam de andar fora dos trilhos.

Vê-se os trilhos do bonde
No pé das frutas do conde,
No entorno do misto dos milhos
Com as doces e tortas espigas
Do conde de monte cristo.

Na ré do trépido bonde,
Tudo trepida e o vinho vai longe...
Entorna, esguicha e mancha
A roupa de linho da moça
Que o pranto fez poça 
(a olhos vistos).

São animais de cegos charmes
E quase sempre atrapalhados,
Na obsessão que alguém os agarre
Salvando-os do fortuito afogamento
Dos salgados e amargos mares.

São animais como nós,
Com nós nas vis ventas;
Que inventam o ar atroz
Logo após se lamentam. 

19 de abril de 2015

Enxugando os Prantos (parte II)

Creep - Vintage Postmodern Jukebox Radiohead Cover ft. Haley Reinhart...www.artFido.com/popular-art
Posted by artFido - fetching art on Domingo, 19 de abril de 2015


Enxugando os Prantos (parte II) 
(André Anlub - 18/9/14)

Os homens levaram a melhor, restauraram sem piedade os próprios corações... as nuvens, no gritante azul piscina do céu, ficaram devidamente alinhadas.
Aqui, ali, todos esqueceram que previram a tempestade que jamais se formou; vestes novas, bebidas aos litros e litros, frutas raras e frescas abocanhadas... e nas madrugadas uma surreal lua fluorescente. Como plano de fundo: casais e seus calorosos corpos colados, sorrisos aos montes e seus extensos beijos; no plano mais à frente: crianças corriam felizes, brincavam com brinquedos de madeira e não se fantasiavam de adultos... e não aconteceu o absurdo das águas se tornarem doces e estragarem os dentes. Aqui, ali, a mais completada ordem; muros e rostos pintados com coloridos belos, sem o grafite nervoso da política e o esboço de um papel impiedoso. Em breve os cárceres seriam demolidos, pois jamais tiveram serventia...
Museus de coisas que não existiram... expostos à revelia. A luta por tudo e a luta por nada, nessa mesma madrugada de lua brilhante. Enfim, todos na espera da alvorada, ainda mais o amor... o sol nascerá irradiador, e de fato de um parto; o cordão umbilical nos dará a chance de alcança-lo de fato... tudo no imaginário – possível – no imaginário. 

Pássaros que vem e que passam também são pássaros que ficam



Pássaros que vem e que passam também são pássaros que ficam 
(André Anlub - 14/7/13)

Indo bem mais profundo no nosso universo,
Habita o ponto cego da felicidade.
Ela vive numa espécie de vilarejo antigo, 
De casebres de pedra,
E dias tranquilos de sol dócil,
Ar sempre puro e vida que se vive.

Às vezes cai leve garoa,
Pois há a tal da nostalgia.
Nada combina mais com melancolia,
Do que uma garoa,
Acompanhada de um pouco de vinho e frio.

Para explicar melhor...
Fica na triangulação da apatia, a razão e o amor.
Alguns poetas sabem exatamente onde fica,
E alguns filósofos escondem.
Mas existe,
E algo me diz que é por lá, numa casa,
Que terminarei os meus dias.

Tem inúmeros pássaros que passam os dias rondando a região,
Mesmo sabendo que há comida suficiente por lá.

Já me vejo numa velha poltrona de couro,
Alguns tragos e um bom queijo,
Mas me contentaria com castanhas.
Vejo alguns vasos caros, com belas flores.
Mas poderiam ser de argila - comuns.

Ao surgir da lua cheia,
A expectativa da inspiração.
Sentaria na pequena varanda,
Na velha cadeira de balanço,
Com meu novo cão companheiro.
Pegaria minhas folhas e lápis,
E debaixo da mesma lua de anos,
Escreveria algo realmente interessante,
Depois, num gesto de saudação...
Soltaria ao vento.

