28 de junho de 2015

Madrugada de 28 de junho de 2015


Uvas verdes maduras – uvas roxas verdes – uvas boas e ruins
(Madrugada de 28 de junho de 2015)

Adoro às vezes ficar sozinho. Mas não são questões de horas, o bom mesmo fica em três ou quatro dias. Pensar na vida, rir à toa, falar sozinho, “ser responsável, cristão convicto, cidadão modelo, burguês padrão”... Ficar sozinho é uma arte, mas requer cuidados: para quem não se conhece há o risco de se encontrar/se conhecer e não gostar do que descobre. Fico sozinho, mas com meus cães; assim posso conversar com eles, e eles, sem vergonha alguma, me responderem. Falando em bem e mal: todos sabiam, ou deveriam saber, que os olhos da maldade mesmo enxergando melhor, mesmo tendo dedicado a vida a isso, sempre perdem a luta para os olhos da bondade... vai ver é carma – cama mal feita e louça mal lavada; vai ver é feijão salgado e bacalhau insosso; vai ver é lince que não vê e cego vendo seus absurdos. O mal já vem com a carroceria amassada, com a marmita pronta e fria. Dizem que a vingança é um prato que se come (nem se saboreia) frio... Estão vendo?! Olha que chato! Prefiro comida nova, caseira, com cheiro de que foi bem feita e o sabor tinindo. Quem sabe alguma coisa nesse mundo, salvo as pessoas, seja quadrada; o mundo não me surpreende em nada, nada é novidade, pois nada me espanta e acho que nem era para ser diferente (já que o mundo é redondo e gira). Quem sabe pelo menos conseguiremos “atenções” nas coisas que se tornam importantes e já eram tratadas como batalhas perdidas. Atenção (a- t – e – n – ç – ã – o), palavra extremamente importante, pois olha-se muito nos olhos de outros mas com a mente distante, focada ou vagando, além do locutor. Só se empresta atenção para coisas supérfluas como fofocas e intrigas. Talvez um dia alguém me convença que isso seja normal, que tudo esteja do avesso e assim fica correto; tudo tem que ser borda solta, incenso só o de espantar mosquito (assim não), tudo é camada de ozônio, o santo é só uma imagem de barro, a história da Bíblia é adaptação da história de Sidarta e a nossa comida terá que ser transgênica (assim não²). A surpresa estava pronta, descaradamente pronta – há um detalhe a ser resolvido (vamos deixar para mais tarde) – hoje estou “sodomizado” (no bom sentido), como louco que não captou o benefício da dúvida, pois todos nós temos nossas sortes, nossas luzes em diversos pontos da estrada. Uns procuram ir caminhando (uns correndo, alguns de joelhos e outros rastejando); já fui pelo breu absoluto – o lado mais escuro –, correndo riscos... então... Há a possibilidade de pisar em cobras venenosas, buracos fundos e pessoas rasas; topar com pedras traiçoeiras, muros altos e pessoas duras; imaginar monstros do passado, vozes erradas e pessoas quase bem intencionadas (assim não³). Há de se nunca estar sozinho quando nos conhecemos, nos admiramos e estamos conosco (em excelente companhia). “chegou a nova leva de aprendizes, chegou a vez do nosso ritual”.

André Anlub

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Agradecemos pela leitura.

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.