1 de abril de 2015

Aquele outro Eu



Aquele outro Eu

Olho de soslaio o tempo perdido,
Abrasado e abraçado ao tempo achado
Que tenta fazê-lo de lacaio... 
Mas é em vão.

Olho o respeito dizendo ao “dito e feito” 
O que deverá ser feito e refeito, 
E futuramente refazê-lo, se preciso for...
Tendo em vista que é de antemão.

Pego o timão do barco e desbanco a maré vazia,
Enquanto no mar vazio esvazio um tonel de rum...
Arruinando o meu remoto céu azul que agora é somente ruim.

Mas sempre faço vista grossa à contramão.

Ganho plena confiança na mudança nebulosa,
Junto o Eu à suntuosa espada forjada em ouro branco
(meio metida à besta, confesso, mas bela e bem desenhada)
Com imagens bárbaras, baldias, poemas e frases sagradas.

A jornada é cenário – visual – a sentinela – visual –, nada anormal;
O verde ligeiramente me sorri com seus divinos dentes brancos, 
Solta seus cabelos crespos e sua abastada voz rouca;
Solta seu jeito afetuoso que faz pouca qualquer incoerência... 

Sorrateiramente encontro nesse ermo
O Eu mais bem escondido e verdadeiro.

E o verde...
Dá-me “bom dia”...
E agora posso quieto e atinado voltar ao ermo breu.

André Anlub
(1/4/15)

Dueto da tarde (CXI)


Dueto da tarde (CXI)

Galhos balançam, folhas e abacates caem, pássaros voam soltos e o dito diz assim: nada como um dia após o outro.
Caminhávamos de mãos dadas e de repente foi isso que vimos, como que num complemento.
Num breve instante veio-me um dilúvio de alegria; sumiu a alergia ao pólen, foi-se a fotofobia e até esvaeceu a fúria da pérfida liturgia.
E vi teu rosto iluminar-se como se a lua voltasse ao meio-dia, com suas mágicas afastando as trágicas melancolias.
Os joelhos foram ao chão estalando as folhas secas; peguei sua mão lívida, cálida e suada, e fui ao intento:
Uma prece (acontece) suprimida pelo êxtase. O encontro do azul com o azul – nos teus olhos e no céu.
Na suavidade do seu ser sereno encontro e adoto o meu lar; deixo desaguar toda a emoção que anseio dar e entrego-me pleno.
O dia que veio após o outro – aquele outro – me trouxe a dádiva e eu aceito a dádiva.
Galhos inquietam-se, folhas e abacates reaparecem, pássaros descansam e cantam bem baixinho e o dito diz assim: felicidade se multiplica quando dividida.
Pode que amanhã acabe. Pode que agora mesmo acabe. Não é o que importa. O que importa é a certeza de que existe e persiste o amor nela, o amor de alguns ou de todos.
Por ela os galhos balançam, por ela os frutos exultam, por ela a vida em torno é um retorno à vida em toda parte.

Rogério Camargo e André Anlub
(1/4/15)

Meu Jardim

<3
Posted by Yani Filé on Quinta, 17 de julho de 2014


Meu Jardim

Faço meu jardim almejando o melhor, meu jardim é minha vida, meu jardim são meus amores: família, amigos, a arte.
Meu jardim é a humildade, meu jardim é a compaixão...
É ser bom, é fazer o bem, é criar a paz.
Meu jardim são meus medos, meu jardim é o meu trabalho, é o amor que tenho pelos animais, é o pão que como a cada dia: é o mar, o sol, o luar.
Enfim, meu jardim...
São tantas coisas que agora não tenho tempo para descrevê-las... tenho que regá-lo.

- André Anlub

31 de março de 2015

Casa

A day at the beach with Jamie O'Brien and pals, as seen in the newest episode of Who Is JOB 4.0.Footage courtesy of Red Bull and GoPro.
Posted by Stab Magazine on Segunda, 24 de março de 2014


Casa* 
(André Anlub - 1/10/14)

"O importante não é a casa onde moramos. 
Mas onde, em nós, a casa mora." - Mia Couto

Às vezes constroem-se imponentes casas de madeira,
Às vezes impotentes castelos de areia.
Falando em outras épocas:
Não houve regras nem mesmices,
Nem de outros, quaisquer palpites,
Nunca deixei; (fui menino traquinas).
Até hoje em dia quando me apontam o dedo,
Aponto um lápis.