Dueto de tarde (CXXVIII)

Essa vai pra você que joga chiclete no chão...Climatologia Geográfica
Posted by Climatologia Geográfica on Domingo, 19 de abril de 2015


Dueto de tarde (CXXVIII)

Tudo que te falo em incêndios tu me respondes em nuvens.
Na obviedade de Freiras tomadas de branco com passos rápidos nos jardins das abadias
Não se refletem as tuas respostas. Escapadiças respostas, que se diluem num céu cordato.
Quase tudo que te falo em dificuldades tu me abafas com um sorriso.
Talvez porque saibas muito delas, talvez porque saibas muito de mim ou talvez porque saibas muito do que nem sei que é pra saber.
Hás de convir com os viveres, pois tu és viveiro; vejamos os pássaros vivos que já voaram a tua volta. A mim couberam poucos, a ti aos montes.
Sou um vulcão e tu és a ilha que se forma quando a lava aplacada deixa-se moldar.
Ilha pacífica do Pacífico; equidistante vem o céu que te olha com flerte pela beleza exposta, pela formosura intrínseca na pele de deusa.
Sou o maremoto querendo engolir a ilha. Tu és o depois, o recolhimento de tudo que saiu do lugar, a limpeza da areia quando a areia é só areia.
Nesta areia, dentro da garrafa que enfrentou tormentas, chegam poesias, meu cheiro, meus sonhos e minhas lágrimas.
Com elas, minhas perguntas, feitas em incêndios. Para elas, tuas respostas, feitas em nuvens.
E antes que a fumaça cinza envolva o céu, antes que a pluma que voa toque a folha úmida e condenada, dou-te a única chance de me olhares bem, me olhares calmo, adormecido e apaixonado.
É o momento em que me respondes e eu sei que só a ti poderia ter perguntado, porque só tu absorves o incêndio, o vulcão, o maremoto e os deixa intactos.
Tenho por ti extrema admiração, pois não só me criaste e não só me completas, como também és minha imortalidade.
Imortal como a labareda que se alça e se recolhe, como o vulcão que convulsiona  e se recolhe, como o maremoto que avassala e se recolhe, entrego-te o que é teu em mim e é assim que somos para sempre.

Rogério Camargo e André Anlub
(19/4/15)
ALGUNS MINICONTOS

Deixou cair a palavra na frente do silêncio e esperou. O silêncio não recolheu a palavra. E esperou.

A imagem que Tronétio guardara do amigo de infância era bem esta: a de um amigo de infância. Passaram-se quarenta anos  desde que haviam brincado juntos pela última vez, antes que uma família fosse embora e outra ficasse. Por um tempo trocaram correspondência, mas nenhum dos dois gostava de escrever. E naquela época não havia telefone que “faz tudo”. Naquela época havia apenas ir embora (ou ficar) e sentir saudade. Era o que Tronétio sentia, depois de quarenta anos. Uma saudade avassaladora, que sequer o reencontro com o amigo aplacaria, porque reencontrá-lo não traria a infância de volta.


Estava escrito nas estrelas. Mas para ler o que estava escrito nas estrelas era preciso levantar a cabeça.


- Eu preciso ter condições!
- E do que você precisa para ter condições?


Estende o perdão como quem dá uma esmola. Fica surpreso quando o recusam.


- Me dá uma dor no pescoço terrível cada vez que eu fico olhando torto assim por muito tempo.
- E você precisa ficar olhando torto assim por muito tempo?


- Quem chegou?
- Ninguém chegou.
- É por isso que a casa está tão cheia...


- Eu levei o teu sonho para apanhar sol, tudo bem?
- Tá. E como é que ele está?
- Sonhe você mesmo e confira.


Roteiro para um passeio ao inferno: ter certezas e apostar nelas.


A pergunta que dançava diante dos olhos não sabia que música era aquela, que origem tinha aquele ritmo, quem pensou num arranjo tão envolvente, de onde viera tudo aquilo. A pergunta que dançava diante dos olhos apenas entregava-se a dançar, nada mais.


O tempo das misérias construiu um casebre com seus restos de ilusão, mudou-se para lá com o que lhe restava de resistência e passou os anos seguintes lendo velhas revistas que a falsa caridade largava em seu portão, periodicamente.


