Tão cedo desperto e encaro a porta no escuro quarto, o vento frio entra sem pedir licença e beija-me num gelado bom dia, meu corpo que outrora quente das cobertas aquece ao inverno de uma manhã de agosto, das primeiras do longo período ao perfume das flores. Ando contra a ventania que se instala no corredor de saída dos meus aposentos e encosto entre úmidas paredes para contemplar o branco céu, sem raios, sem manchas... Os pulmões se enchem do perfume de terra molhada, chuva fina que banha o ar e tece em mim presságios de silêncio, emudeço diante da paisagem quieta, calma, serena... Sussurro os mais suaves sons de uma canção antiga e que apascenta a paz, o encanto, o gozo, a solidão...
...o Céu sereno.