4 de abril de 2015

Dos matrimônios

Golfinhos surfistas – lindo de verGolfinhos pegam onda na costa australiana.Curta: Ecosurf©Jennene & Dave Riggs
Posted by Ecosurf on Segunda, 23 de junho de 2014


Dos matrimônios 
(André Anlub - 3/4/12)

Uma vez li uma sábia frase de Dalai Lama e, 
Pelo menos na minha estirpe foi comprovada...
Dizia que o certo é se casar com alguém
Que você goste de conversar...
Pois ao envelhecerem isso é o que vai restar.

Mas proseando:

Ele era louco pela menina mais bonita do bairro,
Um daqueles lugares de casas antigas, 
Chão de pedras portuguesas e ruas arborizadas;
Ela passeava pela praça...
(toda manhã com seu cachorro de raça)
Sempre cheia de graça, de bons costumes
E muito simpática.

Já volto com a prosa!

O casamento é uma mera reciprocidade,
Em qualquer idade tem que haver uma troca;
Como uma porca que não tem utilidade sem o parafuso...
E as duas partes estarem preparadas para qualquer eventualidade.

Fidelidade é essencial, porque vem do cerne
Requer boa índole, ser bom ouvinte e ser bom aprendiz;
No dia a dia ser companheiro e atuante
E a libido estar resolvido (ser bom amante).

Voltando a prosa:

Certo dia ele tomou coragem e no meio do passeio Abordou a mocinha... mas naquele momento, nada! (depois de dois longos anos ela finalmente disse sim)
Já fazem trinta anos que estão casados
E cada dia é um romance, dormem em quartos separados, Não são mais tarados, são felizes assim.

É brisa:

Brisa que abre o portão, vem do vai e vem das ondas;
Ultrapassando o varal, acalentando as roupas...
Moveu o barco pesqueiro, mudou de lugar uma duna,
Fez levitar uma pluma e dispersou o nevoeiro.
Brisa gélida de inverno, alegrou o dente de leão,
Soprou ao rosto, encheu o pulmão... e nas manhãs Corriqueiras espalhou o aroma do pão. 

A vida é uma delirante professora

Sick surf video of one of the swell's at the wedge in California!!
Posted by Extreme on Sexta, 3 de abril de 2015


A vida é uma delirante professora 
(André Anlub - 5/1/12)

A vejo assim: jeito terno e a pele como rara seda, olhos redondos iguais jabuticabas, cabelos longos e escuros e a voz direta e amena; às vezes chega a ser macabra.
- Mas isso é outra história.
Na luz da lua o amor é mais esplêndido, não há fome, não há sono e não há lamento. Como um eco a razão
transcende o vale, vara a noite além do tempo e no auge do entendimento no breu noturno despenca.
Tão insensata professora é a vida: na lida com o apego e o amor, ponderação e questionamento, ela ensina. Mas não se iluda achando que aprendeu o suficiente, pois nos seus erros eloquentes ela castiga.
Atualmente ando com ideias antigas de modernizar meus conceitos. No fundo são adágios superados...
Há tempos que tenho a teimosia de querer ser atualizado.

Imoral

From Red Carpet of OSCAR to Sky!My Cola Space Shuttle!
Posted by Mavi Kocaeli on Sexta, 3 de abril de 2015


Imoral 
(André Anlub - 12/3/10)

Dos fascínios de uma única pura sorte,
Entrando em uma farta imensidão.
Preparando-me para o seu ego absoluto:
- estou chegando maior que o mundo e menor que a palma de sua mão... 
quero ser dono da sua alma, do seu coração; 
um pouco do absurdo de nunca ter tido uma vida pura.

Da pureza que lhe é rara e na redundância de minhas palavras, 
friso-as bem, antes que emudeço.
Suga tudo que é de bom de tudo
E do seu próprio sangue, mesmo que ralo:
- Assim que é falha, assim que é fogo
Pois assim na palha, tudo é um jogo.

(incendiou a sua casta)

Caminhada perdida e alma penada,
Feliz, de encontro ao avesso.
Nunca há derrota, pois de certo a merece.
Em todos os seus pecados, padece.
(Imoral, impura, inquieta, imortal)
Uma vida de lama se perpetua,
No desdém que sua chama queima,
Colecionando paixões às escuras...

(nomes não interessam a ninguém)

A religião é descartável?
Ou um deus só para chamar de pai?
Órfão já na barriga magra,
Aquela raiva que sempre lhe trai.