Na puerícia fui um príncipe - fui plebeu,
Fui o princípio das brincadeiras – fui o fim, pois também fui o rei.
Por essa razão ou outra, talvez,
Não existe agora, nesse tempo,
De um insatisfeito, nem um ínfimo resquício.
Vivia o hospício bem-vindo de um artista, 
Vivia o “agora” sem a vil bola fora,
Que condiz com qualquer aprendiz.

Na parede da minha casa,
Descascada, carcomida,
Em linhas frenéticas de giz,
Comecei os primários esboços:
Linhas traçadas nas paredes
Do sóbrio Pollock de um metro e trinta.

O piso era velho, de taco,
E no meu quarto o desenho
De um tabuleiro de xadrez.
Em frente à casa uma mangueira,
E uma mangueira para regar e tomar meu banho.
Um balanço sobre a roseira
E os belos girassóis de Van Gogh...
Mas isso só em sonho.

Fui feliz naquela casa e nas outras que surgiram,
Pus meu toque ao adornar, 
Pus a música e trouxe amigos.
Deixei o pássaro cantar,
O verde crescer e o cachorro latir.
Deixei o chinelo sujo de barro na porta
E guardei a lembrança da minha mãe sorrindo.

*Poema selecionado entre 80, ficando em 11° 
passando para terceira fase do concurso de poesias Autores S/A

Tempo de ser flores

Hoje é dia de clássico contemporâneo! Às 22h, confira o filme A História da Eternidade / The History of Eternity, com...
Publicação by Canal Brasil.


Tempo de ser flores 
(André Anlub - 18/8/12)

Camélias brancas que transbordam a paz,
Embelezam na alma os jardins de consensos.
Das tolerâncias os incensos mais doces
Afogando os rancores em um amor mais intenso.

Na cadência das orquídeas,
Nas grandes janelas dos casarões,
Em estufas de barões
Ou arredores dos tugúrios.

Flores...
Entregam-se com beleza rara,
Fino odor imaculado,
Seda frágil, doce sina.

Imponente desenho das tulipas,
De seis pérolas em lindas pétalas
- Coloridos ímpares
Nutre a inspiração dos poetas.

Girassóis já remetem à arte
Do gênio singular dos pinceis,
Conduzem a pueril cor do singelo
Para o belo arco-íris de êxtase.

Dueto da tarde (CX)


A raiz do Brasil também é africana. Nesta terra, mulheres e homens negros constroem a identidade do país com sua força e...
Posted by Portal Brasil on Sexta, 21 de novembro de 2014


MAGIA NEGRA

Magia negra era o Pelé jogando, Cartola compondo, Milton cantando.

Magia negra é o poema de Castro Alves e o samba de Jovelina…
Magia negra é Djavan, Emicida, Racionais MC´s, Thalma de Freitas, Simonal.
Magia negra é Drogba, Fela kuti,
Magia negra é dona Edith recitando poesia no Sarau da Cooperifa. Carolina de Jesus é pura magia negra. Garrincha tinhas 2 pernas mágicas e negras. James Brow e Milton Santos é pura magia.
Não posso ouvir a palavra magia negra que me transformo num dragão.
Michael Jackson e Michael Jordan é magia negra.
Cafu, Milton Gonçalves, Dona Ivone Lara, Jeferson De, Robinho, Daiane dos Santos é magia negra.
Magia Malê Luísa Mahin Calafate.
Fabiana Cozza, Machado de Assis, James Baldwin, Alice Walker, Nelson Mandela, Tupac, isso é o que chamo de escura magia.
Magia negra é Malcon X. Martin Luther King, Mussum, Zumbi dos Palmares, João Antônio, Candeia e Paulinho da Viola. Usain Bolt, Elza Soares, Sarah Vaughan, Billy Holliday, Nina Simone é magia mais do que negra.
Eu faço magia negra quando danço Fundo de quintal e Bob Marley.
Cruz e Souza, Zózimo, Spike Lee, tudo é magia negra neles. Umoja, Espirito de Zumbi, Afro Koteban…
É mestre Bimba, é Vai-Vai é Mangueira, todas as escolas transformando quartas-feira de cinzas em alegria de primeira.
Magia negra é Sabotage, MV Bill, Anderson Silva e Solano trindade.
Ondjaki, Ana Paula Tavares, João Mello… Magia negra.
Magia negra são os brancos que são solidários na luta contra o racismo.
Magia negra é o RAP, O Samba, o Blues, o Rock, Hip Hop de Africabambaataa.
Magia negra é magia que não acaba mais.
É isso e mais um monte de gente que é magia negra.
O resto é feitiço racista.