O jantar saiu às quatro da manhã, o café saiu às cindo da tarde e o almoço às onze da noite. Mas como estava todo mundo com fome, ninguém reparou.



No rosto da saudade uma ruga muito sutil de preocupação com o futuro veio descendo até não haver mais por onde descer.

ROGÉRIO CAMARGO 

Tribos urbanas (Dia do Índio)


Tribos urbanas 
(André Anlub - 16/11/14)

O precipício perdeu boa parte do seu encanto,
deixando fraco canto e a sensação de não ser mais original; as estrelas tornaram-se muito mais convidativas e o amor na ativa, com sua calentura e seu interminável brilho, astuciosamente esculpe o seu brio:
Antônio Francisco Lisboa – atemporal.

Vem à luz amistosa, a luz da lua cheia, faceira,
que parece acariciar o vento; caminha pelas ruas de pedras através das sombras dos postes, dos bêbados e árvores, dobra as esquinas e passa de janela em janela, de porta em porta; passa pelas casas antigas, casas recentes e silentes, casas de Ouro Preto.

Por longas datas as bocas gritaram, cantaram e se tocaram em desejos; corações se uniram e se iluminaram em suas vielas; as bocas deles e delas perpetuaram e protegeram todo o, e o de sempre, luar.

O lugar e o legado, agora foram contidos pelo silêncio.
Só por um instante: - um minuto de tributo! Assim como ocas ocas, sem seus índios que saíram para caçar e voltaram com a caça, com a raça e o ensejo para o ditoso festejo.

"Após Ministério da Cultura ameaçar processo, Facebook republica foto censurada
Fotografia de índia com seios expostos foi retirada da rede social

 
  Foto: Walter Garbe / Reprodução

O Facebook anunciou na noite desta sexta-feira que voltou atrás e desbloqueou a foto de uma índia com seios expostos que havia sido publicada no perfil do Ministério da Cultura (Minc). 

"Não é fácil encontrar o equilíbrio ideal entre permitir que as pessoas se expressem criativamente e manter uma experiência confortável para a nossa comunidade global e culturalmente diversa", disse em nota a assessoria de imprensa da rede social. 

O Minc havia dito que iria entrar com ação na Justiça contra o bloqueio da foto do casal de índios botocudos e levar o assunto a cortes internacionais. O ministro da Cultura, Juca Ferreira, disse que a "censura" foi um desrespeito à legislação brasileira, inclusive à Constituição Federal.

A foto de 1909, feita por Walter Garbe, foi colocada na página do Minc no Facebook na última quarta-feira, por volta das 15h, em notícia sobre o lançamento do Portal Brasiliana Fotográfica. Horas depois, a rede social a retirou do ar alegando que ia contra políticas internas."

Segundo o ministério, ao tomar conhecimento do bloqueio da fotografia na manhã da última quinta-feira, o MinC entrou em contato com o Facebook, alertando para a ilegalidade e solicitando o imediato desbloqueio da fotografia. No entanto, a empresa manteve a decisão de censurá-la, argumentando, segundo a pasta, que não está submetida à legislação nacional e que tem regras próprias que adota globalmente.

Segundo a nota, a rede social respeita as leis locais, mas tem limitações com nudez. "Estamos sempre abertos ao feedback e ao debate para melhorar nossos padrões da comunidade", disse a nota."

* Zero Hora

Foto censurada pelo Facebook volta a ser incluída na página do MinC - Depois de o ministro da Cultura, Juca Ferreira,...
Posted by Ministério da Cultura on Sexta, 17 de abril de 2015




Princípio e fim 
(André Anlub - 2/2/15)

Percebem-se as letras ao vento, fermento dos versos no intento;
Na mescla que move à fantasia – lamúria e luxúria dos dias.
Diga-se de passagem: a paisagem pairou na barriga dele (grávido),
Pariu na paragem mais certa e reta – cerne que outrora tardava.

