11 de fevereiro de 2012

Dos persuadidos

Coloca um salto muito alto nos pés
Boca vermelho sangue
Micro vestido e bolsa da moda
Junta com mais duas ou três da sua gangue.

Não há homem que não aprecie
Não há suspiro que se segure
Pode transformar-se em pesadelo ou sonho
Saciando o fetiche mais bisonho.

Há um modo mais evidente de não opinar em nada
Ficar a cargo dos atrozes meios de comunicação
Temperando seu cérebro e deixando à marinara
Almejando o modismo da ocasião.

Persuadir é como uma feia obra de arte
Quase sempre usada para fins escusos
Tão inebriante como a pior cachaça
Um desocupado encéfalo “à la carte”.

Mas dizem que nem tudo está perdido
A dita opinião própria ainda existe
E a mesma insiste em estar no seu convívio
Mas isso não seria estar “auto-persuadido”?

André Anlub



Imagem: web

10 de fevereiro de 2012

Das prioridades

Se ter saúde é fundamental... Ele faz o certo.

Respira fundo, se alonga e vai à sacada
Dá bom dia pra vida, pro verde e olha pro céu
A cafeteira ligada, croissant, frutas e mel
Lava a cara, escova os dentes e dá um beijo na amada.

Depois de ler o jornal, se aquece e vai para a caminhada
Deixa o celular e relógio... Abstém-se dos problemas
Toma vitamina, alimenta o cachorro... Vida regrada
Não quer matemática, conta bancária, afogou teoremas.

Se o amor é essencial... Ele está no caminho.

Para amar não é imprescindível ter muito dinheiro
Vindo realmente de dentro, até um mendigo se pode ser
Do coração ser jardineiro, regar e fazer florescer
O arranjo mais lindo, o jardim mais perfeito de água e carinho.

Se a felicidade é inerente ao homem... Ele quer provar.

Faz o que vier na cabeça... Sem pisar no seu próximo
É um homem bem quisto. Mas a certeza é um risco porque faz o que quer
Vive a vida no ritmo e na sua boemia
E no seu dia a dia, deitado e aquecido no colo de uma nova mulher.

André Anlub

9 de fevereiro de 2012

Não sei se há limite para estupidez humana... Mas sei que tem muita gente almejando alcançá-lo! - André Anlub -

8 de fevereiro de 2012

Desigualdades

Com medo de se equivocar vê o absurdo da vida, mas não quer pensar que é real
E quando vê que é real acha um equivocado absurdo.

Os extremos da riqueza e pobreza...
Os que estão no meio só dão valor a um lado da corda...
O concorrido lado comodista da realeza.

Nas cidades grandes já não se importam com a fome estampada a cada passo
Criança, fome e cola... Tornam-se parte de um cenário
A indiferença só não é maior por falta de espaço
Celulares nos ouvidos, roupas de grife e barrigas cheias são o puro escárnio.

Mas na hora de precisar de sangue ou um órgão, não olham classe social
O jornal é aberto direto para as fofocas e futebol
Quiçá procurar uma peça de teatro, cinema ou as musas do carnaval

Entre quatro paredes ou na roda do bar, se fala em desigualdades
Também em redes sociais, deitado em uma rede ouvindo o rádio ou televisão...
Preste atenção... A altercação sempre antecede um humor ou uma futilidade.

A distração é filha da indiferença
É irmã do disparate
Prima da inconseqüência
Mãe da nossa realidade.

André Anlub



Imagem: web

7 de fevereiro de 2012

Das virtudes

Ele, como todos nós, tem defeitos
Mas são as qualidades que se destacam
Vertentes de virtudes nas verdades
Idôneos atos e puros pulcros feitos.

Altruísta ao extremo
Doa sangue, é prestativo.
Sempre ativo com os amigos...
Que necessitam de apoio.

Mas proseando...

Seu problema veio de repente, com exames de rotina
Diagnosticado um mal, um câncer de retina.
Precisou de um doador... De um transplante urgente
E nem por um instante duvidou e desdenhou sua sina.