Dueto da tarde (CXIV)

Eterno Cartola, em Reencontro emocionado com seu Pai após 40 anos sem se falar. Por: Cartola. <3
Posted by Cifras on Terça, 24 de fevereiro de 2015


Dueto da tarde (CXIV)

A grandeza do mais miudinho olha para o imensurável das grandezas outras e constata que no mundo o rabo abana o cachorro, enquanto que na esquina o cachorro abana o rabo e o vento fresco abana a todos.
Volta para casa e relê a “Tabacaria” do Fernando Pessoa. Identifica-se: Lá vai o Miudinho, sem filosofia.
Gosta dos grandes poetas, mas lê bastante os pequenos também. Só não sabe e nem quer saber distinguir quem é quem.
Trabalho demais. Inconsequência demais. Muito barulho. Liga o rádio em estação nenhuma e escuta.
No som do silencio vem à divergência de vozes – o barulho altivo era inativo e nulo; a nudez do calado falava delicado aos ouvidos.
O som do som nenhum cai-lhe bem. A palavra da palavra nenhuma lhe diz tudo.
Volta para a praça e lê “Invernáculo” de Paulo Leminski. O faz sentir-se moleque com toda sua grandeza miúda.
E de repente não precisa ler mais nada. Só precisa ser lido. Por ele mesmo. Procura suas páginas então, atravessando o branco e subindo no banco em excitação, aceitação e uma recitação interna total de autoconhecimento.
Separa grandeza de miudeza sem muita certeza, senta à mesa, espera a sobremesa e mantém acesa uma esperança.
Faz aliança entre a rosa e a lança e lança seu adágio balsâmico aos quatro cantos, ouvindo os cantos doces, comendo frutas doces e desfrutando o momento.
A grandeza do mais miudinho não tem tamanho. Sem medir e sem pesar, apesar de medir e pesar, ele aprende e guarda para si sua autoridade, aceitando os galardões sem sentir-se um dos grandões. Espalha seu conhecimento e lavra sua humildade como o vento fresco que abana a todos.

Rogério Camargo e André Anlub
(4/4/15)

3 de abril de 2015

Trem de perfume e fumaça

What a wonderful world...www.artfido.com/popular-art
Posted by artFido - fetching art on Domingo, 16 de novembro de 2014


Trem de perfume e fumaça 
(André Anlub - 25/03/13)

Não se sabe se o perfume se espalhou
Pelos bosques coloridos e imagéticos.
Na nossa aldeia, logo, logo, deflagrou:
O colírio, canto lírico e poético.
A proeza dos sãos bardos atracou
Lá no cais latem os cães dos letrados.
Viu-se o verso no reverso - só versar.
Fez-se a música que alindou o ser amado.
Bela a rima morro acima – No luar.
Brilho forte do sorriso – A majestade.
O vai e vem ao som do trem deixou saudade.
De joelhos o anel da união, juramento que testemunha
A branca garça.
Iluminou o casto amor do sim sem não.
E foi-se o trem - longa estrada... fica fumaça...

Le Petit Maurice

Intervenção militar já existe!Intervenção militar já existe!Pra vocês que pedem intervenção militar no Brasil. Assistam esse vídeo e pensem...Este vídeo mostra a realidade de onde a PM matou uma criança. "Como informamos ontem a noite, a Delegacia de Homicídios veio ao Complexo do Alemão realizar a perícia da morte do pequeno Eduardo. Neste vídeo, você pode acompanhar como foram esses momentos." Fonte Papo Reto: https://youtu.be/OdBSLcjwtIE#GuerraNoAlemao
Posted by Podemos Mais on Sexta, 3 de abril de 2015


Le Petit Maurice 
(André Anlub - 1/10/12)

Depois de sair do seu banho...
    Reparte o cabelo ao meio,
        passa um pouco de Gumex,
           no pulso seu belo Rolex.
               Separa um trocado pra cerva,
                  não se esquece da erva
                    e a chave de seu Chevrolet Veraneio.
                Coloca uma bermuda de marca,
               um chinelo de dedo,
             mesmo sabendo que é cedo, 
              um uísque e dois cubos de gelo.
                  Vai sem rumo pra Urca,
                        louco varrido na praia,
                          depois uma pizzaria famosa,
                             com gente bonita faz prosa
                            (nunca soube o que é uma árdua labuta!)
                          Esse ano fez trinta anos,
                         (nunca na vida fez planos!)
                       mede um metro e noventa,  
                    um par de olhos azuis,
                ama bala de menta,
             pai rico, famoso juiz
         Estudou nos melhores ensinos,
          fez inglês nos Estados Unidos;
               mulheres ele coleciona aos quilos,
                    é inteligente e feliz.
                       Fundou uma confraria de solteiros,
                        charutos e bebidas 
                            - prostitutas e cavalos
                                Quando chegou aos quarenta,
                                   dinheiro e saúde pro ralo.
                                      A vida ficou antipática,
                                        empilhando contas em sua mesa,
                                           o burguês que migrou pra pobreza,
                                              morreu de cirrose hepática.

