29 de fevereiro de 2012

Rio 447 anos - Parabéns ao Povo Carioca



Ode ao Louco

Sente na carne o estrago que a trincheira do corpo deixa passar
Flecha que não era bem quista, disritmia foi-se a bailar
Casco inquebrável, por vezes tentado a traições.

Entre o espírito luzidio e a aura, há um fulgor de Foucault mais forte.
Persevera a bondade do antes e do agora
Ser altruísta de cumplicidade afortunada e contínua
Mostra com clareza, destreza e simploriamente, os “nortes”.

A altivez tem tratamento, seja por vezes até o suicídio!
Segurando forte em uma mão a vida moribunda...
Na outra mão a morte... Acalento que soa sem perigo

Suspenso pelo pescoço, com as canelas ao vento
No abismo vê-se isento de culpa, de dor e remorso.

Dimanem sacrifícios?
Não, chega de ignorância!

André Anlub


Imagem: web

27 de fevereiro de 2012

Homenagem à Ganhadora do Oscar 2012


Existe uma perfeição pouco encontrada - Índole, talento, beleza, inteligência e humildade... Meryl Streep!

De Eva a ave

Voltamos no tempo, no servilismo que queriam de Eva
Colocando-a em débito, um apêndice do homem
No entanto, acabou-se essa treva
A mulher quis identidade, e por mais que fosse tarde
Superou-se.

Seja púbere ou anciã
Dona de casa ou doutora
Ascendendo, alpinismo da vida
Conquistando com corpo e mente sã.

Consorte da verdade que aflora
Com defeitos e qualidades
Exibe no ramo e na rima da vida
Um ser maior por dentro do que por fora.

A mulher visou companheirismo
E com otimismo, algumas acharam
Sem preconceito, com realismo
No dia a dia na labuta, sem calvário.

Ela está dando as cartas...
Mesmo podendo estar em baixa em algumas apostas
Respondendo perguntas e querendo respostas
Fazendo cair as máscaras fartas.

Pisando em farpas e seguindo firme
Deixando o passado onde deveria ficar
Se for preciso, os dedos em riste
Mostrando a força em qualquer lugar.

André Anlub

Das Borboletas

Ao findar a chuva aparecem os primeiros olhos
Curiosos olhos felizes e esfomeados
Donos dos seus devidos solos.

Com o retornar do astro rei
Insetos retomam voo, formigas voltam ao trabalho.

E as borboletas...

Borboletas sem rumos fazem sombras e voam através dos tempos
Com objetivos incógnitos, vão em coloridos enlouquecidos.
Se vão, como os ventos jamais esquecidos...
São arco-íris vivos, sem agonias ou contratempos.

Borboletas são tão frágeis e enamoradas
Imponência e imanência do majestoso
Com seu voar ébrio desconcertante
Deuses levantam de seus tronos e aplaudem.

Borboletas vão de encontro à perfeição
Trovões se calam e vulcões resfriam-se
No infinito do espaço se faz um silencioso eco
Tão perto da magnitude sem emitir um só som.

Nos anéis de saturno o soturno definha
Amplo brilho se faz ofuscando a vida
Nas suas asas a essência, aquarelas no tom
Tudo isso só visto aos olhos do bom.

André Anlub



Foto: arq. pessoal

25 de fevereiro de 2012

Poetas

Qual o preço da poesia?

Poetas emprestam sua alma
Pecadores com demasiada inocência
Muitas vezes se doam na íntegra
Faz do rotineiro suas infinitas linhas
Linhas de conveniências.

Nos rascunhos da vida uma mímica
Expostos ao mar de conceitos
Nau de papel frágil à mercê
Em corações desatentos ao leito.


São feridos e açoitados
Nem sempre coitados
Faz parte da arte.

Toca, e com o toque discreto de poeta se faz uma sinfonia
Ironia dos sentimentos
De desconcertantes lamentos são sinas das razões
Poetas sabem se estender...
E nessa extensão sentem o doce e o salgado da inspiração.

Poetas respiram
Petas respeitam
São pais e são filhos
Conspiração do impulsivo.

André Anlub



Imagem: web

24 de fevereiro de 2012

Algumas histórias IV

Conto um conto verídico...
Um céu absolutamente negro arranja essa paisagem que agora exponho
Hoje me recordo não como pesadelo, mas sim um bom sonho.

Personagens afins...

Lua minguante, tímida boca sorrindo
Um grande amigo comigo
Os dois loucos de pedra
Um fusca branco
Um garrafão de cinco litros de vinho
Disposição e atitude
E a insensatez da juventude.

Era um final de semana comum
Do nada, às três da manhã, tivemos a ideia de ir à Miguel Pereira
A casa era de um conhecido
Mas nunca havia ido, não conhecia o caminho...

Problemas e afins...

São Pedro solta uma água bem forte
E pra arrematar a imensa falta de sorte
Não temos limpador de para-brisa
Para resolvermos a premissa
Duas goladas bem fortes...

Metade do meu corpo estava fora do carro
Camisa velha na mão
Limpando o campo de visão
Até acharmos abrigo.

Encontramos um bar aberto de beira de estrada
Tinham uns quatro indivíduos com ares suspeitos
Esperamos o temporal passar
Nos informamos e ainda levamos um sujeito.

Finalmente chegamos à cidade
“desovamos” o amigo em sua casa
Entramos em uma estrada de barro
E nada do endereço procurado.

Estávamos tão ébrios que resolvemos ceder
Entramos em uma pequena rua que dava em um portão
Desligamos o carro e fomos descansar
Dormimos até o sol nascer


Ficou mais fácil a busca com a luz do dia
Logo em frente havia uma mercearia
Perguntamos ao dono onde ficava a casa
Com o dedo em riste e a face atroz sorrindo...
“D’outro lado da rua, logo ali na esquina!”

André Anlub



Imagem: web

23 de fevereiro de 2012

Le Petit Maurice

Depois de sair do seu banho...

Reparte o cabelo ao meio
Passa um pouco de Gumex
No pulso seu belo Rolex
Separa um trocado pra cerva
E não se esquece da erva...
E a chave de seu Chevrolet Veraneio.

Coloca uma bermuda de marca
Um chinelo de dedo
Mesmo sabendo que é cedo
Um uísque e dois cubos de gelo.

Vai sem rumo pra Urca
Louco varrido na praia
Depois uma pizzaria famosa
Com gente bonita faz prosa
Nunca soube o que é uma árdua labuta!

Esse ano fez trinta anos
Nunca na vida fez planos
Mede um metro e noventa
Um par de olhos azuis
Ama bala de menta
Pai rico, famoso juiz.

Estudou nos melhores ensinos
Fez inglês nos Estados Unidos
Mulheres ele coleciona aos quilos
É inteligente e feliz.

Fundou uma confraria de solteiros
Charutos e bebidas, prostitutas e cavalos
Quando chegou aos quarenta...
Dinheiro e saúde pro ralo.

A vida ficou antipática
Empilhando contas em sua mesa
O burguês que migrou pra pobreza
Morreu de cirrose hepática.

André Anlub


Imagem: web

Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.