Essa história poderia ter um final díspar
Mas felizmente, de tanta gente, ele achou o doador...
Um morador de rua que ele sempre dava um prato de comida.

O que sempre soube, reaprendeu com a vida...
Feito o ato de bondade... Sem ver raça ou idade, credo ou classe social...
Você estará sujeito... Em qualquer tempo ou jeito, escapar de um mal.

André Anlub



Foto: arq. pessoal

6 de fevereiro de 2012

Dos matrimônios

Uma vez li uma sábia frase de Dalai Lama e, pelo menos na minha família, comprovada
Dizia que o certo é se casar com alguém que você goste de conversar...
Pois ao envelhecerem isso é o que vai restar.

Mas proseando...

Ele era louco pela menina mais bonita do bairro
Um daqueles lugares de casas antigas, chão de pedras portuguesas e ruas arborizadas
Ela passeava pela praça, toda manhã com seu cachorro de raça...
Sempre cheia de graça, de bons costumes e muito simpática.

Já volto com a prosa...

O casamento é uma mera reciprocidade
Em qualquer idade tem que haver uma troca.
Como uma porca que não tem utilidade sem o parafuso...
E as duas partes estarem preparadas para qualquer eventualidade.

Fidelidade é essencial porque vem do cerne
Requer boa índole, ser bom ouvinte e ser bom aprendiz
No dia a dia ser companheiro e atuante
E a libido estar resolvido, ser bom amante.

Voltando a prosa...

Um dia ele tomou coragem e no meio do passeio abordou a mocinha
E depois de dois longos anos ela finalmente disse sim
Já fazem trinta anos que estão casados e cada dia é um romance
Dormem em quartos separados, não são mais tarados, são felizes assim.

André Anlub

Imagem: web

5 de fevereiro de 2012

Do sexismo

O homem tem que sustentar a família?
A mulher tem que ser dona de casa?

Coisas ultrapassadas que ainda estão presentes em muitos lares...
Enquanto garrafas e copos bailam nas mãos dos maridos nas mesas dos bares.

Os sexismos estão bem mais próximos do que se imagina.
E às vezes a violência está ligada diretamente a eles
Algumas mulheres em suas minissaias rodam bolsas na esquina
Enquanto homens saem nas ruas, espancam pessoas a troco de nada.

De repente para provar ser alguém, a testosterona é a fagulha que falta
Vem aquele velho clichê... Não sei se eu caso ou se compro uma escada.

Que houve uma conquista grande da mulher, ninguém contesta
Mas que não gostou, ficou escrito na testa de muito machista
E o sexista se faz de artista e se diz oprimido
Pois ser o coitadinho, o pobre sofrido, e tudo que lhe resta.

Por outro lado foi há tempos provado, que ela ser fraca é uma grande falácia
O parto já é um grande fato de sua força externa ser evidente e extrema
E a pureza do primeiro alimento, sendo macho ou fêmea, é seu leite nos peitos.

André Anlub



Biografia quase completa






Escritor, locador, vendedor de livros, protético dentário pela SPDERJ, consultor e marketing na Editora Becalete e entusiasta pelas Artes com uma tela no acervo permanente do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC/BA)

Autor de sete livros solo em papel, um em e-book e coautor em mais de 130 Antologias poéticas

Livros:
• Poeteideser de 2009 (edição do autor)
• O e-book Imaginação Poética 2010 (Beco dos Poetas)
• A trilogia poética Fulano da Silva, Sicrano Barbosa e Beltrano dos Santos de 2014
• Puro Osso – duzentos escritos de paixão (março de 2015)
• Gaveta de Cima – versos seletos, patrocinado pela Editora Darda (Setembro de 2017)
• Absolvido pela Loucura; Absorvido pela Arte
(Janeiro de 2019)

• O livro de duetos: A Luz e o Diamante (Junho 2015)
• O livro em trio: ABC Tríade Poética (Novembro de 2015)