Faz-se poesia – fez-se cria – faz-se o poeta (ávido),
Criou-se a meta na metalinguagem em espectros.
Assombrando os muitos herméticos heréticos espertos
E espetando os pedantes pedintes descalços moleques.

Ao céu o seu mais lindo e redondo sol brilhante (enérgico),
Diamante dos dotes de deuses de doutrinas de histórias;
Ao léu as asas cresceram, veio no veio inspiração e sorrisos,
Ao velho ao novo ao menino – porta de início de índio de íngreme.

Prepara-se o leito quente – seio da mãe – leite materno,
Cobiçando o menino vadio, forte e inteligente (frenético),
As letras são o “norte”, coreógrafas convidando ao passeio (imagético),
Sem freio, meio – principio – confins sem fim.
                                  
Não nasci cá, nem acolá, 
nem além ou aquém; 
sou melhor e pior que ninguém. 
Vivo o amor e a arte, assim sou do mundo, 
quiçá limpo ou imundo... 
Mas de nenhuma parte. 

18 de abril de 2015

Noite de 18/4/15



Noite de 18/4/15

Na sombra dos medos nasceu o pé de luz.
E esse pé cresceu – se ergueu, ficou forte – criou porte, deu frutos, assim.
Amadureceu a chave do mundo – a chave de tudo e futuro eternizado: chavão.

Janelas se abrem; se abrem cortinas e vem o beijo do sol e vem penetrando o clarão.
Mistérios nas nuvens, e obtusos e abstrusos e absortos.
Abriram-se dentro de um aberto brilho no imaginativo castelo os portões.

As notícias melhoraram com o céu lavado, o infinito ficou mais perto;
Ouço aquela menina me chamar para um drink no escuro. Ou no inferno, “a la Tarantino”.
Visões de queijos e vinhos – paladares de bocas e intestinos, tudo faz sentido de alguma forma.
Há um gigante ou há um anão entre o rei e o umbigo,
Decididamente isso é de fato uma norma.

Já ouvi a menina dizendo cantando que nada a deprimia... E depois sumia. 
Talvez fosse para outra galáxia ou talvez tocasse violino para inspirar alguém.
Lá vem um inverno rigoroso. Vou colocar um casaco, deitar, ler e tirar um cochilo. 
Na luz da coragem o pé de luz cresce.

André Anlub

E a fila anda

Amazing Harp Performance#harp #music #talent #girls #nex1 #tv
Posted by NEX1 TV on Domingo, 8 de março de 2015


E a fila anda
(André Anlub - 21/5/13)

Há um famoso ritual de ajuntamento,
Como uma nau à deriva em forte vento.
Acalora o frio e inerte coração,
Faz do branco e da verdade o indumento,
Pois tem na alma e no sim a comunhão.

Já é sabido, vez ou outra ela chega,
A paixão que abstraí e deixa aéreo...
E no mistério a implicação de ficar cego,
Os olhos fulgem no clarão do seu interno.

Há também um procedente paradoxo
Que trafega entre o ditoso e o lascivo.
No flerte que transmuta em aversão
E a ternura que se afoga em puro vício.

Não sabe dizer se traição é inerente
Ou se é pisar com cinco dedos no respeito.
E já sem jeito estufa o peito e sorridente
Atrás vem gente, é melhor andar direito.

Dueto da tarde (CXXVII)



Dueto da tarde (CXXVII)

Jornais abertos, livros já lidos, cartas incompletas e o sol nascendo e ferindo. A mesa posta para um só, só um na mesa posta e uma fome muito pouca olha os pratos com desdém.
Os vinténs solitários no cofrinho e o cheirinho de nada que vai além do já sumido.
Uma janela aberta para o muro do vizinho. Para o altíssimo muro do vizinho. Para o interminável muro do vizinho.
No quintal, o cão enterrado junto ao gato parece latir.
A vida inteira dele parecia latir. E rosnar. E correr atrás dos pneus traseiros dos automóveis.
Penso até que ele viveu e ainda vive... Ao contrário de mim.
O contrário de mim sorri tristemente para o contrário dele, depois junta os jornais, tira o pó dos livros, tenta completar as cartas. O sol segue nascendo e ferindo.
Passaram às horas, passaram meus dias, voltei ao começo de tudo já visto.
Empresto ao tédio uma cor que ele não conhece e que talvez lhe faça bem. Empresto à angústia uma música que talvez ela goste de ouvir.
Vou exprimir aos gritos o que o mundo puder ouvir e vou espremer o limão nos meus olhos e sorrir.
Depois talvez use comigo mesmo a cor que emprestei e a música que emprestei.

