São sete horas da manhã...
Despertador a todo vapor
Acorda e procura o chinelo...
O cão pegou
Foi descalço ao banheiro...
Urinou.
Olhou no espelho
Leve molhada no cabelo
Passou um pente
Lavou a cara
Escovou os dentes.
Vai à saleta da sala...
Liga os dois celulares.
Vai à cozinha...
Copo de leite e cumbuca.
Senta-se à mesa...
Cereais com fruta.
São nove da manhã
Chegou à labuta
Muito trabalho, muito malho
Enrola até a hora do almoço.
É meio dia
Caminha até a pensão ao lado
Hoje não tem nem trocado
Pendura novamente o almoço
O moço já fica irritado.
São seis da tarde
Bate seu ponto de saída
Entra na condução que já lota
Apertado, um inferno de volta
Quebra o ônibus na avenida.
São dez da noite
Chega em casa atrasado
A vida pra ele é um açoite
Cansado, só pensa dormir.
O fardo que tem que cumprir
Aos olhos de algum pessimista
É um elo que só faz desunir.
Mas ele carrega o lema...
Quando sorri e manda uma banana pra vida
A mesma se faz recíproca
E dá alento às saídas.
André Anlub
12 de março de 2012
11 de março de 2012
Algumas Histórias V
Era um outono no Rio...
Copacabana parecia abandonada
De gorro e luva e um frio atípico da época
A fome apertava e meu estomago vazio.
Noite estrelada, mais ou menos uns quinze graus
Fui buscar uma amiga na porta de sua casa
O objetivo era com urgência ir lanchar
Ao atravessar a praça em direção da praia...
Meus pés começaram a doer... O sapato apertar.
Como eu havia surfado muito nesse dia
E essa noite ainda prometia
Resolvi depois de comer me anestesiar.
Ela pediu um morango com leite
Eu comprei uma latinha e um misto quente
Depois pediu algo com chocolate
Acho que foi sorvete.
A chamei para ver um filme no Bruni
Um cinema que ficava ao lado da Modern Sound
Em uma galeria bem a cara do rio antigo
Passava uma comédia do Almodóvar, com Carmen Maura e Banderas
Ela não quis e acabei indo com um amigo.
O filme era louco e divertido
Saindo do cinema fui calibrar
Sozinho pelo calçadão, sem rumo e seguindo
O frio aumentou e só faltava nevar.
Fui a um bar na Constante Ramos
Encontrei uns “zumbis” e continuei bebendo
Sentamos em uma mesa e o tempo foi passando
Rindo e trocando as bolas...
“Jogando conversa adentro e a madrugada afora.”
André Anlub
Copacabana parecia abandonada
De gorro e luva e um frio atípico da época
A fome apertava e meu estomago vazio.
Noite estrelada, mais ou menos uns quinze graus
Fui buscar uma amiga na porta de sua casa
O objetivo era com urgência ir lanchar
Ao atravessar a praça em direção da praia...
Meus pés começaram a doer... O sapato apertar.
Como eu havia surfado muito nesse dia
E essa noite ainda prometia
Resolvi depois de comer me anestesiar.
Ela pediu um morango com leite
Eu comprei uma latinha e um misto quente
Depois pediu algo com chocolate
Acho que foi sorvete.
A chamei para ver um filme no Bruni
Um cinema que ficava ao lado da Modern Sound
Em uma galeria bem a cara do rio antigo
Passava uma comédia do Almodóvar, com Carmen Maura e Banderas
Ela não quis e acabei indo com um amigo.
O filme era louco e divertido
Saindo do cinema fui calibrar
Sozinho pelo calçadão, sem rumo e seguindo
O frio aumentou e só faltava nevar.
Fui a um bar na Constante Ramos
Encontrei uns “zumbis” e continuei bebendo
Sentamos em uma mesa e o tempo foi passando
Rindo e trocando as bolas...
“Jogando conversa adentro e a madrugada afora.”
André Anlub
10 de março de 2012
Das incongruências
Se estiver frio reclama do frio
No calor se sente no inferno
Quando vai à praia sonha com banho de rio
Tudo está contra sua interação.