Amigos das Letras:
• Membro vitalício da Academia de Artes, Ciências e Letras de Iguaba (RJ) cadeira N° 95
• Membro vitalício da Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura da Embaixada da Poesia (RJ)
• Membro vitalício e cofundador da Academia Internacional da União Cultural (RJ) cadeira N° 63
• Membro correspondente da ALB seccionais Bahia, São Paulo (Araraquara), da Academia de Letras de Goiás (ALG) e do Núcleo de Letras e Artes de Lisboa (PT)
• Membro da Academia Internacional De Artes, Letras e Ciências – ALPAS 21 - Patrono: Condorcet Aranha

Trupe Poética:
• Academia Virtual de Escritores Clandestinos
• Elo Escritor da Elos Literários
• Movimento Nacional Elos Literários
• Poste Poesia
• Bar do Escritor
• Pé de Poesia
• Rio Capital da Poesia
• Beco dos Poetas
• Poemas à Flor da Pele
• Tribuna Escrita
• Jornal Delfos/CE
• Colaborador no Portal Cronópios 2015
• Projeto Meu Poemas do Beco dos Poetas

Antologias Virtuais Permanentes:
• Portal CEN (Cá Estamos Nós - Brasil/Portugal)
• Logos do Portal Fénix (Brasil/Portugal)
• Revista eisFluências (Brasil/Portugal)
• Jornal Correio da Palavra (ALPAS 21)

Concursos, Projetos e Afins:
• Menção Honrosa do 2° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Brava Gente Brasileira”.
• Menção Honrosa do 4° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Amor do Tamanho do Brasil”.
• Menção Honrosa do 5° Concurso Literário Pague Menos, de nível nacional. Ficou entre os 100 primeiros e está no livro “Quem acredita cresce”.
• Menção Honrosa no I Prêmio Literário Mar de Letras, com poetas de Moçambique, Portugal e Brasil, ficou entre os 46 primeiros e está no livro “Controversos” - E. Sapere
• classificado no Concurso Novos Poetas com poema selecionado para o livro Poetize 2014 (Concurso Nacional Novos Poetas)
• 3° Lugar no Concurso Literário “Confrades do Verso”.
• indicado e outorgado com o título de "Participação Especial" na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas/Salvador (BA).
• indicado e outorgado com o título de "Talento Poético 2015" com duas obras selecionadas para a Antologia As Melhores Poesias em Língua Portuguesa (SP).
• indicado e outorgado com o título de Talento Poético 2016 e 2017 pela Editora Becalete
• indicado e outorgado com o título de "Destaque Especial 2015” na Antologia O Melhor de Poesias Encantadas VIII
• Revisor, jurado e coautor dos tomos IX e X do projeto Poesias Encantadas
• Teve poemas selecionados e participou da Coletânea de Poesias "Confissões".
• Dois poemas selecionados e participou da Antologia Pablo Neruda e convidados (Lançada em ago./14 no Chile, na 23a Bienal (SP) e em out/14 no Museu do Oriente em Lisboa) - pela Literarte

André Anlub por Ele mesmo: Eu moro em mim, mas costumo fugir de casa; totalmente anárquico nas minhas lucidezes e pragmático nas loucuras, tento quebrar o gelo e gaseificar o fogo; não me vendo ao Sistema, não aceito ser trem e voo; tenho a parcimônia de quem cultiva passiflora e a doce monotonia de quem transpira melatonina; minha candura cascuda e otimista persistiu e venceu uma possível misantropia metediça e movediça; otimista sem utopia, pessimista sem depressão. Me considero um entusiasta pela vida, um quase “poète maudit” e um quase “bon vivant”.

Influências – atual: Neruda, Manoel de Barros, Sylvia Plath, Dostoiévski, China Miéville, Emily Dickinson, Žižek, Ana Cruz Cesar, Drummond
Hobbies: artes plásticas, gastronomia, fotografia, cavalos, escrita, leitura, música e boxe.
Influências – raiz: Secos e Molhados, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mutantes, Jorge Amado, Neil Gaiman, gibis, Luiz Melodia entre outros.
Tem paixão pelo Rock, MPB e Samba, Blues e Jazz, café e a escrita. Acredita e carrega algumas verdades corriqueiras como amor, caráter, filosofia, poesia, música e fé.