Rogério Camargo e André Anlub
(18/4/15)

17 de abril de 2015

Eu poesia

"Pra mim, o modelo de família é aquele em que há amor", disse Chicão, filho de Cássia Eller, em entrevista ao programa Lado Bi desta semana. Ouça na íntegra: http://bit.ly/1HxjQco
Posted by UOL on Sexta, 17 de abril de 2015


Eu poesia 
(André Anlub - 1/5/10)

Não seremos prolixos vamos falar de poesia:
Eu, meu Eu lírico e o alterego se exporão.

Poesia no âmago é cega - um lince
Feia – linda; em sua saída
Abraçada na verve leva contigo tato e emoção.

Poesia pode lhe trair
Atrair – extrair; estimular muitos - ou nenhum;
Ser alento, veneno, somar – subtrair;
Levar aos sonhos, ser foice perversa, vertigem,
Seu “metiê”; ócio - dar ordens, ser forte – obedecer.

Em poemas libertinos
Que quase sempre em linhas tortas,
Ficariam mortos, desatinos, mas comovem plateias
E alcançam destinos.

No arcano que é a poesia, 
Fazemos uma idolatria doentia.

Poesia pode ser menina traidora, menina mentirosa.
Mesmo que na ferida exposta da fossa
Batemos palmas - damos guarida
Damos espaço - nossas almas.

Dueto da tarde (CXXVI)

A #CG mergulhou em um dos rios do maior complexo de águas termais do planeta, em Rio Quente / Goiás. O Lugar é realmente...
Posted by Climatologia Geográfica on Terça, 17 de fevereiro de 2015


Dueto da tarde (CXXVI)

Estarei contigo por todo o quase sempre que me sentires contigo.
Em idolatria és tudo em única: aconchego, caminho, mar, luz, céu, apego e ar.
No ar que respiro a marca dos teus pulmões renovando o que eu não saberia renovar sozinho.
Nos papéis deixo letras – contornos de teu corpo, teus menos, teus mais; explodo-me quando não te tenho em sonhos, o que no acordado sempre estás.
Meus passos confirmam um caminho já aberto e não fui eu que abri. Minhas asas ganham um céu que não aprendi a voar sozinho.
Nas entranhas o estranho sangue corre como um rio em desatino, sem rumo certo, sem cheiro certo, sem leito e sem fim.
O rumo traçado por um aroma sutil que se perde/encontra em outros aromas sutis, que se faz/refaz no meu entregue nariz; transmutando em alquimias de orquídeas com rosas, como um escândalo do sândalo ao jasmim.
Flutuo nestas ondas imperceptíveis como a sombra da sombra, como o eco do eco ou como o reflexo do reflexo.
Compactuo com esta vida feito um escravo delirante; feito um poeta errante, beberrão e desconexo.
Minha embriaguez é de vida: devida a ti e ao que me dás quanto me tiras de onde me coloco – mal.
Tenho a sensação de morte súbita quando vens abrupta dizer-me no escuro que já caiu o mundo e a separação é fatal
E venho à tona como um golfinho malabarista quando teu riso desmancha a faca enterrada em meu peito, dizendo confessadamente, sem choro nem vela, à vista e sem receio: nada havia acontecido, vivido ou morrido, pois eu estaria em um sonho e finalmente contigo.
Exatamente como estarei contigo por todo o quase sempre que me sentires contigo.

