21 de fevereiro de 2015

ALGUNS MINICONTOS

Era um filme de amador. Mas com certeza foi o melhor trabalho que Elibeu encontrou sobre o assunto. Elibeu era um produtos poderoso. Mandou fazer uma pesquisa para descobrir quem era aquele amador e contratá-lo. Não conseguiu.


Orminha, tida por vagabunda, por imprestável e por marginal estava se divertindo muito. As pessoas que vigiavam Orminha, que não aprovavam sua vida, que a chamavam de vagabunda, imprestável e marginal estavam se divertindo muito pouco.


Quando Norvinha foi a Marte, voltou trazendo um alicate de unhas e um espanador. Quando Norvinha foi a Vênus, voltou trazendo um urinol e uma caixa de clips. Quando Norvinha foi a Júpiter, voltou trazendo uma colher de pedreiro e uma cinta-liga. Norvinha só pensa em coisas práticas.


- Pai, quando é que nós vamos à Disneylândia?
- Se depender de mim, nunca.
- É por isso que te adoro!


Osbaldo era um homem sério. Mas gostava de rir. Então Osbaldo se organizou para rir nas horas certas, porque rir fora das horas certas não é coisa de um homem sério. Ele só sente pena de as horas certas serem tão poucas.


- Acho que é uma questão de pele, sei lá – dizia Tomínia, tentando explicar à amiga porque seu romance com Tonalvo não ia bem. - A dele solta escamas e fica toda iridescente. A minha é tão oleosa que eu nunca precisei comprar azeite. Quando as escamas dele grudam no meu óleo é qualquer coisa de intolerável. Mas nós estamos tentando, juro.


- Vô, o que é talabarda?
- É quando uma poeta fica encrencada no meio de um poema, não consegue ir adiante: ela fica numa tala barda.
- Ah, vô, francamente!
- Ué, que culpa tenho eu se este negócio de poesia é complicado?


O Muito Depois queria conversar com o Muito Antes. O Muito Antes até concordou, mas ambos concordaram que até concordarem com um horário adequado o assunto teria morrido, reencarnado e morrido outra vez.


Ninguém é dono de ninguém. Mas se para te sentires dono de alguém concedes para quem se sente dono de ti, não podes te queixar da falta de liberdade.


- Onde foi que você botou a minha paz?
- Hein?
- A minha paz. Você tirou a minha paz, onde foi que botou?
- Se eu consegui tirar a tua paz, ela nunca foi tua. Eu te tirei o que nunca tiveste.


Crismina não queria ir embora. Mas não havia mais ninguém ali. Se ficasse, ficaria sozinha. Crismina não queria ir embora, mas também não queria ficar sozinha. E não havia mais ninguém ali.


- Desde quando você não atualiza o Windows?
- Desde 1917.
- Ah, para aí, naquele tempo não havia computador!
- Pra você ver como o meu Windows está desatualizado.



Clópis Ventto pensou que pudesse. Pensando que pudesse, Clópis Ventto tentou. Tentando, Clópis Ventto viu que não podia. E ficou um tempo sem tentar, pensando no que poderia.

ROGÉRIO CAMARGO 

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Agradecemos pela leitura.

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.