30 de julho de 2013

Saudoso Mario Quintana (30/7/1906 - 5/5/1994)



Mario de Miranda Quintana (Alegrete, 30 de julho de 1906 — Porto Alegre, 5 de maio de 1994) foi um poeta, tradutor e jornalista brasileiro.
Mario Quintana fez as primeiras letras em sua cidade natal, mudando-se em 1919 para Porto Alegre, onde estudou no Colégio Militar, publicando ali suas primeiras produções literárias. Trabalhou para a Editora Globo e depois na farmácia paterna. Considerado o "poeta das coisas simples", com um estilo marcado pela ironia, pela profundidade e pela perfeição técnica, ele trabalhou como jornalista quase toda a sua vida. Traduziu mais de cento e trinta obras da literatura universal, entre elas Em Busca do Tempo Perdido de Marcel Proust, Mrs Dalloway de Virginia Woolf, e Palavras e Sangue, de Giovanni Papini.
Em 1953, Quintana trabalhou no jornal Correio do Povo, como colunista da página de cultura, que saía aos sábados, e em 1977 saiu do jornal. Em 1940, ele lançou o seu primeiro livro de poesias, A Rua dos Cataventos, iniciando a sua carreira de poeta, escritor e autor infantil. Em 1966, foi publicada a sua Antologia Poética, com sessenta poemas, organizada por Rubem Braga e Paulo Mendes Campos, e lançada para comemorar seus sessenta anos de idade, sendo por esta razão o poeta saudado na Academia Brasileira de Letras por Augusto Meyer e Manuel Bandeira, que recita o poema Quintanares, de sua autoria, em homenagem ao colega gaúcho. No mesmo ano ganhou o Prêmio Fernando Chinaglia da União Brasileira de Escritores de melhor livro do ano. Em 1976, ao completar setenta anos, recebeu a medalha Negrinho do Pastoreio do governo do estado do Rio Grande do Sul. Em 1980 recebeu o prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto da obra.

Três para tenra terça (Cartões de amigos)

Parte I

By Poetisa Marilda Amaral


By Poetisa Maria Rita


By Eliani Maria de Paula


#VemPraRima

29 de julho de 2013



A lisura da mentira mais pura

Toques de melancolia e enfoques de respeito,
E o grito ecoa, assim, saindo do peito.

O ar rarefeito e o vai e vem de pernas,
Acorda – hiberna,
Como alguém havia dito.

Na cabeceira os anéis de ouro branco, 
O pranto nos olhos reflete no espelho.
As mãos lavadas na pia do banheiro,
E na cozinha a sinfonia de um ovo frito.

Uma caixa se abre e aquele lindo presente,
Que lembra o passado e prevê o futuro,
Que faz inoportuno me dizer doente,
E assim, tão ausente, enraizei no escuro.

Eis o calor dos novos tempos,
Nas fronteiras ultrapassadas que lapidam os dias,
Nas vias congestionadas por carros e catarros
E o odor do suor mais limpo da história
Que se espalha aos ventos.

E há o doce momento,
Uma dentada na fruta,
A amada desfrutada,
A tonalidade da vida,
Nos botões das flores,
E nos de liga e desliga.

André Anlub®
(28/7/13)

26 de julho de 2013

26 de Julho - Dia dos Avós


Utópico tempo 

Disseram-me para dar tempo ao tempo
O mesmo passou...

Sóis e luas, estações, os anos
Rugas, cabelos brancos.

Perdi alguns amigos
Ganhei alguns zunidos.

Não soltei pião
Nunca aprendi violão
Jamais namorei de mãos dadas
Tampouco chutei latas.

Perdi praias e cachoeiras
Ganhei cataratas.

Dar tempo ao tempo?
Eu o fiz...

E ainda não fui feliz!

André Anlub®

25 de julho de 2013

25 de Julho - Dia do Escritor (parte II)


Um ser imbatível

Avise-me quando tiver um tempo,
Caso eu não esteja, por favor, deixe recado.
Passo por maus bocados sem a menor notícia sua,
Vivo um grande tormento olhando os velhos retratos.

