17 de agosto de 2014

UMA VEZ SÓ

Todas as vezes são uma vez só,
tudo tornando ao pó de onde saiu;
se não saiu, ainda resta ao pó,
que segue só por onde não partiu.

Poucas as vezes são de ver o nó
deste rondó de um baile fugidio
sumir, sumiu, sumido sem dar dó
de ficar só ante o que descobriu.

Caídas as amarras emperrantes
escarras como nunca talvez antes
as hesitantes leis em que te agarras.

Talvez se te ocupasses com a vida
deixasses toda morte adormecida
e aborrecida de afiar as garras.

(Rogério Camargo)

15 de agosto de 2014

Arte sempre é bom...




Alterando ditados para um futuro promissor (parte I)

“Cavalo dado não se olha os dentes” - Se olha sim, e tem que ter nota fiscal, saber se não é fruto de furto ou obtido de alguém que furtou. Enfim, saber toda a procedência.


André Anlub®

14 de agosto de 2014

Ode às que foram


Ode às que foram

O enganado:
Sou um enganado pelos sentimentos, principalmente pelo amor imposto,
Peregrino entre dores e tormentos, mas sempre em todo o momento,
Com muito gosto.

Me iludo, insisto e repito os mesmos erros;
É como uma desafinada melodia, cacofonia,
Falsete verdadeiro que sai altivo e em vão,
Para todos os ouvidos em sintonia,
Toda a plateia em agonia,
Ecoando para além do salão.

No passado:
Os amores (errados) passados de quase nada serviram, nada aprendi;
Com meu coração em cacos sempre estive de bem.
Conheci a vil ambição, conheci o pérfido amor (me perdi),
Mas também me comprometi com o verdadeiro,
Fiz inteiros os relacionamentos esculpidos na essência,
Salvos nas memórias, eternizados no que sobrevém.

No futuro:
O baldio fez a carne ser mais forte, fez o porte do cavalo raçudo;
Duas estrelas que brilham forte no agora e se apagam (ou não) num futuro.

André Anlub®
(21/8/14)

13 de agosto de 2014

Talvez não seja exatamente
o que tenho para te dar.
Nem eu sei exatamente
o que tenho pra te dar.

..........................

Por trás do que há por trás
brincamos de estar sempre ali.

..........................

Às vezes todo o meu carinho.
Outras vezes
o meu carinho todo.

..........................

Se a minha mesa puder te receber
com o que eu tenho e com o que eu sou,
a minha mesa está posta.

..........................

Quando o milagre
resolveu contar como e porque,
foi outro milagre.

..........................

Quando eu quiser voltar pra casa,
não vou querer outra coisa
além de voltar pra casa.

..........................

Posso te falar do que não sabes
mas prefiro que escutes
o que não sei.

..........................

A ânsia procurou o desespero
e os dois falavam ao mesmo tempo
o que não calavam ao mesmo tempo.

(Rogério Camargo)

12 de agosto de 2014

Foi tudo uma brincadeira, quis defender-se Olivaldo, diante dos prantos de Zuleva e da indignação dos pais dela. Uma brincadeira? Prometer casamento, fazer a menina bordar toalhas pro enxoval, marcar igreja, emitir cartões!
- E os cartões eram lindos! – gania Zuleva, inconsolável.
Olivaldo insistia que foi tudo uma brincadeira. O pai da moça, que até ali não dissera uma palavra, de tanta raiva contida, balbuciou entredentes:
- E você se divertiu?

A calçada estava com muitas lajotas soltas em grande desordem. A associação do bairro exigiu que a prefeitura destacasse um guarda para orientar as pessoas. E ele veio. Das oito na manhã às seis da tarde todos os passantes poderiam saber com segurança em que lajota pisar para quebrar o pé, torcer o tornozelo, tropeçar e cair de boca, afundar no valão ou só tomar um susto. Das oito às seis não havia mais confusão. Depois disso, cada um que se virasse.


Zé Granjeiro estava se incomodando com o seu trator.
- Esse idiota está apaixonado. Desde que viu uma patrola na estrada ficou assim bestão, o motor suspirando, vazando óleo, os pneus quase estourando de inchados. Não tá prestando atenção nenhuma no serviço, o cretino.
- E por que você não leva ele pra resolver essa questão de uma vez?
- Tá louco? E vai que ele me engravida a patrola? Aí mesmo é que nunca mais a prefeitura dá jeito na estrada! Deixa assim, já pendurei uns pôster de colheitadeiras no galpão. Ele que use a imaginação.

(Rogério Camargo)

11 de agosto de 2014

Ó Capitão, meu Capitão! (1951/2014)

Robin Williams (Chicago, 21 de julho de 1951 - Califórnia, 11 de agosto de 2014) - foi um ator e comediante americano.


Ó Capitão, meu Capitão!
- Walt Whitman -

Ó capitão! Meu capitão! terminou a nossa terrível viagem,
O navio resistiu a todas as tormentas, o prêmio que
buscávamos está ganho,
O porto está próximo, ouço os sinos, toda a gente está
exultante,
Enquanto segue com os olhos a firme quilha, o ameaçador e
temerário navio;
Mas, oh coração! coração! coração!
Oh as gotas vermelhas e sangrentas,
Onde no convés o meu capitão jaz,
Tombado, frio e morto.
Ó capitão! meu capitão! ergue-te e ouve os sinos;
Ergue-te – a bandeira agita-se por ti, o cornetim vibra por ti;
Para ti ramos de flores e grinaldas guarnecidas com fitas –
para ti as multidões nas praias,
Chamam por ti, as massas, agitam-se, os seus rostos ansiosos voltam-se;
Aqui capitão! querido pai!
Passo o braço por baixo da tua cabeça!
Não passa de um sonho que, no convés,
Tenhas tombado frio e morto.
O meu capitão não responde, os seus lábios estão pálidos e imóveis,
O meu pai não sente o meu braço, não tem pulso nem vontade,
O navio ancorou são e salvo, a viagem terminou e está concluída,
O navio vitorioso chega da terrível viagem com o objetivo ganho:
Exultai, ó praias, e tocai, ó sinos!
Mas eu com um passo desolado,
Caminho no convés onde jaz o meu capitão,
Tombado, frio e morto”

(Tradução de Maria de Lurdes Guimarães)

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.