17 de março de 2012

Algumas histórias II

Estava cá com meus botões
Rememorando velhos bordões
Pensando em épocas remotas
Concupiscências e efígies mortas.

Lembrei-me de amores perdidos
Esquecendo-me de dores achadas
Pessoas que foram imaculadas...
E demônios travestidos de amigos.

Recordo dos conhecidos porteiros
Nas calçadas com seus banquinhos
Sentados o dia inteiro
Ao lado dos seus radinhos.

Vozes agudas dos rádios a pilha
Diversão do seu dia a dia
Hoje atrás de grades e guaritas
Entregues à sorte e à morte...
Estão à revelia.

Lembrei-me das ruas sem movimento
Que serviam de campo de futebol
A ausência maciça de lamento
Para todos nascia o sol.

O gol feito de chinelos
A bola “dente de leite”
Seguia torta em caminhos retos
Felicidade que compunha a gente.

André Anlub


Imagem: web

Algumas Histórias III

Denomino-me um amante inveterado dos bons e velhos jazz e blues
Gosto dos clássicos, dos solos, dos básicos... Dois pólos.
Ainda tenho uma vitrola, receiver e as caixas de som
E não abro mão de nela ouvir os que mais me apetecem e me inspiram.

Com fone de ouvido...
Navego em uma nau...
Na minha cadeira do escritório...
Entro em um mundo de alvedrio
O Nirvana auditivo é notório.

Denomino-me também um apreciador do novo suingue
Das boas bandas e vozes contemporâneas do som
Serei até redundante para me exprimir por completo
São uma ínfima minoria que obtiveram o tom.

Em uma casa de shows temos a pureza exata...
Dá para ouvir cada nota... Cada entonação.

Em um grande estádio, todos um só coração...
O palco, o espectador... Uma energia inata.

A música sempre me remete a momentos...
Sendo bons ou rins... Bem vividos
Em hipótese alguma motiva lamentos
Pois nada de pinicos são meus ouvidos.

André Anlub

12 de março de 2012

Das fadigas

São sete horas da manhã...
Despertador a todo vapor
Acorda e procura o chinelo...
O cão pegou
Foi descalço ao banheiro...
Urinou.

Olhou no espelho
Leve molhada no cabelo
Passou um pente
Lavou a cara
Escovou os dentes.

Vai à saleta da sala...
Liga os dois celulares.
Vai à cozinha...
Copo de leite e cumbuca.
Senta-se à mesa...
Cereais com fruta.

São nove da manhã
Chegou à labuta
Muito trabalho, muito malho
Enrola até a hora do almoço.

É meio dia
Caminha até a pensão ao lado
Hoje não tem nem trocado
Pendura novamente o almoço
O moço já fica irritado.

São seis da tarde
Bate seu ponto de saída
Entra na condução que já lota
Apertado, um inferno de volta
Quebra o ônibus na avenida.

São dez da noite
Chega em casa atrasado
A vida pra ele é um açoite
Cansado, só pensa dormir.

O fardo que tem que cumprir
Aos olhos de algum pessimista
É um elo que só faz desunir.

Mas ele carrega o lema...
Quando sorri e manda uma banana pra vida
A mesma se faz recíproca
E dá alento às saídas.

André Anlub

11 de março de 2012

Algumas Histórias V

Era um outono no Rio...
Copacabana parecia abandonada
De gorro e luva e um frio atípico da época
A fome apertava e meu estomago vazio.

Noite estrelada, mais ou menos uns quinze graus
Fui buscar uma amiga na porta de sua casa
O objetivo era com urgência ir lanchar
Ao atravessar a praça em direção da praia...
Meus pés começaram a doer... O sapato apertar.

Como eu havia surfado muito nesse dia
E essa noite ainda prometia
Resolvi depois de comer me anestesiar.

Ela pediu um morango com leite
Eu comprei uma latinha e um misto quente
Depois pediu algo com chocolate
Acho que foi sorvete.

A chamei para ver um filme no Bruni
Um cinema que ficava ao lado da Modern Sound
Em uma galeria bem a cara do rio antigo
Passava uma comédia do Almodóvar, com Carmen Maura e Banderas
Ela não quis e acabei indo com um amigo.

O filme era louco e divertido
Saindo do cinema fui calibrar
Sozinho pelo calçadão, sem rumo e seguindo
O frio aumentou e só faltava nevar.

Fui a um bar na Constante Ramos
Encontrei uns “zumbis” e continuei bebendo
Sentamos em uma mesa e o tempo foi passando
Rindo e trocando as bolas...
“Jogando conversa adentro e a madrugada afora.”

André Anlub

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.