De um jeito terno, busca consolo e paixão
Vendo os sonhos como eternos objetivos
Em cores explodindo em sensações multicoloridas
Reclama ser na vida o moribundo mais vivo.
É um ser brioso com demasiada descompostura
E na altura dos fatos nem precisa ser rigoroso
Todos já conhecem seu jeito nativo
É um poeta afetuoso, mas de extrema agrura.
Adora escrever torto com suas linhas certas
Um personagem morto de um Shakespeare atual
Mescla a inspiração como um vira-lata puro
Fecha-se em ostracismo com as portas abertas.
André Anlub
Foto: arq. pessoal
Se estiver frio reclama do frio
No calor se sente no inferno
Quando vai à praia sonha com banho de rio
Tudo está contra sua interação.
De um jeito terno, busca consolo e paixão
Vendo os sonhos como eternos objetivos
Em cores explodindo em sensações multicoloridas
Reclama ser na vida o moribundo mais vivo.
É um ser brioso com demasiada descompostura
E na altura dos fatos nem precisa ser rigoroso
Todos já conhecem seu jeito nativo
É um poeta afetuoso, mas de extrema agrura.
Adora escrever torto com suas linhas certas
Um personagem morto de um Shakespeare atual
Mescla a inspiração como um vira-lata puro
Fecha-se em ostracismo com as portas abertas.
André Anlub
Foto: arq. pessoal
Das lamúrias
Existe “aquele um” que só resmunga
Não movimenta, não vai à luta... Será labuta?
Latente insignificância de um filhote de pulga
Mas sabe muito bem o que deseja.
Coloca a culpa no país, nos pais, no governo, no moderno ou na igreja
É uma peleja que sustenta com esmero e prazer
E o que fazer se a mesma só quer que a vejam?
Pois ação é perigosa... Pode resolver.
Tem também o cabisbaixo e pessimista
Que sai na “pista” procurando um parecer
Minimalista, oportunista e acessível
Mas o horrível é não ter nada à resolver.
Reclama do aumento da gasolina...
Do preço do material escolar
Queria um menino e nasceu menina
Tem piscina, mas nunca aprendeu a nadar.
Reclama que o salário é deveras pouco
E o sufoco de viver só para ter tédio
Diz que um dia acaba ficando louco
E não sobra um troco pra se dopar nem com remédio.
André Anlub
Existe “aquele um” que só resmunga
Não movimenta, não vai à luta... Será labuta?
Latente insignificância de um filhote de pulga
Mas sabe muito bem o que deseja.
Coloca a culpa no país, nos pais, no governo, no moderno ou na igreja
É uma peleja que sustenta com esmero e prazer
E o que fazer se a mesma só quer que a vejam?
Pois ação é perigosa... Pode resolver.
Tem também o cabisbaixo e pessimista
Que sai na “pista” procurando um parecer
Minimalista, oportunista e acessível
Mas o horrível é não ter nada à resolver.
Reclama do aumento da gasolina...
Do preço do material escolar
Queria um menino e nasceu menina
Tem piscina, mas nunca aprendeu a nadar.
Reclama que o salário é deveras pouco
E o sufoco de viver só para ter tédio
Diz que um dia acaba ficando louco
E não sobra um troco pra se dopar nem com remédio.
André Anlub
Assinar:
Postagens (Atom)
Biografia quase completa
Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)
Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas
Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)
• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)
Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha
Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas
Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)
Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte
André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.
Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.
-
- Que fatalidade: ao fechar seu zíper, Zappa perdeu seu Zippo; ficou com o fumo, mas sem consumo, sem fogo, sem fósforos; ficou famélico e...
-
Das Loucuras (Inhotep) Não faz pouco pois ele é um louco; Um corvo que vive incluso na informalidade de um jogo Em puro ouroboros, catando...
-
Isadora de madeira (28/5/12) Desabrochando a vida na beleza do lírio No quintal, ao pé do pé de tâmara. Começa o dia com o vento ligeiro, ...