Dueto da tarde (CXIII)

Como você lida com a solidão?Às 12h, o premiado ator Ricardo Darín expõe sua maneira de enxergar o mundo no programa Sangue Latino. Veja o vídeo na íntegra >> http://bit.ly/RicDarin
Posted by Canal Brasil on Domingo, 1 de fevereiro de 2015


Dueto da tarde (CXIII)

Aleatória e imagética, dentro e indo afora da moldura da janela advinha à vida frenética.
Um pouco de estática torna a comunicação apática. Ela então muda a tática e fica de frente para si mesma.
Beijo no próprio reflexo é afago no côncavo e convexo – alívio de qualquer forma de ver o planeta.
Pairando um metro acima do chão, perde-se do chão e é tudo o que deseja, (ir)realmente.
Abraço na própria alma é alento e conforto de um extremo ao outro – calmante para quaisquer desapontamentos.
Ela sabe o que é abrir as mãos e o vento não estar mais ali. Ela sabe o que é abrir o coração e ele continuar fechado.
Pairando agora por cima das colinas se vê ainda mais menina; retorna à sua alada adolescência e veste-se de loucuras e boemias.
Beber a vida aos toneis, às caixas dágua. Injetar vida nas veias como gasolina, como diesel, como cabo de fibra ótica.
Dentro da robótica e da lobotomia sem lógica ela (sobre)(sub)vive e se divide na brevidade sóbria e a sobrevida ébria.
Febre que estoura termômetros. Eletricidade que exorbita usinas. Força que força e, enfim, a fraqueza: não poder resistir.

Rogério Camargo e André Anlub
(3/4/15)

O Chile em defesa da mulher

Cuidémonos entre todas. ¿Qué opinas de esta campaña que lanzaron en Chile, en contra del acoso a las mujeres? #primaverasaludable
Posted by Revista Saludable on Segunda, 30 de março de 2015

2 de abril de 2015

Minha imaginação inventa



Minha imaginação inventa 
(André Anlub - 13/3/13)

Apenas achou o caminho
nem louco, nem santo
fez casa como João de Barro
falou línguas, tirou sarro
cantou melodias famosas
outras nem tanto.

Os caminhos ardilosos
que evitam os precavidos
são vazios, nada faceiros
sem amores, sem anseios
e a rotina asfaltou.

Nas estradas abstrusas
com alcunha de “caminho”
passa o birrento
passam o forte e o neutro
passam nuvens de feltro
num céu azul marinho.

Alguns tolos de exposta lamúria
escalam montanhas de fogo
vulcões que são seus espelhos
na realeza da calúnia.

Mas na sinceridade da entrega
o amor que mais alto berra
tocando a ponta da estrela
na penúria da cratera
na adaptação do obstáculo
diz-se a avenida da espera.
Arrisco-me nessa rodovia
na jornada bela e florida
com brisa que forte venta
com tulipas e margaridas
que minha imaginação inventa.

Dueto da tarde (CXII)



Dueto da tarde (CXII)

Caminhando por uma rua escura, solitário e com frio.
Voando no céu mais cinza, sem promessas ou destinos.
Boiando num mar de estagnações, deixando-se levar e não chegando.
Alcançando um arco-íris incolor e abandonando para trás as tintas,
Deixa cair a cabeça em vez de erguê-la, deixa escoar a vida em vez de tê-la nas mãos.
Em um espelho oportuno só vê prisão, um “não” sem “sim”, um fim sem ínterim.
Discute com o espelho. Quer inverter a imagem. Quer passagem para o outro lado sem sair deste.
Já fez uma franca amizade com o barqueiro; aquele famoso barqueiro que leva ao “lado de lá”.
Manda-lhe ingresso para jogos, convida-o para cervejadas, quer batizar os filhos dele. O barqueiro não responde.
Mas a jangada está a postos. A maré sempre bravia, mas é só colocar o pé a bordo e vem logo a calmaria.
É querer e não querer. O tédio sem remédio não arreda pé de sua fé: ir sem ir, ficar sem ficar.
Antes da tentação queimou as caixas de remédios com validade vencida (assim seu ato suicida ficaria mais eficaz).
Sobe ao décimo andar com paraquedas nas costas. Só atravessa as avenidas acompanhado por um guarda de trânsito.
Entre ações e não ações veio o contrassenso – para a rua escura havia o poste de luz, para o frio agasalho, para o céu cinza o amanhã e para solidão havia o viver.
Mas de nada adianta adiantar se as pernas travam porque não querem andar, se os olhos cegam porque não querem abrir, se o intermédio do remédio para o tédio não veio intervir. Resta-lhe o martírio que escolheu, o martelo, o espelho e os cacos pelo assoalho.

Rogério Camargo e André Anlub
(2/4/15)
ALGUNS MINICONTOS

- Isso tudo é uma grande indecência, uma imensa imoralidade!
- O que? Não estou vendo nada demais.
- Você deve estar cego pela luxúria e pela concupiscência.
- Com cuspe ou sem cuspe, não tenho ciência de nada que abale os alicerces da vida cotidiana aqui.
- Sua alma perdeu-se!  Vou rezar por você!
- Cada um se diverte como pode. Agora com licença. Vou ver se alguma dessas imoralidades está precisando de mim.


