30 de outubro de 2012




Mundo de Madeira

Aquele velho casebre de madeira
O frio no outono já era intenso
Queimávamos lenha
Eu no piano arriscava um Keith Jarrett
Nós sempre o achamos o máximo
E tudo era o máximo.

Meu cachimbo e óculos
Companheiros de leitura e escrita.
Lembro-me da sopa no final da tarde
Incenso de patchouli.

Você no edredom marrom
Lendo Sylvia Plath
Eu, disfarçando, lhe olhava
Às vezes descia sutil lágrima de seus olhos
Sei que era inevitável.

Seus cabelos castanhos
Combinavam com o piso de tábua corrida
Lembrava um casulo de borboleta.

No segundo andar tínhamos a visão do vale
Por do sol mais lindo não existia
Por uns minutos o lago refletia o alaranjado
Espelho da vida.

Enormes eucaliptos cercavam o local
A quietude era tamanha que o mundo era nosso
Nem aviões passavam por ali
Não era rota de nenhum.

Com uma leve chuva que veio
Chegou também o cheiro de mato molhado
E com a ida da mesma
O arco-íris e o cantar de muitos pássaros
Suas belas melodias.

Nos seus ninhos de gravetos
Com seus medos e fragilidades
E a liberdade de voar...

Ah, voar...

Isso eu não podia...
Aliás, podia sim.
Mas somente em sonhos.

André Anlub®

29 de outubro de 2012

29 de Outubro - Dia nacional do Livro




Isadora de madeira

Desabrochando a vida na beleza do lírio
No quintal, ao pé do pé de tâmara
Começa o dia com o vento ligeiro
Brisa fria que lhe acaricia a face.

No enlace do tempo há inúmeras lembranças
Nos seus olhos que refletem as altas montanhas
O coração ainda segue quente de amor
Mãos calejadas e talentosas
Esculpem
Em madeira nobre
O rosto de Isadora.

Amor perdido na foice do vento que passou
Foi há tempos
Foi doença.

Na madeira e nos sonhos, ele a tem de volta
São noites longas
Noites quentes e belas
Vozes e camas
Portas e janelas
Sussurros e gemidos
Tudo esfria no frio que lhe acorda.

Jamais sorriu tão grandemente
Esconde seus jovens brancos dentes
Bem próximo aos amarelados caninos.

Na saudade de extintas vertentes
De doces carinhos e fragores
No mesmo medo e calafrio
Da próxima noite não haver sonho.

André Anlub®

25 de outubro de 2012

Santos de madeira 

Pés descalços pisam nas britas 
Parecem pequenas brasas 
Colher de boia fria na marmita 
Colher de pedreiro nas mãos 
Ensaiando seu karatê. 

Cheirando cimento 
Colando o pulmão 
O sol fulgente e quente 
Cortando de um lado ao outro 
O céu mais limpo. 

Rito habitual Frito obituário 
Às vezes pisca para a esperança 
E o sol ri da sua cara 
E ele, cá embaixo, suando em bicas 
Pensa que há uma missão a ser feita. 

Nas horas vagas é escultor 
Faz santos de madeira 
Com a ponteira acerta os pontos 
O cinzel talha o formato 
A plaina alisa a vida 
E o verniz como o brilho nos olhos 
Da lágrima que se mescla ao suor. 

André Anlub®

Dois Nanos para Quinta...

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.