Sérgio Vaz




Dueto da tarde (CX)

As mãos do silêncio na face sempre receptiva da ternura
Causando um interno incêndio em entretom de calmaria azul.
A ebulição pacificada abre um espaço no coração da sensibilidade
Faz domicílio, planta árvore de raiz intensa e deixa fluir um rio.
Às margens dele nada é marginal, tudo habita um centro e dentro há luz
E no que trata/retrata a beleza: assombrosamente fenomenal!
Uma arquitetura de bem-estar vai abrindo portas e janelas no vento, 
Deixa entrar no momento o incenso de algo muito além do habitual.
Os olhos procuram sem procurar, as mão buscam sem buscar e a alma dá o que nela abunda: ternura
Fecha-se o ciclo. As mãos do silêncio abrem-no outra vez e a face sempre receptiva faz sumir as pardas nuvens, surgindo o lume intenso que apaga o incendiário cinismo, soltando a gargalhada afável e anulando o laconismo.

Rogério Camargo e André Anlub
(31/3/15)

Ótima terça!

Um exemplo de motivação !Um exemplo de motivação !Existem pessoas que só enxergam as dificuldades, existem pessoas que enxergam na dificuldade uma maneira de se superar ! Essa moça me motivou, pois acredito que temos que olhar sempre a frente, por maior que seja sua dificuldade, temos que encontrar uma solução !Queria te dizer parabéns, você é uma moça linda e guerreira !
Posted by Canal do Ander on Domingo, 15 de junho de 2014


Falam de bailarinas,
De estrelas cadentes e flores;
Falam de amores, de destinos,
Esquinas, borboletas e odores; 
Mas poucos falam do artista
Em seu mergulho no meio, 
Sem medo e sem freio
Num oceano de caos.
E ao unir os extremos,
Teremos sem pressa
A composição de um poeta,
Que beija na cópula
O corpo e a alma
Do bem e do mal.

- André Anlub

30 de março de 2015

Dueto da tarde (CIX)



Dueto da tarde (CIX)

Naquela aquietada tarde de verão ouviu-se de um coração a voz de prisão.
Você é meu!, dizia ele para si mesmo, mesmo sem entender o que dizia.
Seria paixão doentia, doação, ação – reação ou fantasia?
Não havia espelho que respondesse. Vê-se que sozinho resolveria.
Buscando em todos os âmbitos os amores recentes, deparou-se com a poesia.
Era a única forma de aplacar a nostalgia e transformar tristeza em alegria.
Mas já era de casa a poesia: arrumava a cama, cuidava dos cães, fazia comida, preparava a marmita e ainda trabalhava como vigia.
Até quebrava o galho na medicina: muitas vezes curou sua azia.
Sozinha sentia-se solitária, por isso pulava cercas e muros, pulava o claro e o escuro, pulava corda com a vizinha e no violino pulava acordes... era assim seu dia a dia.
Dois solitários então. O dono do coração e a poesia com sua carga de melancolia.
Dois viventes famintos; dois siameses distintos; dois incentivos à vida criando o lume em uma tarde sombria.
Duas sombras que a agonia embalava em papel bonito, colorido como a melodia
E como toda música, toda vida, com possibilidades da concluída entoada, poética, bonita, dialética... quente e fria...
Vida dizendo sim o tempo todo e eles o tempo todo ouvindo não.