- Chiquinho, cadê Chicão?
- Sei lá, deve estar com Chico.
- Colhendo chicória?
- Pra botar nas xícaras.
- Ha ha ha nós somos demais!
- Achicalhantes.


O perfume da tua voz dando cor à cor de meu jardim solitário que já não mais solitário canta.


Plá bateu à porta de Plô.
- Vim aqui para resolver aquela questão.
- Mas aquela questão já está resolvida.
- Não para mim!
- Então não é na minha porta que você precisa bater.


Bânquilo Manquisa fez um grande favor a Bânquilo Manquisa : sumiu da vida de Bânquilo Manquisa. Ele ficou extremamente feliz com isso. Teme apenas procurar Bânquilo Manquisa para agradecer o extraordinário obséquio. Vai que ele volte.


- Você já disse isso antes!
- Tudo bem. Eu também já escutei essa mesma crítica antes, de maneira que não devemos ter mudado muito, os dois.


- O que é que você está fazendo aí?
- Depende do que é “aí” e depende do que é “fazer”.


Mais bizarro do que alguém estar vendendo dois elefantes pela internet é haver quatro interessados em comprá-los, dois deles dispensados porque seus  cadastros não agradaram ao vendedor e outro porque desejava separar os animais, que sempre viveram juntos. O candidato restante concordou em receber semestralmente a visita do vendedor, que passará uma semana de cada vez com seus ex-bichinhos de estimação. Só falta atender uma última exigência: o comprador deve ter também um chimpanzé adestrado para catar pulgas. O sujeito não gosta de chimpanzés.


- Para  mundo que eu quero descer!
- Tá. Vai descer sozinho ou levar os outros todos com você?


Manfina sabe que não tem muito a perder caso perca tudo. Então Manfina não se importa de apostas até o que não tem. É um jogo perigoso, diz-lhe uma voz que ela tenta calar com uma risada. Eu sei, acaba dizendo por fim, já que a risada não calou a voz que fala em perigos.


Falúnio gostava de saber do que é que as pessoas gostam. Raramente recebia uma resposta original, quase todas giravam em torno da satisfação de necessidades básicas, mas nunca deixava de perguntar, tendo oportunidade. Um dia encontrou Trocólio e quis saber dele.
- Do que é que você gosta?
- Eu gosto de panavíticos.
Os olhos de Falúnio brilharam.
- E o que são panavíticos?
- Não posso contar, porque eu gosto de manter os meus gostos em segredo.


O Viu Só? Estava ansioso porque o Não Vi Nada não via nada. Mas tá ali, ó, bem na nossa cara. Bem na sua cara pode ser que esteja, respondia o Não Vi Nada.


- Preciso te dizer uma coisa.

- Só uma? Em quantos capítulos?

ROGÉRIO CAMARGO 

1 de abril de 2015

Aquele outro Eu



Aquele outro Eu

Olho de soslaio o tempo perdido,
Abrasado e abraçado ao tempo achado
Que tenta fazê-lo de lacaio... 
Mas é em vão.

Olho o respeito dizendo ao “dito e feito” 
O que deverá ser feito e refeito, 
E futuramente refazê-lo, se preciso for...
Tendo em vista que é de antemão.

Pego o timão do barco e desbanco a maré vazia,
Enquanto no mar vazio esvazio um tonel de rum...
Arruinando o meu remoto céu azul que agora é somente ruim.

Mas sempre faço vista grossa à contramão.

Ganho plena confiança na mudança nebulosa,
Junto o Eu à suntuosa espada forjada em ouro branco
(meio metida à besta, confesso, mas bela e bem desenhada)
Com imagens bárbaras, baldias, poemas e frases sagradas.

A jornada é cenário – visual – a sentinela – visual –, nada anormal;
O verde ligeiramente me sorri com seus divinos dentes brancos, 
Solta seus cabelos crespos e sua abastada voz rouca;
Solta seu jeito afetuoso que faz pouca qualquer incoerência... 

Sorrateiramente encontro nesse ermo
O Eu mais bem escondido e verdadeiro.

E o verde...
Dá-me “bom dia”...
E agora posso quieto e atinado voltar ao ermo breu.