Para o meu conforto tenho seus poemas tatuados,
Ás vezes os leio a esmo para desmanchar possível mácula.
Vejo uma fábula que outrora romance barato,
Erguer-se das cinzas, renascer do cálido aborto.

Agora vago tão-só, sem rumo, em nuas noites sem lua,
Em garrafas de gargalo torto, vivo com a vida nas mãos.
Cambaleando na esperança do zero multiplicado por doze.
Na dose dos passos brandos, gasto meu quinhão.

É, sou impostor vivente, fantasioso e sensível,
Mas é vantajoso passar o inverno nessa novela.
Pinto com aquarela a imagem de um deus no céu,
Escrevo no papel minha quimera de um ser imbatível.

André Anlub®
(19/7/13)

O Último Cangaceiro de Lampião

Foto: Marcio Vasconcelos

Morreu ontem (24/07) o último cangaceiro do bando de Lampião, Manoel Dantas Loiola, de 97 anos, mais conhecido como Candeeiro. E assim, finda a passagem na terra desses homens (e mulheres) que protagonizaram o movimento mais polêmico da história nordestina: O CANGAÇO!

Leia mais: http://www.tribunadoceara.com.br/nacaonordestina/destaque/morre-candeeiro-ultimo-cangaceiro-de-lampiao/

O Sertão vai virar Céu

Com os pés na terra ele se sente em casa
Enxada na mão, sol como irmão
Na fome, sede, cedo e na raça
Dá bom dia pra cactos, filho do sertão.

Na luz do lampião lê histórias de Lampião
No chão rachado, passado e presente na guerra
Sabedoria lhe dizendo, sempre alcança quem espera
Uma massa de gente pobre que nem sempre luta em vão.

Enquanto descansa pouco, pouco ganha pão
Alguns calangos o observam, outros vão pro fogo
Assim se vai levando dia sim sem dia não
Não se pode dar ao luxo de perder esse jogo.

Nessa vida em aberto, todos os dias são incertos
No milho na cana, na cana e rapadura
Muitos pés descalços na chuva de insetos
Tendo a força, garra e solidão como armadura.

André Anlub®

25 de Julho - Dia do Escritor



Cárcere da Criação (minha escrita)

Na imaginação madura que explode em uma linha,
Que mesmo velha renasce todos os dias.
Na solidão insegura... Que mesmo a perigo se fortalece com ela,
Os “zás” das canetas quentes são os “ás” nas mangas frias.

O poeta perpetuado nas ideias e criações,
Faz de impurezas e mazelas em seu nobre ganha pão.
Na mais absoluta certeza do amor que sente na escrita,
Faz dos sons recitados iluminadas orações.

Absorve do mundo, do dia a dia, histórias e magias,
Juntando a verdade com o medo da mentira premeditada.
Se sente o moribundo mais vivo, espelho do íntimo de todos,
Voando em um mundo próprio, se perde e se cobra no nada.

Mundo surreal de ouros e de sobras,
Fita um objetivo, agradar sem ser o óbvio,
Por muitas vezes consegue e vai além, se desdobra.

Sendo valorizado, alimenta seu ego persistente,
Ovacionado, por vezes preso a criação,
Se sente em cárcere, viciado e doente,
Mas no final é o medo, apego, inspiração.

A escrita está submersa em azul anil,
Com sentimentos verdadeiros e inventados,
Vagueia entre o real e o senil,
Persegue o concreto e o abstrato.

É língua solta e comprida,
Profere idiomas mal falados,
E alados levam poemas declamados,
Aos ouvidos que se deixam ser ungidos.

Uma dor quase sempre vira escrita,
Escrivaninhas, com papiros e velhas tintas.
O que não se limita, muitas vezes quer ser lido,
E o que é lido no respeito não se imita.

Segue assim até nascer do branco pó,
O rebento que do chão fica de pé,
Que se engasga com as empáfias, o alento,
Por um momento ri de todos ao redor.

André Anlub®

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.