Rogério Camargo e André Anlub
(17/4/15)

Corsário sem rum(o)



Corsário sem rum(o) 
(André Anlub - 3/5/12)

No seu sorriso mais doce
Dá-me o sonhar acordado,
Nau agridoce ancorada
No porto seguro de um réu.

O cerne mais íntimo partilhado
Como alado cavalo ao vento,
Coice pra longe o tormento,
Traz na crina o loiro do mel.

Mil flores a pulsar na razão,
Vil dor e jamais compunção,
Cem cores permeiam na libido,
Sem rumo nem rum no tonel.

Pirata na dádiva do amor,
Com a bússola do autêntico anseio,
Nem proa, nem popa, nem meio,
Voando em direção ao seu céu.

16 de abril de 2015

Santos de madeira

Câmera escondida revela abuso contra empregados em fabricante da Apple na China
Posted by BBC Brasil on Sexta, 19 de dezembro de 2014


Santos de madeira
(André Anlub - 25/12/11)

Pés descalços pisam nas britas,
Que parecem pequenas brasas.

Colher de boia fria na marmita,
Colher de pedreiro nas mãos,
Ensaiando seu karatê. 
(aiá!)

Cheirando cimento,
Colando o pulmão.

O sol fulgente e quente 
Cortando de um lado ao outro
O céu mais limpo.

Rito habitual,
Frito obituário.

Às vezes pisca para a esperança
E o sol ri da sua cara.

E ele, cá embaixo,
Suando em bicas,
Pensa que há uma missão a ser feita.
(e há!)

Nas horas vagas é escultor,
Faz santos de madeira.

Com a ponteira acerta os pontos,
Com o cinzel talha o formato
E a plaina aplana a vida.

(...) E o verniz como o brilho nos olhos
Da lágrima que se mescla ao suor.

Mar de doutrina sem fim

Just debuted at Star Wars Celebration: a suspenseful new teaser for #TheForceAwakens.
Posted by Star Wars on Quinta, 16 de abril de 2015


Mar de doutrina sem fim 
(André Anlub - 12/5/14)

Houve aquele longo eco daquele verso forte desafiador;
Pegou carona na onda suntuosa de todo mar agitado:
- fui peixe insano com dentes grandes e olhar de bardo;
Fui garoto, fui garoupa, fui a roupa do rei de Roma...
E vou-me novamente mesmo agora não sendo.

Construo meus barcos no sumo da imaginação:
(minhas naves, pés e rolimãs),
E como imãs com polos iguais, passo batido... 
Por ilhas virgens – praias nobres – boa brisa;
Quero ancorar nas ilhas Gregas, praias dos nudistas e ventos de ação.

Lá vem novamente as velhas orações dos poetas,
A tinta azul no papel árduo
E vozes roucas das bocas largas,
Mas prolixas: mês de maio, mais profetas.

E houve e não há, o que foi não se repete;
Indiferente das rimas de amor – vem outro repente...

O mar calmo oferece amparo:
- sou Netuno e esqueci o tridente,
Trouxe um riso com trinta e dois dentes;
Sou mistério que mora no quadrado de toda janela,
O beijo dele, dela, da alma ardente que faz o mar raro.

Dueto da tarde (CXXV)

MONTE EVERST X GEOLOGIA - Saiba como foi formada a cordilheira do Himalaia e o MONTE EVEREST
Posted by Indiretas da Geografia on Quinta, 16 de abril de 2015


Dueto da tarde (CXXV)