Rogério Camargo e André Anlub
(30/3/15)
ALGUNS MINICONTOS

Excursão pela Europa. De repente uma voz pergunta:
- Que lugar é este?
E uma voz responde:
- Hoje não é terça-feira? Então isso é a Holanda.


A Originalidade reclamou que a Mesmice vivia se repetindo. A Mesmice respondeu que ser original era problema da Originalidade.


Sinto pena das horas que passam como minutos e não conseguem aproveitar a si mesmas. Dos minutos que passam como segundos não tenho tanta pena assim. Mas das horas que passam como minutos tenho tanta dó que, se elas vissem, passariam como séculos.


- Você tem certeza do que vai dizer?
- Claro que não. Nunca tive.
- Então você é a pessoa certa. Pode falar.


- Senti tua falta.
- É. Eu também senti minha falta.
- Onde você estava?
- Se eu soubesse, não teria sentido minha falta.


- Preciso melhorar a minha imagem!

- Vai trocar a antena ou instalar um cabo?

ROGÉRIO CAMARGO 

29 de março de 2015

Será que sou ave em seu sonho?



Será que sou ave em seu sonho? 
- Até coloquem palavras em minha boca... mas que nasçam poesias.

Tempo malvado, malvisto e infausto.
Muitas águas tumultuosas – marés nervosas – ventos de inverno e inferno astral: 
sei de pessoas idosas com extrema dificuldade em andar/nadar.
Vejo algoritmos de vaivéns escritos sem nitidez em pergaminhos;
peço ajuda a estranhos e fico aborrecido por desconstruírem meu ninho.

Desenterrei meu tesouro e veio-me você – assim – num estouro –,
deixando o que pode no poço e empossando-se agradavelmente do espaço.
Hoje sou o mesmo Eu, mas mais suave; sou velho, menino e sou ave.

Voei – vou e fui bem longe: larguei a máscara de mau moço,
pois é mau demais para onde vou – é mau demais para tudo isso (que está por vir).
Jocoso – o sorriso largo do lagarto ao ver nascerem suas pernas na saída do lago.
Viçoso – saber que foi sonho ao ver do lagarto um lacaio atropelado na estrada.

O tempo é intenso, anda com pressa e sente medo e se sente vivo; 
faz ideia que loucura é isso?
Ganhei a confiança da mudança, estou voando e procurando nossa janta:
Salmão, garoupa, lagosta?
Tudo tem sua hora e tem o espaço a ser ocupado e tem regaço e tem aurora.

E no sonho temos o céu, não somos cegos e citamos metáforas:
Ajeitei a cozinha, voltei da vinícola, me espere pescar...
você fisgou seu peixe, é de praxe, mas odeia comê-lo cru e sozinha;
bom apetite – vou cozer para nós.

André Anlub
(29/3/15)

Para ponderar:


Último poema de Soledad Barrett, escrito para sua mãe, no dia de seu aniversário, 11 de Setembro de 1971, pouco antes de partir para a luta contra a ditadura militar. Mesmo grávida foi espancada e barbaramente assassinada!

Mãe, me entristece te ver assim
o olhar quebrado dos teus olhos azul céu
em silêncio implorando que eu não parta.

Mãe, não sofras se não volto
me encontrarás em cada moça do povo
deste povo, daquele, daquele outro
do mais próximo, do mais longínquo
talvez cruze os mares, as montanhas
os cárceres, os céus
mas, Mãe, eu te asseguro,
que, sim, me encontrarás!
no olhar de uma criança feliz
de um jovem que estuda
de um camponês em sua terra
de um operário em sua fábrica
do traidor na forca
do guerrilheiro em seu posto
sempre, sempre me encontrarás!
Mãe, não fiques triste,
tua filha te quer.

Madre, me apena verte así
el quebrado mirar de tus ojos azul cielo
en silencio implorando que no parta.

Madre, no te apenes si no vuelvo
me encontrarás en cada muchacha de pueblo
de este pueblo, de aquel, de aquel otro
del más acá, del más allá
talvez cruce los mares, las sierras
las cárceles, los cielos
pero, Madre, yo te aseguro,
que sí me encontrarás!
en la mirada de un niño feliz
de un joven que estudia
del campesino en su tierra
del obrero en su fábrica
del traidor en la horca
del guerrillero en su puesto
siempre, siempre me encontrarás!