André Anlub
(1/4/15)

Dueto da tarde (CXI)


Dueto da tarde (CXI)

Galhos balançam, folhas e abacates caem, pássaros voam soltos e o dito diz assim: nada como um dia após o outro.
Caminhávamos de mãos dadas e de repente foi isso que vimos, como que num complemento.
Num breve instante veio-me um dilúvio de alegria; sumiu a alergia ao pólen, foi-se a fotofobia e até esvaeceu a fúria da pérfida liturgia.
E vi teu rosto iluminar-se como se a lua voltasse ao meio-dia, com suas mágicas afastando as trágicas melancolias.
Os joelhos foram ao chão estalando as folhas secas; peguei sua mão lívida, cálida e suada, e fui ao intento:
Uma prece (acontece) suprimida pelo êxtase. O encontro do azul com o azul – nos teus olhos e no céu.
Na suavidade do seu ser sereno encontro e adoto o meu lar; deixo desaguar toda a emoção que anseio dar e entrego-me pleno.
O dia que veio após o outro – aquele outro – me trouxe a dádiva e eu aceito a dádiva.
Galhos inquietam-se, folhas e abacates reaparecem, pássaros descansam e cantam bem baixinho e o dito diz assim: felicidade se multiplica quando dividida.
Pode que amanhã acabe. Pode que agora mesmo acabe. Não é o que importa. O que importa é a certeza de que existe e persiste o amor nela, o amor de alguns ou de todos.
Por ela os galhos balançam, por ela os frutos exultam, por ela a vida em torno é um retorno à vida em toda parte.

Rogério Camargo e André Anlub
(1/4/15)

Meu Jardim

<3
Posted by Yani Filé on Quinta, 17 de julho de 2014


Meu Jardim

Faço meu jardim almejando o melhor, meu jardim é minha vida, meu jardim são meus amores: família, amigos, a arte.
Meu jardim é a humildade, meu jardim é a compaixão...
É ser bom, é fazer o bem, é criar a paz.
Meu jardim são meus medos, meu jardim é o meu trabalho, é o amor que tenho pelos animais, é o pão que como a cada dia: é o mar, o sol, o luar.
Enfim, meu jardim...
São tantas coisas que agora não tenho tempo para descrevê-las... tenho que regá-lo.

- André Anlub

31 de março de 2015

Casa

A day at the beach with Jamie O'Brien and pals, as seen in the newest episode of Who Is JOB 4.0.Footage courtesy of Red Bull and GoPro.
Posted by Stab Magazine on Segunda, 24 de março de 2014


Casa* 
(André Anlub - 1/10/14)

"O importante não é a casa onde moramos. 
Mas onde, em nós, a casa mora." - Mia Couto

Às vezes constroem-se imponentes casas de madeira,
Às vezes impotentes castelos de areia.
Falando em outras épocas:
Não houve regras nem mesmices,
Nem de outros, quaisquer palpites,
Nunca deixei; (fui menino traquinas).
Até hoje em dia quando me apontam o dedo,
Aponto um lápis.

Na puerícia fui um príncipe - fui plebeu,
Fui o princípio das brincadeiras – fui o fim, pois também fui o rei.
Por essa razão ou outra, talvez,
Não existe agora, nesse tempo,
De um insatisfeito, nem um ínfimo resquício.
Vivia o hospício bem-vindo de um artista, 
Vivia o “agora” sem a vil bola fora,
Que condiz com qualquer aprendiz.

Na parede da minha casa,
Descascada, carcomida,
Em linhas frenéticas de giz,
Comecei os primários esboços:
Linhas traçadas nas paredes
Do sóbrio Pollock de um metro e trinta.

O piso era velho, de taco,
E no meu quarto o desenho
De um tabuleiro de xadrez.
Em frente à casa uma mangueira,
E uma mangueira para regar e tomar meu banho.
Um balanço sobre a roseira
E os belos girassóis de Van Gogh...
Mas isso só em sonho.

Fui feliz naquela casa e nas outras que surgiram,
Pus meu toque ao adornar, 
Pus a música e trouxe amigos.
Deixei o pássaro cantar,
O verde crescer e o cachorro latir.
Deixei o chinelo sujo de barro na porta
E guardei a lembrança da minha mãe sorrindo.

*Poema selecionado entre 80, ficando em 11° 
passando para terceira fase do concurso de poesias Autores S/A

Tempo de ser flores

Hoje é dia de clássico contemporâneo! Às 22h, confira o filme A História da Eternidade / The History of Eternity, com...
Publicação by Canal Brasil.


Tempo de ser flores 
(André Anlub - 18/8/12)

Camélias brancas que transbordam a paz,
Embelezam na alma os jardins de consensos.
Das tolerâncias os incensos mais doces
Afogando os rancores em um amor mais intenso.

Na cadência das orquídeas,
Nas grandes janelas dos casarões,
Em estufas de barões
Ou arredores dos tugúrios.

Flores...
Entregam-se com beleza rara,
Fino odor imaculado,
Seda frágil, doce sina.

Imponente desenho das tulipas,
De seis pérolas em lindas pétalas
- Coloridos ímpares
Nutre a inspiração dos poetas.

Girassóis já remetem à arte
Do gênio singular dos pinceis,
Conduzem a pueril cor do singelo
Para o belo arco-íris de êxtase.

Dueto da tarde (CX)


A raiz do Brasil também é africana. Nesta terra, mulheres e homens negros constroem a identidade do país com sua força e...
Posted by Portal Brasil on Sexta, 21 de novembro de 2014


MAGIA NEGRA

Magia negra era o Pelé jogando, Cartola compondo, Milton cantando.