Em uma imersão no azul o Anu faz graça de graça aos olhos nus.
Nudez cheia de encanto que, por enquanto, vale mais que qualquer moda.
Em algum lugar do país, todos os anos, o Anu come seu angu com anis.
Separa o caroço, sem alvoroço e guarda do almoço para um descansado jantar.
Está na roda essa ave, rondando os engenhos no entorno das pequenas cidades e todo o seu corriqueiro.
Gira com ela o passeio dos olhos atentos, descobridores de pequenos desvãos onde acomodar a curiosidade.
Anu de nós poéticos para todos nós; Anu preto e Anu branco, de cantos melódicos que atraem curiosos patéticos tentando pegá-los. E voam girando...
Imersão no azul: indo buscar o que já tem na alma porém na alma não voa assim. Ou voa, sim, mas não com este fim.
Nas anuências do Anu entram sua breve vida, sua estada simples de labuta ingênua e ímpar: come – dorme – acorda – voa – canta e encanta.
O Anu anuncia em silêncio: a nuvem diz “vem, Anu” e ele vai, a terra diz “fica, Anu” e ele fica.
É um ser metódico, mas pode deixar de ser; é um ser próspero, e sempre será. Há a derradeira biografia alegre nos seus voos e pousos simplórios. Está lá e é só ver.
Dentro do ciclo, o círculo. Fechado é o olho que não abre. Aberto, o olho vê mais que um circo no ciclo, no círculo.
“Boca fechada não entra mosca”, mas olhos fechados não veem a pedra. A pedrada acabou com a festa, enevoou o céu, silenciou a canção e cerrou as asas.
Uma inversão no azul – o Anu fazia graça de graça aos olhos nus. Não faz mais.

Rogério Camargo e André Anlub
(16/4/15)

Pequena grande história de Glorinha



Pequena grande história de Glorinha 
(André Anlub - 26/5/14)

A carne de sol recheada com queijo coalho
A mesa farta de tudo que é local.
Da seca ao céu, do pó ao pó,
Glorinha fez as malas, afinou as falas...

(...) abraços a Caicó.

O ontem ficou refletindo agorinha
Quando a Glorinha arteira chegou pela primeira vez à areia,
Fincou a faca de pão refletindo seu rosto risonho
Realizou seu sonho e desmaterializou todo o mal...

(...) em frente ao mar.

Glorinha de glórias, de prantos e preitos,
Rosto delicado, nariz fino e trejeitos.
Andar leve que faz breve um prever alegre
Desertos de frutas, de nuvem e de sal...

(...) Macau, seu novo lar.

Glorinha rainha, concubina dos livros...
Fixando seus olhos na nova leitura,
O café requentado esfriou novamente,
Fez claro, evidente, o interesse escondido.

Glorinha agora gosta de revista em quadrinhos
Devoradora assídua e sonhadora gritante
Lê, aprende, escreve e ensina
Fez disso sua sina, levou pra sua terra distante.

15 de abril de 2015

Meu mar é mais melo que marmelo



Meu mar é mais melo que marmelo 
(André Anlub - 24/1/15)

Dizem que a inspiração vem pelo ar, (e é absurdamente bem-vinda, como o amor esvanecido), e as asas invisíveis já estão batendo, em sintonia... distintas criações e influências passeiam pelo ar; dizem que surgem e vão-se como uma espécie de epidemia... voejando; passam por frestas de janelas, levantam e assentam folhas, poeiras, ouvem besteiras da larga e desumana boca da intolerância que um dia há de se acabar. Seguem voando... Incidem nos cabelos das morenas, das meninas, pegando carona em seus luxuosos pensamentos... aprofundam-se em sonhos e estacionam (provisoriamente) nas imagens, nascem delas ou as inventam; criam pessoas, situações; criam o mar e canoas – criam o navegante – esculpem a perfeição. “Queijo coalho, pamonha, acerola, açaí”. Gritou o vendedor enquanto eu resolvi rabiscar esse texto; o açaí lembrou-me o mar. Quero o som do mar, a visão do mar, o sabor do seu sal, tombar na monumental percepção de bem-estar; (mesmo estando longe, e onde mais eu estiver, e hoje, e sempre)...
Quero seus beijos, seu toque, seu banho.

O açaí e o tudo me lembram o mar, lembram que o amor foi mergulhar e não voltou, pois se transmutou em mar... E está bom, está de bom tamanho.

Da arte


Da arte
(André Anlub - 20/3/12)

Primeiro marquei meu horizonte
Em um traço negro em declínio,
Deixo a inspiração fazer domínio
E depois me embriago na fonte.