Mamá, no te pongas triste,
Tu hija te quiere.

Soledad Barret Viedma, nascida no Paraguai, foi militante da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) e era de uma família culta e politizada. Era neta do renomado escritor hispano-paraguaio Rafael Barrett.

Por causa do ativismo político de sua família, que a obrigava ao exílio, viveu na Argentina e no Uruguai. Aos 17 anos, foi sequestrada por um grupo de neonazistas que exigiram que ela dissesse “viva Hitler”. Diante da negativa, marcaram suas coxas com a suástica nazista.

Cansada das perseguições, Soledad decidiu ir para Cuba, onde conheceu o brasileiro José Maria Ferreira de Araújo, militante da VPR exilado na ilha.

Em 1973, a militante e mais cinco companheiros da VPR foram 
assassinados nos arredores do Recife (PE), num episódio conhecido como o Massacre da Chácara São Bento. Segundo a versão oficial, os militantes foram mortos numa troca de tiros na chácara. O jornalista Elio Gaspari, em “A ditadura escancarada”, classifica o episódio como “uma das maiores e mais cruéis chacinas da ditadura”. Segundo a versão do jornalista, os militantes foram capturados em ao menos quatro pontos distintos do Recife, torturados e depois levados até a chácara. Foram encontrados 26 tiros nos corpos dos militantes, sendo 14 deles na região da cabeça, o que evidenciaria mortes por execução.

As forças da repressão, chefiadas por Sérgio Paranhos Fleury, teriam conseguido obter informações sobre a localização dos militantes graças aos serviços de Cabo Anselmo, militar que se infiltrou na VPR e mantinha um relacionamento com Soledad, que estava grávida de um filho dele.

Soledad foi encontrada nua dentro de um barril numa poça de sangue, tendo aos pés o feto de 4 meses. Um dos mais hediondos crimes cometidos nos Anos de Chumbo da Ditadura Militar, no Brasil.

Soledad recebeu quatro tiros na cabeça e apresentava marcas de algemas nos pulsos e equimoses no olho direito.

Mércia de Albuquerque Ferreira, advogada de presos políticos na época, conseguiu ter acesso aos corpos removidos para o necrotério. Sobre Soledad ela declarou, em depoimento formal:

“Ela estava com os olhos muito abertos, com expressão muito grande de terror. A boca estava entreaberta, e o que mais me impressionou foi o sangue coagulado em grande quantidade. Eu tenho a impressão de que ela foi morta, ficou algum tempo deitada e depois a trouxeram. O sangue, quando coagulou, ficou preso nas pernas, porque era uma quantidade grande. E o feto estava lá nos pés dela, não posso saber como foi parar ali ou se foi ali mesmo no necrotério que ele caiu, que ele nasceu, naquele horror.”

Dueto da tarde (CVIII)



Dueto da tarde (CVIII)

O pequeno frio é um ensaio para o grande frio.
Permita-me comentar: o trio elétrico vai passar.
Talvez haja calor nele, talvez apenas ruído.
Foi imbuído a trazer dúvidas e calafrios.
O que ferve nele pode esquentar a alma ou congelar.
O que serve nele é a nova calça jeans em liquidação.
O consumo num assomo de agasalhar. Ou de dar aparência.
E se houver extrema experiência: aquecer, decorar e enfeitiçar.
O pequeno frio dá uma pequena risada e segue o ensaio.
Não sei se entro ou saio para observá-lo observando os vassalos.
Deixá-los em paz é ironia: eles não sabem o que é isso.
Então se usa o feitiço criando o compromisso com os vis castigos.
Castigo maior é o grande frio. Que o pequeno ensaia na praia,
Que o médio desconhece na vaia, que o grande reafirma em sua baia,
Que o enorme traz para sua raia e todos concordam em um ponto:
Quem não afaga que vá para o raio que o parta.

Rogério Camargo e André Anlub
(29/3/15)

Parabéns Salvador

Com Mariene e Margareth, Bethânia leva emoção a aniversário de Salvador
Apresentação reuniu 50 mil pessoas, segundo estimativa da prefeitura. 
Capital baiana completa 466 anos no domingo e tem série de festejos.