Magia negra é o poema de Castro Alves e o samba de Jovelina…
Magia negra é Djavan, Emicida, Racionais MC´s, Thalma de Freitas, Simonal.
Magia negra é Drogba, Fela kuti,
Magia negra é dona Edith recitando poesia no Sarau da Cooperifa. Carolina de Jesus é pura magia negra. Garrincha tinhas 2 pernas mágicas e negras. James Brow e Milton Santos é pura magia.
Não posso ouvir a palavra magia negra que me transformo num dragão.
Michael Jackson e Michael Jordan é magia negra.
Cafu, Milton Gonçalves, Dona Ivone Lara, Jeferson De, Robinho, Daiane dos Santos é magia negra.
Magia Malê Luísa Mahin Calafate.
Fabiana Cozza, Machado de Assis, James Baldwin, Alice Walker, Nelson Mandela, Tupac, isso é o que chamo de escura magia.
Magia negra é Malcon X. Martin Luther King, Mussum, Zumbi dos Palmares, João Antônio, Candeia e Paulinho da Viola. Usain Bolt, Elza Soares, Sarah Vaughan, Billy Holliday, Nina Simone é magia mais do que negra.
Eu faço magia negra quando danço Fundo de quintal e Bob Marley.
Cruz e Souza, Zózimo, Spike Lee, tudo é magia negra neles. Umoja, Espirito de Zumbi, Afro Koteban…
É mestre Bimba, é Vai-Vai é Mangueira, todas as escolas transformando quartas-feira de cinzas em alegria de primeira.
Magia negra é Sabotage, MV Bill, Anderson Silva e Solano trindade.
Ondjaki, Ana Paula Tavares, João Mello… Magia negra.
Magia negra são os brancos que são solidários na luta contra o racismo.
Magia negra é o RAP, O Samba, o Blues, o Rock, Hip Hop de Africabambaataa.
Magia negra é magia que não acaba mais.
É isso e mais um monte de gente que é magia negra.
O resto é feitiço racista.

Sérgio Vaz




Dueto da tarde (CX)

As mãos do silêncio na face sempre receptiva da ternura
Causando um interno incêndio em entretom de calmaria azul.
A ebulição pacificada abre um espaço no coração da sensibilidade
Faz domicílio, planta árvore de raiz intensa e deixa fluir um rio.
Às margens dele nada é marginal, tudo habita um centro e dentro há luz
E no que trata/retrata a beleza: assombrosamente fenomenal!
Uma arquitetura de bem-estar vai abrindo portas e janelas no vento, 
Deixa entrar no momento o incenso de algo muito além do habitual.
Os olhos procuram sem procurar, as mão buscam sem buscar e a alma dá o que nela abunda: ternura
Fecha-se o ciclo. As mãos do silêncio abrem-no outra vez e a face sempre receptiva faz sumir as pardas nuvens, surgindo o lume intenso que apaga o incendiário cinismo, soltando a gargalhada afável e anulando o laconismo.

Rogério Camargo e André Anlub
(31/3/15)

Ótima terça!

Um exemplo de motivação !Um exemplo de motivação !Existem pessoas que só enxergam as dificuldades, existem pessoas que enxergam na dificuldade uma maneira de se superar ! Essa moça me motivou, pois acredito que temos que olhar sempre a frente, por maior que seja sua dificuldade, temos que encontrar uma solução !Queria te dizer parabéns, você é uma moça linda e guerreira !
Posted by Canal do Ander on Domingo, 15 de junho de 2014


Falam de bailarinas,
De estrelas cadentes e flores;
Falam de amores, de destinos,
Esquinas, borboletas e odores; 
Mas poucos falam do artista
Em seu mergulho no meio, 
Sem medo e sem freio
Num oceano de caos.
E ao unir os extremos,
Teremos sem pressa
A composição de um poeta,
Que beija na cópula
O corpo e a alma
Do bem e do mal.

- André Anlub

30 de março de 2015

Dueto da tarde (CIX)



Dueto da tarde (CIX)

Naquela aquietada tarde de verão ouviu-se de um coração a voz de prisão.
Você é meu!, dizia ele para si mesmo, mesmo sem entender o que dizia.
Seria paixão doentia, doação, ação – reação ou fantasia?
Não havia espelho que respondesse. Vê-se que sozinho resolveria.
Buscando em todos os âmbitos os amores recentes, deparou-se com a poesia.
Era a única forma de aplacar a nostalgia e transformar tristeza em alegria.
Mas já era de casa a poesia: arrumava a cama, cuidava dos cães, fazia comida, preparava a marmita e ainda trabalhava como vigia.
Até quebrava o galho na medicina: muitas vezes curou sua azia.
Sozinha sentia-se solitária, por isso pulava cercas e muros, pulava o claro e o escuro, pulava corda com a vizinha e no violino pulava acordes... era assim seu dia a dia.
Dois solitários então. O dono do coração e a poesia com sua carga de melancolia.
Dois viventes famintos; dois siameses distintos; dois incentivos à vida criando o lume em uma tarde sombria.
Duas sombras que a agonia embalava em papel bonito, colorido como a melodia
E como toda música, toda vida, com possibilidades da concluída entoada, poética, bonita, dialética... quente e fria...
Vida dizendo sim o tempo todo e eles o tempo todo ouvindo não.