Pintores são fantoches e fetiches,
Sobem em nuvens, caem em piches;
Respiram a mercê de sua cria,
Bucólicos profetas à revelia.

Tudo podem e nada é temível,
Nem mesmo perderem o dom,
Sabem o quão infinito é o tom.

Seus corações de loucos palpitam
E no cerne que eles habitam
Saem às cores do anseio invisível.

A arte é muito além do coerente, é avesso e infinito, é forma ou desforma; a arte não se envolve com quaisquer opiniões, existirá de qualquer forma.

Todo amor

Antoine de Saint-Exupéry, autor do livro Pequeno Príncipe, partiu para uma missão em 1944 e nunca mais foi visto. No Superlistas, conheça outros casos.
Posted by Revista Superinteressante on Quarta, 15 de abril de 2015


Todo amor 
(André Anlub - 1/3/15)

É redundante, mas esse atroz falante vai se alongar:
Já não bastavam os anos vividos? 
- não!

Quero mais do nosso rio – me beije e me abrace,
Beije-nos e nos abrace;
Aproveito o gancho e abuso da deixa, 
E do remelexo não me queixo:
Quero mais do Brasil, já é de praxe,
Quero um um, um dez, um cem 
– quero um mil e nada mais, nada mau.
E num pisco eu pesco o Carioquês
E canto o karaokê – já vai dar peixe:
“Rio 40 graus”.

Ver de verde e o azul de mar 
E o amar de amarelo e o branco da paz:
E o que apraz? 
– nas praças ver crianças sorrindo;
E o que é estrela? 
– o sol raia na beleza de uma praia (Arpoador);
E o que se almeja? 
– ver comida nas mesas – e à beça, e abusa.
Cristo – nosso senhor – redentor.

É redundante, mas não cansa:
Quero a paz indo à praia de biquíni fio dental;
Assim eu rio, é o rio, assim nós rimos,                                
Reinamos e rimamos:
É amor, é todo amor.

Dueto da tarde (CXXIV)

Songbird can make every Star Wars sound
Posted by Viral Thread on Segunda, 10 de novembro de 2014


Dueto da tarde (CXXIV)

Chega da rua com as mãos carregadas de outras mãos
Os pães ficaram na padaria, os cães na esquina.
Ainda tem olhos de perguntar: onde estão os pães? Onde estão os cães? Que mãos são essas?
Esqueceu as histórias que iria contar: quem é Mrs. Dalloway? Quem é Daenerys? Quem é Cinderela?
Tem olhos que perguntam mas não tem olhos que respondam. Então chega da rua carregado e descarrega.
O coração, a cabeça, a alma, a voz de esquizofrênico há tempos não dizem nada.
De frente para si mesmo está de costas para si mesmo.
É meio torto, mas o espelho só tem valia de frente a outro.
Chegou da rua e não foi procurar um espelho. Chegou da rua sem pensar que espelhos existem. Chegou da rua carregado e descarregou.
As mãos que carregava carregavam sonhos; e os sonhos largados ao chão foram se espalhando por toda a casa.
As mãos que carregava e carregavam sonhos bateram palmas, pedindo urgência, pedindo muita urgência.
A imagem sem alguma inocência avivou a memória, remetendo ao palco e a outras histórias.
Não iria contá-las. Não para si mesmo. Mas sonhos que caem de mãos trazidas da rua não eram novidade no chão da sua casa.
Suas mesa e cama estava há tempos vazias de fantasias. Todas as suas musas e seus mousses ficavam na nostalgia.
Vivia pelo sonho dos outros. Chegava da rua com as mãos carregadas de mãos carregadas deles. Elas o incitavam a juntá-los. Ele os mirava do alto da apatia.
Nunca teve medo de carregar mãos vazias, de levar uma tapa ou até ser morto.
Seu problema não era falta de coragem. Seu problema era falta de si mesmo.
Deu-se então um abraço tristemente desconsolado e prometeu no dia seguinte ir em busca dos cães e trazer pão quente para casa. Nem que fosse o da véspera.

Rogério Camargo e André Anlub
(15/4/15)

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.