Maria Bethânia, Margareth Menezes e Mariene de Castro em Salvador (Foto: Valter Pontes/Divulgação)

Quatro em Salvador:
(André Anlub - 26/10/13)

I
É no embalo do calor humano,
Arte que grita no urbano;
Salto das classes
Que falam aos ouvidos,
Destemidos artistas do azul infinito... 

É de sal e saudade,
De real e sonho,
Esperança e destino. 


II
(a merecer) 
O por do sol por trás do Farol da Barra,
É barra não me pôr à mercê
Do (so far) rol dos saudosistas.

III
Moqueca e bobó de camarão,
Vatapá, caruru, azeite de dendê,
Sururu, acarajé, pirão e um assado cação;

Viver só é bem bom
Quando é mais, mas muito mais,
Que o bater de um coração.

IV
Salvador de amor de sol generoso
E poderoso sal de mar de amar...

28 de março de 2015

Dueto da tarde (CVII)



Dueto da tarde (CVII)

É a vez das vozes da mãe, do pai, do filho natureza, naturalmente e nada mais.
Alguma coisa diz que é a vez da voz e a voz não vara a vez com avisos avulsos: manda ver,
Só para entreter, ser amistosa e ver fluir, evoluir, desenfrear a mente anacrônica e choramingosa.
Se consegue ou não consegue, o mote que a persegue faz notar a quem se negue o quanto é inútil se negar.
Sonegar a negativa é admitir o erro, mesmo que só por dentro. Eis que assim surge o enterro de toda a possibilidade de acerto.
Féretro concorrido: a família, os amigos, os conhecidos, os fãs, os desafetos, os sem-teto, os arquitetos de um mundo melhor comparecem.
Sambam o samba do crioulo doido em cima do caixão do morto. É torto? Até pode ser; é mentira? Até é; mas a diversão é garantida.
Nada é mais risonho que o sonho da seriedade: todos direitinho em seus papéis. Vão-se os anéis, vão-se os dedos, a mão recusa-se a ir.
E as vozes cantam os cantos das selvas para tentar tirar das trevas quem das trevas acha que se agrega.
Presente grego? Talvez um apego maior ao sossego, que torna-se inação, inanição, decomposição. Enquanto isso é disso que vive.
Enquanto isso no hospício a mente retrógrada se acomoda; cercada de antigamente ao som de quem já se foi, escreve o dia inteiro com caneta tinteiro no papiro que se decompõe.
Enquanto isso as vozes falam. Se puderem falar até o fim dos tempos, os tempos terão fim com as vozes falando.

Rogério Camargo e André Anlub
(28/3/15)

27 de março de 2015

Memórias da Guerra

¿Tendrías el valor de subir a cambiar el foco de esta antena? Checa la #videorecomendación de hoy
Posted by Siempre 88.9 on Quarta, 14 de janeiro de 2015


Memórias da Guerra
(André Anlub - 19/4/11)

Em meio a fumaça cinza com um toque avermelhado,
Embaixo de um céu que é testemunha:

Vejo ferros retorcidos, destroços,
Corações calados, que gritam...
Vejo o tempo congelado.

Em meio às ruas esburacadas
Vejo pertences abandonados (abrigos)
Vejo um rio frio...

Rio de cartuchos que tiveram seus projéteis deflagrados,
Todos com nomes - objetivos
Calar um peito inimigo,
Um corpo latente a ser alcançado,
Silenciando-o e roubando-lhe sonhos.

Como o corte de uma navalha,
Como quem tira o doce de uma criança,
Como quem tira o amor e a esperança,
Em troca de uma medalha.

Hospício

Just another relaxing day on the water.....
Posted by Mustang 87.7 on Quarta, 10 de setembro de 2014


Hospício
(André Anlub - 23/7/09)

Salientaram no hospício
Ninguém iria comer
Injeções na testa...
Mais que um sacrifício.

Uma doutrina errada,
Condições terríveis,
Faces amarguradas...
Pessoas mais que sensíveis.

Não tinham valor algum,
Exclusos da sociedade,
Pessoas novas e de idade...
Somavam um mais um.

