1 de dezembro de 2014

Manjando o Kilimanjaro




Manjando o Kilimanjaro
(André Anlub - 27/4/14)

Tanto tempo contemplando a inventiva montanha:
Mais tarde, quem sabe, a alma fale e olhe com olhar sedento;
Quem sabe exprime, em música e rima, a saudade e o lamento.
Mais tarde, quem sabe, tal angústia suave e em silêncio,
Desça sem freio e molhe o meu cúmplice de pano...
(meu travesseiro)

Submerso nas ilusões das palavras de tintas e nos fios de seda,
Procedo com medo, arredio, e coração cheio de ar, de vento, de ventania...
(porém, vazio).

Ficou tarde e agora troca-se o chá verde de menta
Por um copo cheio de camomila;
(quem sabe uma taça de vinho).

As torradas com mel e gergelim,
As estrelas da noite ou de um céu, enfim,
Quase tudo de quase todos,
Sumiram com a escuridão da saliva seca da saudade...

No céu da boca.
Foi-se a montanha, é o fim...
(eu e o horizonte, sós).

Aquela semana proveitosa a todos

 

E agora deixo a sorte
Ir tomando posse, assim, aos poucos.
Vejo a felicidade surgindo sublime,
Como eu sonho que deveria ser... 
Destinada a todos. 

A epopeia de Denise (caixa de Pandora)
(5/5/10)

Como se começa uma história?
Algo que pode ter acontecido...
E se a mesma não existe na memória,
Posto que seja um fictício ocorrido:

Denise caminha em uma praia
E mesmo que o sol não raia
Sua alegria insiste.

Depara-se com uma caixa,
Um baú velho e pequeno...
O abre, deixando escapar um veneno.

A caixa...

Dentro havia um sonho,
Que a remeteu a outros lugares,
Voava por entre vales,
Sentia na face leve brisa gélida.

Despiu-se de todos os seus disfarces,
Reviu todos que já se foram,
(todos que por ela eram amados e ela por eles).

Viu a morte que passou tão rápida e inexpressiva
Que na verdade poderia se tratar de uma nuvem negra...

(nuvem pequena e inútil)

(...) Essa nuvem que não faz chuva,
Mas dependendo do ponto de vista,
Pode fazer sombra e tirar o reinado do sol.

Ela voou sobre a ilha de páscoa
E sorriu para seus mistérios.
Atravessou alguns deltas de rios,
Do Parnaíba ao Nilo.

Ao anoitecer viu paris,
Sentiu seus perfumes.
Por um momento os odores a levaram a campos,
Como se ela estivesse presa numa redoma de vidro...

Foi testemunha do nascimento
De uma pequena aldeia:
África.

Os lugares voltavam no tempo,
Homens pré-históricos surgiam em grupos,
Perseguiam mamutes,
Comiam com as mãos...

(descobriram o fogo, a violência e a pretensão).

Ninguém podia vê-la, sequer ouvi-la,
E tantas coisas para dizer, ensinar e aprender.

E assim, de repente, tudo foi simplificado a um só casal de humanos,
Voltando em segundos ao atual e normal.

Pode ver tanta coisa e estar em tantos lugares,
Mas ao retornar desse sonho tão real,
A realidade maior a esperava...

Ela não pode encontrar quem seria prioritário:

Quem responderia suas recentes
E antigas perguntas?
Quem a acolheria
E daria afagos e força?

Quem a conhecia como ninguém...

Ninguém mais que, talvez...
Talvez, ela mesma.

André Anlub

30 de novembro de 2014

Velho reinado do jovem Rei


Velho reinado do jovem Rei

O sorriso para as aves que chegam do infinito;
Novo abrigo para os que preferem vir pelo mar.
Osso para o cachorro ficar, brincar e esconder,
Caneta para escrever, vitimar e tirar cera do ouvido.

A nuvem escura chegou – nuvem prometida;
Traz chuva, traz vida, regando sedentos.
Cá estamos em casa nos embriagando de música;
Braços e pernas presos, agarrados aos instantes,
E “Mutantes” na vitrola dos hiantes amantes.

Nas mãos o punhado de flores colhidas,
Nos vasos o intenso cheiro puro da terra;
O aquário o clichê de peixes dourados,
Adorados por exporem a todos suas vidas.

Quadros amarelados, pelas paredes, espalhados,
Cansados da vida no mesmo cenário;
Atrás deles escondidas, alvas e frias lagartixas,
Devorando todos os insetos devidamente desavisados.

Está tudo certo – absolutamente sob controle:
A vida segue o norte que se deu e que se dá...
Num grande sacolejar, quase virando o barco,
Uns morrem, uns porres, uns nadam, uns nada e uns vivem de molho.

Chamuscaram a loucura no incêndio da alma,
Pois ela vive na externa, na espreita da cura;
Absurda é na artéria sem medo correndo vermelha
A paixão suntuosa e frenética, carnal, corriqueira.

Seu corpo no meu colo – pode ser agora?
Já traço; é o meu rolo...
Faço um bolo de amora para o lanche
E o lance é você trazer a Coca-Cola.

Vimos todos deixando de ser guiados por outros,
Vimos tolos pensando em falar a língua dos anjos;
Lapidamos a escultura da nossa personalidade,
Amparados, juntos e separados; cada qual no seu trono.

André Anlub®
(29/11/14)

29 de novembro de 2014

Sonhei com o Tibet




Sonhei com o Tibet
(André Anlub - 30/3/13)

Por vezes penso em puxar a tomada,
Desligar-me de tudo,
Raspar a cabeça,
Limpar a consciência
E ir atrás da paz interior.

Sonhei com o Tibet!
E pra quebrar o tabu,
Sem quebrar a tíbia:
Vou tocar tuba, dentro de uma taba,
Deitado em uma tumba.