Rogério Camargo e André Anlub
(30/3/15)
ALGUNS MINICONTOS

Excursão pela Europa. De repente uma voz pergunta:
- Que lugar é este?
E uma voz responde:
- Hoje não é terça-feira? Então isso é a Holanda.


A Originalidade reclamou que a Mesmice vivia se repetindo. A Mesmice respondeu que ser original era problema da Originalidade.


Sinto pena das horas que passam como minutos e não conseguem aproveitar a si mesmas. Dos minutos que passam como segundos não tenho tanta pena assim. Mas das horas que passam como minutos tenho tanta dó que, se elas vissem, passariam como séculos.


- Você tem certeza do que vai dizer?
- Claro que não. Nunca tive.
- Então você é a pessoa certa. Pode falar.


- Senti tua falta.
- É. Eu também senti minha falta.
- Onde você estava?
- Se eu soubesse, não teria sentido minha falta.


- Preciso melhorar a minha imagem!

- Vai trocar a antena ou instalar um cabo?

ROGÉRIO CAMARGO 

29 de março de 2015

Será que sou ave em seu sonho?



Será que sou ave em seu sonho? 
- Até coloquem palavras em minha boca... mas que nasçam poesias.

Tempo malvado, malvisto e infausto.
Muitas águas tumultuosas – marés nervosas – ventos de inverno e inferno astral: 
sei de pessoas idosas com extrema dificuldade em andar/nadar.
Vejo algoritmos de vaivéns escritos sem nitidez em pergaminhos;
peço ajuda a estranhos e fico aborrecido por desconstruírem meu ninho.

Desenterrei meu tesouro e veio-me você – assim – num estouro –,
deixando o que pode no poço e empossando-se agradavelmente do espaço.
Hoje sou o mesmo Eu, mas mais suave; sou velho, menino e sou ave.

Voei – vou e fui bem longe: larguei a máscara de mau moço,
pois é mau demais para onde vou – é mau demais para tudo isso (que está por vir).
Jocoso – o sorriso largo do lagarto ao ver nascerem suas pernas na saída do lago.
Viçoso – saber que foi sonho ao ver do lagarto um lacaio atropelado na estrada.

O tempo é intenso, anda com pressa e sente medo e se sente vivo; 
faz ideia que loucura é isso?
Ganhei a confiança da mudança, estou voando e procurando nossa janta:
Salmão, garoupa, lagosta?
Tudo tem sua hora e tem o espaço a ser ocupado e tem regaço e tem aurora.

E no sonho temos o céu, não somos cegos e citamos metáforas:
Ajeitei a cozinha, voltei da vinícola, me espere pescar...
você fisgou seu peixe, é de praxe, mas odeia comê-lo cru e sozinha;
bom apetite – vou cozer para nós.

André Anlub
(29/3/15)

Para ponderar:


Último poema de Soledad Barrett, escrito para sua mãe, no dia de seu aniversário, 11 de Setembro de 1971, pouco antes de partir para a luta contra a ditadura militar. Mesmo grávida foi espancada e barbaramente assassinada!

Mãe, me entristece te ver assim
o olhar quebrado dos teus olhos azul céu
em silêncio implorando que eu não parta.

Mãe, não sofras se não volto
me encontrarás em cada moça do povo
deste povo, daquele, daquele outro
do mais próximo, do mais longínquo
talvez cruze os mares, as montanhas
os cárceres, os céus
mas, Mãe, eu te asseguro,
que, sim, me encontrarás!
no olhar de uma criança feliz
de um jovem que estuda
de um camponês em sua terra
de um operário em sua fábrica
do traidor na forca
do guerrilheiro em seu posto
sempre, sempre me encontrarás!
Mãe, não fiques triste,
tua filha te quer.

Madre, me apena verte así
el quebrado mirar de tus ojos azul cielo
en silencio implorando que no parta.

Madre, no te apenes si no vuelvo
me encontrarás en cada muchacha de pueblo
de este pueblo, de aquel, de aquel otro
del más acá, del más allá
talvez cruce los mares, las sierras
las cárceles, los cielos
pero, Madre, yo te aseguro,
que sí me encontrarás!
en la mirada de un niño feliz
de un joven que estudia
del campesino en su tierra
del obrero en su fábrica
del traidor en la horca
del guerrillero en su puesto
siempre, siempre me encontrarás!

Mamá, no te pongas triste,
Tu hija te quiere.