Indigentes, obscenos
Cenas do dia a dia,
Pretos, brancos, morenos...
Sujeitos à revelia.

Desprezados pela verdadeira família,
Inúteis sem poder reciclar,
Cães expulso da matilha...
Sem ter mais em quem amamentar.

Aos montes iam se definhando,
Em um frenético vai e vem,
Homens mortos andando...
Passos calmos pro além.

Os tais anos ainda não vividos

Capa da edição digital de abril de National Geographic Brasil. Guerra à ciência. Tibete. Coluna de Trajano. Lagos. Telescópio Hubble. Disponível no iba clube (iba.com.br), AppStore e GooglePlay.
Posted by National Geographic Brasil on Sexta, 27 de março de 2015


Os tais anos ainda não vividos
(André Anlub - 21/4/14)

Faça com seus brinquedos de montar
Aquele casarão da sua imaginação.

Coloque janelas aos montes,
Para nos dias escuros a luz chegar farta
E em dias frios o sol entrar com afinco.

Coloque enfeites nas paredes
E para consumir o tempo
Coloque quadros dos mais confusos.

Vieram nuvens gordas e ondas gigantes
Trazendo o receio e uma água mais fria.
Vieram estranhos trazendo bebidas
E com o sol escaldante
Acenderam a euforia.

Não os tema!
São apenas estranhos de boas intenções.
Alguns são pescadores de sereias
Que fazem vigília no cais;
E no caos do silencio das redondezas
Somente o choro baixinho
Dos inconformados.

Assim forma-se a tal “bola de neve”,
Já que o tempo é guerreiro
E alimenta o imaginário.

Assim se leva no jeito de jeito,
O que se faz de gosto
Na grama ainda mais verde.

Foi-se o corpo à mercê de mil ventos
Em asas longas de longas sombras
E penas douradas de puro ouro.

Passou ao lado do falcão peregrino,
Deixando seu som,
Sua beleza e pudor.

Acabou com a lamúria da vizinhança,
Transformando todos em agitados meninos.

Dorme agora...
O casarão iluminado pela luz da lua
Que entra pela janela da vida.

Sonha agora...
Mergulhando no silêncio da madrugada,
Alimentando-se da saudade cultivada
E também dos anos ainda não vividos.

Estou muito compenetrado
Nas minhas distrações,
A tal modo que me flagrei
Dançando sem música 
E assim segui até o final do disco.

Dueto da tarde (CVI)



Dueto da tarde (CVI)

Na batalha pessoal, um soldado é o exército, o exército é um soldado.
O repente só reflete os aflitos que na linha de frente estão armados até os dentes.
As armas nunca são barões assinalados. Podem ser assassinados, no entanto.
O campo, imaturo e mal iluminado, reflete o pranto seco e inacabado de esperança.
As trincheiras arreganham as bocas, exalam odores de arcadas corroídas e refluxos corrosivos.
Os explosivos são rancores prensados em corações apertados e sombrios... quase todos pouco usados.
A música dos canhões não cessa jamais e quanto mais música é menos música pode ser.
Feridas expostas e cabeças penduradas para enfeiar possíveis belas alvoradas.
Na batalha pessoal, possíveis belas alvoradas são uma piada amarga que os combatentes contam uns aos outros enquanto recarregam os fuzis.
Faces hostis – hóstias de sangue –, mangues de corpos em foscos lamentos, em orações apáticas, em mentes insanas.
Quando o clarim do armistício ecoa lá longe, é lá longe que ecoa o clarim do armistício.
É fatídico, é libertário, é libertino: se é o fim da batalha, é o sepultamento dos que foram e vem o nó à nódoa como uma navalha amolada nas mentes e corações dos que ficam.

Rogério Camargo e André Anlub
(27/3/15)

Corações inteligíveis

Dave's epic remake of "Higher Ground" featuring a duet with Chris Coleman and a cast of all-star musicians! This song...
Posted by Dave Weckl on Sábado, 13 de dezembro de 2014


Corações inteligíveis 
(André Anlub - 9/6/13)

Ah, nesse amor descolado, desnudo
Das mais gostosas traquinagens;
Organizando as engrenagens
Desorientando meu mundo.