Descansando aqui no meu banco de pedra
Iluminado pela lua cheia
Que disputa importância com o poste de luz...
Novamente, bloco e caneta nas mãos
E um pouquinho de inspiração.

Tenho a sensação estranha
De estar tendo uma experiência
Tipo extracorpóreo.

Os cães latem ao longe
E pra longe se desloca meu pensamento...
Logo logo eu volto. (pelo menos a carcaça)

A vida pode ser farpa entre unha e carne
Um bambu que se enverga com o vento que varre
Ou estrelas que brigam com o raiar de um dia.

Encontra-se num orbe longínquo,
Meu ego prófugo e inútil,
Degredado pela poesia,
Encalçado pela humildade,
Pois sendo maior de idade,
Bateu em retirada
Ferido e cansado da vida.

28 de novembro de 2014

O sábio e o tolo




O sábio e o tolo
(André Anlub - 24/3/13)

O mais sábio homem também erra,
Erra ao tentar ensinar
Quem nunca quis aprender.

Os tolos morrem cedo,
Senão por fora
Morrem por dentro,
Ou ambos.

O mais sábio homem
Também ama.
E nesse amar,
Mergulha...
E se entrega,
Confia,
E muitas vezes
Erra.

Os tolos desconfiam,
Nunca arriscam,
Nunca amam,
Por isso acabam não vivendo...

Morrem por dentro e por fora,
Acabam errando
Sem jamais terem sido sábios.

27 de novembro de 2014

Ótima noite rapazeada poética






Colherada Nonsense de Poesia


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26 de novembro de 2014

Implantação da ALB marca vida cultural de Araraquara


Ocorreu no dia 8 de novembro a solenidade de posse e implantação da Academia de Letras do Brasil em Araraquara(SP), no Centro Nacional de Convenções e Eventos(CENACON). O evento marca o início das atividades da ALB em Araraquara.

A solenidade contou com renomados nomes da literatura, ciência e arte. Foi algo inédito na história de Araraquara, nunca houve antes a união de renomados nomes de prestígio litero-cultural em um único local.

“Sinto-me honrada em fazer parte dessa brilhante academia”, destaca a escritora Fabiana Juvêncio de João Pessoa, membro correspondente da ALB Araraquara.

A Academia de Letras do Brasil é uma instituição sem fins lucrativos, visa através de projetos ajudar a comunidade e um dos seus objetivos é diminuir a fome no mundo.

A atual presidente da Academia Michelle Zanin,20, enfatizou, em seu discurso, os deveres dos acadêmicos e os desafios frente à instituição. Michelle, é escritora, jornalista e ativista cultural.

Foram diplomados membros imortais vitalícios e correspondentes do Brasil e do exterior, houve um verdadeiro intercâmbio cultural, onde pode se observar a união dos novos acadêmicos.

“Fiquei muito contente em conhecer pessoas maravilhosas, me emocionou o discurso da presidente, gostaria de ter a oportunidade de lê-lo novamente”, diz a escritora Márcia Ruth Kanitz , que com muito orgulho representa a cidade de Casemiro de Abreu.

Em um momento solene, Christian Lepelletier, vice-presidente da Universal Peace Federation, órgão internacional ligado a ONU, outorgou o título de Embaixatriz da Paz a Michelle Franzini Zanin.

Após a cerimônia de posse e implantação da ALB seccional Araraquara houve um coquetel, onde todos os membros puderam confraternizar e comemorar o momento de alegria e vitória.

Estavam presentes aproximadamente 200 pessoas.

Realizado em nível nacional, a implantação da instituição teve grande repercussão na mídia nacional e internacional.

(Publicado em 19/11/2014 - 18h57).

Site: http://www.uniara.com.br/ageuniara/artigos.asp?Artigo=6947&Titulo=Implantacao_da_ALB_marca_vida_cultural_de_Araraquara

Jovem reinado do velho Rei


Jovem reinado do velho Rei

É duro, é mau, um trabalho pesado 
– mal pago e demasiadamente cansativo;
É puro osso, mas é bom...
Vale a pena tal masoquismo – maniqueísmo.

Será?

Se liga que a opção é entrar em ação,
Largar a ração e comer caviar;
Vem cá, ver ar e respirar fundo,
Pois o fundo do poço sobrou ao cinismo.

Achei meu chiclete perdido no fundo da bolsa,
Amassado, solitário,
Ainda cheiroso e macio;

Achei meu clichê perdido na ponta da língua,
Engomado, acompanhado,
Ainda leso e embirrado, clamando pela soltura...
Por um fio!

E aquela formosa lacuna a ser preenchida?
- Talvez por um novo amor, um amor verdadeiro,
Com alma e cheiro – boca sedenta
Pintada de magenta e um ar de loucura.

E aquele tempo perdido?
- Talvez um sexo mal feito, um rasgo no peito
E o ardo compromisso de não ser omisso
E se dar por inteiro enlameando-se no ofício.

Eis um novo reinado de um grande palácio,
Com mais de cem quartos,
Sem seios fartos, orgia e folia...
Eco solitário na imensidão do vazio.

Quem seria o amor de ontem
Que ainda toca no hoje
Com o largo risco
De continuar tocando no amanhã?

O Rei é seu amigo:
Vá comer em sua mesa,
Devorar seus queijos
E se afogar nos vinhos.

O Rei é seu umbigo:
Não é preciso tirar proveito de quem a ama,
Esquecer seus beijos
E se afogar em outros ninhos.

André Anlub®
(23/11/14)

25 de novembro de 2014

Doe sangue...

Terça-feira (25) é o dia Nacional do Doador Voluntário de Sangue
Na Semana do Doador de Sangue a Fundação Pró-Sangue espera recompor os estoques...

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.