Soledad Barret Viedma, nascida no Paraguai, foi militante da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) e era de uma família culta e politizada. Era neta do renomado escritor hispano-paraguaio Rafael Barrett.

Por causa do ativismo político de sua família, que a obrigava ao exílio, viveu na Argentina e no Uruguai. Aos 17 anos, foi sequestrada por um grupo de neonazistas que exigiram que ela dissesse “viva Hitler”. Diante da negativa, marcaram suas coxas com a suástica nazista.

Cansada das perseguições, Soledad decidiu ir para Cuba, onde conheceu o brasileiro José Maria Ferreira de Araújo, militante da VPR exilado na ilha.

Em 1973, a militante e mais cinco companheiros da VPR foram 
assassinados nos arredores do Recife (PE), num episódio conhecido como o Massacre da Chácara São Bento. Segundo a versão oficial, os militantes foram mortos numa troca de tiros na chácara. O jornalista Elio Gaspari, em “A ditadura escancarada”, classifica o episódio como “uma das maiores e mais cruéis chacinas da ditadura”. Segundo a versão do jornalista, os militantes foram capturados em ao menos quatro pontos distintos do Recife, torturados e depois levados até a chácara. Foram encontrados 26 tiros nos corpos dos militantes, sendo 14 deles na região da cabeça, o que evidenciaria mortes por execução.

As forças da repressão, chefiadas por Sérgio Paranhos Fleury, teriam conseguido obter informações sobre a localização dos militantes graças aos serviços de Cabo Anselmo, militar que se infiltrou na VPR e mantinha um relacionamento com Soledad, que estava grávida de um filho dele.

Soledad foi encontrada nua dentro de um barril numa poça de sangue, tendo aos pés o feto de 4 meses. Um dos mais hediondos crimes cometidos nos Anos de Chumbo da Ditadura Militar, no Brasil.

Soledad recebeu quatro tiros na cabeça e apresentava marcas de algemas nos pulsos e equimoses no olho direito.

Mércia de Albuquerque Ferreira, advogada de presos políticos na época, conseguiu ter acesso aos corpos removidos para o necrotério. Sobre Soledad ela declarou, em depoimento formal:

“Ela estava com os olhos muito abertos, com expressão muito grande de terror. A boca estava entreaberta, e o que mais me impressionou foi o sangue coagulado em grande quantidade. Eu tenho a impressão de que ela foi morta, ficou algum tempo deitada e depois a trouxeram. O sangue, quando coagulou, ficou preso nas pernas, porque era uma quantidade grande. E o feto estava lá nos pés dela, não posso saber como foi parar ali ou se foi ali mesmo no necrotério que ele caiu, que ele nasceu, naquele horror.”

Dueto da tarde (CVIII)



Dueto da tarde (CVIII)

O pequeno frio é um ensaio para o grande frio.
Permita-me comentar: o trio elétrico vai passar.
Talvez haja calor nele, talvez apenas ruído.
Foi imbuído a trazer dúvidas e calafrios.
O que ferve nele pode esquentar a alma ou congelar.
O que serve nele é a nova calça jeans em liquidação.
O consumo num assomo de agasalhar. Ou de dar aparência.
E se houver extrema experiência: aquecer, decorar e enfeitiçar.
O pequeno frio dá uma pequena risada e segue o ensaio.
Não sei se entro ou saio para observá-lo observando os vassalos.
Deixá-los em paz é ironia: eles não sabem o que é isso.
Então se usa o feitiço criando o compromisso com os vis castigos.
Castigo maior é o grande frio. Que o pequeno ensaia na praia,
Que o médio desconhece na vaia, que o grande reafirma em sua baia,
Que o enorme traz para sua raia e todos concordam em um ponto:
Quem não afaga que vá para o raio que o parta.

Rogério Camargo e André Anlub
(29/3/15)

Parabéns Salvador

Com Mariene e Margareth, Bethânia leva emoção a aniversário de Salvador
Apresentação reuniu 50 mil pessoas, segundo estimativa da prefeitura. 
Capital baiana completa 466 anos no domingo e tem série de festejos.

Maria Bethânia, Margareth Menezes e Mariene de Castro em Salvador (Foto: Valter Pontes/Divulgação)

Quatro em Salvador:
(André Anlub - 26/10/13)

I
É no embalo do calor humano,
Arte que grita no urbano;
Salto das classes
Que falam aos ouvidos,
Destemidos artistas do azul infinito... 

É de sal e saudade,
De real e sonho,
Esperança e destino. 


II
(a merecer) 
O por do sol por trás do Farol da Barra,
É barra não me pôr à mercê
Do (so far) rol dos saudosistas.

III
Moqueca e bobó de camarão,
Vatapá, caruru, azeite de dendê,
Sururu, acarajé, pirão e um assado cação;

Viver só é bem bom
Quando é mais, mas muito mais,
Que o bater de um coração.

IV
Salvador de amor de sol generoso
E poderoso sal de mar de amar...

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.