Acordo afogado no pranto,
Praticamente um tsunami violento
Que fez-me lembrar dos tantos encantos,
Que migraram para o desejo vagabundo.

O tempo se esgota, é a gota d’água...
Que desagua na grota e no vento.
Pois invento a lorota da mágoa
Por não encontrar meu contentamento.

Perco a razão do vivente
Mas no convívio, dentro de um conto:
Lapido do meu jeito o sonho
E à francesa, saio pela tangente.

Ah, sei que o seu pensamento é só meu
E num breve instante em branco
Escorrem os pigmentos mais francos
E colorem todo o nosso apogeu.

26 de março de 2015

Asas de anjo ou dragão



Asas de anjo ou dragão 
(André Anlub - 3/7/14)

Vejam só os dois olhinhos,
Sinceros, impávidos,
Carregando a expressão das brasas dos entusiasmos.

O mundo deles também anda agitado,
E ainda mais quando estão juntos;

São avejões diversos...
No advérbio adjunto do anseio
Disponível no plasmático vulcânico...
Fundiram os neurônios e os versos.

Não há relógio no “slow motion”,
Tampouco o reviver das simples coisas.

A caneta dança na folha branca,
O sentimento canta a canção que voa...
Os dois olhinhos são escravos do tempo,
E o tempo não vive a mercê da porta aberta...

Não cumpre a cumplicidade que se torna seguro,
Simplesmente existe e o quase é quase eterno.

Asas batendo, colorido das penas,
Bico bem largo e garras como dentes;
Com moderação se barganha com a vida,
Contínua rotina de distrair pensamentos
E tapear os momentos e as ideias baldias.

Criou-se o hábito saboroso e salutar,
Começou a lutar com as armas evidentes.
Vê a novidade de coisas iguais que nunca foram feitas,
Reinventa os trejeitos dos seus sujeitos (dá-se um jeito).

E a luta contra o colosso imortal continua,
O gigante que é anão, que espeta,
Que apunha, apunhala, compunha a mente incerta,
E a luta se enluta no negro alerta.
(...) nessa hora os olhos se emocionam mais uma vez,
Enchem-se d’água e desaguam...

E a vida: 
Eles querem entendê-la, desvendá-la,
Querem enterrá-la para saber sempre onde está;
Irão confessar até o que nunca fizeram
E pelos campos e cidades aos ventos voarão...
Sendo perene ou não, sendo asas de anjo ou dragão.

Dueto da tarde (CV)

Não é gordura, é excesso de música...
Posted by Cifras on Terça, 4 de novembro de 2014


Dueto da tarde (CV)

Chegou pontualmente na hora junto à aurora a pólvora que apavora.
Com ela os canhões que Navarone não invejaria, que Anthony Quinn jamais destruiria.
O sombrio é pontual e às vezes solitário; no alto, no calvário, sempre tem companhia.
Olha o mundo de cima, o mundo que o esmaga diariamente e não mente, está ali para isso mesmo.
Uma nuvem negra chega repentina, como a fumaça do charuto do mendigo da esquina.
Ribomba, estronda, faz a ronda, solta a bomba: lá vem o que todo mundo aguarda de guarda fechada.
Na rebeldia do assombro e na paz da nevoada vieram às sombras as luzes do fim do túnel, do fim do tudo e do fio da meada,
Lá onde os nós se desatam de nós e ficamos sós com a pós-amarração,
Lá onde o sim diz não ao não e chega à conclusão de não querer mais ser um vassalo.
Olhar para cima, olhar em volta, olhar para baixo e, finalmente, olhar para dentro.
A morte chega atrasada e na contramão, sempre atualizada e aguerrida por ter a certeza que todos em vida a encontrarão.
É a pólvora que apavora. Todos sabem e ninguém está preparado. É a única certeza, e chega sempre como surpresa.
Os canhões se calam e deixam a fala ao charuto que não se apaga; o Antônio e seu antônimo ficam atônitos;
Antônia é a tônica e faz a crônica de um encontro/desencontro interminável como a vida vivendo a si mesma.

Rogério Camargo e André Anlub
(26/3/15)

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.